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Existem três falhas fatais no coração do sistema bancário. Estas três falhas
são a raiz de muitos dos problemas que nós tentamos enfrentar neste momento.
Elas fazem com que alguns dos problemas sociais e económicos sejam mais difíceis de resolver e
outros impossíveis de resolver. Mas a boa noticia é que há três soluções
muito simples para estas falhas. E eu vou mostrar-vos quais são estas soluções.
Podemos usar os princípios da alavancagem para fazer algumas mudanças simples no sistema bancário
que nos ajudarão a lidar com alguns grandes problemas com que nos deparamos, para assim podermos
transformar estes problemas graves nestas soluções.
Estas três falhas fatais estão no coração do sistema bancário.
Falha 1: Os bancos podem emprestar o seu dinheiro quer você queira, quer não! Quando deposita o seu dinheiro
no banco, o dinheiro passa a ser propriedade legal do banco.
Uma questão rápida, alguém aqui assinalou com uma cruz sempre que deposita o seu dinheiro no banco
uma caixa a dizer: "Gostava que o emprestasse a famílias no sub-prime nos EUA"? Você não tem essa
opção. Quando você deposita dinheiro no banco, esse dinheiro passa automaticamente a ser propriedade
do banco e o banco usa-o efectivamente como quer.
As pessoas à frente destas decisões de investimento são incentivadas com bonus e
comissões para correrem riscos de curto prazo.
Isto leva essas pessoas frequentemente a apostar com o seu dinheiro. Às vezes as apostas correm mal
às vezes correm muito mal e quando corre mal, nós os contribuintes somos chamados
para pagar a conta.
Foi exactamente isto que aconteceu com o Northern Rock e com os outros grandes
bancos que se seguiram ao Northern Rock, que nós tivemos de nacionalizar com o dinheiro dos contribuintes.
Falha número 2: Os bancos podem investir o seu dinheiro como entenderem.
Você não tem a opção de como quer que o seu dinheiro seja investido, quando põe o seu dinheiro
no banco, está lá para o banco usar como quiser, essencialmente.
Confirmei este facto falando com alguém que passou duas décadas a trabalhar no topo de um
dos maiores bancos no Reino Unido. Ela viu exactamente de onde vinha o dinheiro e para onde ia
e confirmou efectivamente que não há ligação entre o dinheiro que entra e o que sai.
Você podia pôr o seu dinheiro no banco a pensar que estava lá a pôr as suas poupanças
e queria que fosse investido em pequenas empresas. Mas o seu dinheiro podia ser usado para
coisas com as quais você não estaria eticamente confortável.
Por exemplo, as suas poupanças podiam estar a ajudar a financiar uma arma de destruição em ***
da indústria militar. Ou podia estar a financiar especulação nas commodities.
A especulação nas commidites é um chavão que significa apostar no preço da comida, por isso o seu dinheiro
podia estar a ser usado pelos bancos para fazer subir o preço da comida para as familias pobres
nos países em desenvolvimento. Ou algo mais próximo: alguém aqui
tem crianças ou adolescentes? As suas poupanças podem ter sido usadas nos últimos dez anos para
inflacionar a bolha imobiliária para fazer subir o preço das casas ao ponto em que os seus filhos não conseguirão
pagar para ter um sitio onde viver. Ou se está a investir num fundo de pensão e
ao mesmo tempo tem as suas poupanças numa ISA (Individual Savings Account), é possivel que
as poupanças que pôs no seu ISA tenham sido investidas pelos bancos numa posição
nos mercados financeiros para fazer descer os preços de algumas acções nas quais
a sua pensão investe, portanto as suas poupanças podiam estar a ser usadas para reduzir o valor da sua própria pensão.
Nós não podemos opinar sobre a forma como esses fundos são usados, sempre que coloca dinheiro no banco
por isso, esta é a segunda falha fatal que temos no sistema bancário de hoje.
A terceira falha fatal, a maior delas, é que os bancos podem realmente criar dinheiro.
Isto vai exigir alguma explicação.
Todos nós sabemos o que isto é
e a maioria das pessoas provavelmente sabe quem cria isto.
Quem cria notas de £10 e £20?
O Banco da Inglaterra, excelente, na verdade essa informação até vem inscrita na nota.
O que acontece se você fizer o seu próprio dinheiro?
Provavelmente teria a policia à porta de casa às 2:00 da manhã.
Porquê? Falsificação? Para impedir a inflação?
Sabemos que não podemos imprimir dinheiro em casa é errado, é ilegal, é prejudicial à economia.
Aqui está uma pergunta: Qual é o aspecto da sua conta bancária?
Vou reformular com escolha múltipla para torná-la um pouco mais fácil.
É qualquer coisa como isto?
Ou como isto?
B? OK, B está certo. A grande maioria do dinheiro hoje, consiste
apenas em números num sistema informático. O que aconteceu ao longo do tempo, à medida que os sistemas financeiros
se tornaram mais e mais electrónicos, é que o dinheiro vivo encolheu para uma percentagem de
todo o dinheiro na economia, de apenas 3%.
Portanto o dinheiro vivo agora representa apenas 3% de todo o dinheiro na economia. Os outros 97% são apenas números
em sistemas informáticos, possuidos por, e controlados pelos bancos.
Ao longo do tempo a natureza do dinheiro mudou. Costumávamos usar moedas metálicas que eram emitidas
pelo rei. E o que aconteceu ao longo do tempo é que as pessoas costumavam colocar essas moedas de metal
no banco ou no ourives local. Ele teria um cofre onde você podia manter o seu dinheiro seguro.
Então as pessoas colocavam o seu dinheiro no banco e em troca recebiam um pedaço de
papel que diria talvez £5.
Você põe £5 no banco e recebe um pedaço de papel a dizer que o banco agora lhe deve a si
£5 e o que aconteceria ao longo do tempo é que em vez de as pessoas levarem o pedaço de papel
para o banco e receberem as moedas de metal, tendo as moedas de metal fossem à loja,
dando-as ao vendedor, que por sua vez as leva de volta para o banco.
(Que é uma maneira ineficiente de fazer coisas) As pessoas começaram a usar os pedaços de papel.
Então você colocaria o seu dinheiro no banco, as moedas o metal, ficava com um pedaço
de papel que dizia £5 e poderia começar a utilizar este pedaço de papel na
economia para fazer pagamentos.
O que aconteceu algures num período de tempo é que as pessoas começaram a confiar nestes pedaços
de papel quase tanto quanto nas moedas e estes pedaços de papel passaram a funcionar como dinheiro
as pessoas confiavam neles e acreditavam que eram equivalentes às moedas de metal.
Então os bancos perceberam que se criassem mais destes pedaços de papel, mesmo que o
dinheiro não estivesse realmente no próprio banco, as pessoas continuavam a aceitá-lo e a pedir
empréstimos com esse dinheiro e pagar juros sobre ele e acreditavam que era tão bom quanto o dinheiro de metal
emitido pelo rei.
É claro que eles, em seguida, viram uma oportunidade de lucro e levaram isso longe demais e rápido demais. Eles
criaram demasiado deste papel moeda, através de empréstimos. Começaram a fazer
subir o preço das pripriedades, dos bens, dos activos, causando uma bolha que gradualmente
levou à inflação na economia e eventualmente, desestabilizou toda a economia.
Isto aconteceu por volta de 1840.
Em 1844 o governo de então reconheceu que havia um grande problema nos bancos por criarem o seu
próprio dinheiro sem restrição e aprovaram uma lei que tornou ilegal
a criação de dinheiro, excepto ao Banco de Inglaterra.
Esta lei foi aprovada pelo conservador primeiro-ministro Sir Robert Peel. E esta lei
tirou o poder de criar dinheiro aos bancos comerciais e trouxe isso de volta
para o estado, de volta para o Banco de Inglaterra.
Assim, desde 1844 a natureza do dinheiro mudou novamente.
O que usamos como dinheiro agora é dinheiro electrónico em sistemas informáticos e esse dinheiro eletrónico
é criado pelos bancos comerciais, pelos bancos que nós usamos todos os dias.
E aqui está o ponto, a lei que foi aprovada em 1844 para devolver o poder de criar dinheiro
de volta para o estado, de volta para o Banco de Inglaterra não foi atualizada aos dias de hoje
e por isso não é, de fato ilegal criar dinheiro digital.
Não há nenhuma lei que diz que os bancos não podem criar dinheiro.
Eu achei isto um pouco difícil de acreditar: a primeira vez que alguém me disse que os bancos podem
criar dinheiro do nada efetivamente, eu disse: "você está a fazer confusão".
Então pensei em procurar uma fonte autorizada e pensei no Banco de Inglaterra, eles
saberiam com certeza.
Encontrei alguns relatórios do Banco de Inglaterra e encontrei algumas citações
que me deram alguma luz sobre o processo.
Esta primeira citação: "O setor gerador de dinheiro no Reino Unido consiste em
bancos residentes (incluindo o BdI) e empresas de crédito imobiliário. É estranho o termo: "Sector gerador de dinheiro"
A maioria das pessoas assume que apenas o Banco de Inglaterra pode criar dinheiro, mas aqui diz
que os bancos do Reino Unido e empresas de crédito imobiliário também podem criar dinheiro.
Eu precisava de confirmar um pouco mais e portanto continuei a leitura. "De longe o maior papel na criação
da *** monetária - ou dinheiro digital - é desempenhado pelo sector bancário. Quando os bancos fazem empréstimos
eles criam depósitos adicionais para aqueles a quem emprestaram o dinheiro."
Então, quando os bancos fazem empréstimos criam depósitos adicionais na conta das pessoas que pediram o empréstimo.
E para aqueles que não estão familiarizados com o jargão da banca, os depósitos são os números na sua conta bancária.
Paul Tucker, o segundo em comando no Banco de Inglaterra
confirma novamente com a frase: "Os bancos fazem empréstimos simplesmente aumentando
a conta corrente do cliente...Ou seja, os bancos fazem empréstimos criando dinheiro."
Eu pensei que esse dinheiro vinha de pensionistas como a minha avó, que poupou toda a sua vida
e que era emprestado a jovens para comprar casas. Mas ele diz que
os bancos fazem empréstimos criando dinheiro. Se precisa de mais confirmação:
Martin Wolf, o editor-chefe de economia do Financial Times - deve ser uma fonte suficientemente credível.
O Martin, além disso, também é membro da Independent Banking Commission
que significa que o governo respeita sua opinião o suficiente para lhe perguntar o que deve ser feito para corrigir os bancos.
E ele disse recentemente: "A essência do sistema monetário contemporâneo
consiste na criação de dinheiro, a partir do nada, através de empréstimos dos bancos privados, muitas vezes arriscados."
Então, como funciona este processo? Como é que os bancos criam dinheiro do nada através de empréstimos?
Bem, eu não quero que ninguém entre em pânico, mas há uma coisa de que precisam saber.
Não há dinheiro nas vossas contas bancárias. Absolutamente nada.
A sua conta bancária não é um cofre. Não é uma caixa onde você pode pôr o seu dinheiro
e esperar que eles o mantenham seguro. A menos que estejamos a falar de uma
caixa de depósito suiça. Há ditadores exilados ou traficantes de droga nesta sala? Não, então vamos
assumir que toda a gente aqui usa uma conta bancária electrónica normal.
Quando você coloca o seu dinheiro na conta, você está a emprestá-lo ao banco. Torna-se propriedade
do banco, e em troca você recebe um número na sua conta, que diz que o banco vai
reembolsá-lo nalgum momento no futuro.
Portanto, o seu saldo bancário realmente não é
o dinheiro que tem na sua conta. É um registo daquilo que o banco lhe deve.
É o que o banco precisa de lhe pagar nalgum ponto no futuro.
Portanto, o seu saldo bancário só mostra o quanto o banco lhe deve.
Não significa que não haja dinheiro no seu banco. O que é verdade - provavelmente não há
muito dinheiro no seu banco. Estes números vêm do Banco de Inglaterra
e têm cerca de um mês: se nós todos fossemos ao banco hoje e pedissemos
o nosso dinheiro de volta, o banco poderia pagar cerca de £71 para cada £1000 em cada conta.
Antes da crise era ainda pior. Antes da crise eles
poderiam pagar apenas £12,50 por cada £1000 em cada conta.
Portanto, não há dinheiro na sua conta bancária e provavelmente não há dinheiro
no seu banco também. Olhando para a folha de balanço da RBS
de acordo com balanço da RBS, no passivo há um item chamado contas de clientes. Que é o dinheiro nas contas de todos clientes.
E há cerca de £680 mil milhões nas contas dos clientes da RBS.
Há aqui clientes da RBS?
OK, apenas um casal. Então esse é o balanço das vossas contas
e das contas de todos os outros clientes da RBS.
Quanto a eles realmente terem o dinheiro que você deposita na sua conta:
se olharmos para os activos, isto é dinheiro e saldos nos bancos centrais. Há apenas £17 mil milhões.
Então, na verdade, pelos £680 mM em dinheiro dos
clientes que eles receberam, eles agora só têm cerca de
£17 mM de dinheiro vivo. Portanto, há uma enorme diferença entre o que eles têm, e o que eles dizem ter.
O ponto chave é que os números na sua conta não são realmente dinheiro.
Em contabilidade chamam-se passivos - são um registo do que o banco lhe deve e que promete pagar.
E a maneira como isso funciona é a seguinte:
Temos o público em geral. Quase todos nós temos uma conta bancária com um dos grandes bancos.
Temos representadas as pessoas e as contas bancárias. Agora, cada banco tem uma conta no Banco de Inglaterra
portanto o Natwest, Barclays, Santander cada um tem uma conta no Banco de Inglaterra.
Agora, o Banco de Inglaterra não é como o seu banco normal no qual você tem uma conta.
É um banco especial que fornece serviços específicos para os outros
bancos comerciais. Por isso encontra-se no centro deste sistema.
Antes da crise, havia apenas £20 mM de dinheiro real nestas contas comerciais
no Banco de Inglaterra. Assim, todos os bancos juntos tinham apenas £20 mM
em dinheiro dinheiro real. O tipo de dinheiro que estes bancos mantém nas
contas no Banco de Inglaterra é um tipo de dinheiro especial que os banqueiros chamam de
Central Bank Reserves - ou a base monetária. Não é um tipo de dinheiro que possamos usar, porque
não podemos ter uma conta no Banco de Inglaterra. Mas este é, com efeito, dinheiro
real. Com estes £20 mM em dinheiro real,
os bancos comerciais expandiram este dinheiro até £1,6 biliões. Eles efetivamente
multiplicaram os £20 mM 80 vezes transformando-o em £1,6 biliões.
E eles fazem isto através do processo de empréstimo, efetivamente reciclando estes £20 mM
uma e outra vez. Sempre que eles emprestam, acrescentam números
nas contas de pessoas, e criam dinheiro novo, ao fazerem empréstimos.
Estes £1,6 biliões de dinheiro nas nossas contas também são acompanhados por uma maior quantidade de dívida
que temos para com os bancos comerciais.
Portanto, há algumas regras fundamentais do dinheiro sob este sistema, tal como existe para as leis da física.
Pouquíssimas pessoas compreendem isto. Muito poucos políticos compreendem, e em particular
as pessoas no departamento do Tesouro que estão a tentar resgatar a economia agora. Sabemos isso
a partir de experiência em primeira mão. Mas as regras fundamentais do dinheiro no sistema actual são:
Quando um banco faz um empréstimo, aumenta a quantidade de dinheiro nas mãos do público
aumentando a quantidade total de depósitos bancários (Os números eletrónicos na sua conta).
Assim, quando um banco faz um empréstimo, aumenta a quantidade de dinheiro na economia.
Segundo, quando um membro do público salda a sua dívida, reduz-se a quantidade de dinheiro
na economia, reduzindo a quantidade destes depósitos bancários eletrónicos, que foram
criados pelos bancos. Muito, muito simplesmente: Isso significa que se nós queremos mais
dinheiro na economia, temos que ter mais dívida. E se queremos menos dívida na economia,
então temos que ter menos dinheiro. Agora há algumas implicações no mundo real
que vamos abordar. Mas aqui vai uma pergunta: Se você não
tem "números" na sua conta bancária (Eu não vou chamá-lo de dinheiro de
momento, porque, tecnicamente, os números em sua conta bancária não são dinheiro)
se você não tem "números" na sua conta, pode comprar qualquer coisa numa loja?
[Sim] Como?
[Com crédito] OK, o crédito é uma questão diferente.
Mas supondo que você não tem crédito e não têm um cheque especial, então não pode comprar nada
nesta loja. E quanto ao dinheiro vivo? Poderia ignorar o sistema eletrónico
e usar o dinheiro vivo. Bem, aqui está a questão. Quando você vai a uma caixa
multibanco, você não está a levantar dinheiro da sua conta. O que faz é trocar
os números eletrónicos na sua conta por dinheiro físico que está na caixa
multibanco. Você está, na verdade, a usar o dinheiro eletrónico que o banco criou na sua conta
para COMPRAR dinheiro vivo ao banco. Você está a comprar essas notas de papel ao banco.
Para o público como um todo - para famílias, indivíduos, pequenas empresas, grandes empresas - a única
maneira que nós, o público como um todo, podemos pôr dinheiro na economia, é pedindo empréstimos
aos bancos. É a única maneira de pôr dinheiro na
economia. Então, nós estamos totalmente dependentes dos bancos
para colocar dinheiro na economia e certificar-se que a economia pode realmente funcionar.
Quanto dinheiro criaram os bancos? Será que alguém sabe?
[Biliões?] Biliões? É na casa dos biliões, OK.
Podemos fazer uma estimativa se olharmos para os incentivos que os funcionários do banco têm.
Se se lembram, o dinheiro é criado quando os bancos fazem empréstimos, através do processo de contabilidade
que eles usam. Se você trabalha num banco e o seu trabalho
é conceder empréstimos, e emprestar dinheiro às pessoas, então você tem duas opções quando alguém aparece
pela porta: Você pode emprestar, ou pode não emprestar.
Se você emprestar, ganha uma comissão, poderá ganhar um bonus, consegue manter o
emprego e tem a oportunidade de ser promovido. Por outro lado, se você não faz empréstimos, não há
nenhuma recompensa para quem não empresta dinheiro. Se continuar a não fazer empréstimos, será demitido.
Portanto, quando medimos os prós e os contras, que opção é que eles vão tender a tomar?
Eles vão conceder empréstimos.
Então, essas são as pessoas que decidem quanto dinheiro vai circular na economia,
e os seus incentivos levam-nos para a concessão de empréstimos.
Assim, eles emprestam e emprestam e emprestam até que as pessoas se tornam tão altamente endividadas
que alguém não consegue pagar e temos uma crise financeira.
Mas se olharmos ao estado a que chegámos, esta é a quantidade total de dinheiro na economia
que totaliza £57 mM. De modo a colocar em perspectiva, isto equivale a
19 vezes a riqueza do Richard Branson ou a 351 mil casas.
Todo o dinheiro digital na economia de acordo com o Banco de Inglaterra totaliza...
isto está à escala... um total de £2,2 bilhões 0:21:22.090, 0:21:27.090 o que equivale a 733 Richard Bransons, ou 13 milhões e meio de casas.
Agora, para pôr em perspectiva: há apenas 22 milhões de casas em toda a
economia. Efetivamente os bancos têm criado dinheiro suficiente para comprar mais de metade das
casas em todo o Reino Unido.
Isto dá-nos uma visão sobre o processo, muito do dinheiro que os bancos criam, fazem-no
através de empréstimos para hipotecas e eles efetivamente têm sido capazes de comprar metade do estoque da habitação
do Reino Unido, e é por isso que temos níveis de dívida hipotecária tão altos agora.
Analizando isto ao longo do tempo desde 1969, esta linha amarela na parte inferior é a quantidade total
de dinheiro vivo na economia.
Esta linha verde é o dinheiro criado eletrónicamente pelos bancos comerciais e esta linha vermelha é
a nossa dívida total para com os bancos.
Isto ficou completamente fora de controlo ao longo dos últimos vinte ou trinta anos.
Podemos ver que a dívida que nós temos para com os bancos agora, excede em muito o dinheiro
que nós realmente temos nos bancos, por isso, se levantássemos todo o dinheiro que temos e
o usássemos para pagar todas as dívidas que temos, ficavamos sem dinheiro algum e
ainda deveriamos cerca de £300 ou £400 mM aos bancos.
OK nós podemos separar isto em períodos de tempo e ver quanto dinheiro foi adicionado
à *** monetária a cada ano através de empréstimos e podemos ver, indo até 2008, que
isto estava a ficar fora de controlo. £171 mM, £176 mM
£266 mM em 2008 de dinheiro novo criado por meio de empréstimos
e depois deu-se a crise financeira, depois uma crise de crédito
e os bancos em 2009 criaram apenas £106 mM de dinheiro novo através da concessão de empréstimos.
Olhando para o impacto da crise de crédito podemos ver que nos tornámos
completamente dependentes desta criação de dinheiro pelos bancos comerciais.
Para colocar isto em perspectiva os £176 mM criados pelos bancos em 2007
equivalem a tudo o que foi gasto em universidades, nas escolas, na saúde, na defesa e na polícia
no espaço de um ano, mas é mais ou menos um terço do poder de compra do governo.
Então, quais são as implicações disto? Que impacto tem no ser humano a forma como este sistema funciona?
Explica o poder dos bancos, em primeiro lugar, este conjunto de empresas que estão centradas
na cidade de Londres efetivamente detêm o monopólio sobre a *** monetária na economia do Reino Unido
e na verdade este sistema é replicado em todo o globo. Os bancos no mundo inteiro têm o
monopólio sobre a *** monetária das suas economias.
Portanto, temos os bancos aqui e temos o público e a única forma de o público poder obter
dinheiro, para obter esses depósitos bancários eletrónicos é através dos empréstimos dos bancos.
E é claro todas as dívidas têm de ser pagas, juntamente com os juros.
Estamos efetivamente a pagar juros sobre todo o dinheiro que circula na economia
Com os bancos a deter este monopólio da *** monetária para a economia,
se os bancos não emprestam, então não há dinheiro na economia
e dá-se uma crise de crédito e a economia fica paralisada.
Provavelmente ouviram, depois da crise financeira, que nós nos tornamos viciados em dívida,
que vivemos para além dos nossos meios, que fomos irresponsáveis, e precisamos de controlar os gastos
e reduzir esta dependência em relação à dívida.
Mas eu tenho uma pergunta: É possível ser viciado em oxigénio?
O oxigénio é necessário à vida, não se pode sobreviver nem funcionar sem oxigénio
no entanto, se uma empresa tivesse um monopólio sobre o fornecimento de oxigénio para a economia, então sim
estaríamos viciados em oxigénio. Não podemos gerir a economia sem dinheiro, a menos que voltemos
a regatear, a trocar um porco por um par de sapatos e coisas do género mas não vamos fazer isso.
Precisamos de dinheiro na economia e se a única forma de podermos obtê-lo é por meio de empréstimos
então a única maneira de ganhar dinheiro é ficar endívidado e por isso parece que estamos viciados em dívida.
Existem outras implicações, quando os bancos são os únicos a colocar dinheiro
na economia, porque eles são os únicos a criá-lo, significa que eles têm
controlo completo sobre a forma da economia.
Eles decidem a quem emprestam, decidem o que será financiado e o que não será.
Novamente, se se lembrarem eu disse que nós não decidimos onde o nosso dinheiro pode ser investido,
os bancos decidem.
Portanto, falamos de £200 mM por ano de novo poder de compra que os bancos têm
pelo menos até à crise financeira e podem escolher como o dinheiro é gasto
e para onde vai.
Isto significa que eles podem decidir se vai para algo útil
ou se vai para a especulação.
E esta é aproximadamente a proporção da distribuição de capital que os bancos fazem.
Cerca de 25% do que eles emprestam vai para pequenas empresas e criadores de emprego real
para pessoas que realmente produzem coisas.
Os outros 75% vão para a propriedade, e propriedade comercial e especulação.
Outra razão pela qual os bancos são tão poderosos, e para ser educado, os políticos baralham-se
com os grandes números e esses números que os bancos revelam, como a quantidade de lucro que têm
e o quanto eles contribuem para os impostos do RU, tende a encantar e hipnotizar os políticos.
Olhando para a British Bankers Association e como eles se descrevem a si mesmos:
"A British Bankers Association é a principal associação de comércio no RU de serviços bancários e financeiros
e age em nome dos seus membros, sobre questões nacionais e internacionais.
Os nossos 227 membros em 60 países diferentes que coletivamente fornecem toda a gama de
serviços bancários e financeiros, que operam cerca de 130 milhões de contas pessoais e contribuem
£50 mM para a economia, e em conjunto formam o maior centro bancário internacional do mundo."
Wow 130 milhões de contas pessoais, com £50 mM contribuidos para a economia do RU,
esta não é uma indústria na qual devamos mexer.
Eles podem ter feito asneira da grande, mas vamos perdoá-los desta vez deixá-los voltar
a ganhar dinheiro e pagar mais impostos, e isso vai ajudar-nos a reduzir o défice.
Bem, nós precisamos de olhar para o quanto os bancos realmente contribuem para a economia.
Contribuir £50 mM por ano para a economia do RU parece muito, mas precisamos de olhar para
o quanto os bancos realmente contribuem para a economia do RU.
Pode ser que estejamos realmente a subsidiar os bancos e que a contribuição deles seja negativa.
Este é um gráfico do Banco de Inglaterra, publicado em dezembro de 2010 e estima-se que o
apoio do contribuinte para o sector bancário em 2009 foi no valor total de £100 mM.
Sem esse apoio do contribuinte os bancos não teriam feito um centimo de lucro,
ainda estariam a incorrer em perdas e certamente não andariam a pagar bonus.
Assim, sem esses "subsidios", os bancos não seriam capazes de obter lucro, não são realmente
lucrativos, dependem do apoio dos contribuintes, porque estão garantidos por serem "too big to fail"
e o facto de saberem que se cairem, o governo vai resgatá-los uma e outra vez.
OK quanto é que os bancos realmente contribuem?
Isto em 2009, eles pagaram £18 mM em impostos de retenção na fonte (PAYE), estes números vieram do HMRC,
pagaram mais £8 mM de imposto corporativo, ou seja um imposto sobre os seus lucros.
O Banco de Inglaterra estima que eles receberam £100 mM, em subsídios dos contribuintes,
apoios e garantias para o sector bancário, e nós, independentemente, estimamos que
eles recebem um subsídio adicional de £30 mM por ano através de seu monopólio
sobre a criação de dinheiro, sendo capaz de criar o dinheiro que nós todos usamos na economia
e por poder cobrar juros sobre todo esse dinheiro.
Portanto, esta contribuição do sector financeiro para a economia britânica
começa a parecer mais questionável agora, podem estar a contribuir mais para eles próprios
do que para a economia. Então qual é o impacto humano?
Em primeiro lugar, significa que a maioria de nós vai passar a vida inteira endividado.
Isto, porque os bancos criam todo o dinheiro sob a forma de dívida,
lembrem-se que quando eles fazem um empréstimo, fazem-no
efetivamente criando dinheiro novo a partir do nada.
Quando vai ao banco pedir um empréstimo você obtem duas coisas, a dívida que é
um contrato que diz que você deve devolver o dinheiro ao longo dos próximos 25 anos, e obtem o dinheiro
que são os números na sua conta, que o banco adiciona quando você assina o contrato.
O que significa que para cada libra na economia há também a dívida de uma libra
e alguém tem que ter essa dívida.
Os números atuais são de que há à volta de £2,2 biliões de libras na economia de acordo com
o Banco de Inglaterra. Há à volta de £2,6 biliões de libras de dívida novamente de acordo com
o Banco de Inglaterra.
Portanto, isto, basicamente, garante que tem de haver pobreza e tem de haver dívida, porque
algumas pessoas têm de estar endividadas.
Além disso, se todos nós pagássemos as nossas dívidas a quantidade de dinheiro na economia seria zero.
Portanto, quando temos um sistema baseado em dívida desta forma, a riqueza média em dinheiro vivo
do público tenderá para zero.
Ou poderia até mesmo ser negativo.
Tal como é agora, se nós usássemos todo o dinheiro para pagar toda a dívida, então nós
ficariamos sem dinheiro e mesmo assim ficávamos a dever centenas de milhares de milhões.
Assim, quando ouvimos a frase "afogados em dívidas", isto acontece porque
a única maneira de um de nós sair da dívida é se outra pessoa se endividar ainda mais
A única maneira de saldar as suas dívidas é obtendo os números que foram criados pelos
bancos quando alguém pediu um empréstimo.
Assim, cada pessoa que se livra da dívida requer que outra pessoa se endivide mais.
A única outra opção é se as pessoas começam a saldar a dívida e mais ninguém se endivida
então a *** monetária na economia encolhe.
E, se a *** monetária na economia encolhe então, muito em breve vamos ter uma recessão
e quando há uma recessão as pessoas perdem os empregos e começam a pedir empréstimos outra vez.
A dívida das famílias continua a aumentar, embora tenhamos tido uma crise que foi causada por
endividamento excessivo, a dívida das famílias continua a aumentar, em 2007 foi de £1,325 biliões
em 2010 £1,457 biliões.
É um aumento médio de cerca de £3000 por pessoa nos últimos três anos e
é preciso entender que para que a economia cresça no sistema atual, a única maneira
de conseguirmos mais dinheiro no sistema é tomando-o emprestado dos bancos.
Portanto, se quisermos que a economia cresça e quisermos evitar uma recessão, vamos ter de nos endividar.
Este sistema tem levado as pessoas a não conseguirem comprar casa.
Esta linha verde aqui é o dinheiro criado pelos bancos ao longo das décadas e este é
o gráfico dos preços das casas. Devem ser capazes de ver a correlação entre os dois.
É por isso que em 1952 uma casa custaria £1900, enquanto agora custar-lhe-á £184.000
Representa uma inflação de 9584% nos últimos 60 anos ímpares.
Agora, se os preços das casas são mantidos de acordo com a renda média, desde então, desde 1952
então, uma casa hoje custaria £88.000. Com efeito, os bancos ao serem capazes de criar dinheiro
e bombeá-lo para estas bolhas imobiliárias têm sido capazes de duplicar o custo de
um sitio para viver, para a pessoa média e se você está na casa dos vintes e comprar uma casa agora
vai ter de pedir emprestado £100.000 extra ao banco o que significa que
vai ter de pagar os juros sobre esse empréstimo nos próximos 25 anos
e vai acabar por pagar aos bancos cerca de um quarto de milhão extra
devido à bolha imobiliária que tivemos nos últimos dez anos.
Portanto, esta é uma transferência maciça de riqueza dos jovens para o sector financeiro.
Em termos de quanto tempo vai levar para pagar essa dívida, com os juros
em 1952, iria levá-lo cinco anos e três meses. Cinco anos e três meses do seu salário
seria usado para pagar sua casa.
Agora, demoraria cerca de 11 anos e oito meses. Uma década da sua vida
gasta a trabalhar para os bancos. E é possivel ver como os bancos têm investido
dinheiro em propriedade e não nas empresas, e isto foi o que causou a bolha imobiliária.
Este sistema monetário baseado em dívida leva as desigualdades na economia a piorarem.
Há três maneiras em que este sistema redistribui o dinheiro dos pobres e das pessoas
com ordenados médios para as pessoas no topo a ganhar bonus de mega-milhões.
Em primeiro lugar, o dinheiro é redistribuído da economia real, as lojas, os negócios, as fábricas
para o setor financeiro e a razão para isso é que todas essas empresas reais da economia
precisam de dinheiro para o comércio, a fim de funcionarem e esse dinheiro tem que ser emprestado
pelos bancos, lembre-se que os bancos têm um monopólio sobre a oferta de dinheiro para a economia.
O segundo efeito de distribuição é que o dinheiro é redistribuído dos pobres para os ricos através
deste sistema. Portanto temos os pobres que tendem a ficar com a dívida e
as pessoas que trabalham nos bancos, responsáveis pela criação e empréstimo de dinheiro acabam por
ficar com a maior parte dos juros sobre este dinheiro, que leva a que o dinheiro seja redistribuído
dos que estão no fundo da tabela para os do topo.
E também há dinheiro a ser redistribuído do Reino Unido como um todo para a cidade de Londres.
A razão para isto é que a Escócia e a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido
precisam de ter dinheiro para que as suas economias locais funcionem e
novamente todo esse dinheiro tem de ser pedido emprestado aos bancos.
Os mais altos funcionários dos bancos estão concentrados na cidade de Londres. Por isso existe esta
distribuição de dinheiro da Escócia, da Irlanda do Norte, do Norte, do Sudeste,
do Sudoeste para a cidade de Londres.
Este é um sistema que redistribui o dinheiro das cidades mais longinquas no RU para a cidade de Londres,
dos mais pobres para os mais ricos,
e esta redistribuição totaliza cerca de £100 mM por ano.
Assim, em termos de gastos sociais, em termos da tributação progressiva (taxar mais os ricos
do que os pobres) isso é quase tudo anulado pela maneira como
este sistema redistribui dinheiro de volta até aos que estão no topo.
Também leva a muita insegurança tanto para aquelas pessoas que estão a trabalhar, os funcionários
como também para as pessoas que são donas do próprio negócio.
Em 2006 tinhamos um sistema financeiro complexo que parecia que poderia transformar papel em
ouro e, essencialmente. E a realidade por trás é que a *** monetária na economia estava
totalmente dependente dos empréstimos dos bancos por isso não havia uma pilha estável de dinheiro.
Não havia uma base firme para a economia do Reino Unido e já vimos os incentivos
que os funcionários tinham para emprestar.
Isso levá-los-á a emprestar mais e mais e mais até a um ponto em que
algumas pessoas já não podem dar-se ao luxo de pagar e essas pessoas ficam falidas
são incapazes de pagar as suas dívidas.
Isto leva os bancos a entrar em bancarrota.
Portanto, este é o ciclo boom-bust que nós tivemos ao longo de décadas,
o que arrasa algumas empresas a cada poucos anos.
É assim que acontece, os bancos começam a emprestar mais
isto leva as pessoas a gastar mais
porque há mais dinheiro novo a entrar na economia, quando as pessoas gastam
mais, elas sentem-se mais seguras e pensam que têm o seus empregos seguros ou vão ter um aumento.
Isso leva-os a endividarem-se mais, que leva para a criação de ainda mais dinheiro.
Aos poucos, todos nós acabamos por dever mais e todos acabamos por pagar mais em juros
e, eventualmente, alguém será incapaz de acompanhar esta esteira de dívida
o que leva a falências, que então fazem os bancos entrar em pânico
e a dizer "não podemos emprestar, porque não sabemos se é um bom risco ou se vai falir".
E isto é uma crise de crédito.
Quando não emprestam e ao mesmo tempo as pessoas continuam a pagar suas dívidas
a *** monetária na economia encolhe e há menos dinheiro na economia
que vai conduzir a uma menor despesa, que em seguida vai levar a uma recessão.
Aqui temos o ciclo de boom-bust que é fortemente alimentado pelos empréstimos dos bancos
ao ponto onde temos uma crise e depois o pânico e depois recusam-se a emprestar.
Isto acontece porque somos totalmente dependentes da concessão de empréstimos dos bancos a fim de termos
*** monetária para a economia.
O impacto que isso tem sobre a pobreza: não se pode combater a pobreza sem corrigir este sistema.
Numa recessão, acabamos de ver como as recessões são causados pela concessão seguida da recusa de
empréstimos, numa recessão tende a ser o mais mal pago o primeiro a ser despedido
esses são os primeiros a perder o emprego.
Esta instabilidade que o sistema bancário cria na economia é responsável pelas
pessoas com salários mais baixos sendo repetidamente despedidas a cada poucos anos
sempre que há outra recessão. E há também o fato de que alguém tem de estar sempre endividado
lembre-se que cada libra na economia foi criada pelos bancos quando eles concederam um empréstimo
e portanto para cada libra em dinheiro tem de haver uma libra em dívida, alguém está endividado
de outra forma não haveria dinheiro. E normalmente tendem a ser os mais pobres e
as pessoas de baixo a médio rendimento quem acaba por ficar com a maior parte desta dívida.
Isto é o que transforma a vida neste jogo onde estamos constantemente a tentar sair da dívida
e aquilo que não percebemos é que estamos todos a lutar entre uns e outros para sair da dívida
porque a única maneira para você poder sair da dívida é se alguém ficar mais endividado.
É como tentar manter a cabeça acima da água, empurrando todos os outros para baixo.
Não tem de ser assim, isto é uma característica do design deste sistema.
Isto também leva à destruição ambiental, você coloca o seu dinheiro no banco e eles
efetivamente não têm restrições sobre o modo como o usam, e usam-no para o que quer que retorne
o maior lucro a curto prazo.
O que pode muitas vezes ser a extração de petróleo, combustíveis fósseis e vimos o tipo
de caos a que isso pode levar.
Poderia ser prospeção no Canadá para tentar encontrar petróleo abaixo da superfície.
Isto pode ser algo com o qual você não concordaria, bem, há um canadiano na sala,
tenho certeza que ele não concordaria com o seu dinheiro a ser usado para financiar a destruição
de habitats canadianos, a fim de encontrar este petróleo.
Há pessoas que querem fazer a transição do petróleo para energias renováveis.
Se você tivesse a opção de ser capaz de colocar o seu dinheiro numa conta e dizer "Não, eu
não quero que seja usado para a extração de petróleo ou para o desenvolvimento de armas militares"
e poder remover o financiamento a partir daí.
É desta maneira que o sistema leva à rápida destruição do meio ambiente ao
procurar o lucro a curto prazo.
Isso leva a uma queda na qualidade de vida para efetivamente todos, para nós.
A dívida nacional é um exemplo, em 1997 era de £8900 por pessoa, esta era a sua parte na dívida nacional.
Hoje é de uns £20.577 e em 2015 vai chegar a £35.600 por pessoa.
Quando a dívida nacional atinge £35.000 por pessoa, então, os juros dessa dívida
nacional serão em torno de £81 por mês, de modo que dos impostos que você paga, £81 por mês
são usados para pagar juros da dívida nacional. O país como um todo pagará £120 milhões
de libras por dia! Alguém aqui consegue pensar numa melhor maneira de gastar £120 milhões, em juros da dívida?
A razão para esta dívida estar a aumentar: há efetivamente três
razões pelas quais a dívida nacional sobe: em primeiro lugar maus políticos, porque é muito mais fácil
pedir empréstimos e gastar, do que aumentar os impostos na mesma proporção
por isso é uma maneira cobarde de subornar os eleitores.
Os bancos pedem aos governos para serem salvos quando as coisas correm mal e muitas vezes correm mal.
E ainda este sistema bancário que inflaciona e contraí a *** monetária da nação
leva a recessões e quando há uma recessão as pessoas pagam menos impostos
porque são despedidas, porque o negócio vai mal e quando a coleta de impostos diminui
os governos têm de escolher entre fechar as escolas e os hospitais
ou pedir mais empréstimos e aumentar a dívida nacional. Este sistema bancário é uma das
causas reais da dívida nacional, do programa de austeridade, dos cortes
a que assistimos, e que nos levam à era da austeridade e como eu dizia há pouco
ao entrar no programa de austeridade, espremem-se os salários dos povos, as pessoas comuns
têm menos dinheiro para gastar, porque o IVA sobe, os impostos sobem, os gastos diminuem
e isto pode levar-nos a uma espiral descendente em que serão precisos mais bailouts
para os bancos e isso leva a mais cortes nos serviços públicos e mais subida de impostos.
Só um à parte, uma das razões porque o Banco de Inglaterra parece tão relutante em subir as taxas
de juro, embora a inflação esteja muito acima do suposto, é que eles sabem que
assim que as taxas de juros subirem, muita gente que atualmente luta para pagar a
hipoteca com taxas de juros variáveis, vão ser incapazes de pagar.
O que acontece se aumentarem as taxas de juro para onde deviam estar, talvez, a 5%
muitas pessoas vão à falência, que por sua vez leva a que uma grande quantidade de ativos
dos bancos de repente desapareçam e leva os bancos a pedir um novo resgate.
O Banco da Inglaterra está entre a espada e a parede agora, eles não sabem o que fazer.
També desperdiça algumas grandes oportunidades, se se lembrar que os bancos criaram
todo este dinheiro a partir do nada e decidiram onde ele é gasto; eles criaram
£1,2 biliões ao longo dos últimos dez anos; eles duplicaram a *** monetária em apenas dez anos.
É MUITO dinheiro. Para pôr em perspectiva: a dívida nacional atualmente
anda em torno de £925 mM, é apenas ligeiramente inferior a este número.
É cerca do dobro do que o governo gasta num ano e há tantas coisas com as quais
poderiamos ter gasto esse dinheiro que teriam sido melhores do que ter bolhas de ativos
e uma bolha imobiliária e uma crise financeira! Você poderia ter tido uma linha TGV até
Edimburgo, você poderia ter tido, bem nós poderiamos todos ter um carro novo, todos poderíamos
ter uma casa redecorada, poderíamos ter tido ensino universitário gratuito para quem quisesse ir.
Estas são decisões políticas, mas é um monte de dinheiro mal gasto.
Então, isto leva a algumas oportunidades desperdiçadas, também torna as coisas muito difíceis para as empresas
e torna as coisas muito difíceis para o progresso económico.
Se for o dono de uma pequena empresa e tentar expandir de ano para ano
vai melhorar o seu negócio, os seus produtos de venda, fará progressos
e depois, se a cada sete anos, vem uma recessão e arrasa consigo, esse progresso perde-se.
O que as empresas precisam é de uma economia estável onde elas possam continuar a inovar, para desenvolver
coisas, a crescer e não é isso que se consegue a partir deste sistema, a cada sete anos
temos uma recessão que apaga um monte de o progresso e inovação e o avanço
que tinhamos vindo a fazer na economia.
É também incrivelmente injusto, porque a maneira como o Banco de Inglaterra tenta manter o sistema
sob controlo é aumentando e diminuindo as taxas de juro. Numa recessão diminuimos
as taxas de juro para incentivar as pessoas a pedir empréstimos, que é muito bom para os jovens
que tenham hipotecas com juros variáveis.
Mas não é muito boa para os pensionistas que muitas vezes são empurrados para a pobreza porque
eles estavam a viver dos juros das suas poupanças e, em seguida, esses juros subitamente ficam a zero.
Então, quando os jovens morderam o isco e se deixaram endividar mais
e gastaram para estimular a economia, as taxas de juros voltaram a subir e as pessoas
que fizeram hipotecas de taxa variável quando a taxa de juro era baixa, vêem agora os juros subir até 5%
assim os bancos quase levaram à falência as próprias pessoas que pediram empréstimos para
salvar a economia de uma recessão.
Obviamente que é bom para os reformados, mas não é muito bom para pessoas mais jovens e aqueles que
têm de pedir empréstimos.
Portanto, esta é uma forma de gerir a economia que provoca danos colaterais em ***, também leva
à alta inflação. A inflação não é causada pelos governos que criam demasiado dinheiro
é causada pelos bancos que criam demasiado dinheiro e a razão pela qual a inflação é um problema
é porque transfere riqueza de pessoas que têm poupanças e dinheiro para as pessoas que têm propriedades,
ouro e outros investimentos.
Não afeta os ricos porque os ricos não mantêm a sua riqueza em dinheiro, eles possuem
bens (activos) e propriedades.
Afeta as pessoas como a minha avó, que tem algum dinheiro num ISA, afeta pessoas
com poupanças baixas.
Por isso é basicamente uma forma de transferir riqueza daquelas pessoas com riqueza moderada ou
baixa para aquelas pessoas com muita riqueza.
Então, tudo isto levou o governador do Banco de Inglaterra a dizer: "De todas as muitas maneiras
de organização bancária, a pior é a que temos hoje" e eu concordo completamente com ele.