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O Cirko Akrata é um coletivo
Que não se limita somente ao espetáculo
Uso o Cirko Akrata para tatuagem,
Uso o Cirko Akrata pra "Body modificação",
Uso o Cirko Akrata para botar no final dos videos que agente produz
das fotografias.
Então o Cirko Akrata é mais que uma compania de teatro ou circo
ele é um conjunto de coisas,
onde ele se...
Ele começa a deixar o nome, deixa de ser um nome
e passa a ser mais concreto
mais visivel.
Então agente sabe da importancia de fazer esses trabalhos conjuntos
De estar levando esses trabalhos
e essas correntes solidárias junto
do anarquismo, bem mais além do que uma simples palavra
de um simples livro.
Que na prática agente possa fazer com que essas coisas aconteçam
E esses trabalhos são o fruto das nossas necessidades
das nossas necessidades de anceio, de voz,
de gritar alto, entendeu?
de ver que agente esta vivo, que o nosso corpo esta vivo.
Então quando eu falo que é um coletivo aberto
Porque é um coletivo aberto?
Porque é um trabalho, que tem um nome, que leva suas ferramentas
dentro dos espaços geograficos onde ele se maneja
se cria um ambiente de pessoas dentro de um grupo de afinidade.
Que se dispõe a se suspender, se dispõe a tocar
a gritar, a ficar pelado, se dispõe a vida.
Se dispõe ao sentir, ás sensações entende?
Se dispõe a romper com essa monotonia
essa estagnação do seu cotidiano.
Cada pessoa que se apresentou no Cirko Akrata tentou dar o máximo de si.
Eu vi isso, era visível isso.
Depois que elas saiam, que o trabalho era concretizado
que agente dava tchau, se separava por questões da vida
por questões geográficas, por questões do nomadismo
Essa pessoa tinha uma outra concepção de pensar
e queria seguir fazendo algum tipo de trabalho
Não queriam parar por ai.
Sabe elas queria, ah!
Tinham essa necessidade de gritar também.
De falar, entendeu? de construir algo.
De voltar a se suspender.
De sentir mais sobre as culturas afro-descendentes
as culturas de povos indigenas originários
Entrar mais dentro do mundo da modificação corporal
Sentir mais, o que que é isso?
Dentro disso, dentro desse grupo *** que se consolidou
que se formou no trabalho do Cirko Akrata
agente teve oportunidade conhecer pessoas maravilhosas na Argentina
Fazer trabalhos muito lindos.
Trabalhos de suporte a outros movimentos, a outros coletivos.
Trabalhos de solidariedade a presos politicos
de junta de grana.
De participar de atividades como a terceira e a quarta edição do Ruydo y Rabia...
Eu creio que o Cirko Akrata
tenta mostrar algo diferente á socidade
Do que é o circo convencional do que se chega a ver
E como tenta mostrar isso?
Por meio do Freak Show.
Que é a relação que temos com o sangue
que é a relação que temos com a dor.
E também um pouco com a modificação
È como modificar algo na conduta das pessoas.
De repente você tem a vida social cotidiana
certo? sair com amigos,
vai a um show,
ou á um evento
mas de repente ver um Freak Show
È muito estranho, certo?
è como um encontrão com a dor
é outra vez se encontrar com o sangue,
è outra vez se encontrar com o diferente
E dentro dessa heteronormalidade
Que eu vim aqui propor a vocês
que nos possamos trocar nossos gêneros
E nos colocarmos um no papel do outro.
O homem no papel da mulher
e a mulher no papel do homem.
O homem sempre com seus dogmas e imposições machistas
de uma sociedade patriarcal.
Que vem da lógica da representatividade do pai
e da representatividade da mãe
Um dos primeiros trabalhos que eu fiz
que teve muita aceitação
foi um trabalho de desconstrução de gênero
Onde eu pego duas pessoas
consideravelmente hetero do público
Um homem e uma mulher
E proponho para eles trocarem
naquele momento
o seu papel dentro da lógica
da construção do gênero
do patriarcado, do matriarcado
da submissão.
E esse número sempre foi um número bem aceito
que todo mundo ria
se divertia, criticava
agente falava sobre gênero
sobre sexualidade, homofobia.
Até chegar ao ponto, de falar sobre doenças sexualmente transmissíveis.
E no final eu fasso a mulher
botar ele de quatro e transar
Comer ele entendeu?
Essa coisa do dominio, do dominio hetero.
Como se vê, senhoras e senhores...
é muito melhor do que um filme pornográfico.
Assim que se nota...
Tão rapido?
Tão rapido?
Tche! Não sabe satisfazer uma mulher?
Você se depara as vezes também
com um público que é mega machista
mega homofóbico,
com pessoas que nunca sequer pensaram
ou contestaram uma desconstrução ***.
E as vezes você acaba tendo que fazer
com que o seu palhaço, o seu bufão,
tenha que se virar nos trinta,
como falam aqui né
O personagem tem que estar convicto até o final do espetáculo.
Algum problema?
E dentro da comunicação eu comecei a ver o poder que eu tinha
Como uma ferramenta de comunicação social,
como uma ferramenta de comunicação, de contra-informação
anarquista, punk, subversiva
Dentro de vários meios que se foi mesclando o Cirko Akrata assim
para se definir mesmo o que eu pensava como individuo
Pra poder vir construir o Cirko Akrata.
O que que realmente era o Cirko Akrata.
Ele começou a criar uma identidade mesmo, de contestação,
A partir do Rio de Janeiro
Onde vinha sofrendo vários projetos,
em relação a copa, aos mundiais,
e nisso se faz um chamado internacional
em solidariedade á Flor do Asfalto
que era uma ocupação que eu estava parando no momento
e estava para ser desalojada.
E nesse dia o Cirko Akrata fez uma apresentação
que foi mega ***
que foi bem legal assim
Que acho que foi onde definiu mesmo
os rumos do Cirko Akrata,
Como uma compania, como um coletivo anarquista
de arte e performance insurgente.
Então agente utiliza sim o Cirko Akrata
como uma ferramenta de crítica,
como uma banda,
uma banda fala, ela fala com a voz,
ela tem o som.
Agente tem a voz,
agente tem o som,
agente tem o corpo,
agente tem a dança,
agente tem a suspensão,
agente tem a modificação.
São individuos que se juntam
pra desconstruir seus próprios tabus corporais
através do teatro,
através desse mundo alusivo do Freak Show.
Os povos originários praticavam a modificação corporal
como uma forma de adornar o corpo
de mudar a estética do corpo.
Hoje, pelo menos eu, agarro essa estética
como uma forma de manifestação
è como muito chato que todos nos sejamos iguais.
Não? é esse o produto do sistema não?
que todos sejamos iguais.
Que todos consumam a mesma comida,
que se vistam igual,
que cortem o cabelo igual,
que façam as mesmas coisas.
O tema da suspensão também,
é um ritual, uma passagem,
é um crescimento, marca o que
é a infancia e a fase adulta.
São formas de demarcar algo.
è uma marca que fica no seu corpo.
Como uma ferida de guerra.
Eu penso que a dor é uma parte do ritual.
Sim! è como mudar algo profundo na sua vida.
E logo, você se suspende, e começa a girar,
e começa a ver o mundo de outra perspectiva,
uma perspectiva mais alta, certo?
E quando você toca o solo,
e como se lo tocasse pela primeira vez
E como voltar a nascer
eu vejo assim.
Você já não é o mesmo
fez algo diferente.
Sairam asas das suas costas,
e derepente esta outra vez na terra.
Já ve tudo diferente
percebe que não tudo é como parece, sim?
Creio que é necessario sacudir as pessoas,
para que percebam,
que não tudo, é ir trabalhar,
que podem fazer coisas diferentes,
lhe dar uma mudança.
E isso eu vejo como uma resistência também.
certo? é o mesmo.
è uma resistência ao cotidiano,
ao normal,
o Freak Show é isso.
O video também é uma ferramenta de ação
de comunicação que é bem utilizada pelo Cirko Akrata
E se você for ver não tem diferença nenhuma,
do trabalho ao vivo, pro trabalho..
è morbido, é sujo, é direto,
è ele não tem muita tecnica por exemplo de edição,
è editado mais com amor,
Então o espetáculo é feito com amor,
è feito de uma sinseridade,
não digo amor,
mas ele é feito sinsero.
E isso então implica nas necessidade de mostrar
o que sai do nosso sub-consciente, sabe?
os nossos anceios que saem de dentro,
de tudo isso que agente chama de produção Cirko Akrata.
Audiovisual,
no cenário, na tatuagem, no piercing,
na suspensão, no dia-a dia,
nas relações humanas,
no convivio coletivo.
E agente quer acabar com a maquina,
assim como todo anarquista insurreicionalista insurgente,
Então eu acho que, só existe uma frente verdadeira hoje em dia,
contra o capitalismo,
que é uma frente mutavel
que é um mutante,
que é um mutante insurgente,
é a arte anarquista.
esse é o unico inimigo real, contra o capitalismo hoje em dia,
contra tudo que oprime, explora e mata.
Ele age como um conjunto,
o anarquismo se utilizando da arte
para expressar a sua revolta.