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A tese de doutorado de BIERHALZ (2012), intitulada "O Curso de Licenciatura em Matemática a
Distância (CLMD): o entrelaçar dos fios na (re)construção do ser professor", problematiza
as identidades docentes que estão sendo (re)criadas em nome de um novo modelo educacional - o
curso de formação de professores na modalidade a distância. O objetivo geral da pesquisa
é compreender se a formação do professor em um curso a distância favorece a construção
de uma nova identidade docente e, em caso afirmativo, quais são os elementos que a
constituem. O referencial teórico perpassa os pressupostos sobre EaD (Educação a Distância)
apresentados por Formiga (2009), Belloni (2008), Moore e Kearsley (2007) e Peters (2006). Sobre
a formação de professores, nos estudos desenvolvidos por Nóvoa (1995), Tardiff (2002 e 2008) e
Pimenta (2008, 2009). E sobre as questões de identidade em Hall (1997) e Woodward (2000).
A pesquisa é de caráter qualitativo, e teve como lócus o Curso de Licenciatura em Matemática
a Distância (CLMD) -- UFPel (Universidade Federal de Pelotas), com duração de 04 semestres
(2006-2010) que envolvia seis pólos, 78 discentes, 02 professores e 04 ferramentas (blogs, fóruns,
narrativas e relatórios de estágio). A pesquisa organizou-se em três etapas: análise dos
documentos, observação e captura de telas do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
e análise do conteúdo das quatro ferramentas já citadas.
A tese, dividida em cinco capítulos, veio confirmar que a identidade no CLMD é uma
construção individual e social marcada por vários fatores que interagem entre si, resultando
numa série de representações que os sujeitos fazem de si mesmos e de suas funções, estabelecidas
consciente e inconscientemente, tudo mediado por tecnologias. Bierhalz conclui também
que a autonomia é reconhecida como uma premissa para a EAD, mas isso não quer dizer que no
EaD a aprendizagem seja solitária, mas sim interativa, pois permite trocas e construções
coletivas. As práticas pedagógicas e as identidades são construídas a partir de
intensas negociações, através das quais os alunos tem a possibilidade de negar e afirmar
características em meio aos discursos e modelos apresentados a respeito da docência.