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Você sabe quantos passos você deu hoje?
Quantas calorias você queimou?
Com quantas pessoas você se encontrou?
Ou quantas horas você dormiu?
Se você soubesse essas coisas,
isso poderia torná-lo mais saudável
e, inclusive, salvar sua vida.
E a capacidade de descobri-lo já está ao alcance de seus dedos.
Atualmente, não há quase nada
que não possamos medir sobre nossas vidas,
e podemos fazer isso com coisas que quase todos nós temos.
Sejam aplicativos de celulares ou os gadgets mais recentes...
Você a usaria como uma bandana, enquanto dorme.
...a promessa é de que nossa saúde será transformada.
Estamos praticamente no Dia Zero
de todo um novo mundo na medicina.
Agora, há médicos receitando aplicativos
da forma que costumavam prescrever medicamentos.
Isso soa muito "Jornada nas Estrelas" para mim.
Então, poderia essa revolução médica
realmente ajudar a todos nós?
Isso não combina comigo.
Essas três semanas foram uma baita revelação para mim.
Isso é totalmente surpreendente.
Eu quero descobrir
se simplesmente nos monitorarmos diariamente
e reunir novas informações sobre nossos corpos
poderão ser a chave para vidas mais longas e saudáveis.
AUTO-MONITORAMENTO
Eu sou Kevin Fong.
Estou me preparando para um dia na linha de frente da medicina.
Eu irei ver o quão fundamental
é a capacidade de monitorarmos a nós mesmos para salvar vidas.
Eu estou aqui, na sala da equipe de Socorro Aéreo de Londres.
E esses caras estão prontos para voar
até o cenário de uma emergência,
tão logo quanto necessário,
e tudo que eles aguardam é o toque daquele alarme.
O Socorro Aéreo de Londres
existe para levar a equipe médica
ao cenário de uma emergência o mais rápido possível.
Com um experiente médico a bordo,
eles estão treinados para lidar
com quase todo tipo de situação.
Espera-se que a equipe esteja no ar
em até 4 minutos após o toque do alarme.
Não há espaço para uma equipe de filmagem a bordo,
então, eu irei fazê-lo por conta própria, com isso.
A bordo estão todas as ferramentas
das quais a equipe precisa para salvar vidas.
Eles já até fizeram uma cirurgia cardíaca em um acostamento.
Mas, para mim,
a coisa mais importante de todas nesse helicóptero
é o equipamento de monitoramento.
Se você não sabe o que está havendo
dentro do corpo de seu paciente,
você não terá qualquer chance de tratá-lo.
Nós fomos chamados para tratar de alguém
que sofreu um grave ferimento na cabeça.
Eu acho que, inicialmente, eu irei pôr uns pontos nele.
Tão logo quanto possível, o paciente é conectado
ao equipamento de monitoramento da equipe.
Essa é a nossa mochila de monitoramento,
e ela carrega todas as partes de kit vitais, essencialmente,
que nós usamos para monitorar os batimentos cardíacos,
a pressão sanguínea, seu nível de oxigênio,
e os gases que eles expiram.
Essencialmente, ela é um substituto
para tudo em um setor de emergência.
Nós podemos ter o kit cirúrgico que quisermos,
mas realmente isso é essencialmente inútil
se não pudermos dizer o que está havendo com o paciente.
A equipe está lidando com um grave ferimento de cabeça ali.
Além de trazerem um médico e um paramédico com bastante rapidez,
eles também são capazes de trazerem com eles
um monitoramento bastante avançado,
o tipo de coisa que você teria
em uma unidade de tratamento intensivo,
pequenas e portáteis o suficiente,
de modo que eles conseguem
descrever esse ferimento em grandes detalhes
antes sequer de eles se aproximarem do hospital.
Pura e simplesmente,
essa pequena mochila pode fazer a diferença entre vida e morte.
O paciente foi estabilizado.
A equipe irá com ele de ambulância
até o hospital mais próximo.
O problema foi controlado e o prognóstico é positivo.
Você sabe, isso é muito mais do que um mero helicóptero,
ele é, essencialmente,
uma unidade de emergência móvel.
E isso só é possível
porque você tem esse incrível conjunto de monitoramento,
o qual você normalmente encontraria em um hospital -
encolha e o coloque dentro de um veículo, como aquele.
Mas e se todos pudessem se auto-monitorar da mesma forma?
E que tal se todos tivéssemos essa capacidade?
Como isso melhoraria a nossa saúde?
Eu irei começar checando
algumas das tecnologias médicas mais recentes.
Mas eu não estou falando sobre escâneres de RM
ou de robôs cirúrgicos.
Eu não estou indo até um hospital, ou a um cirurgião.
Eu vim até uma loja de esportes.
Há alguns anos,
pessoas mais amantes dos exercícios do que eu
têm usado gadgets, como esses,
para ajudá-las a se manter em forma.
Esses dispositivos são totalmente impressionantes.
Pegue, por exemplo, os rastreadores GPS,
os quais captam informações dos satélites
e definem sua posição com uma precisão única.
E também existem os monitores de batimentos cardíacos,
os quais podem medir
a sutil propagação de energia elétrica através do seu coração,
apesar da grossa espessura de seu peito.
Dentro de alguns anos,
espera-se que a quantidade de pessoas
com dispositivos médicos e de fitness sem fio
aumente para quase 200 milhões.
Quando esses produtos começaram
a ser disponibilizados, alguns anos atrás,
não me ocorreu que eles iriam se tornar tão avançados,
ou que forneceriam um fluxo tão variado de informações.
E eu não previ que o auto-monitoramento
iria fazer seu caminho dentro da medicina.
Mas ele está começando a fazê-lo.
E isso poderia fazer uma enorme diferença,
tão grande que eu comecei a pensar que podemos estar
à beira de uma revolução na área da saúde.
Essa é uma revolução que leva o monitoramento
para além das mãos dos médicos,
para além dos hospitais - ela o leva até nós.
E, ao fazer isso,
ela nos coloca no centro de nossos próprios cuidados médicos,
e nos torna a todos doutores.
Há poucas pessoas que conhecem
esse novo mundo da medicina melhor do que Blaine Price.
Ele é bem obcecado quando se trata dos gadgets mais recentes.
Você se monitora bastante.
Sim, eu tenho muitos aplicativos rodando.
Compro todos os dispositivos que posso e testo com eles.
E isso é incrível, porque eu brinco com todos eles
e aprendo um bocado de coisas sobre mim ao mesmo tempo.
Blaine reuniu alguns dos seus brinquedos favoritos
para que eu pudesse dar uma olhada.
O que você trouxe, aqui, para mim?
Inicialmente, nós temos esses - uma espécie de pedômetro
para acompanhar quantos passos você deu,
mas vai muito além disso.
Eles irão monitorar exatamente quando você der os seus passos,
o quão ativos e intensos eles foram,
em que hora do dia foi isso.
Dormir é algo pelo qual a maioria das pessoas tem interesse.
Então, esse aqui você o usa como uma bandana -
dessa forma - quando você está dormindo,
e ele mede um pouco sobre a sua atividade cerebral.
Ele pode dizer a você em que fase do sono você está:
sono profundo, sono leve, REM, e assim por diante.
E se a informação cardíaca é de interesse para você,
nós temos um oxímetro de pulso aqui.
Oh, sim, o tipo de coisa que eu uso em um hospital.
Exato. E antes de você chegar a um hospital.
Ele, agora, está bem barato,
e o que ele está fazendo
é medir o ritmo cardíaco e a saturação sanguínea.
Parece que eu estou bem saudável, com cerca de 98.
A partir do conforto de nossos próprios lares,
podemos, agora, medir muitos de nossos sinais vitais.
Podemos também medir
algumas coisas que você jamais teria imaginado.
Há aparelhos para o consumidor checar a sua postura...
seu nível de álcool no sangue...
Dê um bom salto. Quão alto você salta...
E até mesmo quão rapidamente você está comendo.
E muitas dessas coisas podem ser feitas
sem sequer comprarmos nenhum novo gadget.
Há, agora, dezenas de milhares de aplicativos
disponíveis em nossos celulares para rastrear tudo sobre nós.
De fato, centenas de aplicativos
estão sendo provavelmente lançados a cada semana,
os quais têm relação com a saúde,
capazes de medir coisas, de registrar coisas.
Alguns dos aplicativos mais recentes
são capazes de monitorar nossa saúde
de modos totalmente inesperados.
Nós temos até aplicativos que podem medir seu ritmo cardíaco
...apenas olhando para você. - Isso é incrível.
Faça um ***. Você não pode se mover.
OK, então, eu vou ter que calar a boca e ficar quieto.
E isso irá medir seu ritmo cardíaco
olhando para as mudanças de cor em seu rosto,
e ele pode inclusive medir a sua taxa de respiração.
Então, esse é o ritmo cardíaco surgindo - cerca de 79 ou 80.
E o ritmo respiratório é 17.
Isso é realmente incrível, porque ele deve ser...
...a medição cardíaca dele deve basear-se simplesmente em ver...
as pequenas diferenças de cor em meu rosto?
Como que os capilares se enchendo e esvaziando a cada batida?
É a resolução da câmera de smartphones e tablets que faz isso.
A tecnologia aqui tem uma resolução tão alta
que nós estamos olhando para o mesmo alcance
que você teria nos instrumentos médicos científicos, há 20 anos.
Eu acho isso totalmente inacreditável...
Blaine montou um experimento para me ajudar a descobrir
se essa tecnologia pode nos tornar realmente mais saudáveis.
Ele também fez com que eu participasse dele.
- Olá, eu sou Kevin. - Oi, Eu sou Celia. - Celia, oi.
Celia, Cathy e Pam trabalham juntas.
Eu entendo que vocês se voluntariaram para ser cobaias
nesse experimento em particular.
Sim, nós quisemos participar.
Elas acham que monitorando-se a si próprias,
elas podem melhorar sua saúde
e superar uma luta sem fim pela perda de peso.
Nós vivemos o tempo todo em dietas, não é?
Nós somos bem conscientes de que comemos muito
e que também bebemos muito, mas nós adoramos isso.
Todas nós discutimos o que comemos na noite passada.
"Oh, não, eu tomei um copo de vinho".
"Bem, Celia tomou três".
Temos algumas balanças no escritório
e, assim, a cada semana, nós nos pesamos
e mantemos um registro de quanto foi a perda de peso
ou, às vezes, do ganho de peso.
Até agora, isso - pesar-se em uma balança -
era a única forma de auto-monitoramento
que a maioria das pessoas tinha.
Eu preciso tirar todas as minhas jóias.
Hora da verdade.
Nós fazemos isso toda semana, não é?
Isso faz alguma diferença?
Não...
Pensei que você estaria tão magra...
- Não se esqueça do seu relógio. - Eu vou tirar o meu relógio.
OK, Cathy.
Oh, é o mesmo que o da última vez.
O mesmo da semana passada. O mesmo da semana retrasada.
Trata-se da mesma história para muitos de nós.
Há muita coisa acontecendo em nossas vidas
que evita que fiquemos em forma e permaneçamos saudáveis.
Eu acho bastante difícil levantar-me pela manhã
e pensar em fazer algum exercício.
Há um bocado de refeições prontas à disposição -
simplesmente não ajuda na dieta.
Sem desculpas.
Se eu tivesse todo o tempo do mundo,
eu faria um pouco mais de exercícios.
Mas, você sabe, há o trabalho, cuidar da casa,
pegar as crianças na escola -
as tarefas domésticas comuns que cada mãe possui.
Então, como exatamente Blaine espera
que o auto-monitoramento
possa fazer diferença em nossa saúde?
Há, na verdade, apenas 2 coisas simples que vocês precisam fazer.
A primeira é:
vocês têm que andar por aí com esse pequeno dispositivo aqui.
Vocês podem guardá-lo em seus bolsos.
Ele irá registrar quantos passos você deu.
A outra parte do estudo é:
você precisa ter um smartphone para medir seu sono à noite.
Espera-se que ele medirá o quão profundo você está dormindo,
quão bem você está dormindo.
Ele irá medir a hora em que você se deita e que acorda.
Então, o que vocês farão é obter um e-mail meu diariamente
com um resumo da sua performance
durante o dia anterior -
como ela se compara com a semana passada
e também como você se saiu em relação ao restante do grupo.
A esperança é de que simplesmente medindo
a quantidade de passos que você dá diariamente,
possamos nos impor metas
e nos sentirmos motivados a fazer mais.
E mantendo registros de nosso sono,
podemos descobrir a como ter uma noite de sono decente.
Eu espero que isso venha dar-me uma melhor compreensão
do que você realmente precisa fazer
para dar início a uma vida mais saudável,
para queimar mais calorias,
para, talvez, ter uma melhor noite de sono.
Eu não tenho um estilo de vida particularmente saudável,
porque eu não faço exercícios.
Eu não me preocupo com minha saúde, digamos assim.
Eu não sei qual é a minha pressão sanguínea.
Meu padrão de sono atual,
com o passar do tempo, não está bom.
Eu espero que isso me dê
o entusiasmo para fazer alguns exercícios
porque, honestamente, acho chato exercitar-me.
Diariamente, durante as próximas 3 semanas,
cada um de nós irá ser bombardeado por números -
o quanto nós dormimos, quão profundamente dormimos,
quantos passos nós demos, e quando os demos.
A questão é se simplesmente ver esses números
será o suficiente para nos fazer mudar.
Mas há pessoas que já estão usando o auto-monitoramento
para alterar sua saúde e seu físico de um modo fundamental.
Essa é Twickenham, o lar do rugby,
e eu estou aqui para me juntar
à equipe inglesa de rugby 7s enquanto eles treinam.
Bem, se você seguir praticando,
isso lhe dará praticamente tudo que você quiser.
Brett Davison é o chefe de Preparação Física da equipe.
...zonas, as quais deveríamos ter que especificar.
Seus jogadores estão entre
as pessoas mais monitoradas do mundo.
Bem, eles têm uma pequena unidade GPS
que fica dentro de um pequeno bolso de neopreno
em sua jaqueta, entre seus ombros.
Lá vamos nós.
E eles têm também um cinto que mede o ritmo cardíaco.
Esses dois são coordenados entre si
e, então, a informação retorna diretamente para nós.
Bem, eu sou um médico.
Eu costumo examinar as pessoas
e buscar sinais sutis de doenças ou lesões.
E até onde eu vejo,
essa equipe internacional de rugby
parece mais do que apta para o jogo.
Mas Brett vê muito mais do que eu,
sem sequer olhar para os jogadores.
Ele faz isso simplesmente olhando para uma tela cheia de números.
Mostre-me o que você tem aqui.
OK, obviamente há velocidade -
valor atual, médio e máximo.
Frequência cardíaca - exatamente o mesmo.
Distância - baseada em toda a sessão de treinamento.
Carga de estresse, número de acelerações, desacelerações.
"High Speed Running" equivale a quantos metros eles correm,
à máxima velocidade.
Todos esses números ajudam Brett
a detectar problemas muito antes de qualquer médico.
Você pode ver as lesões em termos de sua velocidade,
ou de sua ausência, usualmente.
E certamente sua intensidade de corrida não chegará
à que sabemos ser possível para aquele certo indivíduo.
Esse é o gráfico de Geoff e, no momento,
ele está a 18 km/h,
o que não significa muita rapidez para esses caras.
Então, você pode, certamente,
começar a ver onde alguém está tendo dificuldades.
E a informação que Brett reúne se revela ser
um indicador incrivelmente preciso de lesões.
Ele capta o equilíbrio do seu passo,
o balanço entre passo esquerdo e direito, com o acelerômetro.
Então, nós podemos dizer
com que gravidade alguém está mancando,
ou o quanto eles podem estar abusando de uma perna.
E esse cara foi acertado no joelho.
E a diferença entre
a sua esquerda e a sua direita é de cerca de 1.5%.
Então, apesar de essa ser uma mudança bem sutil,
uma velocidade máxima que cai em 1.5%,
devido a ele estar mancando um pouco,
poderia ser a diferença entre prosseguir ou não.
Desde que ele começou
a monitorar seus jogadores de modo tão intenso,
Brett descobriu que
as lesões no tecido mole caíram incríveis 80%.
Ele está evitando as lesões antes de que elas surjam.
Para Brett, isso tornou-se algo como uma bola de cristal,
permitindo que ele veja o futuro de seus jogadores.
Se eles tiveram uma má noite de sono,
seu ritmo cardíaco irá mostrar isso.
Se eles estiverem adoecendo
e não souberem que estão adoecendo,
normalmente seu ritmo cardíaco também nos mostrará isso.
Então, a partir desse ponto de vista,
às vezes sabemos coisas sobre eles que eles ainda não sabem.
Então, você pode dizer se alguém está doente
antes da pessoa ter consciência do fato de que está doente?
Isso nunca falhou conosco - nós já tivemos dados
e não reagimos a isso e, literalmente,
o jogador acordou no dia seguinte e disse:
"Eu estou doente, não posso treinar".
E nós ficamos um pouco irritados por não termos reagido.
Mas nós geralmente captamos uma doença
24 horas antes de que eles comecem a se sentir doentes.
Deve ter sido incrível, quando você notou pela 1ª vez.
Sim, por um tempo nós literalmente olhávamos isso
e pensávamos: não pode ser, não pode ser,.
E nós olhamos para isso durante um longo tempo
e, então, nós começamos a agir sobre isso.
E, a seguir, os resultados começaram a prová-lo.
O seu corpo não irá mentir. Você pode, mas seu corpo não.
Imagine se todos pudéssemos ver o que está adiante.
Imagine se todos pudéssemos saber o que está por vir
antes de ele chegar.
É notável captar doenças e lesões
antes dos próprios jogadores terem consciência disso,
porque isso, na medicina,
é essencialmente o que buscamos fazer.
Ser capaz de ver a tempestade antes de ela chegar,
na esperança de podermos navegar por ela em segurança.
Ou, talvez inclusive, evitá-la.
Aqui vamos nós, então. Vamos ver se isso funciona.
Nossas voluntárias já estão há alguns dias
vendo o que o auto-monitoramento pode fazer por elas.
Demos uma chance a esse gadget.
Quando se trata de contar passos,
o objetivo diário recomendado,
de modo a se manter em forma e saudável, é de 10.000.
Até lá em cima, até lá embaixo.
Mas à medida que os números chegam,
surgem algumas surpresas.
Eu estava olhando, apenas para ver quantos passos estou dando,
e estou muito chocada,
porque eu realmente não consigo sequer dar 5.000, às vezes,
e se supõe que eu dê ao mínimo 10.000.
É muito difícil.
Então, hoje eu estive treinando,
algo que realmente não combina comigo.
O registro dos passos veio realmente com uma surpresa.
Eu pensei estar bem ativa
e pensei que eu tinha andado bastante,
mas ficou bem abaixo do que eu esperava,
e eu vou ter que me basear na dança
para melhorar essa contagem.
Foi difícil encontrar tempo suficiente
para encaixar um exercício extra.
Jess, por aqui.
Principalmente através de caminhadas
mas, de todos modos, veremos como fazer isso.
E apesar do fato de eu ter vindo até a ensolarada Califórnia,
não está sendo mais fácil para mim.
Isso é mais difícil do que eu me lembrava.
Há muito tempo eu não fazia isso.
Eu nunca senti realmente a necessidade
de calçar um par de tênis e caminhar pela praia.
Mas isso é diferente, quando você é confrontado
com duros números, os quais lhe dizem, exatamente,
quão preguiçoso você está sendo.
Bem, eu tenho feito isso há uma semana
e eu realmente não achava que isso fosse mudar a forma
com que eu olhava para o que eu fazia ou não,
mas ele realmente muda.
Torna você mais competitivo, mesmo que contra si próprio.
Eu sei que eu dei 3.000 passos hoje.
Eu sei que posso dar mais uns 500 nessa praia,
e eu sei que a diferença entre exercitar-se ou não
é uma pilha de números
que irá aparecer em meu computador hoje à noite
e me dizer o quão duro eu trabalhei.
Então, eu acho que é, provavelmente,
a hora de levar tudo isso mais a sério.
Porque o fato é que, nesse momento,
eu não estou trabalhando duro o bastante.
Eu não estou aqui apenas para correr sob o sol.
Eu tenho uma consulta com um médico.
- Olá. - Bom dia.
Estou aqui para ver o Dr. Topol.
Siga por ali e se sente. Ele logo irá chamá-lo.
- Muito obrigado. - Por nada.
Os californianos têm uma famosa obsessão
pela aparência e por se sentirem bem.
Logo, é um lar natural para alguns dos pioneiros
do movimento do auto-monitoramento.
Eu já vi uma série de salas de espera,
e essa daqui é bem típica, bem mediana,
mas o doutor que eu estou prestes a ver
tem uma abordagem médica nada convencional.
Kevin Fong, o Dr. Topol irá vê-lo agora.
Obrigado.
Normalmente, você espera sair de uma visita ao médico
com a prescrição de alguns comprimidos.
Mas o médico que irei ver está muito mais interessado
em tratar seus pacientes
fazendo com que eles se auto-monitorem.
O Dr. Topol é um cardiologista.
Então, deixe-me começar fazendo um cardiograma, OK?
OK.
Aqui está meu celular.
Eu nunca vi um doutor checar os sinais de um ataque cardíaco
com pouca coisa além de seu telefone celular.
Ponha os seus dedos aí...
...e simplesmente faça um circuito com o seu coração.
Então, vamos olhar juntos para isso.
OK.
E aqui está o seu cardiograma.
Eu acho incrível que você possa ter esse nível de monitoramento.
Normalmente, quando eu vou fazer isso em um hospital,
eu giro essa coisa com cara de R2-D2 na lateral da cama
e leva aproximadamente 10 min para conectar alguém.
Isso soa muito "Jornada nas Estrelas" para mim...
Você se impressiona facilmente - isso não é nada.
O que quer que haja de errado com você,
o Dr. Topol irá tentar encontrar um gadget para ajudá-lo,
de modo que você mesmo possa se examinar em casa.
Ele inclusive usa alguns deles em si próprio.
Aqui está um sensor.
Ele está usando um sensor, como esse,
com uma micro-agulha - da largura de um fio de cabelo -
a qual é implantada sob a pele,
fornecendo leituras constantes dos níveis de glicose no sangue.
Eu tenho uma dessas
e eu posso monitorar minha glicose a cada minuto.
Então, nesse instante, a minha glicose é 91,
e eu posso ver quais foram os dados durante as últimas horas,
e a cada minuto ocorre uma atualização.
Para um enorme número de pessoas que sofrem de diabetes,
isso é.... revelador,
porque, até agora, eles tinham que furar seus dedos.
Oh, não, furar os dedos é coisa do passado.
Quando você tem isso aqui...
Uma pessoa olha, em média,
150 vezes por dia para o seu celular.
Então, agora que você tem o seu celular,
e você está olhando para ele, você pensa:
"Eu vou comer aquele biscoito?"
"Eu vou comer aquele pedaço de torta?"
Porque, se eu comê-lo,
a minha glicose irá disparar para uns 160, 180.
E você começa a perceber, exatamente,
como o seu corpo está reagindo aos alimentos,
às porções, ao exercício.
Isso realmente muda o seu estilo de vida -
ao menos, mudou o meu.
Então, você está prescrevendo... aplicativos?
Você informa a situação, um problema de ritmo cardíaco,
nós analisamos o problema,
vemos os aplicativos que se encaixam com seu celular,
e é assim que você monitora a si próprio.
A medicina realmente não tem fios agora,
e irá mudar tudo o que fazemos sobre os cuidados médicos.
Porque, agora, toda a informação vai diretamente ao paciente,
não para o médico.
E há mais informações do que jamais tivemos antes.
Após visitar um médico, no futuro,
ao invés de sair com comprimidos,
sairemos com algo bem mais importante -
informações impossíveis de se enconder.
A oportunidade como um todo
de saber tudo sobre a essência médica de cada indivíduo
é bastante notável.
Para mim, ao menos - estudante de medicina durante 3 décadas -
esse é, de longe, o maior avanço na história da medicina.
Com toda essa informação, Eric espera ser capaz de detectar
até os problemas mais sérios antes de que seja tarde demais.
Ser capaz de prevenir
um ataque cardíaco com esse tipo de informação,
é o que é mais excitante para mim.
E eu acho que eles serão, senão totalmente evitáveis,
incrivelmente perto disso.
Nós poderíamos acabar com coisas como os ataques de asma.
Registrar a contagem de pólen, a qualidade do ar,
e como o peito está se comportando
muito antes de que a pessoa fique bufando,
ou tenha dificuldades para respirar.
O que você acha que irá surgir nos próximos 10 anos, por aí,
que as pessoas irão pensar:
"eu nunca teria imaginado que a medicina seria assim"?
Para uma pessoa que tem uma doença grave,
ou o risco de ter uma,
colocar um implante minúsculo - menor do que um grão de areia,
o qual, essencialmente, não carrega riscos -
será algo bem comum.
Pequenos microchips.
Nós os colocamos em nossos bichinhos
para sabermos onde eles estão.
Por que não colocá-los nas pessoas para prevenir doenças?
É chocante ouvir a forma com que Eric fala,
ver as coisas que ele está fazendo.
Ele frequentemente prescreve aplicativos
da mesma forma que meus colegas
prescreveriam medicamentos.
E esse é um belo exemplo de como estamos deixando
o que ele chamaria de "velha medicina" para trás,
de como estamos finalmente
arrastando o campo da medicina para a era digital.
E se isso funcionar da forma que ele diz,
então, terá o potencial para alterar tudo,
terá o potencial de ser realmente transformador.
Atualmente, podemos monitorar um dos mais fundamentais,
porém normalmente não vistos aspectos de nossas vidas -
algo que afeta nosso bem-estar físico e mental,
e até mesmo a duração de nossas vidas.
O nosso padrão de sono.
É a primeira noite nos EUA
e eu vou testar o aplicativo do sono de Blaine.
Aparentemente, tudo que preciso fazer é apertar esse botão,
deixá-lo sobre a minha cama,
e ele me irá dizer como eu dormi - então, vamos testá-lo.
Cada agito ou virada é monitorado
por um sensor detalhadamente calibrado no celular,
o qual mede pequenas oscilações no colchão quando eu me movo.
Ele me permitiria ver qualquer coisa que afete meu sono.
Do outro lado do Atlântico,
Celia está fazendo seu próprio experimento do sono.
Hoje à noite, eu bebi demais,
mais do que eu deveria beber durante um bom tempo...
...e sim, eu estou me sentindo um pouco mal.
Então, eu irei registrar o meu sono hoje à noite
para ver o que acontece.
Todas as noites, cada um de nós irá produzir
um gráfico detalhando o nosso sono.
# John Tamm pela manhã no número 1 de San Diego,
# para o novo país, KSON.
# É outro dia ensolarado aqui em San Diego.
Bem, vamos ver o que o celular me diz sobre a noite passada.
Então, aqui está o gráfico do meu sono -
o sono leve, bem ali, no topo,
e o sono pesado, aqui embaixo.
Esses picos semelhantes a montanhas aqui
correspondem às minhas mexidas.
No geral, ele diz que eu dormi durante 8 horas,
e que 64% delas foram em sono profundo.
Quem teria imaginado que os celulares nos diriam
o quão bem nós estamos dormindo?
Após 3 semanas monitorando nosso sono,
nós devemos ser capazes de descobrir o que o afeta -
e mudar o nosso estilo de vida
para nos ajudar a termos uma melhor noite de sono.
Mas o auto-monitoramento pode fazer muito mais do que
simplesmente mudar nossos hábitos e comportamento.
Todos nós temos uma certa preocupação
sobre quais surpresas desagradáveis
podem estar à espreita dentro de nossos corpos,
o que pode dar errado,
sem sequer termos conhecimento.
Monitorando a nós mesmos,
podemos descobri-lo e, potencialmente,
fazer algo a respeito.
Essa é a casa do homem, provavelmente,
mais monitorado do mundo.
Ele monitora a si mesmo -
ele monitora tudo sobre si mesmo.
E eu realmente quero dizer tudo.
Mas ao se monitorar tanto,
ele descobriu uma doença potencialmente letal.
- Larry, eu sou Kevin Fong. Prazer em conhecê-lo. - Entre.
Larry Smarr é um dos cientistas da computação
mais influentes dos EUA.
Ele foi fundamental no desenvolvimento
das redes de computadores - os predecessores da Internet.
Atualmente, ele aplicou todo o seu talento em se monitorar.
Larry, simplesmente me dê uma lista
das coisas que você monitora em si próprio.
Bem, eu monitoro o meu peso.
Eu monitoro meus passos e a queima de calorias com o Fitbit.
Eu monitoro o meu sono todas as noites.
Urina, saliva, sangue. Na verdade, monitoro até as fezes.
Você foi tão longe a ponto de monitorar suas próprias fezes?
Sim, e essa foi a parte mais importante que eu já fiz.
Bem, isso certamente parece informação demais?
Não, nunca há informação demais.
É um desafio transformar informação em conhecimento.
- Eu a estou desperdiçando? - Sim, você está.
Nós produzimos fezes diariamente -
todos na Terra fazem isso -
e elas têm uma incrível informação
sobre o estado de sua saúde,
e nós simplesmente damos a descarga.
É relativamente desafiador fazer...digo, monitorar
essa parte da sua vida, quero dizer,
como você pode fazer isso?
Bem, deixe eu mostrar a você.
O ponto é que você precisa congelá-las.
E eu faço isso a cada 2 semanas,
então, eu tenho uma escala de tempo bem precisa.
E, então, é simplesmente colocá-las aqui no freezer.
Cada uma delas tem um rótulo.
Essa daqui é de 23 de fevereiro. Essa outra é...
Essa daqui é de 26 de janeiro.
Isso está simplesmente no freezer de sua cozinha -
não se trata sequer de um freezer a parte?
Bem, está chegando um ponto agora em que eu tenho tantas
que eu irei levá-las para o laboratório.
Você simplesmente as faz - é uma entrega da noite pro dia
e, a seguir, 2 semanas depois, eu recolho todos esses dados.
Eu estava meio que pensando que você teria
algum tipo de freezer especial em sua garagem, algo assim...
Bem, minha esposa provavelmente pensa assim,
mas ela é muito compreensiva.
Em seu laboratório, Larry agrupa todas as informações.
Eu estava me perguntando como diabos você representa
todos esses dados que você coletou sobre si próprio.
Ao longo dos anos,
ele reuniu bilhões de dados diferentes sobre seu corpo.
Das suas enzimas às suas proteínas,
dos seus minerais aos seus micróbios -
nada passa despercebido.
Esse telão mostra apenas uma pequena fração deles.
Essas são 150 variáveis ao longo de 5-10 anos.
- Em você? - Simplesmente em mim.
Aqui estão os dados de meu colesterol, meu magnésio.
Fósforo, sódio, tálio - coisas das quais jamais ouvi falar.
Você está medindo coisas
que eu sequer sabia como pronunciar.
Todas as coisas que seu médico diz para você medir,
e um bocado de outras.
Com essa informação,
Larry tem um sistema de alerta preparado,
no caso de algo der errado dentro do seu corpo.
O código com as cores
indica que, se eles estiverem verdes, eles estão saudáveis,
mas se estiverem alaranjados, isso significa que você tem
de 1 a 10 vezes o limite superior para estar saudável.
Eu olho para isso e eu digo:
"tudo está tão verde que eu devo ser bastante saudável".
Mas alguns anos atrás, ele percebeu que algo estava errado.
Eu disse: "o que é essa coisa aqui que está vermelha?
que está com um pico de 30 vezes o limite máximo?
E esse aqui embaixo está roxo - são 125 vezes o limite saudável".
Alguns dos dados medidos na corrente sanguínea de Larry
dispararam para valores assustadoramente altos.
Espera-se que a lactoferrina seja inferior a 7,
e ela estava 899 - 125 vezes o limite máximo.
Tão além do limite que você não precisa ser um médico
para saber que algo está errado.
Terrivelmente errado.
Então, você busca no Google e, dentro de uma hora,
você consegue encontrar 5-6 artigos bem conceituados,
os quais dizem que, se você tem um valor nessa escala,
digamos que de 750 a 1000,
você tem uma doença crônica incurável.
Ele descobriu que ele tinha a Doença de Crohn -
um problema grave no intestino.
Você certamente deve ter ficado assustado com isso?
Eu sou um cientista,
logo, a forma como você luta contra esse sentimento
é obtendo mais conhecimento.
Com o conhecimento que ele adquiriu,
Larry foi capaz de diagnosticar sua doença
na primeira oportunidade possível.
Ele acredita que, em breve,
todos seremos capazes de nos monitorarmos como ele.
Em um mundo no qual você pode ver
o que você está fazendo consigo, ao envelhecer,
espera-se que as pessoas sejam mais responsáveis consigo mesmas,
mantendo-se saudáveis.
Então, é como se estivéssemos no Dia Zero
de um mundo totalmente novo na medicina.
E o que irá surgir no outro lado
é uma sociedade muito mais saudável,
a qual está focada no bem-estar,
ao invés de tentar tratar a doença quando é tarde demais.
Larry está provendo uma nova auto-consciência,
a qual poderia levar a um novo tipo de medicina preventiva,
uma que não depende de vacinas,
ou de programas de saúde pública
mas, ao invés disso, de dados.
E, nesse sentido, acho que ele realmente está certo.
Nós estamos há 1 semana no experimento de Blaine.
Quando nós começamos,
eu acho que todos ficamos surpresos com a dificuldade
de atingir o nível diário recomendado de 10.000 passos.
Então, como estarão todos se saindo agora?
- Quem é essa aí? - Aquela barra vermelha é Celia.
Ela está ganhando.
Deu mais de 15.000 passos durante dois dias,
o que é bastante impressionante.
Isso dá a ela uma boa vantagem competitiva.
Nosso pequeno experimento parece ter ficado bem sério.
Bem, está tocando.
- Olá. - Olá.
Como está indo tudo?
Bem, estamos um pouco preocupadas
sobre o quão bem você se saiu.
Na segunda-feira passada,
você parecia ter dado uma boa arrancada.
Eu corri bastante naquele dia, preciso admitir...
Celia, vejo que você deu 15.000 passos durante 2 dias.
Eu dei, sim...
...e estou definitivamente me assegurando de que
eu caminhe por lugares em que normalmente não faria,
e tudo está indo muito bem.
Celia está vencendo. Ela está superando todas nós.
Sim, o que você vai fazer a respeito, Cathy?
Eu estive treinando,
mas receio que minha contagem de passos
seja um pouco desanimadora.
Então, eu estou precisando correr após meus treinos
mas, mesmo com isso,
meus passos não estão sequer perto
dos seus e dos de Celia.
Eu estou bem decepcionada.
- E você, Pam? - Estive caminhando mais.
E andando bastante enquanto faço o chá e o café.
Eu estou um pouco preocupado,
pois não pensei que fôssemos levá-lo tão a sério assim.
Talvez esse monitoramento
realmente esteja mudando o nosso comportamento.
Nós iremos descobrir daqui a umas semanas
quanta diferença isso pode fazer.
Vejo vocês depois, foi ótimo vê-las.
Até mais!
Eu saí para correr...
...novamente.
Não é tão difícil quando você sabe, diariamente,
exatamente quantos passos você está dando.
Mas o que eu estou realmente fazendo aqui
é uma das formas mais óbvias de monitorar a sua saúde.
Quando pensamos na forma de monitorar nossa saúde,
falamos sobre batimentos cardíacos e pressão sanguínea,
ou da quantidade de exercícios que estamos praticando,
ou das calorias que queimamos.
Mas acontece que você pode ter
um conhecimento surpreendentemente profundo
sobre o estado de sua saúde ao monitorar, aparentemente,
dados triviais de informação sobre a sua vida -
coisas que, até agora, as ignoramos totalmente.
Então, estou aqui para descobrir como se faz isso.
Eu vim ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Eu estou aqui para ver como os especialistas
podem monitorar o nosso comportamento diário
e penetrar em partes das nossas vidas
que eu jamais pensei ser possível.
- Bem, sente-se, por favor. - Obrigado.
O Professor Sandy Pentland crê que ele pode não apenas
dizer o que está havendo em nossos corpos,
mas também em nossas mentes.
E ele pode fazer isso com algo que a maioria de nós já tem -
um smartphone.
Os celulares sabem um bocado da sua vida social -
para quem você liga, com quem você se comunica -
um bocado sobre as suas atividades diárias,
aonde você vai.
E se você agrupa essas 2 coisas,
você pode fazer coisas como avaliar a saúde mental,
e você pode, na verdade, montar um quadro
de como você está se saindo constantemente -
24 horas por dia, 7 dias por semana.
Pediram a Sandy que desenvolvesse
um aplicativo para ajudar a visualizar sinais de depressão
e de estresse pós-traumático
em soldados que retornavam da guerra.
Estou curioso pois tenho seu aplicativo em meu celular
há alguns dias e não estou plenamente certo
do que ele está fazendo, logo, espero que você possa explicar.
OK, bem, ele mantém um registro de coisas como sua sociabilidade,
seu foco e seus níveis de atividade,
e esses são fatores-chave para avaliar a sua saúde mental.
Diga-me o que você descobriu sobre mim.
Bem, vamos dar uma olhada nisso aqui
e ver o que você andou e esteve fazendo.
Então, antes de tudo, podemos ver o seu nível de atividade -
você fica "destroçado" em algum lugar e você nunca sai da cama,
ou você sai para espairecer,
ou você vira um maníaco e vai a tudo que é canto?
Então, veja, mais de 5 no lado esquerdo -
isso é o quão ativo você esteve - e à direita temos a média,
então, você está na média, quando se trata de atividade.
Uma queda na atividade física
frequentemente anda lado a lado com a depressão.
Mas Sandy pode descobrir muito mais.
Monitorando o uso do meu celular,
ele pode inclusive dizer como estou interagindo socialmente.
Você telefona para seus amigos?
Você telefona para seus colegas de trabalho, coisas assim?
Os celulares podem inclusive perceber
quando há outras pessoas em volta,
porque eles têm esses pequenos rádios de curto alcance,
chamados Bluetooth.
E, assim, meu celular pode ver o seu celular,
e eles podem se cumprimentar.
E se nós vamos até aqui, para o Social,
pode-se ver que você é muito mais social
do que as outras pessoas.
Então, até aqui você está indo bem - isso é bom.
E se nós descemos até aqui, esse é o Foco,
e você pode ver que é um pouco mais focado
do que as pessoas, em média.
Mas como ele sabe sobre o meu foco?
O que você quer dizer com isso?
Todos sabemos o que acontece quando você não está focado.
Uma das coisas que as pessoas fazem é que elas fuçam o celular,
elas olham suas mensagens, elas lêem notícias...
...assim, você pode ter uma noção se você está focado
ou se você está distraído, a qualquer momento.
Apesar de parecer incrível
que a forma como você usa seu celular
possa dar uma idéia sobre o seu estado mental,
*** dos aplicativos de Sandy
demonstraram seu sucesso, quando comparados a um médico.
Sandy está convencido de que os telefones celulares
podem ter um papel gigantesco em nos manter saudáveis.
De fato, ele acredita que eles inclusive podem prevenir
os surtos de doenças que afetam milhões de pessoas.
Foi revelado que, quando as pessoas ficam gripadas,
elas se comportam de modo diferente.
Elas começam a ficar um pouco retraídas,
elas não se sentem tão bem,
elas ligam para várias pessoas,
elas tendem a telefonar para os seus amigos
mais do que para seus colegas de trabalho - coisas assim.
E isso é, na verdade, um traço que você pode detectar
com uma precisão de cerca de 80%.
Então, eu poderia ver quando parece que você ficou gripado,
e eu posso ver que outra pessoa não está gripada...
E eu posso, a seguir, ver que vocês passaram um tempo juntos
...e que ela começou a ter o comportamento da gripe,
o que me diz que você a infectou naquele encontro.
E, é claro, uma gripe normal não é tão ruim,
mas de vez em quando nós temos essas pandemias que matam,
literalmente, centenas de milhões de pessoas,
e nós estamos indefesos contra isso.
Isso é algo perturbador:
a idéia de que você pode acompanhar
o surto de uma pandemia
com algo que não seja tirando amostras de sangue das pessoas,
suas amostras de saliva, ou elas indo ver o seu médico.
É algo bastante impressionante você poder, na verdade,
observar o progresso da doença...
...porque você poderia, então, fazer algo a respeito.
Você poderia dizer:
"OK, pessoas na vizinhança, não trabalhem hoje".
Ou: "não vão até essa cafeteria".
Ou qualquer outro tipo de intervenção que você queira.
Mas você poderia, na verdade, começar a detê-la.
Mas para trazer essas mudanças revolucionárias à saúde,
precisaremos ceder nossas informações mais privadas
para que pessoas possam trabalhar com elas
e visualizar os padrões contidos.
E é compreensível que nem todos se sintam confortáveis com isso.
O mundo, agora, está cheio de pessoas com os seus celulares,
e seus celulares transmitem terabytes de informação
sobre os seus hábitos e suas vidas diárias.
E eu posso entender plenamente
o desconforto que as pessoas sentem
sobre ceder essa informação a outros.
Mas, na medicina, nós já fazemos tudo isso.
Nós vamos a médicos - pessoas estranhas -
e lhes contamos esses detalhes íntimos
na esperança de que eles possam nos ajudar.
E, em certo sentido,
isso é o que Sandy Pentland e pessoas como ele
estão tentando fazer -
simplesmente pegar esse modelo e aplicá-lo no século XXI,
na esperança de que isso mude o retrato da medicina.
Ao longo das últimas semanas, fiquei cada vez mais obcecado
em monitorar a mim mesmo.
Mas eu comecei a perceber que há muito mais em jogo
do que simplesmente fazer mais exercício.
Monitorando a nós mesmos e acumulando essa informação,
nós poderíamos desvendar um conhecimento
que revolucionaria a forma como exercemos a medicina.
Poderíamos compartilhar os nossos dados
e começar a buscar padrões
que desvendassem os segredos da saúde humana.
Eu vim a uma pequena cidade na Flórida
para encontrar alguém que está buscando esses padrões,
e alguém que está progredindo a um ritmo
que parece quase inacreditável.
Até agora, tivemos uma pista
do tipo de coisas que nos aguardam no futuro da medicina.
Mas a garota com a qual estou prestes a falar
é o futuro da medicina!
E, inacreditavelmente, ela não tem um diploma de medicina.
Na verdade, ela não tem diploma algum,
e isso é porque ela ainda está na escola.
Quero dizer, é excitante que, sendo uma adolescente,
eu tenha sido capaz de descobrir algo
pelo qual sou tão apaixonada
que prefiro passar meus fins de semana lidando com códigos...
O que diferencia Brittany Wenger
são suas habilidades com o código dos computadores.
Há um grupo de gente aí fora
que tem realmente muito interesse pela ciência
e que participam de um tipo diferente
de competições de ciência...
Ela recentemente venceu o prestigiado Google Science Fair
por um programa de computador que ela criou.
Eu acho que eu sempre tive
um grande interesse por computadores,
mas quando eu estava na 7ª série,
eu estava levando isso com um pensamento futurista.
Na 7ª série? Qual sua idade na 7ª série?
- Devia ser 11-12 anos. - Certo.
E eu me deparei com o fato
de que os computadores poderiam, na verdade,
ser programados para transcender o conhecimento humano
e detectar padrões bastante complicados
que os humanos não têm idéia de como detectá-los.
Assim, eu fiquei encantada e fui para casa
e comecei a comprar livros sobre códigos
e eu decidi aprender a como programar.
O que aconteceu a seguir foi uma tragédia familiar
que inspirou Brittany a fazer algo notável.
Eu tinha 15 anos
e minha prima foi diagnosticada com câncer de mama,
e eu vi em primeira mão o tipo de impacto
que essa doença tem em uma mulher e em sua família.
Então, eu fiquei muito motivada e determinada
a fazer a diferença e comecei a pesquisar o câncer de mama.
E foi então quando eu realmente quis reunir minhas duas paixões
e tentar criar um melhor sistema de diagnóstico para o câncer.
E ela escreveu esse programa em seu tempo livre.
Olhar para uma biópsia do tecido humano
e determinar se é cancerosa ou não
é algo claramente difícil de se fazer.
O programa de Brittany foi criado para ajudar médicos
a analisarem o que eles estão vendo.
Então, por exemplo,
veja esses nucléolos - eles são pequenos pontos.
Os pequenos pontos, certo.
Eles são bem proeminentes e há vários deles por célula.
E isso poderia significar que o objeto é canceroso.
Mas ele, na verdade, é benigno.
E esse é apenas um exemplo
do porquê eles são tão difíceis de se diagnosticar,
porque até mesmo esse volume benigno
está exibindo alguns atributos cancerosos.
Eu tenho pesadelos terríveis
ao passar horas encarando esses slides no hospital,
tentando decidir se trata-se de câncer ou não.
E simplesmente parece quase impossível para mim.
Quero dizer, é uma tarefa dura.
É uma tarefa incrivelmente difícil,
para a qual Brittany encontrou uma solução.
Então, o que eu fiz foi criar uma rede neural artificial,
a qual é um tipo bem legal de programa
que pode modelar os neurônios do cérebro
e as suas interconexões,
de modo que ele pode, na verdade,
aprender a como detectar padrões
que os seres humanos não têm idéia de como detectar.
E, ao final, ele aprende a como detectar
se essas massas são cancerosas ou não.
Então, o seu computador sabe como fazer isso?
Sim. Ele, na verdade, diagnostica mais de 99%
de pacientes com câncer corretamente,
o que é um valor enorme.
Então, em 99% das vezes ele irá captá-lo?
Sim...é excitante quando você pensa a respeito.
É mais do que excitante.
O programa de Brittany tornou, efetivamente,
uma intuição médica sobre se uma biópsia é cancerosa
em algo muito mais científico.
Então, o que ele faz é prover
um conjunto de nove perguntas bem objetivas
sobre o que eles estão vendo na tela a sua frente,
e, a seguir, aplica esse grupo bem complicado de informações
em seu programa, o qual, então, instantaneamente
decide se é um câncer ou não?
Sim, exatamente.
É capaz de detectar padrões nesse sistema de pontuação
que são sutis demais para os humanos detectarem.
Então, os médicos entram com esses dados diferentes
e, a seguir, eles clicam em "Enviar"
e, após menos de um segundo,
o serviço é capaz de responder se ele pensa ser ou não um câncer
e, assim, essa *** em particular seria cancerosa.
Uau! Isso é inacreditável! Totalmente inacreditável!
Eu me sinto como se eu tivesse uma visão do futuro -
vendo as enormes recompensas que iremos encontrar
no enorme volume de dados
que o monitoramento de nossos corpos pode nos dar.
Eu voltei ao Reino Unido
e às informações que, hoje, poderiam mudar nossas vidas.
Há 3 semanas,
eu comecei um experimento de auto-monitoramento.
- Olá! - Oi, Kevin. - Oi.
Celia, Cathy, Pam e eu queríamos ver
se algum de nós poderia ficar mais saudável,
perder peso ou descobrir como dormir melhor.
Agora é hora de ver se algo mudou.
E o que você descobriu sobre nós, então?
Bem, um monte de coisas interessantes.
Eu sei quando todos se deitam, quando todos se acordam,
aonde vocês vão todos os dias...
...quanto tempo vocês dormem, qual o nível de seu sono,
um monte de cada coisa.
E, na verdade, Kevin,
você teve o nível de sono médio mais baixo.
Eu acho que foi o treinamento médico que fez isso.
Então, meu sono, em média, durou quantas horas?
Cerca de 6.7 horas por noite.
Está bem abaixo do que as pessoas geralmente creem ser normal.
E, Cathy, você foi a mais adequada de todas,
porque, como você pode ver, ficou bem perto das 8 horas.
Você dormiu 7.8 horas por noite.
E Pam teve a média mais alta.
Você dormiu mais de 8 horas por noite,
e isso é bem adequado.
Eu acho que eu estou dormindo melhor do que de costume.
Meu padrão de sono era muito, muito ruim.
E eu acho que tenho dormido melhor com o exercício extra.
Os picos no gráfico do sono de Pam nos dizem
quando ela estava acordada ou dormindo suavemente.
As baixas mostram quando ela dormia profundamente.
Com gráficos, todas as noites,
há o potencial de descobrir como dormir melhor.
Ele diz que eu tenho cerca de 1 hora de sono profundo,
e eu acho isso um pouco preocupante,
porque eu me pergunto
se precisaria de mais sono profundo do que só isso.
Você pode precisar de apenas 1 hora de sono profundo
para sentir-se bem.
Você precisa saber o que é normal para você,
e o que afeta seu sono.
Então, você descobriu algo que afetava o seu sono?
Bem, houve 2 noites durante essa semana
em que eu tomei uma taça de vinho tinto.
Bem, eu tento não beber durante a semana
mas, até aquele momento,
eu estava tendo cerca de 1 hora de sono profundo por noite.
Nessas 2 noites,
meu sono profundo caiu para 36 minutos em uma noite,
e para 34 minutos, na outra.
Talvez o vinho tinto não combine com meu sono profundo.
Eu percebi que, inclusive se eu tomar café descafeinado,
que eu costumava tomar por volta das 21 h,
eu durmo ruim,
então, eu o tirei totalmente da cabeça, agora.
E esse é um dos incríveis benefícios do auto-monitoramento.
Ele nos permite aprender coisas sobre nós mesmos
e melhorar nosso comportamento.
Então, isso terá feito alguma diferença
em nosso físico ou nosso peso?
Bem, temos a contagem total dos passos diários.
Na verdade, todos começaram coalescentes,
com cerca de 10.000 passos, em média, por dia,
que é a norma padrão para se manter ativo,
especialmente para pessoas com trabalhos sedentários, como nós.
Essas três semanas foram uma baita revelação para mim.
Porque eu tenho saído, conscientemente,
na maioria dos dias para caminhar mais.
Você meio que não consegue parar
até que você tenha atingido aqueles 10.000 mágicos,
de uma forma que é um pouco enlouquecedora.
E Celia, você chegou ao ponto da loucura
com alguma dessas coisas?
Eu cheguei ao ponto em que definia um objetivo para o dia
e, se eu não o cumprisse,
então, eu acabava fazendo esteira, enquanto via televisão,
ou simplesmente tentando dar esses passos a mais.
Você acha que percebeu alguma melhora em sua saúde,
que não seja a de caminhar bem mais?
Todas perdemos peso durante o desafio,
o que é algo muito bom.
Eu perdi cerca de 1.8 kg.
Eu perdi 2.4 kg, então...
Eu perdi 1 kg, então, o exercício extra valeu a pena.
Eu fazia muito pouco antes.
Eu sentava em minha mesa
o dia inteiro de frente para o computador.
Eu não passeava muito com meu cachorro.
Agora, eu corro do trabalho para casa
e eu estou lá fora, passeando com o cachorro.
O mesmo que Pam.
Eu estou caminhando.
Eu estou caminhando durante as tardes,
então, eu...eu mudei, e eu irei continuar.
É interessante que Cathy, Celia e Pam -
cada uma a seu próprio modo -
conseguiram mudar o seu comportamento.
Todas aumentaram a quantidade de atividades que faziam.
E isso vai muito além de uma brincadeira -
isso é importante porque, na medicina,
se eu pudesse prescrever uma coisa
que melhoraria a saúde de todo mundo,
então, essa coisa seriam os exercícios.
Os exercícios melhoram a sua fisiologia
de um modo que médicos e comprimidos jamais farão.
E isso é o que inclusive esses pequenos dispositivos
conseguiram atingir -
eles conseguiram ajudar pessoas a mudar o seu comportamento
de uma forma que, sem eles, isso seria impossível.
Hoje, todos temos a capacidade de monitorar a nossa saúde.
Os dispositivos que temos
já fazem isso sem sequer percebermos.
E, em meio aos dados que reunimos,
há incríveis oportunidades.
Porém, mais do que isso,
é o que nós escolhemos fazer com essa informação
que irá fazer toda a diferença.
Estamos no início do século XXI,
buscando coisas que irão transformar a medicina
da mesma forma que os antibióticos e vacinas
fizeram isso no início do século XX.
Mas eu fiquei convencido, ao longo das últimas semanas -
devido a tudo que eu vi -
de que essa revolução digital realmente pode fazer isso.
Dando-nos um acesso a informação que jamais tivemos antes,
ajudando-nos a entender os nossos corpos
e as consequências das coisas que fazemos em nossas vidas -
eu realmente acho que essa deve ser a chave
para vidas mais longas e saudáveis.
Traduzido por: VitDoc