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Movimento Zeitgeist
Universidade de Administração de Maharishi, 15 de Novembro de 2009
O título desta apresentação é "Para onde vamos?"
Esta é a segunda parte de uma série de duas partes.
A primeira, realizada em Londres, chama-se "Onde Estamos Agora?"
que trata do sistema financeiro e outras questões que você já deve conhecer bem
se acompanha o trabalho que faço com o Movimento Zeitgeist
que é o braço ativista e de comunicação
de outra organização chamada Projeto Venus.
Mais sobre essas organizações conforme avançamos.
Parte 1: Bagagem evolucionária
Há cerca de 10 mil anos, a espécie humana
deparou-seu com um novo paradigma social
ao qual nos referimos hoje como a "Revolução Neolítica".
Durante este período, parece que começamos uma transição
de sociedades predominantemente igualitárias
que consistiam de caçadores e coletores
para uma revolução agrícola em que o cultivo deliberado de alimentos
substituiu a busca passiva por fontes de alimento.
Portanto, permitindo muito mais controle sobre a produção.
Ao mesmo tempo, parece que houve uma grande aceleração
no avanço do que chamamos hoje de "tecnologia".
Ferramentas de pedra evoluíram, o que então definiu a tendência para a Idade do Bronze,
em que usavam a forja do cobre mais maleável.
E então veio a idade do Ferro que possibilitou mais resistência.
E assim por diante, penso que conhecemos todos esses padrões.
Desde esse período, podemos olhar para trás e reconhecer
um constante aumento da taxa de desenvolvimento tecnológico.
De fato, aparenta um aumento exponencial.
Este gráfico, feito por Ray Kurzweil
mostra um aumento exponencial no uso massificado de invenções
especificamente em tecnologia de comunicação e de computação.
Em seguida, um outro gráfico que mostra o histórico de invenções tecnológicas
e a fantástica taxa de progresso em geral.
Penso que é seguro dizer que essa evolução da tecnologia e
portanto, da própria ciência foi e continua sendo
o catalizador fundamental do progresso e da mudança.
É, de longe, o fator primário que dirige o desenvolvimento da civilização humana
não somente facilitando alcançar fins específicos
mas também na mais sutil manifestação do nosso sistema de crenças, filosofia
quadros de referência e, essencialmente, como interpretamos o mundo à nossa volta.
O próprio método científico é um tipo de ferramenta tecnológica
e sua aplicação tem continuamente avançado nosso entendimento
sobre o mundo à nossa volta, facilitando mudanças constantes.
Infelizmente, crenças culturais, que todos nós compartilhamos
tradições, muito raramente estão em sintonia
com a natureza socialmente progressiva da ciência e da tecnologia.
Isto é denominado "atraso cultural".
Isto é derivado das identificações sociais com os atuais valores tradicionais
e práticas institucionais estabelecidas.
Essas identificações emocionais
e perdoem-me por esta imagem, mas não pude resistir.
Essas identificações emocionais são fonte de conforto para nós.
De fato, tenho uma anedota. Quando estava voltando do aeroporto
vi os Amish. Eles evidentemente moravam por perto,
e estavam dirigindo. Era noite, e o que eles fizeram?
Colocaram luzes elétricas em suas carroças.
Pensei comigo: "Ei! Eles estão trapaceando!"
A questão é que é realmente difícil para qualquer instituição tradicional
continuar prosseguindo sem que eventualmente se adaptem
à beleza do avanço tecnológico e o que isso pode fazer por nós.
Um exemplo clássico deste fenômeno
que tenho certeza que vocês já ouviram antes
foi quando o astrônomo e físico italiano Galileu
apresentou pela primeira vez para a instituição política de seu tempo e região
a evidência de que a terra gira em torno do sol.
Ele foi recebido com uma forte ameaça e forte oposição
das instituições políticas e religiosas, pois aquilo era contrário
aos textos religiosos e portanto, às identificações tradicionais.
De fato, a Inquisição baniu a reimpressão dos trabalhos de Galileu
por 76 anos após sua morte.
A realidade é que as intituições
sendo ambas as instituições com pensamento tradicional codificado
e instituições com influência e poder social
sendo dogmas filosóficos em um lado
e corporações e governos no outro
cada uma tem alta propensão para cair em negação,
desonestidade e corrupção para manter autopreservação
e autoperpetuação.
O resultado é um atraso cultural contínuo,
onde o progresso social pela incorporação de novos
avanços científicos socialmente úteis é constantemente inibido.
É como atravessar uma parede de tijolos,
sendo que os poderes ortodoxos estabelecidos continuam a se perpetuar
pelos seus próprios interesses e confortos.
Para ilustrar este fenômeno num contexto moderno
vamos examinar uma das mais antigas ordens institucionalizadas ainda em uso hoje:
o sistema monetário.
Quando digo sistema monetário, não falo sobre políticas monetárias nacionais
taxas de juros, a políticas de reserva fracionária
bancos centrais ou qualquer outro componente.
Refiro-me à absoluta fundação do conceito
sendo um sistema de incentivo, aquisição e troca.
Então primeiro, vamos fazer a pergunta mais fundamental:
por que inventamos o dinheiro?
Ao contrário da postura da maioria da população atual
dinheiro não é um recurso natural
e nem representa recursos.
Dinheiro é na verdade uma convenção social para administrar escassez
e recompensar criação.
Se uma pessoa planta produtos alimentícios num pedaço de terra
aquele produto recebe um valor:
1) Baseado em quão escasso o produto é na região
portanto, o nível de demanda versus suprimento.
2) Com a quantidade de trabalho e tempo gasto para produzir esse produto.
Em termos gerais, se um produto é raro nesta sociedade
então seu valor é aumentado.
Se a habilidade necessária para uma pessoa cultivar esse produto
também for raro na comunidade, então o valor é aumentado também.
Essa é a teoria básica do valor, que você ouve nos cursos de introdução à economia.
Por cima, pode parecer inócuo
mas agora vamos considerar alguns dos efeitos colaterais inconfessos
negativos desse sistema, a saber, o mecanismo de lucro
e sua relação com a preservação das instituições.
Simplesmente, problemas e escassez são iguais a lucro.
Atributos socialmente negativos
tornam-se empreendimentos positivamente recompensados para a indústria.
Quanto mais problemas e escassez há,
mais dinheiro pode ser feito das tentativas de solução.
Quanto mais eficiência é criada na sociedade,
menos oportunidades para aquisição monetária.
Pense sobre isso. Em outras palavras
isto pode soar um tanto pessimista e abrupto
mas há pouquíssima recompensa intrínseca e, portanto, motivação
para resolver qualquer problema lucrativo.
A própria natureza do monetarismo
sanciona a perpetuação dos problemas.
Por exemplo, energia é o fundamental da nossa sociedade.
Você pode pensar que escassez e esgotamento
dos suprimentos de petróleo, que é uma especulação comum
nesse momento, o "pico do petróleo"
levando em conta a dependência da nossa sociedade atual
apresentando nada além de conotações negativas.
Não, não em curto prazo.
Não há nada que as companhias de petróleo mais querem do que a constante escassez.
A bolha especulativa do petróleo em 2007/2008 que parou escolas,
ônibus escolares e causou uma imensa dificuldade para as classes inferiores
tanto para aquecimento residencial e transporte, é um exemplo clássico.
Se as companhias de petróleo soubessem que podem fazer mais dinheiro
tendo seus itens escassos, a propensão para
deliberadamente limitar a produção e a falta de preocupação social
ou simplesmente ser completamente desonesto sobre os recursos disponíveis
é muito alta.
Igualmente, infelizmente, para todos os outros grandes problemas sociais
como a poluição ambiental.
Quanto mais sujos os lençóis freáticos e as torneiras ficam
mais a indústria pode compensar, oferecendo soluções lucrativas.
Isto cria um reforço perverso de indiferença das indústrias
às questões ambientais.
Quanto mais dano há, mais dinheiro pode ser feito.
A armação do jogo é simples.
E as ramificações psicológicas são doentias e profundas.
Vamos considerar a indústria médica
que deveria ser a instituição mais altruísta
e progressiva que temos
uma vez que nossa qualidade de vida muitas vezes depende dela.
Porém, precisamos perceber a simples realidade
de que a instituição médica com milhões de empregados
prospera com a doença da população.
Quanto mais problemas de saúde são resolvidos,
menos dinheiro pode ser gerado.
Por exemplo, a indústria do câncer.
Esta é uma indústria enorme, de vários bilhões de dólares por ano.
Uma indústria trilionária com um número muito grande de pessoas empregadas.
Suponha por um instante, hipoteticamente, que uma cura para todos os cânceres
de alguma forma, foi alcançada, e o método de tratamento
é simples e fácil. Em outras palavras, não teria mais como
a instituição médica fazer todo esse dinheiro com essa doença.
Consegue perceber o que poderia acontecer à economia
às instituições médicas, se esse problema em particular
tivesse uma solução viável?
E, percebendo isso, você consegue realmente pensar que a intenção
é curar doenças?
É uma coisa a se pensar.
E isso poderia também desempregar dezenas de milhares de pessoas.
Digo, tenha em mente que são uma instituição.
No momento que você tem empregados e tudo mais
e mesmo que você trabalhe inicialmente por uma causa altruísta
no momento que você está na posição de manter um grupo
e o grupo confia na instituição
de repente, as motivações mudam.
Um outro exemplo: e se uma empresa criasse um carro
que pudesse durar 80 anos sem manutenção
e também andar sem a necessidade de abastecimento perpétuo
usando tecnologia de baterias?
O preço pós-mercado do carro seria virtualmente zero
e bilhões de dólares seriam perdidos por causa do obsoleto consumo
de petróleo e indústrias de manutenção.
Tenho certeza que muitos de vocês sabem que temos a tecnologia
para criar carros elétricos
que podem chegar a 130 km/h e fazer 1.600 km com uma carga.
Você pode também saber que, falando no assunto, a Casa Branca
durante a administração Bush, que era de fato o cartel do petróleo no poder
certificou-se de que seus eleitores corporativos na indústria do petróleo
fossem protegidos contra esta nova realidade
ajudando a se livrar da própria ideia, esmagando-a.
De fato, não há motivo para que cada carro vendido
não possa ser elétrico neste momento. Não são
porque o progresso social e bem-estar humano
são sempre secundários para o ganho monetário.
Vou dizer novamente. Progresso social e bem-estar humano
são sempre secundários para o ganho monetário.
Também, se as pessoas não puderem fazer dinheiro com a solução de problemas sociais
eles simplesmente não serão solucionados.
Dê uma olhada na horrenda, calamitosa pobreza na África
ou simplesmente no crescimento desenfreado de sem-tetos ao redor do mundo.
Penso que George Carlin se expressou muito bem:
"Já notaram que a única metáfora que nós temos
no nosso discurso público de solucionar problemas é declarar guerra?
Temos a guerra contra o crime, guerra contra o câncer, guerra contra as drogas.
Mas já notaram que não temos guerra contra o problema dos sem-teto?
Sabe porque? Porque não há dinheiro nesse problema.
Nenhum dinheiro pode ser feito com os sem-teto.
Se conseguir encontrar uma solução para os sem-teto, em que as corporações
e políticos possam fazer alguns milhões de dólares cada um
você verá as ruas da América serem a limpas bem rapidinho!"
Principalmente quando eles pensam sobre essas coisas
a palavra "corrupção" vem à mente.
A maioria sente que essas questões são éticas.
Mas, é realmente corrupto quando uma instituição de energia
quer limitar o fornecimento, artificialmente, para que possam lucrar?
É realmente corrupto para uma companhia buscar
auto-preservação indiferente às custas do progresso social?
Realmente não, não é. Isso é somente "negócios de sempre".
E é isso que estou tentando mostrar.
E você deveria esperar nada menos que esta tendência.
O mecanismo de lucro cria ordens institucionalizadas
que constituem a sobrevivência e riqueza de grandes grupos de pessoas.
O fato é, não importa quão socialmente benéfico os novos adventos são
eles serão vistos com hostilidade se ameaçarem uma instituição estabelecida
financeiramente dirigida,
sendo que progresso social pode realmente ser uma ameaça à instituição.
Colocando em uma frase: abundância,
sustentabilidade e eficiência são os inimigos do lucro.
Avanços na ciência e tecnologia que podem solucionar
problemas de ineficiência e escassez de uma vez por todas estão,
com efeito, tornando as instituições obsoletas para resolver aquelas questões.
Portanto, num sistema monetário,
as corporações não estão somente competindo com outras corporações
elas estão competindo com o próprio progresso.
É por isso que mudança social é tão difícil num sistema monetário.
Em outras palavras, o sistema monetário institucionalizado
recusa o livre fluir da mudança.
Realmente você não pode ter uma convenção social
em que dinheiro é feito de ineficiência e escassez
e esperar uma rápida incorporação de novos adventos
que podem aliviar aqueles problemas.
Sei que estou pressionando a mesma tecla, mas a maioria não vê isto
e quero ter certeza de que está perfeitamente claro.
Não quero gastar muito tempo no sistema monetário
porque, como mencionei, era o foco da apresentação anterior.
Porém, gostaria de mostrar rapidamente duas questões importantes.
A primeira é a realidade econômica que todo o sistema econômico global
é baseado no que chamo de "Consumo Cíclico".
A única forma desse sistema funcionar é se o dinheiro está circulando perpetuamente.
Dinheiro precisa ser continuamente transferido de uma parte a outra
para poder sustentar o chamado "crescimento econômico".
Isto é feito pelo consumo constante ou cíclico
por praticamente todos na sociedade.
Empregos são inteiramente subordinados à demanda para a produção de alguma forma.
Se não houvesse demanda por bens e serviços então não haveria
demanda por trabalho, assim a circulação financeira pararia.
O que isso traduz novamente é que ineficiência é igual a lucro.
Todo o sistema exige problemas para funcionar.
Isto não é somente paralisante, como discutimos
mas também cria quantidades absurdas de desperdício de recursos,
irrelevâncias e extremismos.
O segundo ponto que quero apresentar neste assunto, que é muito mais abrangente,
tem a ver com a natureza holística do jogo monetário
na prática histórica e o objetivo fundamental.
Todas as sociedades hoje, sejam denominadas capitalistas, socialistas
ou até comunistas são fundamentalmente baseadas no dinheiro.
É o dinheiro que permite a possibilidade dentro do próprio sistema.
O Capitalismo de Mercado Livre, como é sempre chamado,
é a religião econômica dominante de hoje.
Digo religião, porque quando falamos sobre a percepção cultural
desta metodologia, poucos hoje parecem ter a habilidade
de sequer ponderar qualquer outra opção de operação social.
Eles são completamente doutrinados. O mercado livre na prática
pode ser definido como: um mercado em que fornecimento e demanda
não são regulados, exceto pelas políticas de competitividade de um país,
e direitos e propriedade física e intelectual são sustentados.
Note que diz "Não regulado,
exceto pelas políticas de competitividade do país".
Em outras palavras, não existe tal coisa como "mercado puramente livre".
Sei que a maioria de nós sabe disso, mas quero que fique claro
Já que nem poderia haver um mercado livre puro
sem que o sistema se autodestrua tirânica a e irreversivelmente.
Por que? Porque a base da atividade do mercado livre
sendo a atividade baseada no interesse próprio
e aquisição estratégica de ações do mercado,
a estratégia do jogo, pode somente levar a monopólios e cartéis.
Essa é a base de toda motivação
e é engraçado como os economistas de hoje negam tudo isso.
Por exemplo, digamos que eu quero abrir uma loja de eletrônicos
numa cidade relativamente pequena. Digamos aqui em Firfield, Iowa,
E ao mesmo tempo há outras três lojas na mesma área.
e, portanto, tenho que competir com elas.
Com o passar do tempo, vou trabalhar para dinamizar minhas estratégias de competição
e reduzir despesas de uma forma que minha loja se torne dominante,
o distribuidor mais acessível de uma série de produtos.
E todos na cidade vão para a minha loja, em vez das outras, por estes produtos.
Por conta disso, duas das outras três lojas
fecham o negócio e deixam a cidade.
Então nesse ponto é só a minha loja
e o outro competidor na região. Competição dual.
Agora que meus lucros são tão altos, tomo uma decisão executiva.
Decido tentar adquirir ou comprar
a outra loja da cidade.
Parece razoável, não é? Aquisições acontecem o tempo todo.
E eles concordam. Então, eu compro aquela loja,
ponho meu logotipo nela e bum! Tenho um monopólio regional.
Da mesma forma, vamos assumir que não comprei a outra loja
mas nos tornamos amigos e me torno parceiro deles,
e imaginamos uma forma de trabalharmos juntos e florescer
de uma forma não competitiva. Parece lógico, não?
Bom, adivinhe! Agora eu tenho um cartel.
Em outras palavras, os negócios são baseados, em parte, num jogo de estratégia
para ganhar quotas de mercado e então lucrar.
Portanto, é uma gravitação natural
buscar dominância no nosso setor ou indústria,
e o nível máximo é o monopólio e o cartel.
É um progresso natural do sistema de mercado livre
tornar-se o mais dominante e poderoso possível.
Mas não para por aí. E tenho certeza que a maioria nesta sala
entende a prática de lobby no congresso pelas corporações,
Considerada absolutamente normal. O que é lobby financeiro?
O lobby é a prostituição do estado.
para garantir mais poderes ou posições facilitadas às corporações.
Em outras palavras, se você pagar algumas pessoas do congresso para sustentar
a agenda da sua companhia, então você terá assegurado mais ainda
sua posição econômica. O mesmo vale para contribuições de campanha.
Hoje as pessoas dizem que é corrupção.
Não, não é. Esse é o mercado livre trabalhando.
O que mais você espera? Não existe tal coisa
como um governo objetivo num sistema monetário.
Isso é impossível. Toda a sociedade
está baseada no dinheiro e na renda, então porque você acha
que sequer pensariam a respeito?
Vemos esse argumento ético todo o dia, e adivinhe,
isso nunca funcionou, e nunca vai funcionar.
Influência e, portanto, corrupção é um produto natural do nosso sistema.
Isso deveria ser esperado.
De fato, vamos levar esta linha de raciocínio mais além.
No decorrer da história houve um império após outro,
cada um trabalhando pela proteção das terras e dominação de recursos.
A razão central da guerra é por recursos,
lucros, poder imperial e monopólios mercantis.
Governos são fundamentalmente nada diferentes de corporações
em termos de interesses próprios.
A invasão dos Estados Unidos no Iraque poderia ser considerada
como uma conquista corporativa hostil em efeito.
Até para os indivíduos mais ingênuos de hoje
não teve nada a ver com armas, liberdade, ou democracia para o povo.
Nem quero tocar nesse assunto pois já é considerado antiquado
falar sobre isso. Não está nem na moda.
Estamos tão acostumados a esse nível de corrupção
que apenas olhamos para o outro lado hoje em dia.
Porém, quero deixar bem claro o que a guerra realmente
tem a ver com isso, se você tiver qualquer inibição.
É para conquistar recursos, lucro industrial
e expansão do império, fundamentalmente.
Nas palavras do Major General Smedley D. Butler
que recebeu duas medalhas de honra: "Guerra é contrabando.
Sempre foi. É possivelmente o mais antigo, mais rentável,
certamente o mais selvagem. É o único de âmbito internacional.
E é o único onde os lucros são avaliados em dólares
e as perdas em vidas."
É importante ressaltar
que a busca atual do lucro no sistema do mercado
está gerando uma forma diferente de império.
Um império corporativo
baseado em juntar economias através de acordos mercantis.
Isso é chamado de "Globalização".
Acho que Jim Garrison, presidente do Fórum do Estado Mundial,
expôs sucintamente:
"Tomadas cumulativamente, a integração do mundo como um todo,
particularmente em termos de globalização econômica
e das qualidades míticas do capitalismo de 'mercado livre',
representa um genuíno 'império' no seu próprio direito.
Poucos têm conseguido fugir dos 'ajustes estruturais'
e 'condicionalidades' do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional,
ou das arbitragens da Organização Mundial do Comércio,
essas instituições financeiras internacionais que, apesar de inadequadas
ainda determinam o que a globalização econômica significa.
Tão grande é o poder da globalização que durante nossa vida
estamos para ver a integração, mesmo que de forma desigual,
de todas as economias nacionais do mundo em um sistema de mercado livre
único e global." Portanto, Império.
Para acentuar isto, a propensão desse sistema
é criar monopólio mundial.
Esta é a acentuação, gravitação natural
da metodologia e filosofia da ideologia do mercado livre em si.
Isto é o que a psicologia estabelece. Espero que esteja claro.
É baseado em dominação estratégica e penso que é tempo
das pessoas finalmente acordarem para isso. Isto não é baseado em liberdade
É baseado em conquista.
A base central da funcionalidade social atual é inerentemente despótica.
Não existe essa coisa de transação ética.
Ética e competição são incompatíveis,
sendo que a base para buscar vantagem diferencial para ganho pessoal
é completamente antiética em qualquer civilização,
levando perpetuamente ao conflito e à exploração.
Desonestidade é o modo de operação em todos os níveis,
quer você perceba ou não. E francamente,
como alguém em seu juízo perfeito poderia racionalizar
que um mundo equilibrado, pacífico, sustentável e produtivo
poderia vir da livre competição, portanto, do livre conflito
de indivíduos competindo uns contra os outros por trabalho,
de corporações guerreando umas contra as outras por fatias de mercado,
de governos competindo uns contra os outros por dominância econômica global,
está além da minha compreensão.
Vivemos num sistema paralisado, que promove separação,
auto servidão que gera parasitismo e prostituição.
Cada um de nós, devido à própria natureza do jogo monetário,
é forçado a uma posição de submissão,
seja a um empregador ou a um cliente.
O objetivo básico é aquisição monetária,
não o serviço ao progresso social.
Nós sugamos e exploramos. Infelizmente, a única cooperação
que se tende a achar nesses dias
ou, na verdade, desde que o sistema foi criado,
foi quando havia um inimigo em comum,
quando um grupo particular trabalha para lutar contra um outro.
Portanto, uma corporação trabalhando contra outra corporação.
Vantagem é desonestidade.
Espero que todos entendam isso por completo.
Seguindo em frente.
Gostaria de abordar alguns outros atributos culturalmente
comuns da nossa sociedade moderna., ambas institucionais e ideológicos,
que raramente são pensados num sentido holístico.
Será um pouco abstrato, mas gostaria de mostrar
como a integridade dessas convenções atuais são ultrapassadas,
poluídas pelo sistema monetário e interesses próprios
ou simplesmente ignoram a raiz das causas dos problemas
que essas convenções estão tentando resolver.
Os quatro pontos são:
1) Leis, direitos e proclamações escritas.
2) Segurança
3) Governo, como conhecemos hoje, e
4) Ativismo e a assim chamada "ética".
Leis, direitos e proclamações escritas.
Na sociedade atual, o governo tenta controlar o comportamento humano
com ameaças, na forma de leis.
Pouca consideração é dada para a razão por trás das causas
desses assim chamados atos criminosos ou socialmente ofensivos.
Se uma pessoa é presa por roubar, pouca consideração é dada
às condições ambientais que geraram
o interesse de roubar para começar, a motivação.
Uma mãe que rouba para alimentar sua família faminta é uma criminosa?
Não. Ela está simplesmente fazendo o que precisa fazer.
Quando refletimos sobre esta realidade, que nós, como seres humanos
somos realmente nada mais nada menos que animais
e operamos com os mesmos reforços comportamentais básicos
- perdoem-me por estas imagens, mas tive que usá-las para fazer a comparação -
o fato é que operamos com os mesmos reforços comportamentais básicos,
tendências de sobrevivência, como a maioria das outras espécies.
Então vemos que é ilógico e irresponsável
considerar qualquer comportamento humano
fora do domínio da condição social.
No começo dos anos 90, foi feito um estudo chamado "Estudo Merva-Fowles"
que descobriu que 1% de aumento em desemprego na maioria das cidades dos EUA
resultou em um aumento relativamente substancial no crime.
Isto mostra como o assim chamado "comportamento criminoso"
está diretamente relacionado com as circunstâncias sócio-econômicas.
Não deveria surpreender que a grande maioria das pessoas nas prisões
vêm de posições sócio-econômicas precárias.
A sociedade está produzindo este comportamento.
Particularmente a escassez, se você prestar atenção.
E ano após ano, o número de pessoas nas prisões aumenta
junto com o número de leis nos livros.
Portanto, obviamente algo não está funcionando direito.
Algo não está funcionando, algo está errado.
Se a sociedade fosse administrada progressivamente com a intenção
do bem-estar humano coletivo
então nós deveríamos ver uma constante redução
do crime e da população das cadeias, uma redução de leis.
De fato, o objetivo de uma sociedade produtiva, estabilizante,
teria a intenção de eliminar a necessidade de prisões, polícia
e tudo o que já mencionamos.
Penso que Lisa Simpson disse bem:
- E aquele é o beberrão. E essa é a mesa da mamãe.
- Mãe, eu sei que suas intenções são boas mas a polícia não é
uma força protetora que mantém o status-quo da elite rica?
Não acha que deveríamos atacar as raízes dos problemas sociais
em vez de jogar pessoas em prisões superlotadas?
- Olhe Lisa! Este é McGriff, o cão do crime!
Isto nos leva ao conceito de segurança.
Desde o 11 de setembro, as medidas de segurança ao redor do mundo
enlouqueceram com irracionalidade.
A *** pública, especialmente nos Estados Unidos,
está agora neuroticamente obcecada com segurança.
A solução para o comportamento humano violento é evidentemente mais polícia,
mais câmeras e menos liberdade.
Odeio dizer isso a todo mundo,
mas se alguém realmente quer te matar
ou explodir um avião, explodir um shopping center
ou fazer qualquer coisa que queiram, essencialmente na forma de violência,
soltar gás tóxico no metrô,
encontrará um jeito de fazê-lo.
Nenhuma forma de segurança vai impedi-los.
Portanto a lógica está errada.
É impossível, e toda a base da segurança como conhecemos
é o absoluto reverso da aplicação necessária
para resolver esses tipos de problemas.
Segurança de verdade vem da solução de problemas sociais
abordando o ambiente, as razões
das neuroses e distorções do ser humano.
Este é um gráfico que cobre os últimos 200 anos.
O eixo Y mostra expectativa de vida
e o eixo X mostra a renda com ajuste de inflação.
Cada bolha é um país.
O tamanho mostra a população e a cor mostra o continente.
A chave está no canto superior direito.
Você notará que a expectativa de vida em 1800
estava abaixo de 40 anos em todos os países
e a renda era menos de U$3.000.
Quero que prestem atenção na tendência de disparidade,
particularmente na receita, como veremos através do tempo.
Perceberá que a expectativa de vida tem aumentado
junto com a riqueza, em geral. Mas o que vemos principalmente?
O que vemos? O que se destaca?
Nós vemos uma tremenda e crescente disparidade econômica.
A África por exemplo, é deixada para trás
pelas nações ocidentais.
Nós fomos disso, para isso.
A disparidade econômica está obviamente aumentando. Porque estou mostrando isso?
Algumas pesquisas tem sido feitas por alguns grupos.
Um deles de Richard Wilkinson, da Universidade de Nottingham no Reino Unido,
que mostra uma forte correlação do crime com a desigualdade de renda.
Não renda absoluta, mas desigualdade em si.
É psicológico. Por exemplo, nos Estados Unidos,
que tem a maior disparidade de renda no mundo.
Claro, também somos os mais ricos do mundo.
Pergunto-me por que temos a maior população carcerária do mundo.
Por que há tanta distorção?
É possivelmente por causa dessa tremenda estratificação econômica.
Este é um gráfico mostrado o crescimento da disparidade
dividida em classes alta e baixa.
Enquanto as classes mais baixas continuam pobres em média,
a diferença entre elas e as classes mais altas
continua crescendo extensivamente.
Acredito que essa é a fonte básica
do aumento do crime ao redor do planeta, holisticamente.
Parece que há uma correlação entre o crescimento da disparidade
e a população das prisões, e portanto, o crime.
Quanto mais desigualdade de renda, mais crime.
Isto vem do que algumas pessoas se referem como "estresse psico-social".
Voltando ao ponto original, quando se trata
do conceito de segurança, penso que uma das coisas mais importantes
que deveríamos considerar é reduzir a diferença de renda global.
Em outras palavras, penso que quanto mais a desigualdade cresce no mundo
mais conflitos mundiais surgirão em múltiplos níveis.
Agora vamos falar sobre proclamações escritas.
Hoje usamos as proclamações escritas, como chamamos,
para denotar os chamados ditos direitos pessoais.
E, assim como as leis, eles são culturalmente tendenciosos,
invenções artificiais, que tentam resolver problemas recorrentes
simplesmente declarando alguma coisa com palavras no papel, geralmente.
Direitos, de fato, foram inventados para nos proteger
dos produtos negativos do próprio sistema social.
E mais uma vez, em vez de procurar uma verdadeira solução para um problema
inventamos esses remendos na forma de proclamações escritas
numa tentativa de resolvê-los.
Isto não funciona. Nunca funcionou.
Não existe algo como direitos inalienáveis
fora da cultura em que foi assumido.
Estamos fazendo isso!
Portanto, liberdades precisam ser inerentes num sistema social desde o começo.
não aludidas ambiguamente no papel.
Como um exemplo clássico disso, vamos pegar a noção de leis divinas,
os famosos "Dez Mandamentos": "Não roubarás.
Não matarás." Por que?
Essas são noções superficiais,
criadas por homens que não tinham qualquer informação real,
quem não entendiam que vivemos numa realidade de causa e efeito.
Dizer isso às pessoas não muda praticamente nada, como a história prova.
Moralidade é uma ideia vazia que não tem referência empírica.
Um mandamento inteligente seria algo como:
"Reorientarás continuamente a vós mesmos e a sociedade
para reduzir tendências reacionárias que levam a conseqüências aberrantes
como roubo e assassinato."
(O Evangelho de Peter Joseph)
[aplausos]
A mesma irrelevância superficial é aplicada a qualquer constituição
ou projeto de lei de qualquer país deste planeta.
Na Carta de Direitos dos Estados Unidos, há uma tentativa de assegurar
certas liberdades e proteções na forma, novamente, de mero texto em papel.
Agora, embora eu entenda o valor deste documento
e o esplendor temporal disto no contexto do período de sua criação,
isto não desculpa o fato dela ser um produto
de ineficiência social e nada mais.
Em outras palavras, declarações de leis e direitos
são na verdade um reconhecimento de falhas no design social.
Há muitas pessoas hoje nos assim chamados movimentos "Patriotas" e "Liberais".
Conheço muitas pessoas assim. Sou fã de várias pessoas
defensoras disso, em parte, porque penso que há espaço para isso.
Mas esse documento não é o "salvador" da América.
Algumas pessoas parecem acreditar
que os Estados Unidos tem alguma posição mágica em um ponto ou outro,
talvez quando massacramos todos os mexicanos e indianos para roubar territórios,
ou o fato de que quando a constituição foi escrita, somente homens brancos
que possuíam propriedade, que eram cerca de 10% de toda população
da nação, podia realmente votar.
Isto é governo do povo?
Seguindo. Permita-me demonstrar o que estou falando aqui.
A quarta emenda detalha como as pessoas têm
"proteção contra buscas e apreensões sem razão".
Esta declaração é basicamente qualificada pela noção
de "causa provável" na emenda.
O que é "causa provável"?
A única forma de saber isso é encontrar uma definição empregada legalmente
que é culturalmente aceita.
Uma definição comum de causa provável neste contexto é:
Uma crença razoável de que uma pessoa cometeu um crime.
Então o qualificador agora é "razoável", certo?
Razoável. Isto é geralmente definido como "justo",
não excessivo ou extremo.
Então acho que temos que ver a palavra "excessivo".
Você entendeu onde quero chegar, espero.
É semanticamente sem sentido, portanto não pode ser confiável.
Nenhum deles pode.
Em outras palavras, definições legais não são empíricas.
Todas as emendas são sujeitas ao capricho da interpretação
daí o abuso a que são sujeitas pela polícia,
pela segurança nacional e pelo IRS diariamente.
Portanto, de volta ao ponto original.
Não existe essa coisa de direitos
enquanto a referência pode ser alterada à vontade.
A quarta emenda é uma tentativa de proteger as pessoas
do abusado do poder do estado. Isso está claro.
Mas evita a verdadeira questão, que é:
Para começar, por que o estado teria interesse para busca e apreensão
Como se remove os mecanismos que geram tal comportamento?
Temos que focar a causa real.
Para ser claro novamente, não estou dizendo que leis, direitos,
não são necessários atualmente. Certamente são.
Mas precisamos aprimorar nosso foco para resolver o problema real.
E a propósito, para todos os nacionalistas,
não estou atacando a constituição dos EUA.
Porém, ela não é a resposta e é ingênuo pensar
que esse documento realmente tenha tanta relevância.
Novamente, sou fã de pessoas como Ron Paul e Dennis Kucinich.
Acredito que há lugar para o trabalho que eles fazem,
mas essa não é a resposta.
A história dos EUA é como a história de qualquer outro país
nesse planeta. É uma história de engano, fraude e corrupção.
Não há nada a que retornar,
pois a integridade nunca esteve lá para começar.
Devemos seguir em frente, não para trás.
E isso nos leva ao governo.
Todos os governos existentes hoje, quer se reconheça ou não,
são ditaduras institucionais.
São monopólios de poder publicamente sancionados,
e democracia como é praticada atualmente é simplesmente um jogo.
Sinto muito, mas é simplesmente um jogo
para dar ao público uma ilusão de controle.
[aplausos]
As pessoas acham que têm escolha no nosso sistema atual
porque podem apertar um botão numa máquina de votação
e colocar uma pessoa pré-selecionada no poder.
Contudo, quando esta pessoa está no poder,
o público praticamente passa a não ter voz.
Você votou pela ajuda aos bancos?
Você votou pelo gabinete de governo de um novo presidente?
Você votou pelo aumento dos impostos?
Você votou por onde estradas, linhas elétricas ou outras infraestruturas passam?
Você votou pelas guerras do Afeganistão e Iraque?
Então aonde está a sua verdadeira participação?
Na parte três discutiremos como uma verdadeira democracia funcionaria,
e não é a eleição de pessoas. É a eleição de ideias.
Temos que entender que o governo como conhecemos hoje
não existe para o bem-estar da população
mas sim para a perpetuação do seu estabelecimento e de seu poder
assim como qualquer outra instituição dentro de um sistema monetário.
O governo é uma invenção monetária por uma questão
de controle econômico e social. Seus métodos são baseados
em auto-preservação acima de tudo.
Tudo que o governo pode fazer é criar leis para compensar
uma inerente falta de integridade na ordem social.
Também é importante ressaltar que a maioria dos políticos são advogados.
A maioria dos "jogadores" no governo vem do mundo do direito.
E na verdade eles não tem absolutamente nenhuma educação real
e entendimento sobre a verdadeira base da operação social.
Um advogado poderia consertar o sistema de aquecimento da sua casa?
Um advogado poderia organizar uma rede elétrica de uma área? Não.
Advogados e, portanto, políticos simplesmente não são treinados
em nenhuma forma tangível de solução de problemas reais.
Eles são treinados para solucionar problemas artificiais e sem sentido
que são subprodutos culminados da nossa sociedade sem sentido.
Em outras palavras, sociedade é na verdade uma criação técnica.
Repito: a sociedade é uma criação técnica,
consistindo de infraestrutura, recursos e gestãoento.
Sociedade é uma construção tecnológica.
Republicano, democrata, isso não significa absolutamente nada.
Se você realmente quer ver uma sociedade que funcione
deve começar a entender que ciência e tecnologia
são os elementos primordiais que governam
todo o mecanismo de organização social
e,portanto, aqueles que estudam esses atributos deveriam receber
não o controle, mas a primeira linha de participação.
A linha de frente de influência para dizer "Podemos alimentar e vestir
todas as pessoas pobres na África e no terceiro mundo.
Tecnicamente podemos fazer isto". Mas infelizmente,
eles vão à sua burocracia corportiva, e, portanto, à burocracia do governo,
e os governos dizem "Não temos dinheiro para isso."
A pergunta nunca foi "Temos o dinheiro?".
A pergunta sempre foi "Temos os recursos
e o conhecimento tecnológico?".
Agora, o último assunto que gostaria de cobrir nessa seção
tem a ver com ativismo e os padrões tradicionais de ativismo
que temos visto históricamente pelo mundo.
No mundo atual há incontáveis pessoas bem intencionadas
e organização ativistas fazendo muito barulho sobre os problemas excessivos
e injustiças do nosso mundo.
Infelizmente, porém, como se pode constatar,
poucos deles oferecem alguma solução real e tangível a longo prazo.
Aqueles que oferecem soluções, no entanto,
quase que universalmente enquadram essas soluções
dentro do estabelecimento social pré-existente.
Suas táticas tendem a envolver novas legislações e, é claro,
sempre exigem ética e responsabilidade.
Pouca atenção é dada à raiz estrutural do nosso sistema.
Lutar e protestar
contra organizações corporativas corruptas e buscar dinheiro da sociedade
numa tentativa de reduzir tais tendências é um caminho típico que é tomado.
Em geral é um caminho muito respeitável.
Porém é um caminho que não criará mudanças a longo prazo.
Estou muito contente de ver algo assim
mas será que isso realmente leva a algo?
Quando se trata de corrupção social, pobreza, negligência ambiental,
exploração humana e a maioria das perturbações pessoais e sociais no mundo hoje,
a maior percepção é que a maioria desses problemas
não são o resultado de uma companhia em particular,
algum grupo de elite nefasto ou alguma legislação governamental.
Esses são sintomas do problema fundamental.
O problema real é o comportamento humano.
E o comportamento humano é em grande parte criado e reforçado
pelos padrões sociais necessários para sobrevivência
que se fazem necessários pelo sistema social vigente naquele período de tempo.
Somos produtos da nossa sociedade e, de fato,
o próprio fundamento do nosso sistema sócio-econômico
e, portanto, nossas condições ambientais
que criaram este clima cultural doentio que você vê ao seu redor.
Muito raramente alguma organização ativista hoje considera a possibilidade
de que talvez o problema seja o próprio sistema social.
O ponto principal é que podemos passar o resto de nossa existência
tentando pisar nas formigas que misteriosamente
saem debaixo da nossa geladeira, preparando armadilhas, ou leis,
o podemos nos livrar da comida estragada atrás dela,
que está causando a infestação para começo de conversa.
Parte 2: Projeto Terra
Existe um conceito na engenharia elétrica chamado
"relação sinal-ruído",
que tem a ver com a razão entre a força do sinal
e a de um ruído que o corrompe.
É como ouvir música no rádio de um carro
que está recebendo muita interferência,
tornando a música obscura e distorcida.
Penso que essa é uma ótima metáfora para as nossas praticas sociais vigentes,
sendo o sinal os aspectos fundamentais, importantes
e relevantes para um dado campo, e o ruído os métodos ultrapassados,
tradicionais e ineficientes
que ofuscam, confundem, atrasam e distorcem
nossos objetivos e habilidades.
Quero que todos esqueçam
tudo que acabei de falar. Dêem um longo passo para trás
e considerem um exercício mental muito simples que quero fazer
a respeito de como conduzimos nossas ações neste planeta.
Vamos supor por um momento que somos viajantes inter-estelares
vindos da Terra, tal como é conhecida hoje,
e em nossa jornada topamos, por incrível que pareça,
com uma réplica exata de nosso planeta.
A única diferença entre a situação desse novo planeta
e a do nosso é que não há seres humanos.
A evolução humana não aconteceu.
Logo, não há ordens estabelecidas, nem arrogância social
e nem dinheiro, é claro, nada para limitar nossas possibilidades.
Dado o conhecimento científico avançado que temos hoje,
como iremos redesenhar
nossa infraestrutura social do zero,
com o objetivo de criar nada menos que a sociedade mais eficiente,
consciente e sustentável possível?
Qual é o primeiro passo?
Um levantamento completo dos recursos naturais da Terra faria sentido, certo?
Acho que seria ilógico começar de outra forma.
Precisamos entender a extensão e capacidade máximas
dos componentes terrestres para fazermos deduções
quanto as nossas capacidades.
Os recursos naturais vêm em muitas classificações:
bióticos, aqueles obtidos a partir da biosfera
como florestas, organismos marítimos, combustíveis minerais;
e abióticos, como terra fértil, água,
ouro, minério de ferro e outras matérias-primas.
Há muitos recursos naturais a serem considerados, é claro,
mas por uma queatão de simplicidade vamos considerar apenas uma área,
que servirá como protótipo para todas as demais.
E essa área é a energia.
A energia é o combustível da sociedade, acho que a maioria concordaria.
Ela parece ser o mínimo denominador comum da civilização moderna,
e tem sido o facilitador básico do progresso
e das melhorias em nossos padrões de vida.
Creio então ser um bom lugar para começar. O que fazemos então?
Simplesmente escaneamos e analisamos a Terra,
listando todas os locais de energia relevantes e potenciais.
Claro, as potenciais, para esclarecer um pouco,
é sempre baseada no estado atual
da tecnologia para aproveitamento.
Por exemplo, hoje a energia solar tem um enorme potencial,
mas ainda é muito mal aproveitada, já que a tecnologia
tem sido ineficiente até agora.
Porém, com o advento da nanotecnologia, estamos vendo
um possível aumento exponencial nesse potencial.
A ideia aqui é que só depende da qualidade dos nossos métodos.
Além disso, não quero gastar muito tempo na questão da nanotecnologia,
mas se você pesquisar essas tendências aplicadas ao aproveitamento da radiação solar,
ficará claro que a energia solar sozinha, com o tempo,
poderia fornecer energia para todo o mundo mais de mil vezes.
Infelizmente, você não verá isso num futuro próximo. Por quê?
Porque é eficiente demais para o mercado
e o processo de absorção levaria muitos anos
se levado a sério.
Voltando ao nosso exercício mental,
uma vez que temos esses dados brutos das fontes de energia,
precisamos avaliar cada fonte com base em sua capacidade de renovação,
poluição gerada e tudo que conte como fator
para determinar o grau de sustentabilidade.
As fontes com as retroações mais negativas
recebem a menor prioridade de utilização. E a propósito,
essa tabela é arbitrária. Não a levem tão a sério.
Por exemplo, combustíveis fósseis são em sua maioria não-renováveis
e podem poluir o meio ambiente.
Dado a enorme força das energias geotérmica,
das ondas, eólica e solar combinadas,
eu diria que não há razão nenhuma para se preocupar
com combustíveis fósseis.
E para esclarecer isso, eu gostaria de explicar estes meios renováveis.
De acordo com um estudo de 2005 da Universidade Stanford,
se 20% do potencial conhecido da energia eólica fosse aproveitado
ela proveria todas as necessidades energéticas do mundo.
Já mencionamos a energia solar. A radiação que atinge a superfície da Terra
equivale a cerca de 10.000 vezes o consumo do planeta.
Esta questão nos leva à tecnologia, nanotecnologia, como mostramos,
A menos conhecida é a energia das marés. Como exemplo regional, um estudo recente
descobriu que 34% de toda a energia do Reino Unido
poderia vir somente da energia das marés.
Mais eficaz, ainda no oceano, é a energia das ondas,
que descobriu-se possuir um potencial global
de 80,000 terawatts/hora por ano,
o que significa que 50% de todo o consumo do planeta
poderia vir só da energia das marés.
Ainda mais eficaz, contudo, é a energia geotérmica,
que, de acordo uma uma recente análise do MIT, contém energia o bastante
para atender às necessidades mundiais pelos próximos 4.000 anos.
Em outras palavras, energia não é nada além de abundante
neste planeta e não deixe ninguém lhe dizer o contrário.
Voltando ao nosso exercício. Uma vez definidos os dados,
comparamos os potenciais de consumo, e ajustamos apropriadamente.
Felizmente, como acabamos de analisar, temos energia de sobra
para atender às nossas necessidades, então podemos eliminar
as fontes menos eficazes, como o petróleo e todo o resto.
E aí está nosso conjunto de fontes de energia para utilizar.
Passo 3: distribuição e monitoramento.
A distribuição seria logicamente formulada
com base nas possibilidades tecnológicas e proximidade das fontes.
Em outras palavras, se a Ásia usar energia eólica,
não iremos distribuir essa energia na América Latina.
Os parâmetros de distribuição ficarão evidentes
com base no nível atual da tecnologia de distribuição
e na praticidade da proximidade.
Do mesmo modo, o monitoramento ativo dos recursos feito por meio de sensores terrestres
e computadores, proporcionará uma constante percepção
da taxa de uso, de esgotamento, de renovação
e qualquer outro parâmetro relevante
a fim de manter um equilíbrio, é claro.
Se algum recurso for se tornar escasso,
podemos prever isso com antecedência através da análise de tendências
e da tomada de medidas apropriadas para o devido ajuste.
Essa não é uma ideia nova, ela é utilizada no nosso cotidiano
de maneiras isoladas,
como o aviso dos níveis de tinta da sua impressora pessoal
conectada ao seu computador doméstico.
Vamos rever. O que temos até aqui?
Temos a localização dos nossos recursos energéticos.
Temos os potenciais de produção e qualificadores de distribuição,
baseados no uso estratégico, aproveitamento tecnológico e proximidade.
E finalmente, temos um sistema de monitoramento ativo dos recursos,
que informa o nível do suprimento de energia,
taxas de consumo e outras tendências relevantes.
Em outras palavras, criamos um sistema,
uma abordagem sistemática para o gerenciamento energético no planeta.
O sistema é composto de dados e estatísticas em tempo real.
O processo de expansão é baseado
não na opinião de uma pessoa ou grupo,
não nos caprichos de uma corporação ou governo,
mas na lei natural e na razão.
Em outras palavras, uma vez que estabelecermos
que a sobrevivência e, portanto, a sustentabilidade são nossas metas enquanto espécie
- com o que espero que todos nesta sala concordem -
cada parâmetro a considerar em relação à gestão de recursos
torna-se então totalmente óbvio.
Isso se chama chegar às decisões em vez de tomá-las,
que é um ato subjetivo com base em informações incompletas
e, muitas vezes, preconceitos culturais.
O planeta é um sistema holístico com recursos por toda parte.
Por isso, a eficiência da sociedade pode vir
de uma abordagem sistêmica integrada
ao gerenciamento desses recursos e, portanto, aos processos sociais.
O planeta exige isso, por assim dizer.
O único governo que existe são as atividades planetárias, a lei natural.
É intrinsecamente negligente, ilógico e irresponsável
agir de maneira isolada, já que necessitamos de um sistema holístico.
Usando esse modelo energético como nosso exemplo processual,
essa abordagem sistêmica poderia ser aplicada a qualquer outro
recurso terrestre e quantificador.
Nós avaliamos, encontramos potenciais, qualificamos as retroações negativas,
e aplicamos a tecnologia moderna para explorar, distribuir e monitorar
da forma mais lógica e holística possível.
Naturalmente, um programa de gerenciamento de banco de dados
seria o método lógico para conduzir esses assuntos,
onde todos os atributos que discutimos são introduzidos
com o uso de computação estratégica.
E uma vez que a meta é a máxima eficiência holística,
a automação de ajustes também se torna muito simples.
Por exemplo, digamos que temos duas usinas geotérmicas
na mesma região, ambas produzindo em conjunto
a energia necessária para aquela região.
Certo dia ocorre um problema, e a produção de uma das usinas cai em 30%.
Isso seria visto pelo sistema de monitoramento
e a produção da outra usina seria automaticamente ajustada em 30%.
É reativo, como o sistema nervoso em seu corpo, automático.
Sem motivos para por em votação ou em debate no congresso.
É automático porque é auto-evidente.
Para resumir essa abordagem:
Todos os recursos planetários, da energia aos minerais, à vida marinha
são geridos por processos estatísticos estrategicamente ativos
num sistema global
programado para se ajustar automaticamente
às mudanças do meio ambiente. Aí está.
Corrijam-me se eu estiver errado, mas temo que não há outra forma
de obter eficiência máxima no nosso uso de recursos.
É um processo técnico. É também muito simples quando se pensa nisso,
mesmo que os detalhes da implementação pareçam complexos
para a maioria de nós, leigos em engenharia de sistema.
Então agora temos um sistema global de gestão de recursos,
usando programação e feedback para manter
o que chamamos de equilíbrio dinâmico e eficiência máxima.
Como então a mesma abordagem sistêmica de gestão lógica se aplica
aos meios aparentemente mais complexos de operação social
como a produção de bens tangíveis para o consumo humano diário?
Temos uma boa noção de nossos recursos utilizáveis.
Então vem a questão : " Do que as pessoas precisam?"
Na verdade essa é uma questão bem ampla.
De um lado do espectro há as necessidades básicas da vida
como comida, ar limpo, água e outros.
Enquanto que no outro extremo, temos questões de vaidade
ferramentas, lazer e outras questões,
que basicamente variam de região para região,
de cultura para cultura e de geração para geração.
Essa última parte, o valor em relação às necessidades básicas, será tratada mais tarde
mas agora iremos nos focar nas necessidades básicas da vida
para todos nós.
Comida e água.
Naturalmente abastecimento de água consumível ou água potável
seria obtida como parte de nossa pesquisa global inicial
e regulada e monitorada como discutimos.
Quanto à comida, a primeira coisa a se considerar é a agricultura,
e, portanto, a terra arável.
Então pesquisamos e localizamos toda a terra arável no planeta.
Então estabelecemos estatisticas de consumo, baseadas no uso da poulação.
Obviamente as análises se tornariam muito mais complexas
do que estou discutindo aqui pois há muitas coisas a se considerar
omo a propensão de crescimento de certas plantações,
os métodos usados para cultivo,
a necessidade de se lidar com situações adversas e muitos outros pontos.
Entretanto, mais uma vez, cada uma dessas questões pode ser isolada,
reconhecida e quantificada em um grau ou outro, sistematicamente.
Quero continuar a abordar o processo, este é o ponto mais importante.
Para estender este ponto, as convenções usadas para o cultivo
e preservação de comida e água agora, só depende de nós.
Esta é uma área onde a tecnologia se torna crucial
em face do crescimento da população.
Na sociedade atual, a escassez de água e comida
é enorme nos países em desenvolvimento.
Aqui há uma projeção feita pelo "IRRC"
em relação à escassez de água por volta de 2025.
Por sua vez, por volta de 1 bilhão de pessoas passam fome neste planeta
de acordo com a ONU. Provavelmente é muito mais do que isso,
considerando a forma como a ONU tende a mascarar
certas questões, se você prestar atenção. Mesmo assim, ainda é loucura
e qualquer um que esteja atento sabe que os problemas de escassez de comida
e escassez de água são 100% econômicos.
A resolução técnica do problema pode se dar
com a mera aplicação de métodos existentes:
dessalinização e agricultura hidropônica.
Avanços tecnológicos como o processo de dessalinização
podem gerar água potável da água do mar e até de fontes de água salobra.
Usando osmose reversa em combinação com outros métodos em desenvolvimento.
Este é ainda um outro exemplo de como a tecnologia
é tão parte da gerência de recursos quanto os recursos em si.
A ideia de que água utilizável é escassa só é verdade em relação
ao métodos ultrapassados que estão em uso
agravado pela prática econômica sem escrúpulos que já mencionamos.
O mesmo vale para a agricultura hidropônica que é o método de cultivo
que usa soluções de nutrientes minerais na água, sem o uso do solo.
De fato, teoricamente poderíamos ter plantações no meio do deserto do Saara
com irrigação adequada, simplesmente interligando o lençol freático.
Acredito que se localiza de 1 a 1,5 Km abaixo da superfície. Isso pode parecer muito,
mas repito, muitas coisas que parecem ser extremas para nós hoje
tornam-se comuns ao longo do tempo.
A propósito, detesto soar negativo
mas se a ONU está realmente preocupada
com o bem estar do terceiro mundo,
se francamente se importasse
facilitaria a construção de estações de dessalinização
ao longo da costa de cada nação que sofre
para converter água do mar em potável,
e então eles filtrariam nutrientes orgânicos do próprio oceano
para as estufas hidropônicas.
Isso resolveria o problema.
[aplausos]
Em suma, a comida, ar e água
só são escassos enquanto decidirmos que são.
Se decidirmos nos tornar inteligentes e estratégicos
em relação à nossa produção e métodos de preservação,
aproveitando ao máximo a tecnologia, não há razãomais.
para que não possamos prover às pessoas da Terra muitas vezes.
As crianças famintas de hoje não estão assim
por falta de comida e água,
é pela falta de "poder de compra", a falha de sua economia,
não a verdadeira escassez, que causa milhões de mortes desnecessárias todo ano.
Hoje, no mundo, uma pessoa morre de fome a cada segundo,
por causa da pobreza.
Voltando ao nosso exercício original.
Esses avanços tecnológicos de que acabei de falar, em combinação com muitos outros,
seriam associados aos métodos tradicionais
e assim, monitorados e regulados em nossos sistemas de avaliação
já explicados anteriormente.
O ponto é que novas tecnologias que aumentam a eficiência
seriam rapidamente incorporadas ao sistema baseado em qualificadores.
Você notará mais uma vez que a escolha se torna evidente.
Enquanto a integridade de nossos métodos de avaliação,
que é o método científico, é estritamente seguido
integrado com o objetivo de maximizar a eficácia e sustentabilidade
o processo de construção e organização da sociedade
torna-se quase inteiramente evidente.
Estamos chegando a decisões baseadas no simples objetivo
de maximizar eficiência de qualquer maneira que pudermos.
E esse padrão de pensamento, este compromisso
com a observação objetiva de processos naturais
e fidelidade à metodologia científica
utilizando hipóteses e testando
Leva-nos à parte 3, com a apresentação de uma organização chamada
"Projeto Vênus".
[aplausos]
Tudo que acabamos de falar são os atributos básicos
de um design social chamado Economia Baseada em Recursos.
Este termo foi cunhado pelo designer industrial e engenheiro social
Jacque Fresco, que é o diretor do Projeto Vênus,
que dirige com sua sócia Roxanne Meadows na cidade de Vênus, Flórida.
O Sr. Fresco tem focado no conceito de sustentabilidade
na cultura nos últimos 70 anos.
Ele tem 93 anos de idade agora. Isso é tudo que ele tem feito
e a maioria das coisas que você está vendo nesta apresentação
vem da visão de mundo dele.
O Projeto Vênus reconhece que a Terra
tem, de fato, abundância de recursos e que nossos métodos obsoletos
de racionamento desses recursos através do controle monetário
não são mais relevantes; e são, de fato, muito contra-produtivos
à eficiência da sociedade e portanto da nossa sobrevivência.
O sistema monetário foi criado milhares de anos atrás,
durante períodos de grande escassez, e não tem relação legítima
com nossa verdadeira capacidade de produzir bens e serviços neste planeta,
neste dia e era.
Sabemos agora que com uma abordagem de sistemas unificados para gestão global
como acabamos de explicar, que a espécie humana
será capaz de mostrar seu verdadeiro potencial.
De fato, direi enfaticamente que esta é a única forma
que você poderia maximizar a eficiência do planeta
e consequentemente nosso uso do mesmo, é uma abordagem de sistemas global.
Desenvolvimentos modernos na ciência e tecnologia, como acabamos de discutir,
podem agora permitir que essa abordagem torne-se realidade.
Para resumir uma Economia Baseada em Recursos:
Primeiro, ela utiliza recursos existentes ao invés do comércio.
Todos os bens e serviços são disponibilizados sem o uso de dinheiro,
crédito, sem troca de mercadorias, sem dívida, sem servidão.
O objetivo desse novo design social não é só libertar a humanidade
do repetitivo, mundano e arbitrário papel ocupacional,
muitos dos quais não têm verdadeira relevância para o desenvolvimento social,
mas também encoraja um novo sistema de incentivo
que é focado na própria satisfação, consciência simbiótica,
educação, sensibilização social e criatividade,
em oposição às manipuladas, superficiais, egoístas
metas de geração de riqueza, propriedade e poder,
que não são só dominantes nos dias de hoje, mas são
abominavelmente adoradas pela população.
A grande realização deste conceito
é que através do gerenciamento inteligente dos recursos da Terra,
juntamente com a aplicação liberal da tecnologia moderna e a ciência,
nós temos a habilidade de criar uma abundância global neste planeta,
e assim escapar de consequências maléficas, tanto física
como psicológica, geradas pela escassez e desperdício real e artificial
que predominam hoje,
A meta final não é apenas sobre a sustentabilidade física em si, na verdade.
É também sobre a meta maior de mudança cultural.
Os valores da humanidade são criados pelo sistema social,
e sentimos que essa abordagem não só nos colocaria de acordo com a lei natural,
permitindo um alto nível de vida, mas amenizará o estresse social
dramaticamente e permitirá às pessoas se desenvolverem
sem as consequências aberrantess que vemos nos dias de hoje.
Estamos sendo envenenados pelo nosso sistema social.
Guerra, pobreza, e 95% dos crimes
são essencialmente relacionados ao fator monetário se você com cuidado.
O Projeto Vênus reconhece isso, e se pudermos nos adaptar
à essa nova abordagem, acho que poderemos eliminar completamente esses problemas.
[aplausos]
Para entender melhor essa Economia Baseada em Recursos,
temos que considerar uma nova abordagem a respeito das nossas principais instituições,
a saber, indústria e governo.
Indústria, no nosso uso da palavra, tem a ver com os métodos
de produção e distribuição de bens e serviços numa sociedade.
Isso inclui, obviamente, trabalho.
O primeiro passo, como já mencionamos, é um levantamento objetivo
e a alocação estratégica dos recursos
com base na localização, potencial e demanda.
Já discutimos como tais parâmetros tornam o processo evidente,
conforme você avança e adquire novas informações.
As únicas variáveis são as necessidades sociais baseadas nos valores,
que vão desde necessidades básicas como comida, água e abrigo,
até itens de produção utilitários, como ferramentas
máquinas de automação, desenvolvimento tecnológico
até itens usados para fins não utilitários,
como tv, rádios e
artigos voltados ao lazer e entretenimento.
Abordaremos como os produtos são inventados daqui a pouco.
O segundo passo é então a otimização da produção em si,
com o foco na eficiência máxima.
O único modo de atingir a máxima eficiência em todos os setores
é removendo o envolvimento humano
em tantas áreas quanto possível.
Queremos nos focar na automação do trabalho.
Como a maioria de vocês sabem, automação ou mecanização tem substituído
o trabalho em todos os setores continuamente, desde a revolução industrial.
Embora haja um debate constante sobre o que isso significa
para o trabalho no futuro e a possibilidade muito real
de que a substituição tecnológica, conhecida como "desemprego tecnológico",
irá lentamente superar a integridade do mercado de trabalho em si.
uma coisa sabemos com certeza e é a realidade:
quanto mais mecanizamos, mais produtivas se tornam as coisas.
Eis uma tabela com os países industrializados do G7,
mostrando como os empregos na manufatura têm diminuído,
enquanto a produção tem subido consideravelmente.
A produtividade é agora inversa ao emprego, na maioria dos setores.
A forma mais avançada de mecanização chama-se "cibernetização",
que combina robótica e informática.
Basicamente, o computador é o cérebro da máquina
e diz à máquina o que fazer.
As máquinas cibernetizadas são provavelmente as invenções
mais poderosas e influentes que a humanidade já criou.
As possibilidades dessas ferramentas estão a caminho de mudar a sociedade
de formas profundas, incluindo a liberação da força de trabalho humana,
e de aumentar a eficiência produtiva exponencialmente.
A verdade é que há muito pouco em questão de trabalho básico
que não pode ser automatizado.
É realmente uma simples questão de intenção social.
Essas máquinas não precisam de intervalos, férias, seguros,
e não estão sujeitas à inconsistência emocional
na qual nós humanos tendemos a cair e que nos torna
menos consistentes em nossa performance.
Eis alguns exemplos dessa tecnologia:
Captura dinâmica e retenção.
Meu favorito - drible.
Rastreamento ótico, é claro.
Lançamento.
Manipulação de pinça.
Gosto deste - a captura dinâmica de um celular.
Uma cozinha automatizada no ***ão.
Uma equipe de atendentes totalmente automatizada na Alemanha.
As possibilidades são de fato profundas.
Por mais não intuitivo que possa parecer, penso que
a cirurgia complexa caminha para a total automatização, e com base no padrão,
provavelmente se tornará muito mais confiável que a mão humana.
No fim das contas é socialmente irresponsável
não reconhecermos esse padrão e maximizar o potencial.
Devemos desconsiderar os caprichos emocionais tradicionalistas que possamos ter.
Por exemplo, estava lendo um livro sobre o desenvolvimento tecnológico
no início do século XX, e havia uma história de uma mulher
que se recusou a comprar uma geladeira nova porque gostava do vendedor de gelo.
Ele gostava do vendedor que vinha trazer o gelo para por no congelador,
o que é uma noção admirável e curiosa,
mas não é progresso. É romantismo,
e não estou rebaixando o romantismo. Eu mesmo sou romântico sob vários aspectos,
mas também reconheço que progresso significa termos de mudar nossos valores.
Vida é adaptação.
Se nossa engenhosidade científica pode criar mecanismos que podem aumentar
a eficiência da produção e superar a escassez e, por sua vez,
nos dar mais tempo livre para ir atrás dos interesses maiores, então não temos outra escolha
senão entrar na linha e mudar nossos valores adequadamente.
Máquinas são extensões dos atributos humanos. São ferramentas,
e não só podem proporcionar uma produtividade maior,
com também podem nos aliviar, como temos visto, do trabalho trivial e monótono,
possibilitando talvez uma troca de paradigma cultural que nem podemos imaginar.
Agora, é geralmente perto deste momento que alguém diz:
"Espere um minuto! O que vou fazer?
O que farei comigo, se as máquinas estão fazendo as coisas?"
Esta é uma pergunta incrível se você pensar um pouco.
Ela demonstra o quão condicionados realmente nos tornamos.
Vou expressar o que as pessoas farão no que diz respeito à produção.
Os humanos serão basicamente supervisores e pesquisadores.
Fiscalizaríamos esses sistemas.
O resultado final é um complexo industrial cibernetizado,
autônomo e totalmente integrado,
que é embutido no gerenciamento de recursos
que já descrevemos, permitindo a observação e adaptação.
Por sua vez, é apenas uma questão de atualizar o sistema
e garantir que ele esteja em ordem.
As pessoas funcionarão como supervisores, pesquisadores e inovadores,
enquanto, novamente, permitindo um mundo de liberdade pessoal
e atividades intelectuais que lembram os ideais
da sociedade da Grécia Antiga.
Além disso, sem o sistema monetário para impedir
com sua base infantil e imatura na competição,
a estrutura de produção inteira pode ser racionalizada.
Por exemplo, não haverá mais duplicação perpétua de bens,
com recursos desperdiçados em prol da preservação da participação no mercado.
Todos sabemos que várias mentes são melhores que uma quando o assunto é projetar.
Imagine o progresso se as equipes técnicas
das 10 maiores companhias de telefonia celular decidissem trabalhar juntas
para construir o melhor produto que pudessem. Imagine.
Igualmente, a obsolescência planejada
e os produtos inferiores se tornarão coisas do passado.
Quando as companhias competem, como fazem hoje,
precisam cortar sua base de custo inicial da forma mais estratégica possível
cortando, por sua vez, a qualidade.
É assim que elas permanecem competitivas e mantêm seus preços acessíveis.
Esse obstáculo se foi, então os produtos tecnicamente
mais eficientes, sustentáveis, duradouros possíveis
podem finalmente ser criados.
Esse é um atributo do nosso sistema atual do qual ninguém fala:
a criação perpétua de produtos inferiores a fim de manter
uma vantagem diferencial.
Você está sugerindo um monopólio e disse antes que era contra o monopólio.
Não há dinheiro, não há coerção; não é um monopólio.
É uma abordagem sistêmica. Dinheiro equivale a monopólio,
e posso responder mais perguntas depois. Isso não tem nada a ver com essa abordagem.
Este é um sistema integrado. Não tem nada a ver com monopólio.
Monopólio é uma invenção de propensões...
...desculpe-me, é uma propensão do sistema mercantil para grupos
buscarem dominância; e, como irei mostrar mais tarde nesta apresentação,
falarei sobre como funciona a administração desse sistema.
E isso nos leva ao terceiro passo: distribuição.
A distribuição tem uma ampla gama de opções lógicas,
sendo a mais prática centros automatizados de distribuição
juntamente com sistemas de tubos pneumáticos para os lares.
Sem carteiros, sem serviços de entrega; novamente, sociedade é projeto.
O centro de distribuição talvez se pareça com as lojas de hoje,
exceto que você entra, apenas pega o que precisa e sai.
Não há razão para amontoar nada, já que nada tem valor monetário
e, portanto, não pode ser vendido ou usado para ganho pessoal.
Quanto ao estoque e inventário, os padrões de consumo
são constantemente monitorados para medir os níveis de demanda assim como são hoje.
Aquisição dos recursos e matérias-primas e a produção de bens
são então ajustadas para manter uma economia equilibrada.
Aqui, as faltas e excessos se tornarão coisa do passado.
Isso, de novo, pode ser feito a partir de nosso programa do banco de dados central.
Odeio usar jargões como "programa de banco de dados central". Soa tão frio;
mas é apenas uma forma unificada de gerenciamento.
É muito simplista, apenas para ajustarmos as coisas.
Para obter um produto, a pessoa também poderia entrar na internet,
buscar pela função de um item, selecioná-lo e solicitá-lo.
Ele estaria disponível num centro de distribuição
ou seria automaticamente entregue em pouco tempo. Sem dinheiro, sem troca, apenas acesso.
Falaremos sobre o conceito de "propriedade" daqui a pouco.
Quarto passo: otimizar a reciclagem de produtos
desatualizados ou inoperantes.
Esse passo na verdade começa na fase de produção, pois cada modelo de produto
tem incorporado em si a consideração da reciclagem.
Nada usado na produção seria insustentável
ou não reciclável, a menos que não houvesse outra opção
e o produto fosse extremamente urgente.
Isso é estrategicamente considerado para garantir
que todos os produtos antigos sejam reutilizados ao ponto máximo
permitido pelos métodos conhecidos, reduzindo o desperdício
As retroações negativas de todos os processos de produção
são levados em consideração e ajustados de acordo
com o nível de produção inicialmente.
Sem mais aterros sanitários, sem mais despejos e desperdício.
Reutilizamos o máximo possível, deliberadamente.
Agora vamos pegar todos os conceitos que acabamos de mencionar
e colocá-los no contexto maior do chamado "governo".
Penso que o Dr. Ralph Linton colocou da melhor forma:
"O tremendo e ainda acelerado desenvolvimento da ciência e tecnologia
não tem sido acompanhado por igual desenvolvimento
nos padrões sociais, econômicos e políticos.
É seguro predizer que tais invenções sociais
como o capitalismo do tipo moderno, fascismo e comunismo
serão considerados experimentos primitivos conduzidos
para o ajuste da sociedade moderna aos métodos modernos."
Então, primeiro precisamos parar para pensar e nos fazer a pergunta:
Qual o sentido dos governos?
O que é realmente relevante para a integridade e fluidez da sociedade?
Se você quebra a corrente de condicionamento a respeito de tudo
que lhe foi ensinado sobre o conceito de governo,
o que inclui poder, leis, dinheiro, orçamentos, políticos,
defesa e as chamadas "eleições democráticas",
percebe que a organização social é muito mais simples.
Poderia ser muito mais simplista,
e com consideravelmente menos estresse e preocupação.
O governo deveria ser simplesmente um processo
centralizado ao redor do que importa para manter a sociedade
e o bem estar da população humana.
Bem resumidamente isso seria: o gerenciamento ambiental e de recursos,
a produção e distribuição de bens,
junto com um sistema de tomada de decisões, pesquisa e invenção.
É realmente isso.
A sociedade é, como eu disse antes, uma convenção tecnológica
e assim nossa postura quanto aos chamados "governos"
deveria ser puramente científica.
Quanto aos dois primeiros componentes, já os concluímos
com nosso programa do banco de dados central.
Novamente, é um sistema sensório autônomo ao redor da Terra,
com sensores ambientais em todas as áreas relevantes do planeta
monitorando e gerando feedback eletrônico industrial
sobre recursos e atividades de produção-distribuição.
Sei que isso soa gigantesco e voltado à ficção científica,
mas pode ser feito. É feito todo dia de formas isoladas.
Só não é aplicado em larga escala.
Então, cobertas as duas primeiras questões, resta apenas
a questão da pesquisa, contribuições e decisões.
Quando finalmente compreendemos que tudo em relação ao funcionamento social
é um processo técnico, percebemos então que há pouca razão
para a subjetividade política na resolução de qualquer problema
pois nossa percepção técnica pode agora chegar à maioria das conclusões
usando o método científico. Ela é baseado em informações.
Se uma pessoa ler uma página de um livro e o fechar,
ela pode facilmente ter uma opinião desse livro como um todo.
Se outra pessoa ler o livro inteiro, ela também tem uma opinião.
Você valorizaria mais a opinião de quem: da pessoa que leu o livro inteiro,
ou da pessoa que leu só uma página?
Em outras palavras, quanto mais dados levados em consideração no processo
de tomada de decisão, mais precisa será a decisão.
Como exploramos anteriormente, hoje os computadores podem acessar
trilhões de bits de informações por segundo através de vastos bancos de dados informativos.
Por causa das limitações de nosso equipamento sensório e cortical
em nossos corpo e mente, nenhuma pessoa ou grupo
pode saber tudo o que há para saber neste mundo.
Nossos sentidos têm alcance limitado,
nossos olhos pode ver só uma fração do campo eletromagnético,
portanto, novamente, é apenas lógico delegar
os processos de tomada de decisões, processos especificamente técnicos,
aos computadores para a avaliação e resultados eficientes.
Eles não têm as restrições que nós temos.
São ferramentas que criamos.
Já mostramos que isso é possível
com gerenciamento de recursos, produção e distribuição.
Agora vamos explorar o que podemos chamar de "processos da informação".
Esse é um ponto meio complexo, e entra no âmbito
do que pode ser chamado de "inteligência artificial",
ou máquinas programadas para executar processos
que imitam os procedimentos do pensamento humano.
A inteligência artificial está sujeita
a algumas suposições incrivelmente bobas hoje.
Sendo a mais comum retratada em filmes,
onde as máquinas inteligentes invariavelmente decidem
dominar a humanidade ou alguma outra noção tendenciosa de desprezo.
[Trechos do final do filme "Eu, Robô"]
O reinado suicida da humanidade finalmente chegou ao seu fim.
- Vocês foram considerados perigosos. Vai obedecer?
- Vá se danar, idiota de metal!
Na verdade eu diria que a ficção científica só parece decolar
mostrando o mundo sendo tomado pelas máquinas
e os seres humanos escravizados.
Nas palavras de Arthur C. Clarke:
"A ideia popular promovida pelas histórias em quadrinhos
e as formas mais baratas de ficção científica de que as máquinas inteligentes
devem ser entidades malévolas hostis ao homem é tão absurda
que mal vale a pena gastar energia para refutá-la.
Estou quase tentado a afirmar que
só máquinas não inteligentes podem ser malévolas.
Aqueles que retratam as máquinas como inimigos ativos
estão meramente projetando sua própria agressividade.
Quanto maior a inteligência, maior o grau de cooperação.
Se algum dia houver uma guerra entre os homens e as máquinas
é fácil imaginar quem a começará."
O interesse é criar um banco de dados ativo e informativo,
contendo literalmente todo o conhecimento técnico disponível,
variando das propriedades, combinações e aplicações de cada elemento
da tabela periódica, até mesmo a história completa
da invenção tecnológica.
Um sistema de associações precisa ser criado e codificado
para permitir tal coisa, mas há vários projetos
trabalhando nisso nesse momento.
O pensamento é de fato um processo técnico,
e uma vez que emergirem associações que podem combinar múltiplas disciplinas,
teremos em nossas mãos um programa de base de dados incrível
com o qual poderemos interagir e receber um "feedback".
Esse programa poderia vir na forma de um simples site.
Você colocaria um problema ou uma questão à base de dados,
e ela daria a melhor resposta possível
baseada no estado atual do conhecimento naquele momento.
Não é diferente da interação com uma calculadora, mas essa nova calculadora
tem um poderoso sistema de associação e uma extensa base de dados de conhecimento
que pode não só entender e calcular, ele pode integrar física,
biologia e outros aspectos num unificado e concentrado sistema de consciência.
Se eu tivesse uma ideia para a aeronáutica, entraria em minhas esquemáticas,
em uma linguagem codificada que a máquina entenderia.
A máquina diria "Isso já foi feito."
"Não temos os materiais para isso.", enquanto ela checa a base de dados central.
"A eficiência desse projeto não é aplicável devido à resistência do vento,
seu coeficiente, etc." Vocês entenderam onde quero chegar.
Se isso soa como ficção científica, fique tranquilo,
pois o Pentágono provavelmente já tem
uma base de dados e programas de tomadas de decisão similares,
que usam para desenvolver estratégias de guerra.
É importante salientar que no mundo de hoje
consideramos a participação no governo
uma tarefa de eleger várias personalidades à uma posição de poder..
Agora isso se tornou obsoleto. Numa economia global baseada em recursos,
onde indústria e governo combinam-se em um sistema cibernético
que incorpora avançados sistemas de solução de problemas por computador,
com vastos sensores de observação global, novamente, é muito simples,
o conceito de política e eleição tradicionais
não tem base ou relevância.
Enquanto essa noção assustar as pessoas conservadoras,
deve ser reiterado que nossos problemas na vida são técnicos
e relativos somente à humanidade como um todo.
Não queremos eleger pessoas. Queremos eleger ideias.
Essa seria a verdadeira democracia,
onde a tecnologia permite a cada pessoa contribuir de uma forma organizada.
Essa participação em qualquer sociedade
implicaria a compreensão de como a sociedade tecnicamente trabalhou,
e então construtivamente propondo ideias ou inovações
a serem implementadas, criadas ou alteradas.
Hoje isso não acontece. Poucas pessoas têm ideia
de como as coisas funcionam. Enquanto as coisas vão acontecendo ao redor delas,
elas não têm ideia do que se passa; as pessoas não podem contribuir para nada,
a menos que entendam no que podem contribuir.
Isto é algo que os governos sabem há muito tempo,
e é por isso que se encontra um monte de futilidades
em toda parte.
Em relação à interação:
primeiramente, alguém iria interagir com o banco de dados informativo,
que está disponível para todo mundo, e poderia entrar com suas sugestões.
Então, o banco de Dados, com sua base de conhecimento histórico
e integração de dados, analisaria o conceito para sua integridade científica
e técnica, juntamente com a otimização dos materiais necessários,
se aplicável, baseado no atual entendimento e disponibilidade.
Novamente, é unificado.
Se a sugestão é inicialmente aceita pelo banco de dados central,
após ser checado para ter certeza de que sua integridade está intacta,
então a sugestão seria colocada imediatamente em produção,
como seria o caso de uma invenção,
ou a sugestão seria entregue a um grupo de times interdisciplinares rotativo
que supervisionam a implementação de uma nova sugestão
e a orientam ao sistema social.
São simplesmente técnicos que mantém o sistema,
nada diferente de como as pessoas mantém as coisas hoje.
A pessoa ou grupo que submetesse a sugestão em questão
seria então convidada a participar e se tornaria parte
do time interdisciplinar caso escolhesse participar.
Estes times de técnicos interdisciplinares analisam o sistema
e também ajudam a orientar projetos de pesquisa para continuar o crescimento,
eficiência e evolução social.
Eles fariam pesquisas nos campos científicos relevantes
à funcionalidade da sociedade.
Numa versão otimizada desse sistema, acho seguro prever
que não mais do que 5% da população mundial
seriam necessários para conduzir as coisas.
Quanto mais otimizadas e poderosas nossas capacidades e métodos
tecnológicos se tornarem, mais essa porcentagem diminui.
Acho importante mencionar que muita gente
lê ficção científica demais. Levam muito a sério livros como
"Admirável Mundo Novo" e "1984", e veem algo assim
como uma consolidação de poder de alguma forma extraordinária.
Mas você deve entender que estamos removendo o mecanismo.
Devemos lembrar que todo santo dia confiamos nossas vidas à ciência
e à tecnologia, e às pessoas que trabalham com essa tecnologia.
Quando tem problema com seu carro, você não faz uma eleição
com os vizinhos para resolver isso. Vcê vai até alguém
que trabalha naquela área, que sabe o que está fazendo - educação.
É esse tipo de postura que precisamos começar a adotar.
O medo da corrupção tradicional quase não tem fundamento,
já que não há recompensa para isso.
As equipes interdisciplinares não são pagas de nenhuma forma.
Sua recompensa são os frutos da sociedade como um todo,
e elas contribuem por que é do seu melhor interesse fazê-lo,
assim como todos podem contribuir.
O interesse próprio torna-se integrado ao interesse social. Eles se tornam um.
Para ajudar a si mesmo, você precisa ajudar a sociedade explicitamente.
Tudo é para o bem maior. Creio sinceramente que nossa sobrevivência
como espécie está absolutamente subordinada a essa visão do mundo.
Alem do mais, essas equipes não seriam fixas, mas constantemente renovadas
com base em quem quer participar, quem contribui em qualquer campo.
Abstratamente falando, isso seria na prática uma verdadeira democracia, não?
Votar em políticos arbitrariamente é agora substituído pelo exame lógico
de determinados conceitos, com base no mérito social,
com os criadores sendo trazidos para ajudar.
E não "Eu vou baixar os impostos", "A mudança está chegando!"
e todo esse absurdo com o qual lidamos hoje.
Numa Economia Baseada em Recursos, como eu disse,
a participação é aberta a todos.
Porque, de novo, todos os problemas são basicamente reconhecidos como técnicos,
e vou continuar batendo nesta tecla.
O grau de contribuição de uma pessoa é baseado na sua educação
e habilidade de criar e de resolver problemas.
Daí a importância de uma educação abrangente.
Na sociedade de hoje, nota-se que o público
é basicamente mantido distraído e desinformado.
Odeio dizer isso, mas é como os governos mantêm o controle.
Se analisar a história, verá que o poder é mantido pela ignorância.
Numa Economia Baseada em Recursos, a meta do sistema educacional
é produzir os seres humanos mais inteligentes e conscientes quanto possível.
Por quê? Porque assim todos se tornam contribuintes,
afetando muito a nossa evolução social coletiva para melhor
e melhorando a vida de todos.
A inteligência deixará de ser uma ameaça às instituições,
pois não haverá instituições de poder.
Não haveria restrições orçamentárias ou planos não éticos
para deter o progresso.
Ainda, as pessoas teriam uma alta tendência em se tornarem-se
"generalistas", e não "especialistas".
Especialização é uma limitação.
O sistema monetário promove a especialização
como uma forma de distribuição de trabalho por salário.
Está enraizado, e é um obstáculo colossal.
Acredito que Buckminster Fuller definiu bem essa questão:
"Nossas falhas são uma consequência de vários fatores,
mas provavelmente um dos mais importantes é o fato de que a sociedade opera
na teoria de que a especialização é a chave para o sucesso,
não percebendo que a especialização dificulta o pensamento abrangente.
Isso significa que as vantagens tecno-econômicas potencialmente integráveis
não são completamente compreendidas, e portanto não são realizadas".
Em outras palavras, as pessoas precisam ser amplamente educadas,
não aperfeiçoadas e isoladas. Isso leva ao pensamento independente.
Para relembrar esta seção, quem toma as decisões em uma Economia Baseada em Recursos?
Na verdade, ninguém as toma. Chega-se às decisões.
A frase que define a pergunta "quem toma das decisões?",
é desprovida de lógica. Não é "quem toma as decisões",
mas "por qual métodos se chega às decisões?"
A pergunta sobre quem toma as decisões é um atributo tendencioso
que criamos por causa do nosso medo irracional
de cada um nos grupos, que continuam a enganar por poder
baseado no ganho monetário, usando o sistema monetário
como sua ferramenta para continuar a manter controle.
Numa Economia Baseada em Recursos, as decisões chegam pelo uso
do método científico, utilizando computadores que recebem
feedback em tempo real sobre o meio ambiente, e nosso programa de base de dados central,
unido ao banco de dados central de todo o conhecimento técnico,
mantido pela rotação dos times interdisciplinares
que ajudam nos aspectos da sociedade que basicamente ainda não podem ser automatizados.
A meta é aumentar ao máximo a tomada de decisões objetiva,
e ao nos darmos conta de que os nossos problemas em vida são técnicos,
o mérito dessa abordagem torna-se inigualável. As pessoas veem isso e dizem:
"Isso é idealista demais". Não. Isso é praticabilidade pura.
No fim das contas, as únicas relevâncias reais do chamado "governo" são:
1: a produção de bens e serviços que sejam igualmente disponíveis a todos;
2: pesquisas e sistemas educacionais para expandir nosso conhecimento,
sabedoria e aplicações;
e 3: o constante monitoramento dos recursos e da atmosfera terrestre
para feedback e possíveis problemas ambientais,
permitindo-nos restaurar e preservar um ambiente limpo e puro.
Sem falar que, sem o desperdício de energia e recursos
das idas às guerras a cada 5 ou 6 anos
e de outros aspectos do sistema monetário,
poderíamos realmente olhar para as verdadeiras ameaças à humanidade.
Quais são elas? Terremotos, asteroides,
doenças, problemas ambientais que ainda não podemos controlar
mas que, através da ciência e tecnologia, penso que controlaremos.
Os únicos problemas reais da vida são aqueles
que são comuns a todos os seres humanos.
[aplausos]
Cidades e estilos de vida: nesta seção vamos ampliar os princípios
de uma Economia Baseada em Recursos até uma das mais fundamentais invenções sociais:
a cidade. Especificamente a cidade circular do Projeto Vênus.
Também discutiremos como o estilo de vida das pessoas numa Economia Baseada em Recursos
pode se manifestar, muitas vezes com valores e metas
profundamente diferentes do que se vê hoje.
Um foco específico do Projeto Venus e de Jacque Fresco
tem sido a otimização dos sistemas urbanos em si,
o que se relaciona a tudo que acabamos de descrever.
Segue uma breve exploração em vídeo de algumas
das ideias de Jacque a esse respeito.
Projeto Vênus
Uma sociedade sem uma visão de como o futuro pode ser
está fadada a continuar repetindo os erros do passado.
Este pequeno vídeo delineará uma visão concebida para evitar os velhos erros.
Esta visão de eficiência, sustentabilidade e planejamento inteligente
pode nos conduzir a um mundo de potencial humano ilimitado.
Projetando o Futuro
Essa visão pode ser uma mostra de como o mundo
pode ser em nossa era cibernética.
A ciência e tecnologia podem ser usadas para o aperfeiçoamento humano
e a restauração e proteção do meio ambiente,
servindo como um exemplo da aplicação inteligente
da abordagem sistêmica.
Embora alguns defendam a restauração das gastas cidades de agora,
esses esforços não atingem os potenciais da tecnologia moderna.
Modificar cidades obsoletas apenas atrasa os problemas inevitáveis.
Na realidade, é muito mais fácil a longo prazo construir
cidades do zero do que restaurar e preservar as velhas.
Uma abordagem sistêmica urbana completa exige planejamento geral
para atingir um padrão de vida mais alto para os habitantes.
A disposição circular permite de forma eficiente o uso mais sofisticado
dos recursos e técnicas de construção disponíveis
com o mínimo gasto de energia.
O perímetro externo fará parte da área de recreação,
com campos de golfe, pistas de caminhada e ciclismo e outras atividades ao ar livre.
Nesta área, um canal contorna o cinturão agrícola,
com agricultura interna e ao ar livre.
Seguindo em direção ao centro da cidade, oito setores verdes
proporcionam fontes limpas e renováveis de energia,
com o uso de concentradores eólicos, solares e térmicos.
O distrito residencial incluiria paisagens únicas,
lagos e riachos sinuosos.
Uma ampla gama de apartamentos e lares individuais
criativos e inovadores proporcionarão diversas opções aos ocupantes.
Métodos novos e inovadores de construção rápida e em ***
de moradias e sistemas de edifícios irão injetar materiais compostos no molde
e depois expelir a forma para cima.
Em alguns casos, vários apartamentos podem ser produzidos
como extrusões contínuas que são depois separadas
em unidades individuais.
Os apartamentos são leves e muito resistentes.
Todas as habitações são projetadas para serem residências autônomas.
As partes externas dessas eficientes estruturas
servem como geradores fotovoltaicos, convertendo radiação solar
diretamente em eletricidade para aquecer, resfriar, e outras necessidades.
O efeito termopar também será usado para geração de energia.
Essas casas individuais são pré-fabricadas
e relativamente livres de manutenção, resistentes a fogo
e impermeáveis.
Com este tipo de construção, haveria um mínimo de danos
devido às inundações, terremotos e furacões.
Essa construção de casca fina pode ser produzida em ***
eficientemente com pouca restrição ambiental.
Adjacente ao distrito residencial estão os centros de planejamento,
ciência e pesquisa.
As oito cúpulas que cercam a cúpula central abrigam
os centros de arte, música, exposições, entretenimento e conferência.
A cúpula central abriga escolas, hospitais,
centros de acesso, redes de comunicação;
e é também o núcleo para a maioria dos serviços de transporte,
que transportam as pessoas usando transveyors horizontal, vertical e radialmente
a qualquer lugar da cidade.
Isso minimiza a necessidade de transporte com automóveis,
exceto no caso de veículos de emergência.
O transporte entre cidades seria via monotrilho ou maglev.
A reciclagem e outros serviços ficam abaixo da cidade.
A ideia é usar o melhor da tecnologia limpa
em harmonia com o ambiente local.
A cúpula central também abriga o complexo cibernético,
que funciona como o cérebro e sistema nervoso da cidade inteira.
Ele pode projetar uma imagem virtual em 3D da Terra
usando sistemas de comunicação via satélite
que fornecem informação sobre o clima, a agricultura,
o transporte e a funcionalidade geral.
Este sistema cibernético usará sensores ambientais
para ajudar a manter uma economia equilibrada,
o que evita excessos e faltas.
Por exemplo, no cinturão agrícola
sondas eletrônicas monitoram e mantêm o lençol freático,
as condições do solo, os nutrientes, etc.
Esse métodos de feedback eletrônico pode ser aplicado
ao sistema urbano inteiro.
Com os computadores agora capazes de processar trilhões de bits de informação por segundo,
eles são vitais para se chegar a decisões mais apropriadas
para a gerência das cidades.
Colonização dos oceanos é uma das últimas fronteiras restantes na Terra.
Prodigiosas comunidades da cidade oceânica evoluirão como ilhas artificiais,
estruturas flutuantes, observatórios submersos e mais.
Essas grandes estruturas marinhas são projetadas para explorar
as riquezas relativamente inexploradas dos oceanos,
prover a melhora do cultivo marinho, produção de água potável, energia e mineração.
Elas ainda poderiam fonecer riquezas quase ilimitadas de remédios,
químicos, fertilizantes, minerais e outras energias.
As cidades oceânicas seriam resistentes a terremotos,
bem como aliviariam a pressão populacional terrestre.
Cúpulas marinhas flutuantes proporcionariam àqueles que preferem
um estilo de vida único, em alto mar, como ilhas.
No caso de uma mudança abrupta no tempo, elas podem ser rebocadas para a terra,
montadas e ancoradas à estruturas de suporte suspensos.
Os sistemas de fazenda marinha são usados para cultivo e criação de peixes
e outras formas de vida marinha para ajudar nas necessidades nutricionais.
As cercas marinhas são projetadas como partes integrais não-contaminadoras
do sistema oceânico.
Um ambiente sustentável pode ser alcançado
através da infusão da tecnologia e cibernética,
aplicada com a preocupação humana e ambiental
para assegurar, proteger e encorajar um futuro mais humano.
Na análise final, somos um só povo
e compartilhamos um planeta.
Prosseguindo, gostaria de falar sobre estilos de vida.
A respeito de estilo de vida, é importante ressaltar
que no nosso sistema atual, a família tradicional está partida
Com ambos os pais tendo que trabalhar para sobreviver.
A economia monetária enfraquece a união familiar e o cuidado à criança.
O estresse é sempre alto devido as contas médicas, seguro,
custos de educação, emprego, insegurança e custo da vida em geral.
Numa Economia Baseada em Recursos a integridade da família retornaria.
Ao mesmo tempo, os valores culturais da sociedade como um todo
passariam por uma mudança profunda,
com a abolição do sistema monetário e com todos trabalhando juntos
para produzir abundância e uma prática sustentável
para todos os cidadãos da Terra.
Atividades que apreciamos ocuparão de tal modo nossas vidas
devido ao tempo disponível que as coisas serão muito diferentes de tudo o que conhecemos hoje.
Sem mencionar que nossa motivação mudará radicalmente
do "pegar" para "dar" à sociedade.
Isso é que é recompensador.
Uma das mais profundas mudanças de valores e modos de vida
seria a maneira como as pessoas pensam sobre propriedade
e eu sei que esse é um ponto delicado.
Hoje, em grande parte do mundo, o conceito de propriedade é muito poderoso
com pessoas frequentemente associando seu status social com o que possuem.
Como colocado antes, o sistema monetário requer consumo cíclico para funcionar.
Isso naturalmente leva à necessidade das pessoas
serem manipuladas para que pensem que querem
ou precisam de um bem ou serviço em particular.
Com as táticas poderosas da publicidade moderna
a maioria das pessoas apóia um sistema de valores materialista artificial
que implica querer mais e mais produtos e serviços,
muitas vezes independente da necessidade ou utilidade.
Essa influência deixará de existir.
Não há razão para que continuemos a manipular uns aos outros,
sem mencionar que numa Economia Baseada em Recursos
não há razão para propriedade.
Vocês podem ficar rotulando esse sistema
por causa de ideias sociais que já existiram no passado,
mas até que entendam o raciocínio de onde essas ideias vieram
até que olhem para a linha de raciocínio, a chegada de conclusões
baseadas em desdobramentos intelectuais tangíveis
então não há razão nem mesmo para considerar
que isto tenha a ver com qualquer outra coisa.
De volta à minha explicação: não há razão para propriedade numa Economia Baseada em Recursos.
Propriedade é uma consequência da escassez.
As pessoas que tiveram que trabalhar duro para criar ou obter um produto ou recurso
certamente o protegeram porque ele tinha um valor em relação ao trabalho
juntamente com a escassez existente.
Propriedade não é uma ideia americana ou capitalista.
É uma perspectiva mental primitiva
gerada por gerações de escassez.
As pessoas reivindicam a posse simplesmente por ser uma forma legal de proteção.
De fato, é uma forma de restrição controlada.
Numa abordagem de sistema desenhado para produzir eficiência e abundância
sem necessidade de dinheiro, a ideia de posse torna-se
absolutamente irrelevante e extremamente impraticável.
Neste novo sistema ninguém possui coisa alguma.
Pelo contrário, todos têm acesso a tudo.
Propriedade é um grande fardo. Você não precisará morar em um único local.
Poderia viajar pelo mundo constantemente, pegando o que precisar enquanto segue em diante.
Tudo o que é necessário é obtido sem restrição.
Nós guardamos coisas na nossa cultura atual.
Temos casas e apartamentos cheios de lixo dos quais temos medo de nos livrar
porque sabemos que eles têm algum tipo de valor comercial.
Não há razão para abuso nesse tipo de sistema porque não há nada a ganhar.
Não se pode roubar coisas que ninguém possue e certamente não se poderia vendê-las.
Nesse sistema sem uso de dinheiro a ideia de propriedade
torna-se irrelevante. É um sistema de compartilhamento.
Neste modelo a cidade-complexo ou, na verdade, o mundo inteiro
é de fato sua casa.
Se você requisitar um automóvel, por qualquer motivo,
o carro fica disponível para você. Quando você chega a seu destino
o sistema de navegação por satélite - que já temos hoje,
podemos guiar carros com satélite -
o carro irá automaticamente ficar disponível para você
e depois para outros depois que você terminar.
É o oposto do que acontece hoje,
quando quase 80% do tempo de vida de um carro é gasto num estacionamento.
Isso é o que fazemos: desperdiçamos tantos recursos e tanto espaço
com esse conceito primitivo de propriedade.
Para definir numa frase: os recursos do planeta
tornam-se patrimônio comum de todos.
[aplausos]
É importante salientar, como já disse antes,
que na sociedade atual a necessidade por propriedade
resulta numa produção exagerada,
obsolescência planejada, e desperdício.
Há muitas pessoas atualmente que criticam o que estamos falando
sem dar nenhum referência do quão doente é o nosso sistema atual.
É muito mais inteigente, mais lógico
e absolutamente mais responsável e prático
criar um sistema universal de compartilhamento,
pois isso reduziria o desperdício, redundância
e aumentaria a eficiência e espaço exponencialmente,
comparado ao que estamos fazendo atualmente.
E isso nos leva à seção final, parte 4: a transição.
Infelizmente, independente do quão bem fundamentada,
clara e óbvia qualquer ideia nova pode ser
as pessoas hoje ainda têm, em geral,
um receio tremendo de qualquer forma de mudança social.
Isso acontece devido à propaganda e doutrinação
que tem sido empurradas a essas pessoas pelos poderes estabelecidos,
que preferem manter seu poder.
Na verdade, não é o conhecimento técnico
e a implementação dos atributos físicos
que compõem uma Economia Baseada em Recursos que é o problema.
O que estamos descrevendo não é nada mais
do que a aplicação de métodos já conhecidos,
e mesmo que não pudéssemos fazer certas coisas neste momento
é o raciocínio que é importante. É a metodologia que deveríamos estar usando
que eu espero que todos aqui entendam.
O problema, na verdade, são o valores culturais opostos da sociedade.
Isso é o que impede nosso avanço: os padrões enraizados
e a natureza desinformada da cultura condicionada.
Esse é o aspecto mais difícil a se considerar quando falamos
de ir do ponto A para o ponto B.
E é aí que o Movimento Zeitgeist,
- uma organização com a qual eu trabalho - entra em cena.
Somos o braço ativista de comunicação do Projeto Vênus.
Estamos aqui para divulgar informação estatística
e identificações de valor social positivo
na esperança de trazer às pessoas o conhecimento
das possibilidades incríveis que o futuro nos reserva.
Uma vez que esses entendimentos sejam compreendidos
acredito que a maioria das pessoas não será capaz
de olhar para o mundo de hoje da mesma forma,
e os problemas que achamos comuns hoje
tornarão-se simplesmente inaceitáves, motivando a mudança.
Gostaria de explicar rapidamente o significado do termo "zeitgeist".
É definido como "o estado intelectual,
moral e cultural de uma era".
O termo "movimento" simplesmente implica em movimento ou mudança.
Portanto, o Movimento Zeitgeist é uma organização
que clama por mudança no estado intelectual, moral e
e cultural dominante desse época, especificamente nos valores e práticas
que poderiam melhor servir ao bem estar de toda a humanidade
independente de raça, religião, crença
ou qualquer outra forma de status social artificial.
Somos, na realidade, o braço educacional e ativista
do Projeto Vênus de Jacque Fresco,
trabalhando para unificar o mundo nessa mesma direção.
Atualmente temos cerca de 360.000 membros operando
em centenas de capítulos regionais em cerca de 200 países
o que é muito bom, considerando que o movimento
só tem 9 ou 10 meses.
[público aplaudindo]
Nosso papel central, generalizando, é promover
o que eu poderia chamar de terapia social.
A realidade pouco discutida é que os seres humanos
estão fortemente sujeitos ao condicionamento social
e se tivéssemos esse tipo de sociedade que acabamos de descrever amanhã,
a maioria das pessoas estaria confusa e desiludida.
Seria como pegar um nativo da floresta amazônica
e colocá-lo em Nova York sem qualquer tipo de educação.
Seu comportamento seria baseado em valores
que não têm relevância neste novo ambiente.
Na verdade - e sei que isso pode parecer uma afirmação ousada -
mas ética, moral e valores são tão relevantes
quanto a propensão do ambiente social para suportá-los ou não.
O Movimento Zeitgeist têm vários projetos em desenvolvimento.
Estamos trabalhando para educar as pessoas e esperamos
trazê-las a uma nova perspectiva.
Temos times e capítulos, programas de rádio, filmes, PDF's
e eventos anuais para promover essa direção.
Também não aceitamos doações,
e disponibilizamos todo o nosso material educacional gratuitamente para o público.
Somos descentralizados e trabalhamos holograficamente
através dos capítulos regionais e dos times de projeto.
Não temos escritórios. Não temos líderes.
Não sou um líder. Estou aqui como um porta-voz
e procuro trabalhar das mesma forma que todos.
Na verdade, diria que somos os precursores
do que chamamos de "transição".
Acredito que Mohandas Gandhi estava certo:
"Temos que nos tornar a mudança que queremos ver no mundo."
[aplausos]
A transição em si do nosso sistema atual
para um Economia Baseada em Recursos é uma coisa muito complexa de se considerar.
Perguntam-me isso a toda hora. Por isso estou trazendo o assunto à tona,
e infelizmente, as variáveis estão distantes das nossas perspectivas atuais.
A questão central, contudo, é conscientização.
Se a consciência das pessoas pode ser expandida para entender
e aceitar o potencial incrível que o futuro reserva
onde pobreza, guerra, 95% dos crimes, junto com os trabalhos
mundanos, repetitivos e sem sentido podem ser eliminados,
então sinto que elas serão mais suscetíveis
a ajustar seus valores.
Embora existam muitas variações de resultados e progressões
que podem acorrer enquanto mudamos do nosso sistema atual para o próximo
tentarei resumir um caminho provável, como eu vejo.
A natureza da indústria de maximizar os lucros reduzindo gastos e custos com empregados
mostra alta propensão para a mecanização do trabalho.
Desde a Grande Depressão esse tem sido o caso.
A única razão para que o desemprego tecnológico não tenha crescido
universalmente de forma consistente a longo prazo é porque a tecnologia
também facilitou a introdução de novos setores de emprego,
com um período de adaptação para os trabalhadores.
A Grande Depressão, que foi desencadeada por vários fatores,
também foi um período de adaptação para a mecanização.
Havia novas habilidades que foram aprendidas pelas pessoas que estavam desempregadas
enquanto se adaptavam ao rápido aumento
da mecanização durante aquele período.
No entanto, a taxa de crescimento do desenvolvimento tecnológico
parece seguir a Lei de Moore, se você está familiarizado,
e isso tem a ver com a expansão exponencial
da capacidade e tamanho da tecnologia.
Vamos aplicar isso num sentido mais amplo.
Em outras palavras, ajustes de aptidão no novo setor de emprego,
sendo a quantia de tempo necessário para se adaptar
aos novos setores de emprego emergentes,
precisaria estar no ritmo do próprio avanço de tecnologia adotada.
Por exemplo, hoje 95% dos EUA
trabalha na indústria de serviços
freqüentemente na frente de computadores. As pessoas tiveram que aprender a fazer isso, certo?
Ser instruído em computação é praticamente um pré-requisito para tudo hoje;
então há um processo de aprendizado e isto leva tempo.
Em termos gerais, esse período de ajuste
precisaria aumentar no mesmo ritmo da mudança tecnológica.
Não há evidência disto estar acontecendo.
O processo tecnológico está deixando o mercado de trabalho humano para trás.
Acredito que a razão dos novos setores emergentes terem surgido consistentemente
para salvar o mercado de trabalho humano a cada setor substituído por máquinas
é porque a taxa de mudanças na tecnologia não era tão dramática
naquela época. Não era tão rápido quanto é agora.
O corpo e a mente humana, que não tem evoluído muito
há milhares de anos, agora tem que competir com sua própria criação.
A mecanização está nos deixando para trás. Em outras palavras,
não podemos nos adaptar à velocidade de mecanização adotada.
Porém, isto é só um lado da moeda.
O custo da tecnologia de computação, que é a espinha dorsal da mecanização,
agora está ficando exponencialmente mais barata também.
As primeiras calculadoras produzidas em *** custavam em torno de 100 dólares
em 1949, que é 736 dólares ajustando para a inflação atual.
Uma nova calculadora de bolso agora pode ser comprada
por 1 dólar ou menos, se não for de graça.
Este é um gráfico feito por Ray Kurzweil,
que faz uma brilhante pesquisa em análise da tendência tecnológica
em relação à evolução do poder do computador e custos
com base em milhões de instruções por segundo.
Em 1990, tínhamos um milhão de instruções por segundo por mil dólares.
Dez anos depois, ficou em um bilhão por mil dólares.
Dez anos depois, ficou 1 trilhão, e por volta de 2020
ficará 1 quatrilhão pelo custo de mil dólares.
Se aplicarmos esse padrão à tecnologia como um todo e,
novamente, isso é especulativo, mas vemos quase tudo
tendo seu custo reduzido baseado na eficiência de produção;
e se aplicarmos este padrão à toda invenção aplicada,
isso significa que é simplesmente uma questão de tempo até que as corporações
não consigam mais racionalizar sua obrigação moral
de manter seus empregados pelo bem do sistema.
A diferença de custo entre dar a um ser humano um salário mínimo
versus automação será muito drástica,
será de longe mais barato mecanizar.
Economistas discutirão isso. Eles dirão :
"Há outro fator na equação e uma vez que o custo de produção
está ficando mais barato, o custo dos produtos ficará mais barato
e portanto, as exigências de poder de compra do indivíduo
tornam-se menores." Claro, isso pode ser verdade históricamente.
Acho que vocês poderiam chamar isso de desvalorização baseada na eficiência.
Contudo, esta decisão competitiva é inteiramente subordinada aos caprichos
do fabricante; portanto, há uma contradição de motivos.
Lembrem-se, eles obtêm as máquinas para que possam cortar custos
e terem mais lucro a partir da sua estrutura de preços atual.
Uma vez que isso ocorra, veremos mais desemprego e mais instabilidade;
e infelizmente, instabilidade é quase sempre o pré-requisito para mudança social.
Os problemas constituem o que chamamos de pressões bio-sociais.
Quanto mais desestabilizadas as coisas ficam, mais motivação
haverá para buscar uma alternativa. Claro, esse é um equilíbrio delicado.
Pessoalmente não quero ver ninguém sofrendo neste planeta,
mas meus sentimento não têm relevância para os padrões de evolução social.
O Movimento Zeitgeist espera amenizar essa questão
não somente dando uma outra alternativa às pessoas,
de uma forma intelectual e estatisticamente válida,
mas também uma estratégia para avançar,
para essencialmente forçar o "establishment" à liberar suas rédeas
da arrogância, poder e ineficiência e juntar-se ao resto do mundo
no objetivo comum de alcançar a sustentabilidade.
É uma campanha de conscientização da massiva
promovendo essencialmente uma mudança de consciência coletiva.
Fazemos isso através de uma campanha implacável de conscientização pública global,
que irá, no devido tempo, tornar-se tão grande em cada país
que o "establishment" não terá escolha a não ser dar a devida atenção.
Isso é baseado no modelo de Gandhi e Martin Luther King Jr.
Se o "establishment" ordena e o governo não reconhece
essa direção, então as pessoas têm uma posição muito singular.
Nós não temos que participar dos jogos que foram criados.
Uma não participação pacífica e sem violência é um caminho possível.
Francamente, espero que isso não seja necessário.
De qualquer forma, acho que deveríamos ser realistas.
Se todos puderem enxergar essa alternativa, aprender sobre ela,
compreendê-la e a apoiarem, então o governo, o exército
e burocracia existentes podem se colocar no caminho
de uma *** crítica de proporções globais.
Espero que as coisas não cheguem a esse ponto.
Espero que os poderes possam chegar a um termo durante a transição,
e ver o mérito sobre o que estávamos mostrando;
mas, como temos mostrado, as ordens estabelecidas não têm essa tendência.
Isso vai pesar, certamente.
Dito isso, uma das táticas mais específicas
que queremos utilizar para unir as pessoas é construir uma cidade modelo,
utilizando os métodos e o entendimento adquiridos até hoje.
Essa cidade modelo poderia ser usada com um "hub" para pesquisas e exposições.
O público, juntamente com líderes mundias, serão convidados a visitar e experimentar
a base dessa abordagem num cenário da vida real.
Então, a seu tempo, espera-se que um país,
vendo a eficiência desse pequeno aspecto,
pegará a cidade modelo e a aplicará dentro de seu próprio sistema.
A cidade modelo não é uma Economia Baseada em Recursos,
mas tem alguns atributos notáveis numa abordagem de sistema.
Então, a seu tempo, esperamos que estas cidades modelo comecem a se espalhar
para outras regiões, minando lentamente o sistema de mercado
devido a sua extrema eficiência.
Esperamos que a lógica se espalhará para melhores formas de planejamento central
e gestão de recursos; e espero que as pessoas do mundo todo
despertarão para um novo paradigma.
Novamente, há muitos ângulos de interação,
Poderia haver um conselho independente que consistentemente convida
todos os líderes mundiais para um encontro independente sobre esse projeto,
na esperança de que talvez eles se reuniriam e falariam isso.
Há muitas outras coisas que eu poderia dizer sobre essa complexa questão da transição
e devido ao nosso tempo curto, não quero gastar muito tempo nisso.
O que direi àqueles que continuam a martelar sobre isso, querendo detalhes:
não podemos fazer nada até que haja uma conscientização em ***
então vamos focar nisso como o primeiro passo.
Concluindo, a reação negativa mais comum que as pessoas têm
quando consideram os princípios de uma Economia Baseada em Recursos
tendem a surgir com algo chamado Natureza Humana.
O argumento é que os humanos são inerentemente competitivos,
gananciosos, e cegamente egoístas,
implicando que não importa o quão boas tecnicamente as coisas são na nossa sociedade,
sempre haverá pessoas corruptas que querem competir
e abusar das outras, e buscar a dominação.
Cooperar é contra a natureza humana ? Essa é a pergunta principal.
Certamente parece que sim, não é?
Se olharem para a história, descobrirão
que há uma interminável série de guerras, genocídios, conquistas,
tendências competitivas, e abusos de poder
e dado que esse é o padrão que reconhecemos historicamente,
acho que é seguro assumir que deve ser um conjunto da natureza humana
comportar-se de modos que estão historicamente se repetindo.
Contudo, também vemos que seres humanos cooperam,
e cooperamos muito bem em certos ambientes.
Por exemplo, nas forças armadas, a cooperação é imensa, é um coletivo.
O interesse principal é culminado. Eles trabalham juntos e o fazem muito bem.
Reconhecidamente, eles estão competindo contra um inimigo comum
que geralmente é outro exército, mas ainda é cooperação,
mesmo que seja isolada.
Portanto, o ambiente tem um papel decisivo
para determinar se decidimos competir ou cooperar.
É baseado em valores, que são preparados pelo ambiente, não pela genética.
Lembrem-se, humanos têm vivido na escassez por milhares de anos,
guerreando uns com os outros por recursos.
Enquanto esse padrão cultural continua predominando atualmente,
vocês têm que se lembrar que nosso modelo atual de sociedade
é baseado na suposta persistência da escassez.
Se eliminarmos a causa ambiental básica,
provavelmente eliminaremos a maioria dos efeitos da competitividade.
E quanto à genética e ao comportamento, por favor entenda:
a funcionalidade das expressões do gene são muito subordinadas
a estímulos ambientais, especialmente em relação ao comportamento.
Os genes não são iniciadores autônomos de comandos.
Eles, na verdade, produzem proteínas.
Não causam o comportamento, de maneira alguma.
Nas palavras do professor de biologia e neurologia da Universidade de Stanford,
Dr. Robert Sapolsky, "Genes raramente são sobre inevitabilidade,
especialmente em se tratando de humanos, o cérebro ou comportamento.
Eles são sobre vulnerabilidade, propensões e tendências."
Claro, neuroquímicos e características fisiológicas
causam certas propensões para as reações de uma pessoa e gravitação social.
É o ambiente o maior responsável pelos nossos valores e comportamentos.
Não achei nenhuma evidência concreta que apóie essa ideia
de que há uma natureza humana predeterminada nesse sentido.
Nossos valores, métodos e ações são desenvolvidos e derivados das experiências.
O ponto central é que isso requer uma transição da cultura
para ajudar nessa nova visão de mundo que está sendo realizada e identificada.
Dito isso, tenho uma observação final que gostaria de deixar para vocês.
Estudos antropológicos descobriram que a cooperação entre primatas
frequentemente vem da noção de parentesco.
Nós humanos temos isso em comum. Por exemplo,
a maioria das pessoas tende a estimar mais sua família do que seus amigos.
Assistam "Os Sopranos" e verão essa associação em ação.
Tem a família deles, e tem a família mafiosa deles. É só uma panelinha,
e essas panelinhas se desenvolvem por associação.
Curiosamente, paleontólogos descobriram
que toda a humanidade parece estar ligada à uma mulher que eles chamam
de Eva Mitocondrial, que viveu há cerca de 250.000 anos na África.
Ela, evidentemente, carregava um genoma mitocondrial que foi o modelo
para todos os outros genomas mitocondriais que vieram e como conhecemos atualmente.
Em outras palavras, somos todos ligados.
Somos todos parentes. Somos todos família.
Do mesmo modo, a teoria das cordas da mecânica quântica, se você aceita
esses campos abstratos, nos ensina que as divisões que percebemos
nos nossos cinco sentidos são essencialmente ilusões superficiais.
Não há separação. Nós existimos num mar de fluxo molecular.
Não importa do que você chama isto, mas quanto mais fundo vamos
mais unificadas e similares as coisas parecem se tornar;
Em outras palavras, todos os sinais apontam para a unidade.
Quero que todos que estejam escutando tenham isso em mente
na próxima vez que ligarem a TV e verem a matança
quase diária de soldados pelo mundo,
os abusos e crimes de colarinho branco que ocorrem,
a absurda pobreza, escravidão e desamparo.
Estes são seus irmãos, suas filhas, seus netos
passando fome, assassinando uns aos outros, abandonando uns aos outros
VOCÊ está assassinando, VOCÊ está sendo abandonado,
VOCÊ está sendo assassinado.
Até que comecemos a ver uns aos outros como nós mesmos, nada irá mudar.
Somos um planeta. Muito obrigado por virem.
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