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Este programa é-lhe trazido pela Universidade de Michigan.
Para mais informações visite www.umich.edu
Nascido a 3 de Março de 1916, Jacque Fresco tem sido apelidado de muitas coisas:
designer, arquiteto, inventor, autor e futurista.
A sua consciência vem da experiência em primeira mão da Grande Depressão,
uma compreensão detalhada dos efeitos de uma economia baseada em escassez
e dos conflitos que esta gera.
Acima de tudo um autodidata, o Jacque defende uma sociedade que procura
usar a ciência e tecnologia como um meio de se educar continuamente,
acreditando que tal sociedade não quer, nem necessita de, ser controlada.
Proclamado um visionário, o Jacque oferece uma arrojada e completa reforma
das construções sociais do mundo, prometendo um futuro melhor,
se nos unirmos hoje, como humanos, na sua procura.
Jacque Fresco representa não só a crença mais sincera
de que artistas e designers podem trazer uma mudança positiva à sociedade,
mas também a pura convicção, senão responsabilidade,
para a absolvição de sistemas em declínio.
Numa entrevista de 1974 com Larry King,
Jacque Fresco pode ser melhor citado pelo seguinte:
"Não existem problemas de negros, ou problemas de polacos,
ou problemas de judeus, ou problemas de gregos, ou problemas de mulheres.
Só existem problemas humanos."
Senhoras e senhores, tenho o prazer de apresentar Jacque Fresco.
[Aplausos]
Obrigado, Eric.
Não sei se está cá alguém, mas conseguem ouvir-me aí atrás?
[Sim!]
Ok. Quero falar-vos um pouco sobre este filme que estamos prestes a ver.
Fomos convidados a ir à Arábia Saudita para apresentar alguns dos nossos conceitos.
Queriam que projetássemos uma nova cidade
e um parque temático na Arábia Saudita.
Fizemos este filme apenas para lhes mostrar
ideias conceituais do que o futuro pode ser,
não do que irá ser. Não o sabemos,
apenas sabemos o que pode ser.
Neste momento, vou apresentar esse filme
para que tenham uma ideia do que fazemos no Projeto Vénus.
Obrigado pelo vosso tempo.
[Aplausos]
[banda sonora empolgante]♫
Uma nação sem uma visão do de que o futuro pode ser
está destinada a repetir os erros do passado vezes sem conta.
Este breve vídeo irá delinear uma visão concebida para evitar velhos erros.
Uma visão de eficiência, sustentabilidade e planeamento inteligente
pode levar-nos a um maravilhoso novo mundo de potencial humano ilimitado.
Desenhando o Futuro
Esta visão poderia ser uma demonstração
do que o mundo pode ser na nossa era cibernetizada.
A ciência e tecnologia poderiam ser utilizadas para o melhoramento humano
e na recuperação e proteção do ambiente,
servindo como um exemplo da aplicação inteligente
de uma Abordagem de Sistemas.
Enquanto algumas pessoas defendem a restauração
de cidades existentes e desgastadas,
estes esforços ficam aquém dos potenciais da tecnologia moderna.
A reparação de cidades desatualizadas resulta em
custos mais elevados de operação e manutenção.
É na verdade menos dispendioso, a longo prazo,
construir novas cidades a partir do zero,
do que restaurar e manter as antigas.
Uma abordagem de sistema de cidade total requer um planeamento geral
de forma a atingir-se um nível de vida superior para todos os seus ocupantes.
A disposição circular permite, de forma eficiente, o uso mais sofisticado
dos recursos e técnicas de construção disponíveis,
com um gasto energético mínimo.
Isto pode tornar disponível a todas as pessoas, as comodidades mais avançadas
que a ciência e tecnologia modernas podem oferecer.
Poderia ser o núcleo e centro de aprendizagem
que as pessoas de todo o mundo visitariam
e, esperançosamente, copiariam esta abordagem de design noutras partes do mundo.
As considerações de design para estas novas cidades
incluem o seu funcionamento geral, a sua facilidade de construção,
a diminuição da manutenção, o transporte eficiente
e a sua simplicidade e durabilidade.
Isto também incluirá a flexibilidade para permitir alterações no presente e no futuro.
A cidade funcionaria como um organismo integrado em evolução
em vez de uma estrutura estática.
Esta abordagem de sistemas visiona a construção de cidades inteiras
através da padronização de elementos estruturais básicos,
os quais são prefabricados em complexos automatizados
e montados no local.
Muitos destes edifícios seriam compostos por unidades padrão
que podem ser dispostas para satisfazer diversos requisitos.
Esta abordagem significa que estas cidades podem ser extremamente eficientes no custo,
pois apenas é necessário projetar uma secção,
a qual pode ser duplicada repetidamente até que a totalidade da cidade esteja completa.
A nossa abordagem possibilita a venda
ou licença destes métodos de construção e designs
como sistemas de cidade totalmente integrados em qualquer parte do mundo.
O perímetro exterior fará parte da área de lazer
com campos de golfe, trilhos para caminhadas e passeios de bicicleta
e oportunidades para a prática de desportos aquáticos.
Nesta área, um canal de água rodeia a cintura agrícola
com agricultura interior e exterior.
Continuando em direcção ao centro da cidade
oito sectores verdes providenciam recursos de energia limpa e renovável,
como o vento, a energia solar e concentradores de calor.
A reciclagem de desperdícios e outros serviços ficam localizados por baixo da cidade.
O plano utiliza o melhor da tecnologia limpa
em harmonia com o ambiente circundante.
O distrito residencial é caracterizado pela bela paisagem,
com lagos e cursos de água sinuosos.
Um largo espectro de edifícios de apartamentos criativos e inovadores
e casas individuais únicas providenciarão muitas opções aos ocupantes.
Novos e inovadores métodos de construção rápida e em ***
para os sistemas de alojamento e construção irão injetar materiais compósitos
num molde e depois extrudir a forma para cima.
Nalguns casos, vários apartamentos de cidade
podem ser produzidos como extrusões contínuas,
as quais são depois separadas em unidades individuais.
As gruas transportam estas habitações prefabricadas para as suas localizações.
Estas são depois elevadas e inseridas numa estrutura de apoio.
Os apartamentos são leves e resistentes.
Todas as habitações são projetadas para serem residências autónomas.
A superfície exterior destas estruturas eficientes
serve de gerador fotovoltaico,
convertendo radiação solar diretamente em eletricidade
para aquecer, arrefecer e outras necessidades.
O efeito termopar também será usado para gerar eletricidade.
A vasta gama de casas individuais é prefabricada
e relativamente livre de manutenção,
é resistente ao fogo e impermeável às condições atmosféricas.
Com este tipo de construção não haveria quase nenhum dano
causado por cheias, terramotos ou furacões.
A sua construção de casca fina pode ser produzida em ***
eficiente e economicamente.
Novos sistemas energeticamente eficientes podem ser instalados
para fornecer energia suficiente para operar toda a casa.
Adjacente ao distrito residencial
estão os centros de planeamento, ciência e investigação.
Oito cúpulas que rodeiam a cúpula central acomodam os centros de arte, música,
exibição, entretenimento e de conferências.
Encantadores parques, lagos, cursos de água e cascatas
estão localizados por toda a cidade.
A cúpula central ou o centro temático contém escolas, cuidados de saúde,
compras, networking e cuidados infantis.
É também o núcleo da maioria dos serviços de transporte,
os quais movem as pessoas através de transportadores
horizontais, verticais e radiais, para qualquer parte da cidade.
Isto minimiza a necessidade para o transporte automóvel
excetuando os veículos de emergência.
O transporte entre cidades seria feito através de monocarril.
A cúpula central acabará por alojar um complexo cibernetizado
que serve como cérebro e sistema nervoso de toda a cidade.
Projeta uma imagem 3D virtual da Terra
usando sistemas de comunicação por satélite,
que mostram informação sobre o tempo, a agricultura, o transporte
e o funcionamento de toda a cidade.
Este sistema cibernetizado irá usar sensores ambientais
para ajudar a manter uma economia de carga equilibrada,
a qual evita excessos e défices de produção.
Por exemplo, na cintura agrícola
sondas eletrónicas supervisionam e mantêm as condições do solo,
o lençol freático, nutrientes, entre outras coisas.
Este método de feedback eletrónico pode ser aplicado
a todo o complexo da cidade.
Com computadores agora capazes de processar
biliões de bits de informação por segundo,
eles são essenciais para se chegar a decisões corretas
no que toca à gestão destas cidades inovadoras.
Algumas destas cidades poderão ser sistemas de inclusão total,
os quais são auto-suficientes. Estas estruturas enormes alojariam
residências, parques, lazer, entretenimento,
cuidados de saúde, instalações educacionais, entre outros.
Tudo o que é construído nestas cidades seria
tão próximo de um sistema autónomo quanto as condições o permitissem.
Nestes sistemas de inclusão total, o arranha-céus assegura
que há mais território disponível para parques e reservas naturais,
ao mesmo tempo que se elimina a expansão urbana.
Onde for possível, a energia geotérmica pode ser aproveitada.
A energia geotérmica oferece a possibilidade
de uma fonte abundante de energia limpa.
Esta fonte sozinha poderia fornecer energia suficiente para os próximos 1000 anos.
Os sistemas de transporte nacionais incluiriam
uma rede de hidrovias e canais.
Estes corpos de água poderiam minimizar a ameaça de cheias e secas,
ao desviar as águas das cheias para bacias de armazenamento.
Para além disto, este canais poderiam fornecer água para irrigação,
piscicultura e lazer.
Os canais também podem ser usados para dessalinização,
utilizando-se um método de condensação evaporativa.
Uma rede de túneis facilitaria
o transporte de passageiros e de mercadorias
através do deserto do Sara para todas as nações árabes,
livre dos efeitos das tempestades de areia.
Estes túneis ficarão localizados entre 9 a 12 metros abaixo da superfície do deserto
com ventiladores a cada 300 metros.
A água poderia ser bombeada debaixo da superfície do Sara
e transportada para todas as nações árabes.
Nalgumas situações, os navios poderiam operar como fábricas automatizadas flutuantes
capazes de processar matérias-primas em produtos acabados,
enquanto a caminho dos seus destinos.
Enormes navios e submarinos com compartimentos removíveis
e intermutáveis irão transportar mercadorias através dos oceanos.
Em vez de contentores separados,
uma secção inteira de mercadorias pode ser automaticamente removida nos portos.
O design de pontes seria tremendamente simplificado
e as pontes podem ser feitas à prova de corrosão.
Seriam prefabricadas e transportadas para o local
por catamarãs de duplo casco.
Nalgumas pontes, os comboios poderiam ser suspensos por baixo das vias rodoviárias.
A colonização dos oceanos é uma
das últimas fronteiras remanescentes na Terra.
Prodigiosas comunidades de cidades oceânicas irão evoluir como ilhas artificiais,
estruturas flutuantes, observatórios submarinos, entre outros.
Estas grandes estruturas marinhas estão projetadas para explorar
as riquezas relativamente inexploradas dos oceanos
e para fornecer uma melhor maricultura,
produção de água doce, energia e mineração.
Isto poderia compensar as carências em terra.
Também poderiam fornecer riquezas quase ilimitadas em famacêuticos,
químicos, fertilizantes, minerais, petróleo e gás natural.
As cidades oceânicas seriam resistentes a terramotos
e aliviariam muito as pressões populacionais em terra.
A população iria variar desde várias centenas até muitos milhares.
Instalações subaquáticas de visualização e investigação oceânica
permitem observações panorâmicas do mundo submarino
no seu habitat natural, sem perturbar o ambiente oceânico.
Cúpulas marítimas flutuantes e inafundáveis irão atrair as pessoas que preferem
viver ao largo da costa ou em ilhas.
Quando o clima se torna inclemente, poderiam ser facilmente rebocadas para a costa,
montadas e ancoradas em estruturas de suporte elevadas.
Maricultura e sistemas de cultivo marítimo são usados para cultivar
e criar peixe e outras formas de vida marinha
para ajudar a satisfazer necessidades nutricionais.
Estes recintos marinhos são desenhados
como partes não-contaminantes e integrantes do ambiente oceânico.
Uma feira mundial do futuro irá realçar as contribuições
feitas por todas as nações para o avanço da humanidade.
Ainda que esta feira forneça entretenimento,
a sua função principal é aprofundar o conhecimento do mundo em que vivemos
e das pessoas que o habitam.
As próprias estruturas arquitetónicas
serão tesouros de possibilidades futuras
com uma vasta variedade de edifícios de exibição.
Muitas das exposições não só descreverão o que o futuro será,
mas também o que poder ser, caso usemos a ciência e tecnologia
com preocupações humanas e ambientais.
Poderia ser um mostruário vívido do futuro do potencial humano.
Vídeos, ecrãs 3D e dioramas irão demonstrar
as fabulosas vantagens para todas as nações quando estas trabalham juntas
para preservar a maior dádiva que temos:
os recursos e a beleza do nosso planeta Terra.
Na análise final, somos um só povo e partilhamos um só planeta.
Se desejar mais informação sobre qualquer um dos sistemas vistos neste vídeo,
visite o nosso site em: www.TheVenusProject.com
[música de espaço sideral]♫
Ninguém consegue efetivamente prever o futuro.
Há demasiadas variáveis imprevistas.
No futuro, uma cidade deveria ser auto-suficiente:
sistemas de geração elétrica em todos os telhados e estradas.
Deveria conter centros comerciais, cuidados médicos, cuidados infantis, escolas,
tudo o que uma cidade necessita. Se construíssemos subúrbios
(vocês os designers que no futuro
irão desenvolver estas novas comunidades)
[numa tal] comunidade, temos de conduzir naquela direcção para a escola
(levar as crianças à escola), naquela direcção para o centro comercial,
naquela direcção para o dentista, noutra direcção para o médico.
Quando as cidades do futuro são projetadas, têm de ser auto-suficientes
e possuir tudo o que as pessoas necessitam.
É claro que a cidade do futuro teria de fazer parte
de um sistema global integrado,
onde já não existem nações separadas
e todos os recursos da Terra seriam declarados
a herança comum de todas as pessoas do mundo.
Isto é, se não quisermos guerra, se não quisermos depressões,
expansões e crises económicas, temos de redesenhar a cultura
com base em escalas científicas de desempenho.
Isto significa que, em vez de termos pessoas sentadas a conceber o futuro
temos de o basear num estudo global.
A primeira coisa que tem de ser feita
é convidar todas as nações a participar num sistema global.
Afinal de contas, quando pensamos sobre isto,
onde pensam que fomos buscar este país?
Roubámo-lo aos índios, o Novo México, aos espanhóis,
e isto aplica-se a todas as nações.
Desculpem-me por dizer isto, mas são todas basicamente corruptas;
todas as nações modernas, sem alternativa. [aplausos]
Quero só dizer-vos que
quem se vai alistar no exército
ou quem já se alistou:
todas as guerras são farsas!
Representam o fracasso supremo das nações
em superar as diferenças entre si.
Quando eles recrutam as vossas vidas... [aplausos]
Quando eles vos recrutam para servir, para que ofereçam a vossa vida por este país,
eles deveriam recrutar todas as indústrias bélicas
para que ninguém lucrasse com a guerra. Assim seria a sério.
Percebem o que estou a dizer?
Eles fazem milhares de milhões com a guerra!
A matar japoneses na 2ª Guerra Mundial em todas aquelas ilhas do Pacífico:
isto é a coisa errada de se fazer. Eles nem sequer sabem como combater uma guerra.
O que deveriam ter feito é ter bombardeiros de longo alcance
para destruir os projetos energéticos na Alemanha e no ***ão:
os geradores elétricos, as barragens.
Não é preciso matar soldados nas ilhas.
Quando se faz isto, enquanto os geradores puderem operar as fábricas
eles irão produzir armas de guerra.
A guerra é um grande negócio. As pessoas fazem montes de dinheiro com ela.
E não é para levar a democracia a países subdesenvolvidos.
Nunca tivemos uma democracia neste país, em qualquer tempo!
A democracia é uma ilusão e eu vou tentar dar-vos uma ideia... [aplausos]
Vou tentar dar-vos uma ideia do que seria realmente uma democracia.
O nosso presidente criticaria um país durante cerca de uma hora, uma hora e meia.
Quando acabasse, convidaríamos o primeiro-ministro desse país
para o ar para dar o seu ponto de vista.
Depois convidaríamos o primeiro-ministro da Suécia.
E ele diria: "Estão ambos errados! Nós pensamos da seguinte forma..."
Isso é que é uma democracia: todos os pontos de vista são comunicados,
todas as religiões, não-religiões, agnosticismo, e escolhemos ouvir ou não.
Nunca tivemos isto, em qualquer tempo.
E todas estas pessoas dizem: "Vamos recuperar a nossa democracia!"
Não é possível ter uma democracia,
a menos que todas as crianças tenham comida boa, saudável e nutritiva,
e todas as pessoas tenham cuidados médicos desde o nascimento até à morte,
e acabássemos com o sistema do dinheiro.
Enquanto houver um sistema de dinheiro haverá corrupção:
as pessoas subornam outras pessoas, aproveitam-se de outras...
Temos recursos suficientes para construir hospitais por todo o mundo.
O custo da 2ª Guerra Mundial poderia ter alojado todas as pessoas da Terra,
acabado com todas as favelas por todo o mundo
e construído uma irmandade do Homem.
Os cristãos e os muçulmanos
e todos os outros grupos religiosos
prestam "serviço labial" aos ensinamentos de Cristo.
O que temos de fazer é traduzir todos os ensinamentos religiosos
para um estilo de vida, e não para proclamações em papel.
Estão-me a acompanhar? Por outras palavras...
[aplausos]
O que estou a falar é de uma abordagem muito audaciosa e diferente à vida
De facto, a grande questão é: Como vamos daqui para lá?
Há anos atrás, eu perguntei-me a mesma coisa.
Países diferentes têm sistemas de crenças que são diferentes dos nossos.
Têm várias esposas, diversos conceitos de Deus...
Como é que se superam estas diferenças?
É disto de que se precisa em Washington
não de um grupo militar, ou de um Pentágono.
Precisamos de sociólogos, cientistas sociais que sejam capazes
de colmatar a diferença entre nações, e eis como fazê-lo:
Não se critica os seus costume sociais ou as suas crenças religiosas.
Falamos sobre coisas que temos em comum.
Todas as pessoas do mundo precisam de água e ar limpos, solo arável
e uma educação relevante, a qual não recebemos hoje.
A educação de hoje não ensina nada. É mais propaganda do que informação.
[assobios e aplausos]
Numa educação verdadeira
estudamos a nossa relação com o ambiente e com os outros.
Só quero dizer isto, que é mais difícil de aceitar:
todas as pessoas, independentemente de onde venham,
estão perfeitamente bem-ajustadas. Novamente, em relação a onde vêm.
Se vocês, homens, fossem criados por caçadores de cabeças da Amazónia
e eu entrasse na vossa cabana de palha e dissesse:
"Não vos incomoda terem 10 cabeças encolhidas?"
vocês diriam: "Sim, incomoda-me. O meu irmão tem 20!"
[risos ligeiros]
Nessa cultura, isto seria normal.
Se tivessem sido criados no Sul por pessoas ignorantes,
falariam com uma ***úncia do Sul; não há nada que pudessem fazer para o evitar.
O ambiente molda as vossas expressões faciais, as vossas atitudes, os vossos valores.
Podem até falar assim:
"Vou apanhar um preto, vou dar cabo dele, ah!"
Até isso é aprendido! Não existem pessoas boas ou más.
As pessoas vêm de ambientes diferentes,
que as marcam com diferentes conjuntos de valores.
Se fossem criados na Alemanha nazi desde bebés
e tudo o vêem é "Heil Hitler!", "Deutschland uber alles!"
(Alemanha acima de tudo) seriam nazis,
a não ser que tivessem lido ou visto filmes,
ou tivessem sido influenciados por outras pessoas.
Estou a tentar dizer-vos algo:
toda a gente está perfeitamente bem-ajustada ao ambiente de onde provêm.
Quero dizer isto acerca dos psicólogos:
qualquer psicólogo, ou psiquiatra,
que tente ajustar-vos a este sistema
tem de ser extremamente estúpido.
[risos e aplausos]
Na verdadeira ciência aplicada
acabaríamos com as condições que geram comportamentos aberrantes.
Sabemos agora o suficiente sobre o comportamento humano
para sabermos que não existe algo como pessoas dotadas.
Todo essa treta que aprendem na maioria das escolas é artificial.
O que é a criatividade? "Não sei." Eles pensam que é um dom.
Não é. A criatividade é pegar em elementos conhecidos
e combiná-los de maneiras únicas.
E qualquer pessoa pode tornar-se criativa.
Às vezes eles dizem: "Bem, acho que nascem assim"
em vez de dizerem: "Eu não faço mesmo ideia
do que é que gera a criatividade."
A criatividade não são invenções que vêm do espaço sideral
e entram na mente humana através dos deuses.
As pessoas não aprenderam a dizer: "Eu não sei"
e isso é a coisa mais difícil de se aprender.
Quando o governo abordou os cientistas e disse:
"Podem pôr um homem na lua?", eles disseram: "Não sabemos".
"Como assim, não sabem?"
Eles disseram: "Temos de pôr um homem numa centrifugadora e girá-lo
para ver até que ponto aguenta. Não sabemos até onde os humanos podem resistir!
Se for 9 vezes a gravidade
é essa a velocidade a que a nave espacial descolaria.
Não se pode descolar a qualquer velocidade, senão as pessoas morreriam.
E não podem beber um copo de água no espaço.
Têm de a pôr num tubo e espremê-la para a boca.
É isto que quero dizer com "Eu não sei".
Há muita gente que diz: "Nunca chegaremos à lua.
Nunca chegaremos a Marte..." Digam apenas "Não sei o suficiente sobre isso
para dar respostas acerca desse tópico."
Quando se dá a toda a gente o direito à sua própria opinião
estamos a magoar o mundo.
Se uma senhora vivesse no outro lado da rua
e eu visse 10 homens a saírem do seu apartamento,
eu poderia ter todo o tipo de opiniões.
Ela pode ser uma professora de línguas,
uma instrutora de ballet, de arte...
mas quando se dá a toda a gente o direito à sua própria opinião...
A sua opinião deveria ser: "Não conheço a pessoa o suficiente"
[ou] "Não sei, não tenho conhecimento técnico.
Não sei se alguma vez chegaremos a Marte",
mas as pessoas, enquanto não aprenderem a falar assim...
Não se esqueçam: a nossa linguagem foi desenhada há centenas de anos,
milhares de anos atrás, noutras circunstâncias.
Nós não sabemos falar "com" os outros, apenas falamos "para" os outros
e isto é muito lamentável.
No futuro, as pessoas aprenderão a dizer
"Não sei de onde veio o mundo.
Não sei como a vida começou" ou "Isto é o que eu li."
Têm tantas opiniões diferentes
que encravam tudo na cultura.
Por isso, as vossas escolas dependem de apoios financeiros
e se atacarem a estrutura financeira,
elas não vão querer que façam palestras nas escolas
porque precisam desses subsídios.
Os vossos filmes, as vossas novelas,
são todos desenhados para se enquadrarem na cultura estabelecida.
Todas as culturas no mundo de hoje estão estabelecidas.
O que precisamos é de algo diferente: de uma cultura emergente.
Uma cultura emergente significa que não existem fronteiras finais,
nem utopias, que continuamos a avançar
e a palavra "inteligência" não tem significado.
Noutras palavras, um engenheiro eletrotécnico inteligente de há 75 anos atrás
não conseguiria arranjar emprego hoje.
A palavra "inteligência" é um termo ridículo
porque é um processo contínuo.
O conceito de civilização é algo que não existe
desde que haja militarismo, prisões, polícia
e a resolução de conflitos,
que não funciona de todo, de outro modo não haveria guerra.
Ou seja, se educarem as pessoas para usarem uma linguagem apropriada
que não esteja sujeita a interpretação.
Lembrem-se, a Bíblia está sujeita a interpretação.
Quando a lêem, dirão: "Penso que Jesus quis dizer isto."
Aquele e o outro dizem: "Oh não, ele quis dizer aquilo!"
Por isso temos os Luteranos, os Adventistas do 7º Dia, os Católicos:
todas as variações diferentes,
mas a linguagem da ciência não está sujeita a interpretação.
Quando um engenheiro escreve uma fórmula,
esta é compreendida no mundo inteiro.
Quando me perguntam: "É possível desenvolver uma linguagem
que não esteja sujeita a interpretação?"
A matemática, a física, a terminologia de engenharia
não estão sujeitas a interpretação.
Se estivessem, seria impossível construir pontes ou aviões,
por isso, é possível desenvolver uma tal linguagem.
Se queremos que haja um futuro,
temos de mudar a nossa linguagem, os nossos hábitos, costumes, valores,
porque estes foram concebidos há imenso tempo atrás
e são completamente desapropriados.
Dizem para escreverem ao vosso congressista.
Bem, que tipo de idiota é ele para que tenham de lhe escrever?
Todos os vossos políticos deveriam estar na vanguarda
da tecnologia e do conhecimento.
Em vez de haver um grupo militar em Washington chamado Pentágono,
deveria haver um grupo de engenheiros sociais, psicólogos sociais,
pessoas que saibam superar as diferenças entre nações.
A guerra é o fracasso e estupidez suprema das nações,
que não compreendem estes princípios fundamentais.
Não sou o vosso inimigo. Estou simplesmente a tentar oferecer um método.
Não odiamos ninguém. Não queremos matar ninguém,
capitalistas ou comunistas.
Eu tive todas estas ideias durante a última depressão.
15 milhões de pessoas estavam desempregadas
e tinham comprado carros e casas,
e os bancos falharam, e elas não conseguiam pagá-los.
Havia 15 milhões de pessoas a dormirem
em todos os lotes vazios quando eu era miúdo.
Mais tarde, os veteranos de guerra marcharam em Washington
porque o governo tinha-lhes dito que lhes seria dado
600 dólares para começarem uma vida nova.
Marcharam em Washington porque queriam esses 600 dólares,
mas o governo não tinha o dinheiro, por isso deram-lhes notas promissórias (IOUs).
Mas com isso não se come, nem se paga a renda.
E os congressistas não gostaram de ver todos aqueles veteranos
a dormirem nas ruas de Washington.
Douglas MacArthur (penso que era Capitão na altura)
disseram-lhe para retirar os veteranos dali para fora
juntamente com as suas cadeiras de rodas, tendas e muletas,
e lançaram-lhes gás lacrimogéneo.
Este é o Douglas MacArthur, o vosso grande herói!
Havia um livro intitulado "The New American History" que fala sobre isto.
Muitos livros fantásticos têm sido retirados do mercado
porque os mais espertos não queriam que vocês soubessem estas coisas.
Não querem que vocês saibam isto
porque eles não conseguem controlar pessoas livres:
pessoas que são livres, que podem pensar livremente, não podem ser controladas.
Tentam torná-las uniformes, patrióticas.
Penso que foi Albert Einstein quem disse "O patriotismo é uma doença."
Devíamos pagar direitos de autor por diversas pessoas de todo o mundo
porque vieram para cá e trouxeram muitas ideias fantásticas...
Nem tudo é americano, como vos tem sido dito.
Isto é, temos de construir uma linguagem universal
e temos de convidar todas as nações do mundo
para partilharem os recursos da Terra.
Quando as pessoas têm livre acesso às necessidades da vida,
sem a necessidade de dinheiro, isso será o início
da era científica.
Desculpem, não tenho tempo para explorar tudo isto
com detalhe, como gostaria.
Queria só dizer-vos onde fui buscar estas ideias:
fui buscá-las ao corpo humano.
Se o vosso cérebro dissesse: "Eu é que penso em tudo, quero os nutrientes todos",
os pulmões diriam: "Se eu não oxigenar o sangue
tu, como cérebro, morrerias."
Então, o cérebro pergunta: "De que precisas?" Pulmões: "Tudo aquilo de que tu precisas!"
E depois vinha o fígado: "Se eu não filtrar o sangue
vocês os dois morreriam." Por isso, o fígado
e todos os órgãos do corpo recebem tudo o que necessitam.
Não se trata de comunismo, de mercado livre ou fascismo.
Quando trabalham para uma empresa, hoje em dia, é uma ditadura.
Assim que picam o ponto
estão sujeitos aos ditames dessa empresa.
Eles dizem-vos: "Não querem viver numa ditadura."
No que é que pensam que vivem?
Quando trabalham para um grande armazém e ficam atrás de uma caixa,
particularmente uma jovem, nos melhores anos da sua vida,
a vender cosméticos, não está a utilizar o seu cérebro.
Quando trabalham numa fábrica e fazem buracos em coisas,
não estão a usar o vosso cérebro.
Queremos acabar com a maioria dos trabalhos repetitivos
e podemos fazer isso facilmente hoje.
Temos recursos mais do que suficientes
para acabar com as favelas em todo o mundo
e construir hospitais em todo o mundo.
É isto que quero dizer com mudança social,
não estes remendos que vêem agora.
Os políticos, já agora, não podem oferecer nada!
Os nossos problemas são técnicos, não políticos.
Os políticos não sabem como prevenir os acidentes de automóveis.
Não sabem como parar a guerra. Não me interessa em quem votam:
eles simplesmente não sabem o que fazer!
O que estão a fazer agora não vai funcionar.
Noutras palavras, este é o fim do velho Sistema de Mercado Livre.
Vai colapsar, e quando isso acontecer
esperamos ser capazes de criar um filme
sobre como ir daqui para o futuro.
Visto que não estamos a ser patrocinados
fazemos estes pequenos vídeos
só para podermos ter um primeiro contacto com a Arábia Saudita.
Tudo o que querem saber é como fazer dinheiro,
por isso fizemos este tipo de filme. Assim que chegarmos à Arábia Saudita
trabalhamos com eles e muda-mo-los para um ponto de vista global.
É isto que tem de ser feito.
Vai haver uma sessão de questões noutra área.
Obrigado pelo vosso tempo. Agradeço profundamente
a oportunidade de falar convosco.
[Aplausos]
[Ritmo animado começa a tocar]♫