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[Sofia] - Mas eu já tenho esta idade,
tu agora és jovem, tens 20 anos, tens a vida toda pela frente,
só tens 20 anos de bagagem! (risos)
E eu tenho 50 e tal anos, ou 60 e tal anos,
já viste a bagagem toda que eu tenho?
E, no fundo, é sempre o mesmo, porque essa pessoa de 20 anos
tem uma bagagem que tem que ver com as suas próprias circunstâncias. [Ana] - Exactamente.
Porque, cada um de nós, tem aprendizagens específicas que veio fazer cá.
E, também, não é por acaso que muitos começam aos 20,
outros começam aos 50, outros começam aos 40,
e isso não tem importância nenhuma... [Sofia] - Não...
...é só uma ilusão da cabeça... [Ana] - É uma ilusão, porque
nunca há começo, nesse sentido!
Porque alguém que comece aos 50 anos, não começa nada,
a vida dele começou quando nasceu!
Portanto, tudo o que ele fez, desde que nasceu até chegar aos 50 anos
e que, depois então, há um click qualquer
e tem um impulso de uma outra busca,
não está a começar agora,
toda a vida que foi vivida antes, são aprendizagens, são experiências,
são vivências que essa pessoa teve...
...e, portanto, não está a começar a vida naquele momento,
como muitas pessoas têm essa sensação!
Aliás, em termos mais latos, a vida não tem princípio nem fim...
...mas nós só conseguimos, e é assim que é suposto,
ter memória, consciente, desta vida aqui e agora,
claro que temos muitas memórias inconscientes, dentro de nós, e
elas são muito importantes também para a aprendizagem que estamos a fazer.
[Sofia] - Em termos de experiência de vida ou de aprendizagens,
podemos dizer que, esta vida, tem aprendizagens específicas ou
circunstâncias específicas pelas quais nós temos que passar,
portanto, sentir, aos 60 anos, que:
"só agora comecei a contactar com uma vida mais espiritual,
todo um mundo se abriu"
e começa a sentir:
"Perdi tempo, não tenho tempo..."
É mais um peso e, de facto, é ilusório. [Ana] - É tudo ilusório...
...porque as coisas vão acontecendo nos momentos certos!
Por isso, é que falam tanto nas crianças e no sentimento das crianças,
porque as crianças não sentem isso, que estão a perder tempo
ou não sentem que chegaram tarde a qualquer lado,
há crianças que aprendem a andar antes do ano,
outras começam a andar perto dos dois anos,
e nenhuma delas fica stressada, (risos)
[Sofia] - Quem fica stressado são os pais! (risos) [Ana] - Os pais é que stressam muito! (risos)
Mas uma criança que começa a aprender a andar quase aos dois anos,
não tem stress nenhum acerca disso!
E, também no falar, há crianças que começam a falar muito cedo,
há crianças que começam a falar mais tarde...
...e isso não quer dizer absolutamente nada! [Sofia] - Não!
[Ana] - É porque é suposto ser assim.
[Sofia] - Não determina Q.I., nem determina inteligências... [Ana] - Exactamente!
É só uma expressão daquela criança,
e é uma expressão, no fundo, da sua própria natureza.
E, ao longo da vida, deveríamos conservar essa consciência de que
se alguém manifesta uma coisa, tem que ver com a natureza dela!
Isso não quer dizer que seja mais evoluído ou menos evoluído,
ou que tenha andado a desperdiçar a vida!
[Sofia] - Ou que tenha andado desviado... [Ana] - Ou que tenha andado desviado, etecetera...
...não, porque são tudo aprendizagens!
O que acontece é que, muitas vezes, quando pensamos que:
"Agora sim estou a começar uma vida, ou estou a entrar no mundo da Espiritualidade..."
O que se passa é que, tudo o que nós vivemos, na nossa vida, até àquele momento,
é naquele momento, o momento ideal para nós ganharmos uma nova consciência!
E, no fundo, é só isso...
...é ganhar uma nova consciência das coisas.
Portanto, isso pode acontecer a algumas pessoas, aos 20, outras aos 30,
o momento em que as pessoas ganham essa consciência
é sempre o momento certo!
Porque a pessoa tinha que fazer aquela série de aprendizagens...só tem que ver com isso!