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Momento de Reflexão
DE UMA CARTA DE SÃO LUÍS GONZAGA A SUA MÃE
São Luís Gonzaga nasceu em 1568 perto de Mântua, na Lombardia - Itália,
filho dos príncipes de Castiglione.
Educado cristãmente por sua mãe,
desde cedo mostrou indício de grande aspiração pela vida religiosa.
Renunciando ao principado em favor do seu irmão,
entrou na Companhia de Jesus em Roma e, durante os estudos de teologia,
entregando-se ao serviço dos enfermos dos hospitais,
contraiu uma enfermidade que o levou à morte no ano de 1591.
Tinha apenas 23 anos.
CANTAREI ETERNAMENTE AS MISERICÓRDIA DO SENHOR
“A graça e a consolação do Espírito Santo estejam sempre convosco.
A vossa carta encontrou-me ainda vivo na região dos mortos;
mas agora espero ir em breve louvar a Deus eternamente na região dos vivos.
Pensava mesmo que, a esta hora, já teria dado este passo.
Se a caridade, segundo São Paulo,
ensina a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que estão alegres,
muito grande deve ser a alegria de Vossa Senhoria,
pela graça muito grande que Deus vos concede na minha pessoa,
chamando-me à verdadeira alegria e dando-me a segurança de O não poder perder jamais.
Confesso-vos, Ilustríssima Senhora,
que me perco e arrebato na contemplação da divina bondade, mar sem praia e sem fundo,
que me chama a um descanso eterno por um trabalho tão breve e pequeno;
que me convida e chama ao Céu para aí me dar aquele soberano bem que tão negligentemente procurei,
e que promete o fruto daquelas lágrimas que tão parcamente derramei.
Por conseguinte, Ilustríssima Senhora, considerai bem e ponde todo o cuidado em não ofender esta bondade de Deus,
como certamente aconteceria se viésseis a chorar
como morto aquele que vai viver na contemplação de Deus
e que maiores serviços vos fará com as suas orações do que nesta terra vos prestava.
A nossa separação será breve; lá no Céu nos tornaremos a ver;
lá seremos felizes e viveremos para sempre juntos,
porque estaremos unidos ao nosso Redentor, louvando-O
com todas as forças da nossa alma e cantando eternamente as Suas misericórdias.
Se Deus toma novamente o que nos tinha dado,
não o faz senão para o colocar em lugar mais seguro e ao abrigo de qualquer perigo,
e para nos dar aqueles bens que acima de tudo desejamos.
Digo-vos tudo isto para que Vós, Senhora minha Mãe,
e toda a família, aceiteis a minha morte como um dom precioso da graça.
Que a vossa bênção de mãe me ajude a alcançar com felicidade o porto dos meus desejos e esperanças.
Escrevo-Vos com tanto maior prazer quanto é certo
que não me resta outra ocasião para vos testemunhar o respeito e o amor filial que Vos devo”.
( Da Liturgia das Horas)
Caríssimos irmãos: que maravilhosa carta para a sua mãe.
É tão rica de fé no valor da vida eterna para a qual Deus Pai nos criou!
Oh, como S. Luís encara a morte como uma graça do Pai do Céu que vem a buscá-lo para o Paraíso!
E nós como desejamos a Vida Eterna? Aspiramos para o Céu, ou continuamos presos aos bens da terra?....
Uma boa Senhora fez uns versos que vale a pena conhecer:
“ Tenho uma viagem a fazer
O dia certo não sei
Sei que daquilo que tenho,
nada levarei
Só levo aquilo que dei !”
A Bênção de Deus, Pai que nos criou, do Filho que nos remiu e do Espírito Santo que nos santificou,
desça sobre vós e permaneça para sempre! – Ámen.