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Era uma vez, e tantas outras vezes, o alarme do despertador que corta os ouvidos dos trabalhadores
de segunda à sexta-feira, às cinco e meia da manhã. Era uma vez e, mais quantas vezes
serão?, uma princesa que divide o quarto com mais três irmãos, lençol furado, pé
descalço, cobertor remendado. Era uma vez, e mais outra vez, um príncipe que fazia do
uniforme da firma sua armadura e do trem lotado do final do expediente seu cavalo branco.
Eram muitas vezes, então, nossos heróis do cotidiano que matam dragão no dente e
que fazem mágica com as contas no final do mês.