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Dizem que foi aqui que tudo começou,
que somos todos filhos da África.
Mas, nesse caso, porque nos parecemos tão diferentes?
E como poderia um punhado de famílias Africanas
se tornar todo um mundo cheio de pessoas?
Eu sou Alice Roberts, médica e antropóloga.
Sou fascinada pelo que os ossos, pedras,
e até mesmo os nossos corpos podem revelar sobre o passado distante.
Eu vou em busca dos vestígios deixados pelos nossos antepassados Africanos
e as suas viagens para povoar o mundo.
Desta vez, a Europa.
Uma perigosa viagem
e um formidável rival.
Estamos indo escavar o fundo do mar
em busca de Neandertais.
E inesperadas armas na nossa batalha pela sobrevivência.
Acho que nem passaria pela minha mente acasalar com um neandertal.
Novas descobertas espetaculares.
Estou surpresa com isso. Quer dizer, é simplesmente fantástico.
E a surpreendente história de porquê os europeus virarem brancos.
Venha comigo nas pegadas dos nossos antepassados
na maior aventura épica jamais realizada.
Minha viagem começa nas remotas florestas da Europa Oriental.
Ok, então como vê, a gruta está lá embaixo.
Estou sendo levada a uma antiga caverna.
Sua localização é conhecida apenas por poucas pessoas,
incluindo Silvio Constantin.
Eu estou na Romênia, em um lugar ao sul da Transilvânia,
e eu estou prestes a entrar na caverna Pestera Cu Oase.
É muito remota
cerca de um dia e meio de carro da capital Bucareste,
e, em seguida, uma caminhada pela floresta.
Mas eu sempre quis vir a este lugar
desde a primeira vez que ouvi sobre o que foi encontrado aqui.
Porque há poucos anos
uma descoberta incrivelmente excitante foi feita nesta caverna.
Algo permaneceu escondido aqui por milhares de anos.
Algo extremamente raro.
Em 2002,
um grupo de mergulhadores explorando as profundezas da caverna
descobriu uma câmara escondida.
A gruta se tornou conhecida como Pestera Cu Oase,
a gruta dos Ossos.
A água se torna um pouco mais funda agora.
E o que lhe parece? Será que vamos ter de mergulhar?
É só tomar cuidado. O leito do rio é bem escorregadio.
Estamos seguindo o curso de um rio subterrâneo
através de túneis estreitos.
É bem apertado.
Finalmente, chegamos perto de onde a descoberta foi feita.
Silvio, isto parece o fim da linha.
Sim, esta parte é submersa.
E, Silvio, quando você chegou à gruta, o que você encontrou?
Entre milhares de ossos de ursos das cavernas,
achamos pequenos pedaços...
de um crânio humano...
que nós montamos.
E agora temos um crânio quase completo.
E quantos anos tem?
40.000 anos.
E 40 mil anos o torna
o primeiro vestígio de humanos modernos encontrados,
na Europa, e você deve ter ficado animado quando você soube dessa data.
Me lembro que todos ficaram excitados...
os humano mais antigo estava aqui na Romênia.
O que era...
Ficamos orgulhosos por terem escolhido uma de nossas cavernas.
E isto foi o que eles descobriram.
Não inteiro como este, mas em centenas de fragmentos
que foram colados perfeitamente juntos
até que pudemos olhar para o rosto do primeiro europeu moderno conhecido.
E podemos ter a certeza absoluta de que este é um humano moderno.
A forma do crânio é inconfundível.
Esta bela e arredondada caixa craniana comprova.
Mas existem algumas partes dele que são claramente menos modernos.
Ele tem dentes enormes.
Eles são muito grandes, em comparação com os dentes das pessoas de hoje.
E esses dentes enormes se refletem na mandíbula encontrada na caverna,
que é de outra pessoa,
mas também é muito robusto, muito maciço.
E assim, quando olho a mandíbula e o crânio em conjunto,
posso começar a imaginar como os primeiros europeus pareciam.
Com o rosto muito mais robusto que as pessoas de hoje.
Quem era essa pessoa?
O artista forense Richard Neave
tem ajudado a polícia a resolver casos de assassinato ao reconstruir rostos de crânios.
Na esperança de descobrir mais sobre os primeiros europeus
nós lhe pedimos para reconstruir o rosto do crânio de Oase.
Então esse é Oase. Este é Oase. Aqui estamos.
É maravilhoso ver, ele ou ela, não temos muita certeza...
Não, não. ...encarnada.
Um toque andrógino, talvez, neste aqui.
É meio estranho, na verdade,
Porque particularmente ele não se parece
com europeus, africanos ou asiáticos. Parece ser...
bastante genérico, mas eu suponho que
isso é o que você esperaria de um dos primeiros europeus.
Você olha para ele e pode pensar em si mesmo,
que poderia ter qualquer formato.
É quase como se ele fosse um rosto em evolução.
Ele tem características que podem ir em qualquer direção.
Poderia se tornar negróide. Poderia se tornar asiático.
Poderia se tornar europeu.
Há potencial em todas as direções
e isso é o que eu acho tão emocionante nele.
É obvio que você o fez com argila e é por isso que é marrom, mas...
Sim. ...na verdade, é muito provável que estes
primitivos europeus eram
de pele muito escura. Muito, muito mais escura que a pele
dos europeus de hoje.
Sim. Porque, afinal de contas,
você sabe, eles estavam acabando de chegar na Europa.
Estavam vindo de lugares muito mais tropicais.
Sim. Então, eu acho, você sabe,
podemos estar olhando para uma pele não muito diferente aqui.
Não estamos muito longe de... Não. Não.
Eu estava realmente animada para ver como esta face iria acabar se parecendo,
e eu sinto como se eu estivesse ficando muito mais próxima de nossos ancestrais.
Mas de onde esses primeiros europeus vieram?
E porque encontramos seus ossos em uma caverna romena?
Anteriormente, encontrei provas que todas as pessoas fora da África
descendem de um pequeno grupo de pessoas
que deixaram o continente a cerca de 70 mil anos atrás.
Alguns de seus descendentes devem ter rumado para o norte,
através do Oriente Médio, na direção da moderna Turquia.
Este é um país de fronteira.
50 km adiante, a Turquia se encontra com a Síria e o Oriente Médio.
Hoje, tudo nesta direção pode parecer estranho e hostil,
mas há 50 mil anos atrás,
a Europa, a terra à frente,
seria ainda mais perigosa do que eles poderiam imaginar.
Arriscando este caminho, as pessoas enfrentariam terras
muito mais frias e desafiadoras que qualquer coisa que tinham experimentado.
Vestígios da sua jornada há tanto tempo atrás
são poucos e esparsos.
Mas algumas pistas importantes foram desenterradas
no sul da Turquia.
E isto é como sabemos que as pessoas vieram através da Turquia
naquele momento.
Agora, pode parecer absolutamente insignificante,
mas conchas como esta foram encontradas em um lugar
chamado Ucagizli na costa turca
e elas são pistas vitais.
O buraco nelas sugere
que eram pingentes, talvez parte de um colar,
e as conchas em Ucagizli
remontam a cerca de 42 mil anos atrás.
Elas são as primeiras evidências que temos
para seguir o rastro dos nossos antepassados europeus.
Podem ter havido outras rotas para a Europa,
mas as provas que temos parecem apontar nesse sentido.
Então, estou indo para Istambul.
Aqui, por algumas liras turcas,
taxistas como Ehsan Akmar
transportam seus passageiros entre dois continentes.
Este é o Corno de Ouro. Certo.
Vou te dizer uma coisa, eu seguro isso e você dirige.
Não, não. Não se preocupe com isso. Eu nunca matei ninguém.
Deus! Deus! Por que você não confia em mim?
Então, Ehsan, como um motorista de táxi
você atravessa entre a Ásia e a Europa todos os dias?
A maioria das pessoas vive no lado asiático. Sim.
Trabalham deste lado porque a maioria dos escritórios e empresas fica aqui,
e as casas estão lá.
Mas eu estou aqui à procura de vestígios de pessoas que atravessaram o Bósforo
Há 50, talvez 40 mil anos atrás.
Meu Deus! Como posso saber desse tempo?
Me permita rezar.
Isso é muito...
Não sei como pode esta geração...
Como posso saber daquela geração? Meu Deus!
Alice, agora, você me deixou em apuros. Mas tudo bem.
Eu saltei do táxi e peguei a balsa
para atravessar de um continente para outro.
Este é o Bósforo,
é ele que separa a Ásia da Europa.
Este é um desafio que nossos antepassados não teriam enfrentado.
Quando eles vieram por aqui, o nível do mar era muito mais baixo
e eles poderiam ter caminhado até a Europa.
Mas podemos realmente refazer seus passos, usando apenas algumas conchas
e artefatos esparsos?
A boa notícia é que não temos necessidade.
As provas são tudo que nos cerca,
ou para ser mais precisa, está dentro de todos nós.
O nosso DNA nos diz algo incrível
ao revelar a existência de uma mulher muito especial.
Não sabemos quem foi ela ou onde viveu.
E, na verdade, não temos evidência física dela.
Sem ossos. Sem ferramentas de pedra. Sem conchas.
Mas sabemos que ela existiu por causa de seu legado genético.
E alguns cientistas se sentiram inclinados a chamá-la de Europa,
porque de certo modo, ela é a fundadora da linhagem Européia.
Hoje, 10% dos europeus podem traçar seus genes
de volta a esta única mulher.
Geneticistas estimam que ela viveu a cerca de 40 mil anos atrás.
E isso se encaixa com as provas arqueológicas,
como esses pingentes de concha.
É incrível pensar nos descendentes de Europa
como uma pequena onda de nômades, abrindo caminho através desta região
há tantos anos atrás.
Mas onde eles poderiam ter ido a seguir?
Para os nossos antepassados, onde estou indo agora
teria sido uma viagem para o desconhecido.
Este é o rio Danúbio,
e hoje ela passa através de capitais como Budapeste e Viena.
Mas há 40 mil anos atrás,
teria sido um portal para todo um mundo novo.
Vou seguir nossos antepassados rio acima,
direto para o coração da Europa.
Ao norte de Istambul esta o Mar ***,
e a foz do rio Danúbio.
O rio percorre a Romênia,
muito perto da caverna Oase e o mais antigo europeu conhecido.
Parece que os primeiros colonizadores podem ter usado o Danúbio
como uma auto-estrada, em direção oeste.
Mas enquanto eles seguiam o curso sinuoso do poderoso Danúbio,
eles tiveram um choque.
Algo ou alguém havia chegado antes deles.
Os descendentes de Europa, não encontraram território virgem.
Por 250 mil anos,
uma outra espécie de humanos tinha chamado a Europa de lar.
Os Neandertais.
Esta é uma reconstrução de um homem que viveu há muito tempo atrás, na Itália.
E ele não é um homem moderno, ele é um neandertal.
Eu acho que quando você olha para ele pela primeira vez,
as semelhanças provavelmente são maiores do que as diferenças,
por isso ele parece muito humano.
Será que você o perceberia andando na rua?
Mas depois há coisas que parecem um pouco estranhas.
A distância entre os olhos.
A amplitude do seu nariz, bem aqui.
Isso parece um pouco estranho.
E ele tem essa incrível sobrancelha arqueada.
Realmente se sobressai sobre seus olhos.
Neandertais são nossos primos distantes.
Seus antepassados alcançaram a Europa
centenas de milhares de anos antes de nós.
Eles se espalharam por uma enorme região,
da Sibéria até a Espanha.
Então, quando o primeiro *** sapiens chegou, por volta de 40 mil anos atrás,
a Europa já estava tomada.
O que foi que os nossos antepassados encontraram?
A imagem popular do Neandertal é de desajeitado e estúpido.
O que você acha que eles pensaram uns dos outros?
Acho que realmente devem ter tido medo uns dos outros.
É realmente muito difícil imaginar o que eles teriam pensado uns dos outros.
Acho que teria sido uma experiência fascinante
observar um tipo de contato como esse,
entre as duas espécies muito relacionadas,
mas também claramente diferentes uma da outra,
não só anatomicamente, como pode ver, mas também no comportamento.
E em termos de diferenças entre Neandertais e humanos modernos,
existe alguma coisa que possamos dizer sobre
como isso poderia ter influenciado o comportamento?
Certo, uma coisa a salientar é que
os Neandertais foram caçadores sofisticados,
sabemos que eles foram predadores.
E realmente, eles têm cérebros muito grandes,
em média, maiores que os nossos.
Além dos grandes cérebros,
os Neandertais podem ter tido outra vantagem.
Eles estavam na Europa a tempo suficiente para se adaptarem ao frio.
Seus corpos atarracados e membros curtos
os ajudaram a se manterem aquecidos.
E isso não é tudo.
Este é um esqueleto Neandertal reconstruído,
e de um modo geral o esqueleto é muito semelhante ao nosso.
Dito isto,
existem diferenças definitivas -
a forma de todos os ossos é sutilmente diferente.
E onde quer que os músculos se fixem neste esqueleto
é muito mais proeminente do que em um humano moderno.
Portanto, esta teria sido uma pessoa muito mais musculosa,
de maneira geral de aparência muito mais grosseira do que nós hoje.
E teriam sido formidáveis concorrentes.
Os Neandertais eram mais duros e adaptados ao frio do que nós,
e alguns deles ainda tinham cérebros maiores do que os humanos modernos.
Face a esta situação, então,
parece surpreendente que nossa espécie tenha durado mais tempo.
Então como foi que superamos os Neandertais?
Talvez os nossas ferramentas e armas fossem melhores que as deles.
Bem, por décadas foi exatamente o que os especialistas pensavam.
Mas essa ideia não tinha sido verdadeiramente testada, até agora.
Então, como você está fazendo?
Ah, estou fazendo tudo certo.
Bruce Bradley e Metin Eren passaram mais de um ano
fazendo milhares de ferramentas cortantes básicas.
Então, você tem essas duas ferramentas, essa aqui
é uma ferramenta feita por um Neandertal,
e esta é uma ferramenta feita por um homem moderno,
do mesmo período. Correto.
Agora, têm obviamente um aspecto diferente.
Esta é longa e fina e esta é circular.
Mas elas são diferentes em termos de função,
em termos daquilo para que são utilizados?
Elas foram utilizadas para as mesmas tarefas. Principalmente corte.
Assim, por exemplo, quer dizer, ambas são muito afiadas,
se você quiser usar ambas para cortar,
esse couro bem espesso.
Esta é uma típica ferramenta Neandertal?
Exatamente. Você pode ver que
corta couro muito espesso com muita facilidade.
Isso é incrivelmente afiado.
Sim. Olhe isso. Uau.
E isso é couro muito duro. É realmente eficaz, não é?
É brilhante. Sim.
Agora vamos tentar a lâmina.
Segure com muito cuidado, porque ela é...
Este é o tipo de coisa que foi feita pelo homem moderno.
Exatamente.
Então eu diria que a lasca é um pouco...
Quero dizer, isso corta, mas só...
Você sabe, só pegar a ferramenta e a utilizar imediatamente,
eu diria a redonda é um pouco mais fácil de usar.
Quando nós criamos milhares de ferramentas,
descobrimos que a tecnologia dos Neandertais
na verdade produzia mais bordas cortantes de maneira geral
com menos desperdício de matéria prima e você pode produzir mais ferramentas
do que a lâmina clássica do moderno *** sapiens.
Eu imagino que isso é bem novo, não é?
É notável, porque você está me dizendo
que a tecnologia do Neandertal é tão boa,
se não até melhor do que a do homem moderno.
Isso vai contra tudo
que as pessoas vêm dizendo nas últimas décadas.
Isso é verdade, e foi um resultado muito emocionante.
É apenas um estudo
sobre um aspecto da fabricação de ferramentas.
Mas eu ainda acho que é importante.
Isso é fascinante, e significa que a teoria aceita por longo tempo
que a tecnologia do humano moderno era superior
a das ferramentas de pedra dos Neandertais
não se sustenta.
Quero ver se há outra explicação
de porque nós sobrevivemos e os Neandertais não.
Eu estou a caminho de conhecer um perito
que acha que a resposta pode ser muito menos óbvia...
Está bem, Alice, vamos ver se eu consigo achar tudo.
...graças a algumas descobertas feitas aqui na Alemanha.
Isto é um artefato muito raro, porque se trata de uma flauta,
e a coisa estranha sobre isto é, - o que é realmente espetacular -
que é feita de sólido marfim de mamute.
Demora entre 50 e 100 horas para fazer, se você souber como.
Sim. Foi talhado até essa forma.
Sim. Ele realmente tem talento e, é um gênio no mesmo sentido que,
não sei, um Michelangelo ou Rembrandt ou algo parecido.
Então, é o primeiro sinal que tivemos,
a primeira evidência arqueológica que tivemos
de pessoas fazendo música?
Sim. A música foi uma parte de suas vidas
tal como ela é uma parte de nossas vidas hoje.
E o que é isto aqui?
Certo. Esta é uma peça muito interessante. Isto é...
a representação...
de um falo. E não é delicado de todo.
Não vai quebrar. Você pode segurar. Tudo bem. Ok.
E se você olhar para ele, o anel... Sim.
aqui, sabe, faz uma imagem *** bastante óbvia.
Sim.
poderíamos, facilmente imaginar sendo usando em
funções rituais, ou também... Sim.
funções sexuais diretas de um jeito ou de outro.
Então você acha que esta é a primeira evidência arqueológica de obscenidade?
Eu não sei. Gosto de achar que não.
Eu não acredito. Sou uma anatomista e você me fez corar
com um símbolo fálico da pré-história.
Parece que nossos ancestrais se pareciam mais conosco do que poderíamos imaginar.
Mas isto não respondeu realmente à minha pergunta.
Afinal, qual a utilidade de uma flauta contra o Neandertal?
Nicholas me leva para ver a caverna onde os artefatos foram encontrados.
Os nossos antepassados não foram as únicas pessoas que moraram aqui.
Este é a famosa entrada sudoeste da caverna.
Isso é na verdade bem perto de onde os restos humanos permaneceram,
mas definitivamente houve Neandertais aqui.
Há uma série de depósitos na parte inferior de sedimentos,
feita por Neandertais. Então Neandertais e humanos modernos
estavam definitivamente ambos aqui em Fuldevert, que é...
Ambos utilizando essas cavernas?
Ambos usando não só essa caverna,
mas também inúmeras outras cavernas no vale de Lohne, onde estamos.
Muitos belos objetos foram encontrados nesta região.
Feitos por nossos ancestrais,
eles revelam uma diferença crucial entre nós e os Neandertais.
Essa figura de um homem leão
foi feita em torno de 35 mil anos atrás.
Mas não é única.
Outras peças notavelmente semelhantes
foram encontrados na região.
O que estava acontecendo aqui?
O homem moderno, aqui e, no vale vizinho
faziam exatamente os mesmos artefatos e eles são parte do mesmo grupo.
Não há nenhuma possibilidade de termos por acaso artefatos idênticos
em sítios a 20, 30 ou 40 km de distância.
E isso nos diz que as populações tinham uma identidade comum
eram grupos grandes, cobrindo grandes áreas.
Presumivelmente interagindo, acasalando um com o outro, se ajudando mutuamente.
e os neandertais não parecem ter tido uma comunicação simbólica
e parecem ter mantido redes sociais menores do que os humanos modernos.
Então parece que, ao contrário dos Neandertais,
as tribos dispersas de nossos ancestrais, eram mantidas unidas
por uma forte identidade comum.
O grande florescimento da arte sugere
que as pessoas estavam interagindo uns aos outros em toda parte
de uma maneira que nunca tinham feito antes.
Arte não é apenas algo que eles faziam no seu tempo livre.
Era crucial para a sobrevivência,
uma forma de marcar o território e identidade.
Um pouco como bandeiras nacionais ou camisas de futebol de hoje.
E na competição com os Neandertais,
parece que a arte e o que ela representa pode ter nos dado a vantagem.
Essas ligações entre grupos familiares
podem ter sido cruciais para o nosso sucesso.
Conforme avançávamos, os Neandertais começaram a recuar
para a última borda do continente.
Estou indo para o que pode ter sido a derradeira colônia Neandertal.
E estou esperando descobrir porque finalmente se extinguiram.
Estou em Gibraltar, uma fortaleza naval durante séculos,
e as novas evidências encontradas nessas costas rochosas sugerem
que milhares de anos após terem desaparecido do resto da Europa,
os Neandertais resistiam aqui.
Quando os Neandertais viveram aqui,
o nível do mar era até 100 metros mais baixo,
tanto que as evidências dessa época estão submersas.
Uma equipe de especialistas está sondando o fundo do oceano a procura de vestígios
dos Neandertais de Gibraltar.
Nós paramos porque estamos sobre o sítio arqueológico.
Está a cerca de 20 metros da superfície, abaixo de nós.
Os mergulhadores estão se preparando,
mas além de mergulhadores também são arqueólogos, de modo que eles estão indo
escavar o fundo do mar em busca dos Neandertais.
Esses mergulhadores trabalham com pouca visibilidade
e uma quantidade limitada de oxigênio.
Arqueologia subaquática é sempre um desafio.
Mas Clive Finlayson tem feito uma série de descobertas significativas
nas cavernas marítimas das proximidades.
Este é o último lugar onde viveram Neandertais
a 24 mil anos atrás.
Temos a sensação de que é a coisa mais próxima de uma cidade Neandertal
que você vai encontrar em qualquer lugar.
Temos fósseis, ferramentas de pedras, animais que eram alimento,
todos os tipos de provas, lareiras e até churrasco Neandertal se quiser.
É um lugar muito, muito especial.
Eles acham que os Neandertais devem ter resistido aqui
muito tempo depois de serem extintos no resto da Europa.
Mas depois que os Neandertais finalmente desapareceram de Gibraltar,
houve uma diferença de 5.000 anos antes de aparecermos.
Então, seja lá o que for que finalmente matou os Neandertais,
não fomos nós.
O que você acha que os exterminou?
Eles podem ter sido vitimas do número, restavam muito poucos,
como acontece com as populações de espécies ameaçadas, hoje,
como o panda ou o tigre.
Basta uma pequena flutuação nos seus números para os levar a zero,
e não há recuperação de zero. Pode ter sido isso.
Poderia ter sido alguma doença, consanguinidade,
ou um conjunto de fatores que podem afetar uma pequena população
e os extinguir ao longo do tempo.
Acho que é muito triste pensar que um dia o último Neandertal
poderia estar aqui, olhando para o mar
e, talvez, esperando que seus companheiros voltassem.
Ou talvez ele ou ela soubesse que era o último da tribo ou da família.
Mas eles não podiam saber que eram os últimos
da sua espécie.
Então, esse foi o fim dos Neandertais.
Ou não seria?
Alguns cientistas acreditam que seus descendentes
ainda estão caminhando hoje.
Se os nossos antepassados se reproduziram com eles,
alguns de nós poderia ser parte Neandertais.
Obviamente entre os Neandertais,
um vistoso homem Neandertal deveria ser
muito bonito para uma mulher Neandertal.
E uma mulher Neandertal, apesar do grande supercílio e da face grosseira,
deve ter parecido maravilhosa para um homem Neandertal.
Mas acho, olhando para ele, acho que parece,
não sei, talvez, apenas um pouco feio.
Acho que sequer passou pela minha mente a fantasia
de me acasalar com um neandertal.
Parece que os nossos ancestrais se sentiram da mesma forma que eu.
Os pesquisadores estão agora sequenciando o genoma Neandertal,
utilizando DNA de ossos de dezenas de milhares de anos,
para comparar com o nosso.
E até agora não há sinal de qualquer cruzamento.
Os Neandertais realmente desapareceram,
e a Europa foi nossa.
Logo, aos descendentes dos primeiros pioneiros,
se juntariam novos recém chegados.
Cerca de 10% dos europeus vivendo hoje são descendentes
dos antigos pioneiros que compartilharam o continente com o Neandertais.
Mas e quanto ao resto de nós?
Pois bem, nossos genes nos dizem que após os Neandertais desaparecerem,
houve uma segunda grande onda de colonização na Europa,
e alguns de nós parecem ser descendentes desta onda.
Eu gostaria de saber onde me encaixo nessa história.
Eu realizei um *** genético.
Algo que qualquer um pode fazer.
Deve ser possível para mim se posso rastrear meu DNA
todo o trajeto até Europa,
ou se meus antepassados chegaram muito mais tarde.
E aqui tenho os resultados da minha análise de DNA.
e eles parecem ser extraordinariamente complicados,
embora seja apenas um fragmento minúsculo do meu código genético.
E eu também tenho o código genético da primeira mulher, Europa
aqui na minha frente, para que eu possa comparar as sequências de DNA.
A primeira vista nós parecemos idênticas.
Mas quando você olha com mais cuidado,
existem algumas diferenças.
Elas podem ser pequenas, mas são cruciais.
Então, isso significa que eu não sou descendente de Europa.
E, de fato, estas mutações me dizem que eu sou descendente
de outra mãe fundadora européia.
Alguns têm chamado esta mulher de Íris,
e os seus descendentes podem ter sido parte de uma nova onda para a Europa
a cerca de 25 mil anos.
Pessoas que parecem ter chegado do leste,
trazendo uma nova cultura com eles.
Vim até a República Tcheca,
para a pequena aldeia de Doln'Vestonice,
famosa por algumas grandes descobertas arqueológicas.
Então o que elas revelam sobre esta nova cultura?
Ah, isso é lindo.
Temos várias presas como esta na Europa Central e Oriental
que sempre têm um tipo de gravura muito complexa.
E algo que poderia ser sugerido
é que isso aqui pode ser um rio sinuoso.
Certo.
A maneira como a presa é decorada poderia ter tido algum significado
como acesso a um campo, ou com boa caça ou com caça ruim,
onde você poderia ou não emboscar um mamute.
Então, é um mapa? É uma espécie de um mapa.
E a estratégia de caça poderia ser planejada
com um pedaço de marfim como esse.
Nós nunca vamos saber com certeza se era um mapa.
Mas outros artefatos encontrados aqui são muito mais significativos.
Esta é a Vênus de Doln'Vestonice.
Uma das primeiras peças de cerâmica em todo o mundo.
Mas a coisa realmente emocionante é que outras figuras de Vênus
foram encontradas em todo o continente.
Isto significa que pela primeira vez
que as pessoas compartilhavam uma cultura comum em toda a Europa.
Mas nos próximos milhares de anos
nossos antepassados europeus enfrentariam uma ameaça
que quase os extinguiu.
A Europa estava prestes a experimentar devastadoras alterações climáticas.
O auge da Idade do Gelo.
Os animais desapareceram da paisagem e o solo se congelou.
Nossos antepassados não poderiam sobreviver nestas condições árticas.
A 24 mil anos atrás, a Grã-Bretanha era inabitável,
coberta de gelo com 800 metros de espessura.
E as geleiras alcançaram ainda mais ao sul,
oprimindo a vida na terra e quase eliminando
nossos antepassados da Europa.
Este é o vale Vezere na Dordonha.
Durante a última Era Glacial, as colinas daqui
teriam sido duramente atingidas pelo frio.
E com o vento soprando, a temperatura lá em cima
poderia ser 20º C mais fria do que aqui no vale,
e este micro-clima aquecido significava que a vida poderia continuar,
e pequenos bandos de caçadores-coletores se amontoavam
para sobreviver aos longos e amargos invernos.
Mas eles poderiam não ter sobrevivido, se não fosse por isso:
abrigos de rocha e cavernas que salpicavam a paisagem.
Profundamente sob o solo, nos deixaram algo que continua a nos maravilhar.
Estou numa caverna chamada Pech Merle, que é belíssima, naturalmente,
mas olhe isso. Esta é uma verdadeira expressão artística.
Algo que nos define e nos coloca como uma espécie a parte.
E Pech Merle é incomum,
porque vinham aqui artistas para pintar estas imagens
tanto antes como depois do auge da última Era Glacial,
gerações deles regressavam a esta caverna
enquanto o mundo lá fora congelava.
Esta é uma imagem muito bonita e que utiliza os contornos da rocha.
O dorso do cavalo como se curvam, acompanhando uma saliência da rocha
e há um eco da cabeça do cavalo para o lado direito.
É obviamente a imagem estilizada de um cavalo.
Eu adoro a forma como as manchas continuam num segundo plano,
como se o cavalo estivesse camuflado contra a rocha.
E há uma mão colocada contra a rocha um pouco acima do dorso do cavalo.
Quero dizer, que é incrível, não é? Isso é uma mão da idade do gelo.
Michel Lorblanchet dedicou a sua vida para estudar a arte encontrada em cavernas
como Pech Merle.
Eu ingenuamente pensava que você simplesmente enchia a boca com carvão,
um pouco de água, cuspia contra a parede e pronto.
Mas é claro que iria acontecer uma bagunça,
iria escorrer pela parede e manchar o estêncil que você estava tentando fazer.
Então você tem que fazê-lo assim, com a boca quase seca,
e espirrar bem gradualmente como um fino spray.
Michel Lorblanchet fez uma recriação dos cavalos em Pech Merle
utilizando esta técnica. Demorou uma semana inteira.
Está acabado? Sim
Está tudo acabado. Sim. Esta certa.
Mas o que impulsionou estas pessoas, que lutavam para sobreviver, a pintar?
A grande maioria destas imagens parecem ser de animais,
e não parece haver muitas representações de humanos.
Não, isso é verdade. São essencialmente figuras de animais.
E para eles, é claro, animais não eram só diversão,
mas sim espíritos, simbólicos,
por isso as figuras de animais são, na verdade, figuras simbólicas.
E em Pech Merle, quer dizer, essa é uma bela caverna
com todas as estalactites pendentes,
o que nos faz sentir como se fosse, não sei, quase um templo.
Sim, isso mesmo, este é um templo natural, se quiser.
São locais sagrados.
Eles não são pintados só por diversão.
Ao pintar uma caverna e a tendo como um santuário,
era uma maneira deles dizerem, ''Aqui é o nosso lugar sagrado.''
A caverna pintada é simbólica para toda a tribo.
Serem unidos desta maneira
pode ter ajudado nossos ancestrais a sobreviverem
ao tipo de mudança climática que hoje apenas assombra nossa imaginação.
Quase dois terços dos europeus modernos podem traçar suas linhagens de volta
aos ancestrais que resistiram nesses refúgios do sul.
Seriam mais de 100 gerações
antes do mundo começar a aquecer novamente.
E pode ter sido por volta dessa época que alguma coisa aconteceu
que selaria uma nova identidade nos europeus.
Desde o nascimento da nossa espécie na África,
nossos antepassados tinham pele quase que certamente escura,
uma proteção contra o sol tropical.
Mas, por que na Europa ela mudou, de marrom para branco?
A surpreendente resposta pode estar em uma única vitamina.
Vitamina D.
A falta de vitamina D pode não parecer particularmente significativa,
mas pode colocar a vida em risco.
Ele pode devastar um esqueleto em crescimento,
causando o crescimento de ossos curvados e disformes.
Estes são os esqueletos de pacientes com raquitismo,
e você pode ver como são afetados os ossos.
Estes ossos das pernas aqui todos curvados, tornando difícil caminhar,
e o peito é deformado, e então respirar seria problemático também.
E não só isso. O raquitismo afeta a sua chance de ter filhos.
Esta é a bacia de uma mulher que tinham raquitismo.
E você pode ver pela forma que os ossos pélvicos estão fechando juntos,
que a cabeça de um bebê não passaria por esse espaço.
Seria impossível para ela dar à luz naturalmente.
Então vitamina D é vital
e a sintetizamos na nossa pele na presença de luz solar.
Mas pele escura bloqueia o sol,
e na Europa, com a sua luz mais fraca, isto poderia ter sido um problema.
Os nossos ancestrais devem ter lutado para fazer suficiente vitamina D.
Portanto, isto poderia ser o porquê dos europeus se tornarem brancos.
Mas a mudança de cor da pele não era nada
em comparação com a enorme revolução se aproximando.
Estou voltando para a Turquia,
porque uma recente descoberta aqui mostra que, após a Idade do Gelo,
nossos antepassados abandonaram seu modo de vida,
aquele que foi seguido desde que nossa espécie surgiu na África.
E o que aconteceu aqui ainda define o nosso mundo hoje.
Esta fase final da minha jornada européia me leva a uma remota encosta
no extremo sul do país.
Esta é Gobekli Tepe,
um sítio extraordinário que estou muito animada para olhar.
Oi. Alice.
Você é Klaus Schmidt? Prazer em conhecê-la.
Olá. Eu sou Alice Roberts.
Eu sabia da sua visita. Sim.
Prazer em conhecê-la aqui em Gobekli Tepe.
Estou muito animada por ter vindo aqui.
É uma incrível descoberta que você fez.
É espantoso, é verdade, que é verdadeiro.
Você parece muito animado. Eu só comecei esta temporada e
temos uma série de novas descobertas.
Então, vale a pena dar uma olhada. Oh, vamos lá, vamos dar uma olhada.
A idade de Gobekli Tepe é de 12 mil anos,
mais de duas vezes mais antigo que as pirâmides.
Klaus já encontrou dezenas de marcos de pedra,
cada um esculpido com símbolos misteriosos.
Estes círculos de pedra
são possivelmente a mais antiga construção com finalidade de templo
em todo o mundo.
Às vezes, existem braços, mãos e dedos retratados.
Portanto, é muito claro que a parte em T é uma cabeça humana em perfil
e o eixo do pilar é o corpo humano.
Aqui temos um exemplo da representação de um braço
que desce por aqui, e os dedos...
As mãos e os dedos ainda não foram escavados,
mas é claro que vão aparecer quando continuarmos a trabalhar aqui.
Então, temos um círculo de pilares menores em forma de T
e, mais dois enormes no centro.
É sempre o mesmo. Existem dois no centro, que são muito grandes e isolados
rodeados por outros menores, mas similares.
E nós entendemos como um encontro,
como uma reunião destes seres feito de pedra.
E aqui, temos os relevos mais interessantes.
Oh, uau.
Íbis, serpente e um abutre.
É uma história ilustrada por estes animais,
e esta história não é pacífica.
Um escorpião, cobra, e assim por diante.
O nosso modelo para a função de toda esta instalação é
que elas foram feitas para cultos funerários.
Para deixar os cadáveres a céu aberto
para terem a carne comida por abutres e outras aves.
Então você acha que isso pode ter sido um lugar para enterros a céu aberto?
Klaus: Sim, sim... Onde as pessoas seriam deixadas
para serem limpas por abutres.
Sim... E estes são os abutres?
Estes são os urubus, sim.
É quase parecido com hieróglifos.
Talvez mensagens pré-hieroglíficas ou hieróglifos da idade da pedra.
Klaus está ansioso para me mostrar sua mais espetacular descoberta.
E aqui encontramos
este belo animal.
Isto é incrivelmente belo, isto é uma escultura.
Não é só um alto-relevo, não é? Sim, sim, com certeza.
É maravilhoso. Sim, claramente,
é uma obra-prima de trabalho.
Faz você repensar a idade da pedra, não é? Quer dizer...
Você tende a pensar neles como sendo, não sei,
bastante brutos, em alguns aspectos,
e não necessariamente capazes de produzir artefatos tão bonitos.
É claro que estas sociedades tinham especialistas
para trabalho em pedra, pelo menos.
Então, realmente, pessoas que não faziam outra coisa, além de produzir esculturas
e pilares de pedra e relevos.
Estes são os emocionantes achados?
Sim.
Este lugar sugere uma sociedade que poderia apoiar artesãos especializados
e talvez mesmo um sacerdócio.
Era o início de uma maneira totalmente nova de vida.
Estes são lugares onde caçadores se estabeleceram.
Então aqui foi o auge da cultura dos caçadores,
que estava explodindo há dez milênios.
Ainda era uma sociedade de caçadores-coletores em sua estrutura,
em seus edifícios, seus monumentos.
Mas havia outra diferença muito importante
entre estes caçadores-coletores e qualquer um dos seus antecessores.
Eles se assentaram, abandonando a sua vida nômade.
Uma enorme reviravolta, que resultaria numa revolução em toda a Europa.
E a prova disso pode ser encontrada crescendo nos campos em volta.
Encerrada dentro desta haste de trigo
está a história de como o mundo foi transformado.
Geneticistas analisaram o DNA de variedades de trigo domesticado
de todo o mundo, e o resultado chocante é que
todos eles podem ser rastreados até gramíneas
que originariamente cresceram nessa área.
O que significa que a agricultura como a conhecemos na Europa, nasceu aqui.
Comunidades se estabeleceram e as populações cresceram.
Isto pode ter levado à necessidade de iniciar a produção de alimentos.
E, com a difusão da agricultura, a paisagem foi transformada.
As florestas foram desmatadas e vilas, cidades,
e depois cidades cresceram,
fundadas por descendentes dos pequenos grupos de pioneiros
que entraram na Europa a cerca de 45 mil anos.
os primeiros europeus eram pessoas como você e eu,
mas é humilhante quando você vê os desafios que enfrentaram.
Eles superaram a concorrência de Neandertais
e o fizeram durante a idade do gelo.
De fato, na época não era nem um pouco inevitável
que os meus antepassados, talvez os seus, nem mesmo sobrevivessem.
E isso me faz imaginar o que aconteceria se os europeus de hoje
tivessem que enfrentar essa dura mudança climática.
Mas olhando a longo prazo,
vimos quão engenhosos e adaptáveis nós somos como espécie.
E isso me dá esperança de que seremos capazes de sobreviver às mudanças
dos próximos milênios.
Tradução: AW_AMARAL Revisão e Sincronia: igorc