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Na minha música, não quero expressar emoções humanas comuns,
como alegria ou raiva.
O que quero expressar tem mais a ver com um vazio
ou uma condição. Uma construção.
[CONHEÇA DEAD J]
[PEQUIM, CHINA]
Meu nome é Dead J. Faço música eletrônica.
Também sou DJ.
Comecei a tocar música na escola. Tocava guitarra e tive uma banda.
Depois, em 2000, comecei a procurar um som novo e descobri a música eletrônica.
Eu sentia que já tinha ouvido quase tudo de rock e estava ficando estagnado.
Os primeiros rocks que ouvi eram principalmente americanos,
como a cena underground de Seattle
e Radiohead...
Depois descobri um estilo mais mainstream de música eletrônica chamado breakcore.
Uma das coisas encantadoras da música eletrônica é a individualidade,
como quando um artista cria uma pintura sozinho.
Então as possibilidades para quem faz música eletrônica são imensas.
Quando um artista faz música eletrônica, pode criar qualquer coisa que queira expressar.
A música eletrônica sempre esteve diretamente ligada à tecnologia,
até mesmo os instrumentos usados para tocar eletrônica.
Mas hoje a maioria dos instrumentos já foi digitalizada e pode ser colocada no computador.
E é muito fácil de usar. A tecnologia transformou a música eletrônica.
Fazer música eletrônica está mais fácil que nunca.
O álbum Pavilhão foi feito entre 2009 e 2010.
Sempre gostei de arquitetura e queria usar isso como conceito.
Um pavilhão é
um estilo antigo de arquitetura chinesa
e é muito raro vê-lo na China de hoje. Ele existe basicamente como uma lembrança.
As ruas estão cheias de prédios de concreto e aço ao estilo ocidental.
A música desse álbum
não tem um estilo chinês. Pode ter alguns elementos chineses,
mas as composições e o conceito são ocidentalizados,
com influências da música techno, industrial e alguns elementos de noise rock.
Gosto muito desse tipo de incongruência.
Quando fiz a turnê do meu disco novo ano passado,
senti que a maior parte do público ainda não está muito familiarizada com esse tipo de música.
Mas a resposta foi positiva, acho que por causa da forma como unimos o elemento visual e a música.
Quando a música é acompanhada de efeitos visuais, isso causa um grande impacto.
Acho que o público pode realmente sentir o poder desse tipo de música.
Os efeitos visuais dessa performance foram controlados através da minha música utilizando um software para VJ chamado Modul8.
É um software muito simples de usar.
Os efeitos visuais são mapeados pela música.
Essas imagens são criadas usando pontos, linhas e planos brancos.
A música eletrônica chinesa não é tão desenvolvida quanto a ocidental.
O Ocidente tem desenvolvido a música há muitas décadas, enquanto que a China
passou a tentar absorver 50 anos de experiência e história nos últimos dez anos.
Por isso que, na comparação, o mercado e o público chinês ainda são muito pequenos.
Por exemplo, a cena eletrônica na China está muito limitada às casas noturnas.
O estilo musical que aspiro tem um som muito singular e expansivo.
Estou procurando um som que leve o palco e os artistas para o mesmo nível.
A música não deve ser usada só para ambientação. Ela pode elevar um palco ou uma performance.
Acho que o futuro da performance em música eletrônica é
fazer com que o público entenda
de onde vem o som.