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Esta vaneira tem o cheiro de galpão que reacende meu olfato de guri
é pai de fogo da memória dos fogões essência bugra que me trouxe até aqui.
Esta vaneira tem o cheiro chimarrão de seiva chucra derramada no braseiro
quando a fumaça do angico se mistura com o odor de figueirilha no palheiro
quando a fumaça do angico se mistura com o odor de figueirilha no palheiro.
Esta vaneira tem um Q de quero mais que reativa um paladar que já foi meu
relembra a rapa da panela que furou e num cantinho da memória se perdeu.
Esta vaneira tem sabor de araça jaboticaba, guabiroba e ariticum
por isso lembro o tempo bueno de piá enlambuzado de pitanga e guabiju
por isso lembro o tempo bueno de piá enlambuzado de pitanga e guabiju.
Esta vaneira tem o dom de reviver fazer as cores que o tempo desbotou
sentir as formas que o tato esqueceu e ser de novo o que eu fui e já não sou.
Esta vaneira tem um Q de nostalgia que traz de volta o romantismo do cantor
revigorando um coração que endureceu e não queria mais ouvir falar de amor
revigorando um coração que endureceu e não queria mais ouvir falar de amor.
Nasci na pampa azulada e da
minha terra eu sou peão Estampa de índio campeiro que foi criado
em galpão Gosto do cheiro do campo e do sabor do chimarrão
E de dobrar boi brabo a pealo nos dias de marcação
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
Meu sistema de gaúcho é mais ou menos assim Uso um tirador de pardo arrastando no capim
Uso uma bombacha larga com feitio do melhor pano
E um trinta ao correr da perna com um palmo e meio de cano
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
Crinudo que sacode arreio engancho só na paleta
Pois as esporas que eu uso tem veneno na roseta Tenho um preparo de doma trançado com perfeição
Pra fazer qualquer ventena saber quem é este peão
Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena
O dia em que eu não puder agüentar mais o repuxo
Talvez o Rio Grande diga lá se foi mais um gaúcho
Mas enquanto eu tiver força laço domo e tranço ferro
E na invernada do mundo mais um rodeio eu encerro