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Tradutor: Francisco Carneiro Revisor: Volney Faustini
Chris Anderson: Bem-vindo ao TED.
Richard Branson: Muito obrigado. O primeiro TED está sensacional.
CA: Você conheceu alguém interessante?
RB: Bem, o legal do TED é que todo mundo é interessante.
Eu fiquei muito feliz em ver a Goldie Hawn,
porque eu precisava pedir desculpas à ela.
Eu jantei com ela há uns 2 anos e eu --
ela usava um anel grande de noivado e eu o coloquei no meu dedo e não conseguia tirá-lo.
E eu fui para casa ver a minha mulher naquela noite
e ela queria saber porque eu tinha um grande anel de noivado de outra mulher
no meu dedo.
E, de qualquer forma, na manhã seguinte tivemos que ir ao joalheiro
e serrá-lo.
Então, (Risos)
peço desculpas à Goldie.
CA: Que bom.
Então vamos passar alguns slides
de uma das suas -- algumas de suas empresas aqui.
Você começou uma ou duas no seu tempo.
Então, você sabe, *** Atlantic, *** Records --
Acho que todas começaram com a revista Student.
E depois, sim, todas essas outras também. Quero dizer, como você faz isso?
RB: Eu leio todas essas instruções do TED --
você não deve falar sobre seu próprio negócio, e agora,
e agora você me pergunta.
Então eu suponho que você não será capaz de me jogar pra fora desse palco
já que perguntou.
(Risos)
CA: Isso depende da resposta.
Não, eu digo, eu acho que aprendi cedo que se você consegue dirigir uma empresa,
consegue dirigir qualquer empresa.
Quer dizer, empresas dependem de encontrar as pessoas certas,
inspirar essas pessoas, você sabe, extraindo o melhor delas
e eu amo aprender e sou incrivelmente inquisitivo
e amo enfrentar, você sabe, o status quo
e tentar virá-lo de cabeça para baixo.
Então eu enxergo a vida como um longo processo de aprendizagem.
E se eu vejo -- você sabe, se eu viajo em outra companhia aérea
e acho que a experiência não foi agradável, que não foi legal --
21 anos atrás, então eu pensei, sabe, talvez eu possa criar
o tipo de companhia aérea que eu gostaria de voar.
E então, você sabe, consegui um 747 de segunda mão da Boeing e decidi tentar.
CA: Isso é algo bizarro,
porque você fez o que muitas pessoas lhe avisaram que seria loucura.
E de fato, de certo modo, quase fez desabar todo seu império em algum momento.
Eu tive uma conversa com um dos investidores de banco que,
na hora que você basicamente vendeu a *** Records
e investiu pesado na *** Atlantic,
e a opinião dele, era que você estava trocando
a quarta maior gravadora do mundo
pela 25ª maior companhia aérea e que você estava louco.
Por que você fez isso?
RB: Bom, eu acho que existe uma linha estreita entre sucesso e fracasso.
E eu acredito que se você inicia um negócio sem financiamento,
é provável que você vá para o lado errado dessa linha divisória.
Nós tivemos -- estávamos sendo atacados pela British Airways;
eles estavam tentando nos tirar do negócio,
e lançaram o que se tornou conhecido como a campanha de truques sujos.
E eu percebi que o império todo provavelmente desmoronaria
se eu não entrasse com um dinheirinho.
E para proteger o trabalho das pessoas que trabalhavam para a companhia aérea,
e proteger o trabalho das pessoas que trabalhavam para a gravadora,
eu teria que vender a jóia da família para proteger a companhia aérea.
CA: Pós-Napster, você está parecendo um gênio na verdade,
por isso, também.
RB: É, acabou se provando um movimento certo.
Mas, sim, foi um momento triste, mas nós seguimos em frente.
CA: Agora, você usa bastante a marca ***
e parece que você está ganhando sinergia de uma coisa para a outra.
O que a marca transmite na sua cabeça?
RB: Bom, eu gosto de pensar que transmite qualidade,
que você sabe, se alguém topa com uma empresa *** eles --
CA: Elas são de qualidade, Richard, por favor, todos dizem qualidade -- espírito?
RB: Não, mas eu ia chegar nisso.
Nós nos divertimos muito e eu acho que as pessoas que trabalham para a *** gostam
Nós, nós -- como eu digo, nós vamos e sacudimos as outras indústrias
e eu acho que, você sabe, nós fazemos as coisas diferente
acredito que as indústrias não são mais as mesmas
como resultado da *** ter atacado o mercado.
CA: Mas, em alguns lançamentos você fez isso --
nos quais a marca talvez não tenha funcionado tão bem.
Quero dizer, *** Brides (Noivas) -- o que aconteceu ali?
(Risos)
RB: Não conseguimos achar consumidores.
(Risos)
(Aplausos)
CA: Eu estava curioso também por que --
eu acredito que você perdeu uma oportunidade com o lançamento das camisinhas -- você as chamou de Mates (Colegas).
Quero dizer, você não poderia ter usado a marca *** para isso também?
Não é mais "***", ou algo parecido.
RB: Novamente, nós poderíamos ter problemas para achar consumidores.
Nós tivemos -- geralmente quando você lança uma empresa e você recebe reclamações de consumidores,
sabe, você pode lidar com eles.
Mas uns três meses depois do lançamento da empresa de camisinhas
eu recebi uma carta, uma reclamação,
e eu sentei e escrevi uma longa carta à moça me desculpando profundamente.
Mas obviamente não havia muita coisa que eu poderia fazer sobre isso.
E então, seis meses depois, ou nove meses após a ocorrência do problema,
eu recebi essa carta deliciosa com uma foto do bebê
perguntando se eu gostaria de ser o padrinho, o que eu me tornei.
Então tudo acabou bem.
CA: Sério? Você deveria ter trazido uma foto. Isso é maravilhoso.
RB: Eu deveria mesmo.
CA: Então ajude-nos com alguns números.
Quero dizer, quais são os números?
Qual o tamanho de todo o grupo?
Quanto -- qual o faturamento total?
RB: É cerca de 25 bilhões de dólares no total agora.
CA: E quantos empregados?
RB: Em torno de 55.000
CA: Então, você já foi fotografado de várias formas em vários momentos
e nunca se preocupou em colocar sua dignidade na linha ou nada parecido.
O que foi isso? Isso é verdade?
RB: Sim. Nós estávamos lançando uma "mega" loja em Los Angeles, eu acho.
Não, quero dizer, eu acho --
CA: Mas este é seu cabelo?
RB: Não.
CA: O que era esse aqui?
RB: Parando para um chá.
CA: OK.
(Risos)
CA: Ah, isso foi muito engraçado. Esse era um carro-barco no qual --
RB: Oh, esse carro que nós -- realmente nós, nós --
era um evento de um TEDster, eu acho.
Isso é -- você poderia dar uma pausa nesse por um minuto?
(Risos)
RB: É um trabalho duro, não é?
CA: Quero dizer, é realmente um trabalho duro.
(Risos)
Na primeira vez que eu vim para os Estados Unidos, eu tentava isso com funcionários também
e eles meio que -- eles tem essas regras diferentes aqui,
é muito estranho.
RB: Eu sei, os advogados me dizem que eu não devo fazer esse tipo de coisa, mas --
CA: Falando nisso, conte-nos sobre --
RB: Pammy nós lançamos, você sabe,
equivocadamente achamos que poderíamos bater a Coca-Cola,
e lançamos um refrigerante a base de cola chamado "Pammy"
que tinha a garrafa com a forma parecida com a Pamela Anderson.
Mas o problema é que ficava virando, mas --
(Risos)
CA: Com o design de Philippe Starck talvez?
RB: Claro.
CA: Passaremos mais algumas fotos aqui. *** Brides. Muito bom.
E, OK, pare aqui. Esta era -- você tinha algum prêmio eu acho?
RB: Sim, bom, 25 anos antes nós havíamos lançado o álbum dos Sex Pistols
chamado "God Save The Queen", e eu certamente nunca esperei
que 25 anos depois ela nos tornaria cavaleiros da Inglaterra.
Mas de alguma forma ela deve ter a memória fraca, eu acho.
CA: Bom, Deus a salvou e você recebeu seu prêmio justo.
Você gosta de ser chamado de Sir Richard , ou como?
RB: Ninguém nunca me chamou de Sir Richard.
Ocasionalmente nos Estados Unidos, ouço algumas pessoas dizer Sir Richard
e acho que alguma peça de Shakespeare está passando.
Mas em nehum outro lugar.
CA: OK. Então você pode usar seu cavaleirismo para algo ou é apenas ...
RB: Não. Eu acredito que se você estiver com problemas
com uma reserva em um restaurante ou algo parecido,
poderia valer a pena usar.
CA: Você sabe, não é Richard Branson, é Sir Richard Branson.
RB: Eu pedirei à secretária para usar isso.
CA: OK. Vamos olhar agora para o espaço.
Eu acho que temos um vídeo que mostra o que você está fazendo
e da *** Galactic no ar.
Essa é a espaçonave projetada por Bert Rutan?
RB: É, estará pronta em -- bom, pronta em 12 meses
e depois faremos 12 meses de extensivos ***
e então, em 24 meses a partir de agora
as pessoas poderão dar uma volta no espaço.
CA: E o interior tem o design do Philippe Starck?
RB: Philippe fez o -- sim, grande parte --
os logos e está construindo a estação espacial no Novo México,
e basicamente ele pegou um olho
e a estação será um olho gigante,
então quando você estiver no espaço
você será capaz de ver esse olho gigante olhando você.
E quando você aterrisar poderá voltar ao olho gigante.
Mas ele é um gênio absoluto quando se trata de design.
CA: Mas você não pediu que ele projetasse o motor?
RB: Philippe é bastante imprevisível,
então acho que ele não seria a melhor pessoa para fazer isso, não.
CA: Ele deu uma palestra magnífica dois dias atrás aqui.
RB: É mesmo? Não, ele é um --
CA: Bom, algumas pessoas acham maravilhoso,
outras acham completamente bizarro.
Mas eu, pessoalmente, acho fantástico.
RB: Ele é um entusiasta, e é por isso que eu o amo. Mas --
CA: Agora, você sempre teve esse bicho explorador em você.
Você já se arrependeu disso?
RB: Várias vezes.
Quero dizer, eu acho que com o balonismo e as expedições de barco que nós fizemos no passado --
bom, eu fui tirado do mar acho que umas seis vezes por helicópteros, então --
e cada vez que isso aconteceu eu não esperava chegar em casa para contar isso.
E nesses momentos
você certamente se pergunta o que está fazendo lá em cima ou ...
CA: Qual foi o mais perto que você chegou de --
quando você pensou que havia acabado, que você estava partindo?
RB: Bom, eu acho que nas aventuras de balão foram -- cada uma delas foi --
em cada uma, na verdade, eu acho que estivemos perto.
E devo dizer, antes de mais nada --
ninguém havia realmente atravessado o Atlântico em um balão de ar quente antes,
então tivemos que construir um balão que fosse capaz de voar na faixa dos jatos,
e não tínhamos certeza
se quando um balão chegasse nessa faixa,
se ele sobreviveria os ventos a 200, 220 milhas por hora que se encontra lá em cima.
Então só a decolagem inicial, saindo do Pão de Açúcar para atravessar o Atlântico,
conforme iam empurrando as correntes de ar, este balão enorme --
o topo do balão acabava indo a umas 200 milhas por hora,
a cápsula em que estávamos na parte de baixo estava indo talvez a umas 2 milhas por hora,
e simplesmente decolou.
E era como segurar mil cavalos.
E nós estávamos cruzando cada dedo,
rezando para que o balão aguentasse, o que, felizmente, ele conseguiu.
Mas ao final de todas essas viagens de balão, sabe --
alguma coisa parecia sempre dar errado,
e nessa ocasião específica, o balonista mais experiente que estava comigo,
pulou e me deixou agarrado pela minha própria vida.
(Risos)
CA: Ele lhe disse para pular, ou ele simplesmente disse, "Vou sair daqui!" e...
RB: Não, ele me disse para pular, mas uma vez que o peso dele foi embora,
o balão subiu uns 12 mil pés e eu...
CA: E eu acho que você inspirou um romance de Ian McEwan com isso.
RB: É. Não, eu coloquei minha máscara de oxigênio e fiquei no topo do balão,
com meu paraquedas, olhando para as nuvens se enrolando lá embaixo,
tentando achar coragem para pular no Mar do Norte, que --
e foi um momento muito, muito, muito, solitário
Mas, de qualquer modo, nós conseguimos sobreviver.
CA: Você pulou ou -- ele acabou descendo no final?
RB: Bem, eu sabia que eu ainda tinha mais ou menos meia hora
e eu também sabia que provavelmente se eu tivesse pulado
eu teria apenas alguns minutos de vida.
Então eu subi de volta para a cápsula e tentei desesperadamente
garantir que eu estava tomando a decisão correta.
E eu escrevi alguns recados para minha família. E subi de volta mais uma vez,
olhei para aquelas nuvens lá embaixo mais uma vez,
subi de volta para a cápsula de novo.
E então finalmente pensei, tem um jeito melhor.
Eu tenho, sabe, um balão enorme acima de mim,
é provavelmente o maior paraquedas de todos, por que não usá-lo?
Então eu consegui guiar o balão para baixo entre as nuvens
e aproximadamente 50 pés, antes de eu atingir o mar, eu me joguei.
E o balão atingiu o mar
e subiu de volta 10 mil pés sem mim.
Mas foi uma sensação maravilhosa estar naquela água e --
CA: O que você escreveu para a sua família?
RB: Só o que você escreveria numa situação como aquela,
só que eu amo muito vocês e --
eu já tinha escrito para eles uma carta antes de sair nessa viagem, que --
só caso alguma coisa acontecesse.
Mas felizmente eles nunca tiveram que usá-la.
CA: Suas empresas têm tido um valor incrível de RP por conta dessas histórias épicas.
Os anos -- e até que eu parei de olhar as pesquisas,
você era meio que percebido como o maior herói dentro do Reino Unido e qualquer outro lugar.
E os cínicos devem dizer, sabe, que esse é um cara de negócios esperto
fazendo o que precisa para pôr em prática este estilo particular de marketing.
Quanto era a parte do valor de RP nisso?
RB: Bem, claro, que os especialistas em RP dizem que como dono de uma companhia aérea,
a última coisa que eu devia estar fazendo é sair em balões e barcos,
e cair no mar.
(Risos)
CA: Eles tinham razão, Richard.
RB: Na verdade, nossa companhia aérea comprou um anúncio de uma página dizendo:
Vamos Richard, você sabe muito bem
que existem maneiras melhores de se atravessar o Atlântico.
(Risos)
CA: Para fazer tudo isso,
você deve ter sido um gênio desde o início, não é?
RB: Bem, eu não vou contradizer isso.
(Risos)
CA: Ok, isso não é exatamente Hardball, ok.
CA: Você não -- você não era simplesmente terrível na escola?
RB: Eu era disléxico, eu não tenho o mínimo entendimento de trabalho de escola.
Eu certamente teria sido reprovado em *** de QI.
E essa foi uma das razões de eu ter deixado a escola quando eu tinha 15 anos.
E se eu -- se eu não estou interessado em alguma coisa, eu não me prendo a ela.
Como disléxico,
você também enfrenta algumas situações bastante bizarras.
Digo, por exemplo, eu já tive que -- sabe,
eu administro o maior grupo de empresas privadas na Europa,
mas eu ainda não fui capaz de saber a diferença entre líquido e bruto.
Então as reuniões da diretoria têm sido fascinantes.
(Risos)
E então é assim, boas ou más notícias?
E normalmente as pessoas diriam, bem, essas são más notícias.
CA: Mas só para deixar claro, os 25 bilhões são brutos, não é?
(Risos)
RB: Bem, eu espero que seja líquido, na verdade, sendo que --
(Risos)
acertei.
CA: Não, acredite em mim, é bruto.
(Risos)
RB: Bem quando fiz 50 anos alguém me tirou da sala da reunião e disse,
"Olhe, Richard, aqui está um -- deixe-me desenhar um diagrama --
aqui está uma rede no mar,
e os peixes saíram do mar e vieram para esta rede.
E o líquido é o que sobrou nesta rede,
todo o resto foi comido."
E eu finalmente entendi tudo.
(Risos)
(Aplausos)
CA: Mas, quer dizer, na escola -- além de ser --
sabe, bem ruim academicamente,
mas você também era capitão dos times de críquete e futebol,
então você era meio que -- você era um líder nato,
mas só um pouco -- você era um rebelde então, ou como você teria...
RB: É, eu acho que eu era bastante audacioso e -- mas eu -- e eu era,
sim, felizmente eu era bom nos esportes
e então pelo menos eu tinha alguma coisa para me destacar na, na escola.
CA: E algumas coisas estranhas aconteceram com você cedo na sua vida.
Quero dizer, tem a história sobre a sua mãe
que teria deixado você num campo, aos 4 anos, e dizer "Ok, ande para casa."
Isso aconteceu mesmo?
RB: Ela era, sabe,
ela achava que nós precisávamos nos virar sozinhos desde cedo.
Ela fazia coisas conosco, pelas quais ela seria presa hoje em dia,
como nos empurrar para fora do carro,
e nos dizer para achar o caminho para a casa da vovó sozinhos,
uns 8 quilômetros antes de nós realmente chegarmos lá.
E nos fazer dar longos a maravilhosos passeios de bicicleta.
E nós nunca pudemos assistir televisão e coisas do tipo.
CA: Mas há um risco aqui?
Quero dizer, há muitas pessoas na sala que são ricas, e elas têm filhos,
e nós temos esse dilema sobre como você os cria.
Você vê a geração atual de crianças crescendo e pensa
elas são muito protegidas, elas não sabem o que têm,
nós vamos criar uma geração de privilegiados...
RB: Não, eu acho que se você está criando filhos,
você só quer entupí-los com todo o amor e admiração e entusiamos.
Então eu não acho que você possa realmente superproteger seus filhos demais.
CA: Você não se saiu mal, eu tenho que dizer, eu --
O diretor da sua escola disse para você --
quer dizer que ele achou você meio que um enigma na sua escola --
ele disse, ou você vai se tornar um milionário ou ir para a cadeia,
e eu não tenho certeza de qual.
Qual desses aconteceu primeiro?
(Risos)
RB: Bem, eu já fiz ambos. Eu acho que fui para a cadeia primeiro.
Na verdade eu fui processado sob duas antigas leis do Reino Unido.
Eu fui processado por causa da Lei de Doenças Venéreas, de 1889,
e por causa da Lei de Anúncios Indecentes, de 1916.
Na primeira ocasião por mencionar a expressão "doença venérea" em público, o que --
nós tínhamos um centro onde ajudávamos jovens que tinham problemas.
E um dos problemas que pessoas jovens têm é doenças venéreas.
E tem a antiga lei que diz
que você não pode mencionar a expressão "doença venérea" em público, nem impresso.
Então a polícia bateu na porta, e nos disseram que iam nos preender
se nós continuássemos mencionando a expressão "doença venérea".
Nós a trocamos por "doenças sociais"
e as pessoas vieram com espinhas e cravos,
mas ninguém mais veio com DST.
Então nós colocamos DST de novo e fomos imediatamente presos.
E subsequentemente, "Never Mind the ***, Here's the Sex Pistols",
a palavra *** (testículos), a polícia decidiu que era uma palavra grosseira e então nós fomos presos
por usar a palavra *** no disco dos Sex Pistols.
E John Mortimer, o dramaturgo, nos defendeu.
E ele perguntou se eu poderia encontrar um linguista especialista
para encontrar uma definição diferente da palavra ***.
Então eu liguei para a Universidade de Nottingham,
e pedi para falar com o professor de linguística.
E ele disse "Olhe, *** não é uma -- não tem nada a ver com bolas.
Na verdade é um apelido dado a padres no século 18".
(Risos)
E ele continuou, "A propósito, eu sou um padre".
Então eu disse, "Você se importaria em vir comigo para o tribunal?"
E ele disse que adoraria. E eu disse --
e ele disse, "Você quer que eu use minha coleira?"
E eu disse, "Sim, seria -- por favor..."
(Risos)
CA: Essa é ótima.
RB: Então nossa testemunha chave foi -- argumentou que era na verdade
"Never Mind the Priest (padre), Here's the Sex Pistols"
(Risos)
E o juíz nos proclamou -- relutante nos proclamou inocentes, então --
(Risos)
CA: Isso é um ultraje.
(Aplausos)
Então, sério, existe um lado sombrio?
Muitas pessoas diriam que não há como
uma pessoa montar essa incrível coleção de negócios
sem apunhalar algumas pessoas pelas costas,
sabe, fazer algumas coisas feias.
Você foi acusado de ser impiedoso.
Havia uma biografia polêmica que alguém escreveu sobre você.
Alguma coisa é verdade? Tem alguma verdade nisso?
RB: Eu não acho realmente que o estereótipo
de uma pessoa de negócios pisando nas pessoas para chegar ao topo,
por assim dizer, funciona.
Eu acredito que se você trata as pessoas bem,
as pessoas vão voltar querendo mais e mais.
E eu acredito que tudo o que você tem na vida é sua reputação
e é um mundo bem pequeno.
E eu realmente acho que a melhor maneira
de se tornar um líder de negócios de sucesso é lidar com as pessoas de maneira justa e bem,
eu gosto de pensar que é assim que administramos a ***.
CA: E quanto às pessoas que você ama e que te vêem passando --
você continua se envolvendo nesses novos projetos
mas quase parece que você é viciado em lançar coisas novas.
Você se empolga com uma ideia e, pou!
Quero dizer, você pensa sobre equilíbrio na vida?
Como sua família se sente
cada vez que você entra em algo grandioso e novo?
RB: Eu também acredito que ter sido um pai é incrivelmente importante,
então desde quando as crianças eram bem novas,
sabe, quando elas tiram férias, eu tiro férias com elas.
E então nós passamos fora, uns bons 3 meses juntos.
Sim, eu vou, sabe, manter contato. Nós temos muita sorte,
nós temos essa pequena ilha no Caribe e nós podemos --
eu posso levá-los para lá e nós podemos chamar amigos,
e podemos brincar juntos,
mas eu também consigo manter contato com o que está acontecendo.
CA: Você começou a falar há alguns anos
sobre este termo "filantropia capitalista".
O que é isso?
RB: O Capitalismo provou que é um sistema que funciona.
Sabe, a alternativa, comunismo, não funcionou;
Mas o problema com capitalismo é
a extrema riqueza acaba nas mãos de pouca gente e,
portanto, extrema responsabilidade, eu acho, acompanha essa riqueza.
E eu acho que é importante que os indivíduos,
que estão nessa feliz posição, não acabem competindo
por barcos maiores e maiores e carros maiores mas,
sabe, usem esse dinheiro para criar novos empregos
ou enfrentar problemas ao redor do mundo.
CA: E quais são os problemas com que você se preocupa mais, se importa mais,
em cuja direção quer direcionar seus recursos?
RB: Bem, há -- quer dizer há muitos problemas.
Aquecimento global certamente é uma enorme ameaça para a humanidade
e nós estamos colocando muito tempo e energia em
A, tentar encontrar combustíveis alternativos
e B, sabe, nós lançamos um prêmio, que é realmente um prêmio
no caso de nós não acharmos uma resposta em combustíveis alternativos,
no caso de nós não realmente conseguirmos diminuir as emissões de carbono
rapidamente e no caso de nós passarmos de ponto de virada,
nós precisamos tentar encorajar as pessoas a encontrar uma maneira
de extrair carbono da atmosfera da Terra.
E nós -- sabe, não havia realmente pessoas
trabalhando nisso antes, então nós queríamos que as pessoas tentassem --
que as melhores cabeças do mundo começassem a pensar sobre isso,
e também tentar extrair o metano
da atmosfera da Terra.
E na verdade umas 15.000 pessoas preencheram os formulários
dizendo que querem tentar.
E então nós só precisamos de uma, então estamos esperançosos.
CA: E você também está trabalhando na África em alguns projetos?
RB: Sim, quer dizer, nós temos -- nós estamos montando algo chamado
sala de guerra, que talvez seja o nome errado --
nós estamos tentando -- talvez nós mudemos o nome -- mas, de qualquer modo, é uma sala de guerra
para tentar coordenar todo o ataque que está acontecendo na África,
todos os diferentes problemas sociais na África
e tentar ver as melhores práticas.
Então, por exemplo,
há um médico na África que descobriu que
se você dá a uma mãe remédios anti-retrovirais quando ela tem 24 semanas de gravidez,
o bebê não terá *** quando nasce.
Então disseminar essa informação para --
todo o restante da África é importante.
CA: A sala de guerra soa, soa poderosa e dramática.
E há o risco de que o tipo de heróis de negócios do Oeste
se interessem por isso -- quer dizer, eles estão acostumados a ter uma ideia,
resolver as coisas, e eles acreditam profundamente
em sua habilidade de fazer uma diferença no mundo.
Será que existe um risco de que se formos a lugares como a África e por exemplo,
precisemos consertar um problema e nós temos capacidade para isso,
eu tenho todos esses bilhões de dólares, sabe, bla bla bla --
aqui está a grande ideia. E meio que peguemos uma situação muito mais complexa
e acabemos na verdade fazendo uma grande bagunça. Você se preocupa com isso?
RB: Bem, primeiramente nessa situação particular, nós na verdade estamos --
nós estamos trabalhando com o governo nisso.
Quer dizer, Thabo Mbeki tem tido seus problemas em aceitar que
*** e AIDS estejam relacionados, mas este é um jeito, acho,
de ele atacar este problema e em vez do mundo criticá-lo,
é uma maneira de trabalhar com ele, com seu governo.
É importante que se as pessoas vão para a África e tentem ajudar,
elas não simplesmente cheguem lá e saiam depois de alguns anos.
É preciso ser consistente.
Mas eu acho que líderes de negócios podem trazer seu conhecimento de empreendedorismo
e ajudar governos a abordar coisas de uma maneira ligeiramente diferente.
Por exemplo, nós estamos montando clínicas na África
onde nós vamos distribuir
remédios anti-retrovirais gratuitamente, tratamento gratuito para tuberculose
e tratamento gratuito para malária.
Mas nós também estamos tentando torná-las clínicas auto-suficientes
para que as pessoas paguem por alguns outros aspectos.
CA: E muitos críticos dizem que uma pessoa como você ou Bill Gates
ou qualquer um, que isso está realmente sendo -- é quase motivado por
algum tipo de desejo mais uma vez, sabe, pela imagem certa,
para evitar culpa e não como um instinto filantrópico verdadeiro.
O que você diria para eles?
RB: Bem, eu acho que todo mundo --
as pessoas fazem coisas por uma gama de diferentes razões
e eu acho que, sabe, quando eu estiver no meu leito de morte
eu vou querer sentir que fiz uma diferença
nas vidas de outras pessoas.
E isso pode ser uma coisa egoísta de se pensar,
mas é a maneira como eu fui criado.
Eu acho que se estou numa posição de
mudar radicalmente para melhor as vidas de outras pessoas,
eu devo fazer isso.
CA: Quantos anos você tem?
RB: Eu tenho 56.
CA: O psicólogo Erik Erikson diz que, como eu o entendo
e eu sou um amador completo, mas durante os 30 e 40 anos as pessoas são motivadas
pelo desejo de crescer e é daí que tiram sua satisfação,
50 e 60 anos, o modo de operação muda para a busca por sabedoria
e a busca por um legado.
Quer dizer, parece que você ainda está
um pouco na fase de crescimento,
você ainda está fazendo esses incríveis novos planos.
Quanto você pensa sobre legado,
e o que você acha que seu legado vai ser?
RB: Eu não penso muito sobre legado.
Quer dizer, eu gosto de -- sabe, minha avó viveu até 101,
então eu espero ter mais uns 30 ou 40 anos.
Não, eu só quero viver a vida ao máximo.
Sabe, se eu posso fazer uma diferença,
eu espero ser capaz de fazer uma diferença.
E eu acho que uma das coisas positivas deste momento é que
tome Sergey e Larry da Google, por exemplo,
que são bons amigos.
E, graças a Deus, você tem duas pessoas
que genuinamente se preocupam com o mundo e com aquela riqueza toda.
Se eles tivesse aquela riqueza e não se importassem com o mundo,
seria bem preocupante.
E você sabe que eles vão fazer uma diferença danada para o mundo.
E eu acho que é importante
que as pessoas nesse tipo de posição realmente façam a diferença.
CA: Bem, Richard, quando eu estava começando no negócio
eu não sabia nada sobre isso e eu também meio que --
eu pensava que pessoas de negócios deveriam ser cruéis
e que aquele era o único jeito que você poderia ter uma chance de ter sucesso.
E você realmente me inspirou. Eu olhei para você, e pensei,
bom, ele conseguiu, talvez exista um caminho diferente.
Então eu gostaria de agradecê-lo pela inspiração
e por ter vindo ao TED hoje. Obrigado.
Muito obrigado.
(Aplausos)