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Trabalhar com a pesquisa é um desafio constante,
o tempo inteiro você sabe que a possibilidade de sucesso
sucesso é de cinqüenta por cento de dar certo,
cinqüenta por cento de não ter o sucesso que você almeja.
Mas o que faz a diferença de um pesquisador, de repente,
para uma área de negócios é a fé, né?
A Petrobras é uma empresa de petróleo, mas, antes de mais nada,
ela é uma empresa de energia.
E tudo que vem da natureza armazena uma forma de energia.
Então quando você trabalha com esses materiais e você vê que
que uma semente pode substituir o petróleo, mesmo que parcialmente
ou temporariamente, você tá fazendo um elo de ligação
entre a energia que esta contida no petróleo
com a energia daquela semente recente.
Eu vejo a produção de biocombustíveis, é como eu costumo dizer,
de uma maneira popular: “um caminho sem volta”.
Nós denominamos de etanol de primeira geração
aquele produzido por tecnologia já estabelecidas.
Segunda geração nós consideramos o etanol produzido de resíduos.
Hoje o foco é se produzir combustíveis, biocombustíveis com sustentabilidade.
Levando em consideração os aspectos econômicos, lógico,
mas principalmente os ambientais e sociais.
O Brasil produz hoje em torno de trezentos e cinqüenta milhões de toneladas de resíduos.
Esses resíduos são ricos em carboidratos, conhecidos popularmente por açúcares.
Então você não tem que aumentar a área de plantio
pra você poder obter a tua matéria prima.
Você vai obter a tua matéria prima dos materiais que são depositados
depositados que podem gerar impacto ambiental.
A princípio, nós estamos usando o modelo.
É bagaço, porque o bagaço é o resíduo mais expressivo no nosso país.
cada país praticamente trabalha com uma oleaginosa.
O Brasil tem uma diversidade de semente fabulosa.
Então a gente sai da Amazônia até o Rio Grande do Sul,
nós vamos encontrar aí algo em torno de vinte a vinte e cinco sementes
sementes que tem potenciais elevados para a produção de biodiesel.
Então aqui tá o grande desafio tecnológico. Que não é nenhum bicho de sete cabeças!
(Risos) Não não é, não é. Bom, nós temos a celulose, o material, o bagaço,
e aí nós vamos fazer uma hidrólise, que é uma quebra desse bagaço.
Então acabou essa lavagem, nós separamos o líquido do sólido.
Nós fazemos outra lavagem. E agora uma lavagem alcalina.
E aí nós temos a celulose pura.
Nós jogamos uma enzima que quebra esse polímero em glicose,
em açúcares menores, e adicionamos uma levedura.
Tem levedura da cerveja, do pão, e ela vai converter esse açúcar que tem aqui a etanol.
O etanol de terceira geração, nós estamos considerando,
aquele que vem de biomassa marinha.
As algas marinhas que são produzidas de maneira... em cativeiro,
e que contém alto teor de óleo.
Isso, sem dúvida, é o que tá despontando nosso futuro em biocombustível.
É trabalhar com algas marinhas e isso tendo uma renovação quase que diária.
Nosso desejo é que isso se torne uma realidade industrial o mais rápido possível,
e que a Petrobras seja vanguarda nessa tecnologia.
Esse é o nosso objetivo, o nosso desafio.