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Número 13: O efeito multiplicativo do fim
Desde o primeiro filme de Star Wars os finais têm ficado cada vez mais complicados.
Culminando com o episódio 1.
Após ele desistiram de fazer isso pois se deram conta do quão horrível era...
Mas deixe-me destrinchar aqui.
Uma Nova Esperança
A estória é impecavelmente construída até a conclusão final.
Parar a Estrela da Morte antes que ela exploda o planeta.
O Império Contra-Ataca
Todos os pontos da estória convergem para a Cidade das Nuvens.
Luke tem seu primeiro confronto com Vader.
E Leia e os amigos tentam escapar.
O Retorno de Jedi
Luke confronta o Imperador
Ocorre uma batalha em Endor para destruir o gerador de escudos.
E a frota rebelde ataca a Estrela da Morte.
Agora você tem 3 estórias acontecendo ao mesmo tempo.
Finalmente chegamos à Ameaça Fantasma
Gungans lutam contra o exército droide.
Rainha Amendaga invade o palácio pra pegar o Vice-Rei.
Anakin e pilotos de Naboo atacam a nave de controle droide.
E Jedis lutam com sabres de luz na sala do gerador de energia.
Agora você tem 4.
Este foi um dos maiores erros cometidos no episódio 1.
Ironicamente os finais mais simples dos primeiros dois filmes são muito mais interessantes
pois a trama se desenvolve até eles e nós podemos nos focar somente em uma coisa.
Após a primeira exibição do filme para a equipe todo mundo parece tão confuso quanto nós estávamos
George admite que ele jogou coisas demais lá.
"Eu posso ter ido longe demais em alguns lugares."
Erm... É mesmo?
O editor então tenta explicar por que 4 cenas com tons emocionais absolutamente diferentes não funcionam bem juntas.
"Em um espaço de 90 de segundo você vai de... lamentar a morte de um herói..."
"... para uma fuga, para uma cena de comédia com Jar Jar, sabe..."
"... para Anakin voltando com, sabe..."
Mas ele meio que se conta de estar perdendo seu tempo, então ele para.
Rick McCallum está paralisado em choque pelo quão horrível o filme era.
Internamente ele se arrepende de não ter desafiado Lucas em algumas coisas com a qual ele estava preocupado.
Lucas então se dá conta que ele não pode remover partes grandes do filme na edição porque elas estão entrelaçadas.
"Bom, eu pensei sobre isso e a parte complicada é que você quase não pode tirar qualquer peça daí agora."
"Porque cada uma meio que te leva ao outro lugar e você não pode... não pode pular nenhuma..."
Ei, é tarde demais agora!
Mais tarde quando todo mundo começou a beber Lucas tenta explicar seu movimento inovador idiota como "audacioso".
... e extremo! Estilístico!
"É estilístico, foi feito pra ser daquele jeito, e você não pode desfazer isso, mas podemos diminuir os efeitos dele."
Ninguém parece saber o que está acontecendo.
E todos parecem que vão começar a apontar para alguém.
Mas essa é só minha interpretação desta metragem...
Eu não estava lá...
Então agora chegamos ao fim.
Eles queimam o corpo de Qui-Gonn...
Eles celebram...
Yojen... Yoda, erm...
Tem tipo uma mulher idiana lá e, erm...
Tem outra coisa que parece com Yoda, mas meio que parece um anão...
E aí mais tarde... ou mais cedo, enfim... Yoda e... e Obi-Wan estão conversando no castelo...
E... e Yoda diz...
"Grande perigo eu temo no treinamento dele."
"Eu dei a Qui-Gon minha palavra."
Ah... Você deu a Qui-Gonn sua palavra...
Eu suponho que seja melhor se confiar nisso do que na predição de
GRANDE PERIGO...
Então parece que o Conselho Jedi relutantemente concorda em deixar Obi-Wan treinar o garoto por nenhum motivo aparente...
Ei, lembre-se! Isto não é, tipo uma sala de reunião de executivos de uma companhia
chegando a uma decisão sobre embalagens de molho de tomate.
Estes são mestres Jedi, cuja existência inteira é exclusivamente baseada
na Força, sentimentos, premonição e profecia.
Quando TODOS eles se sentem estranhos e preveem GRAVE PERIGO...
você poderia achar que eles, de todas as pessoas iriam seguir seus próprios instintos.
Mas ao invés disso, por NENHUMA RAZÃO eles permitem o treinamento.
"Concordar com você o conselho o faz."
"Seu aprendiz Skywalker será."
Ei, teria sido mais fácil só dizer NÃO!
Yoda deveria ser bem sábio, não é?
"Medo leva à raiva; raiva leva ao ódio; ódio leva ao sofrimento."
Peraí. O que foi que ele acabou de dizer?
Talvez ele não seja tão sábio assim, pois isso não faz muito sentido. (Não consegui traduzir bem esta parte, pois não entendi tudo que ele falou)
Medo leva à raiva
Medo leva à raiva Raiva leva ao ódio
Medo leva à raiva Raiva leva ao ódio Ódio leva ao sofrimento
Será que a raiva não pode levar ao medo...
... e o medo levar ao sofrimento...
e aí o sofrimento levar ao ódio...?
Sabe, quando você tem 3 estados emocionais totalmente permutáveis eles não podem ser dispostos em um certo padrão de lógica.
Deixe-me mostrar verdadeira sabedoria pra vocês.
Galinha leva ao ovo
Ovo leva ao omelete
Omelete leva à urgência fecal.
Número 14: o resultado
A Ameaça Fantasma é agora o maior exemplo de dor no saco cinemática na história dos filmes. (Blueballs - Mais um trocadilho que só tem graça para quem entende algum inglês)
E eu não estou falando do tipo que os Gungans tinham. (Portanto, a tradução para Português não faz sentido algum)
"Gúngas"
Nunca mais uma coisa será tão fervorosamente esperada
ou uma maior decepção.
Então quem deixou a bola cair?
Bem, eu acho que poderíamos dizer que foi todo mundo envolvido na produção.
Principalmente os produtores e aqueles na parte mais alta da cadeia alimentar.
Claro que é fácil culpar George pelo roteiro e... por fazer TUDO errado...
Mas aquelas pessoas que não desafiaram Lucas em algumas de suas idéias questionáveis, elas também carregam uma parcela de culpa.
Citando Gary Kurtz...
"Eu acho que um dos problemas... é o fato de que ele (Lucas) não tem mais pessoas ao seu redor que realmente o desafiem."
Você realmente consegue ver isso na filmagem por trás dos bastidores.
As pessoas parecem com medo perto de George.
Elas riem de suas piadas sem graça...
"Escutando a música..."
Quando ele entra em uma sala faz-se, tipo um silêncio...
Medo... Terror...
Aqui e ali você pesca alguns olhares confusos e desconfiados...
Você tem que se perguntar o que algumas dessas pessoas estavam pensando...
Mas novamente, preciso enfatizar: eu não estava lá e eu não posso fingir saber tudo que estava acontecendo por trás dos bastidores
Mas tudo parece bem óbvio, se você parar pra pensar.
Lucas sempre foi um cineasta patife que odiava o sistema de estúdio.
Ele sempre parecia querer controle total em seus projetos, o que eu consigo entender.
Mas muito embora um diretor DEVESSE ter controle de seu projeto, cinematografia deveria ser um processo colaborativo.
O segundo roteirista pode ajudar a focar na estória e nos diálogos...
Atores são pessoas criativas também. Eles podem fornecer idéias valiosas para os personagens
E um bocado de idéias muito boas.
"Eu te amo."
"Eu sei."
E um bom produtor executivo pode ser a voz da razão quando as coisas começam a sair do controle.
Eu acho que tudo isso pode ser resumido com a expressão
Arte na Adversidade
O filme original de Star Wars foi feito com problemas.
Nada funcionava da maneira correta...
As coisas foram feitas nas pressas, mas acabou sendo um filme fantástico!
Quando você pode fazer um filme inteiramente num computador e depois filmar tudo contra uma tela azul
parte da mágica é perdida...
"Quando Obi-Wan está andando em Kamino George mostrou pra ele e disse:
'OK, agora você está andando no corredor e está vendo a fábrica de clones', mas não havia nada pra ele ver."
Tudo acaba parecendo tão limpo e estéril que acaba faltando humanidade.
A Ameaça Fantasma também te faz pensar: com controle total em todos os aspectos do filme, da escrita à direção ao elenco e etc...
ESTE foi o resultado?!
E aí quando você ouve contos sobre como Luke deveria ser um homem de 65 anos com uma cabeça da robô
Han Solo deveria ter sido tipo, um sapo...
E C3PO era um tipo vendedor de carros usados nojentos...
"C3PO pode soar como um vendedor de carros usados."
Você precisa se imaginar: E SE?
E se Lucas tivesse tido no passado o tipo de controle que ele tem hoje?
Bom, eu não vou dizer muito mais aqui.
Eu não sei todos os fatos...
Agora, eu não discuti ainda a cena mais estranha e fora-de-contexto no filme inteiro.
Quando nós entramos pela primeira vez na loja de Watto e Jar Jar está bagunçando com o lixo na parte de trás
Tem uma parte onde as coisas ficam mais lentas e aí um rolinho de pizza falante aparece
e aí começa a falar diretamente com a audiência...
Ele diz para trucidar sua esposa na banheira...
"Olá! Você sabe o que fazer..."
"Use o cutelo e balance com força para quebrar os ossos."
"Coloque o corpo no lixo e tenha cuidado para não deixar sangue cair no tapete, pois não dá para tirar a mancha lavando."
Eu achei que essa cena ficou totalmente fora de contexto e não fez sentido algum para o filme...
Eu não sei o que Lucas estava pensando aqui, mas considerando algumas das outras cenas do filme, eu acho que fez sentido...
Agora, eu gostaria de discutir mais...
"Plinket! Plinket, abra a porta!"
"Nós temos um mandado para a sua prisão!"
É a PF, segurem aí!
(Dificuldades técnicas - Por favor espere)
"Derrubem a porta!" (Dificuldades técnicas - Por favor espere)
Oh Deus, eles estão derrubando a porta!
Peraí, eu preciso pegar uma coisa...
Pra trás, puliça, eu tô carregando chumbo!
"Abaixe a arma! Abaixe a arma!"
"Fogo! Retornem fogo!
Engulam isso!
"906, requisitando reforço, temos um oficial baleado..."
Segurem essa, seus putos!
Comam isso! Saiam da minha casa!
Saiam da minha propriedade!
Também não entrem no meu porão!
Ai!! Me atingiram!
O Fim?
"Você sabe o que fazer..."
Legendas por: Antonio Madureira Demorei, mas fiz!