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Olá a todos. Várias pessoas me perguntaram de onde eu obtenho minha moralidade sem religião.
Ben, não é óbvio? Eu obtenho por encomenda postal. Isso mesmo, ela chega em uma embalagem marrom
porque eu não quero que meus vizinhos saibam o que estou tramando.
Não, sério, eu simplesmente me pergunto: "O que um cristão faria nesta situação?"
e então eu faço o oposto.
Estou brincando, é claro. Não, eu apenas confio que meus sentimentos me digam que coisas boas são certas e coisas ruins são erradas,
e tudo parece se encaixar. Eu não sei, talvez seja um milagre.
Bem, qual é a alternativa? Uma moralidade cristã que abraça toda a barbaridade do Levítico,
ao mesmo tempo em que ignora a simples sabedoria da Regra de Ouro? Obrigado, mas não, obrigado.
Mesmo se você acreditar na Bíblia, sabe que Adão e Eva nos deram o conhecimento do bem e do mal,
o que presumivelmente significa o certo e o errado, então por que ainda precisamos de orientação?
Se é que se pode chamar de orientação ser intimidado e ameaçado com violência por algum delinqüente celestial.
Na verdade eu fico pasmo de que alguém sequer confie em Deus para nos dizer como nos comportarmos.
Se você o usasse como modelo você provavelmente acabaria na prisão, porque aquele filho da mãe
é quase tão qualificado para pregar moralidade quanto Charles Manson.
A cada duas páginas do Velho Testamento alguém está sendo massacrado para a glória de,
ou diretamente por Deus. Não é uma entidade amorosa que eu vejo nessas páginas.
É um indivíduo profundamente perturbado.
É o tipo de personalidade da qual a polícia sempre diz para você não se aproximar.
Esse personagem [would give] a Hitler [a run for his money].
E qualquer moralidade que há lá é na verdade apenas uma lista de regras, algumas delas bem bárbaras,
que devem ser obedecidas sob pena de tortura eterna. O que mais?
Mas isso não é realmente surpreendente, é? Porque o importante da escritura não é a moralidade.
O importante é acreditar no impossível. E quanto mais impossível uma coisa parece ser,
tanto mais dispostos estaremos a acreditar nela, me parece.
E a moralidade na verdade é apenas uma guarnição, um molho, que usualmente é ignorado
em favor da carne e das batatas da mágica e do hócus-pócus.
Por exemplo, se você pegar as palavras de Jesus no Sermão da Montanha,
que provavelmente foi a sua maior apresentação publica, e arrancar toda a cristandade,
então você teria algo que vale a pena. Mas toda a miraculosidade, o nascimento virginal,
a ressurreição, redenção, fogo do inferno, danação, e toda a excentricidade,
tudo isso foi posto ali deliberadamente para obscurecer este fato simples:
A última coisa que qualquer clérigo quer é gente vivendo segundo as palavras de Jesus,
porque se eles o fizessem não haveria necessidade de religião organizada
e muita gente ficaria sem emprego.
Eles precisam de milagres para manter o influxo de dinheiro,
embora eles lhe digam que na verdade o importante não são os milagres, é a mensagem.
Ah, é? E que mensagem seria essa, então?
"Acreditai em mim pois, vede, eu posso fazer milagres." Essa é a mensagem.
Porque se você tirar os milagres, o que resta? Um cara bem decente falando senso comum,
o que significa que ninguém neste planeta val levá-lo a sério [if he lives to be a million].
Os milagres são tudo. E tudo o que Jesus falou sobre
bem-aventurados os pobres de espírito, os mansos, os pacíficos, sois o sal da terra, a luz do mundo,
dai a outra face, não deis esmolas em público, não oreis em público, não se pode servir a Deus e a Mamom,
olhai os lírios do campo, não julgueis para não serdes julgados, não sejais hipócritas, o que pedirdes dar-se-vos-á,
fazei aos outros o que queres que vos façam, guardai-vos dos falsos profetas —
as pessoas têm dito isso por milhares de anos, e ninguém jamais escutou.
Então vamos largar essa idéia de que o importante não são os milagres. O importante são os milagres,
o importante é a mágica e o hócus-pócus, o que é uma vergonha, eu acho,
porque provavelmente é a última coisa que Jesus teria querido.
É claro, eu não posso estar absolutamente certo sobre isso, porque, afinal, eu não sou nenhum teólogo.
Mas, dado tudo isso, agora eu gostaria de lhe perguntar, de onde você obtém a sua moralidade?
Eu estaria muito interessado em saber. Enquanto isso, paz a todos,
especialmente aos cristãos com armas que apóiam a pena de morte.