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Quando uma batatinha frita não é uma batatinha frita?
Quando ela é uma externalidade.
Uma externalidade é quando uma transação entre duas pessoas: Art e Betty tem um efeito numa terceira pessoa, Carl, sem a permissão de Carl.
Suponha que Art vende a Betty algumas batatas fritas.
Betty realmente gosta de batatas fritas.
Ela abre o pacote; ela quer comer as batatas.
Enquanto ela come, ela faz barulho “Yum, Yum, Yum”.
Olhe para ela.
Ela ama batata.
Mas independente do barulho que ela faz, não há externalidade a não ser que alguém, como Carl, está lá para ouvir.
Obviamente Art se beneficia ao vender o produto, e Betty se beneficia ao comprar o produto desde que a troca seja voluntária.
Mas Carl é afetado por uma externalidade negativa.
Ele é prejudicado.
Ele não comprou nada, mas tem que ouvir todo o mastigar e yum-yum.
Isso realmente incomoda ele.
Então é preciso de três partes para haver externalidade: um vendedor, um comprador,
e ao menos uma pessoa adicional que não é participante voluntário na transação.
Em um vídeo anterior, eu afirmei que preços podem dizer às pessoas a coisa certa a fazer.
Mas se há externalidades, os preços dizem tudo que nós necessitamos saber?
A resposta deve ser não, porque com externalidades, o preço de algo e seu custo real
são diferentes.
O preço é a quantia que Betty pagou ao Art, mas o custo é o total pago por Betty
ao Art mais o custo do Carl ter que ouvir Betty mastigando durante a aula.
O problema com externalidades é que preços não capturam todos os custos da transação.
Em vez disso, alguns custos são suportados por pessoas que nunca deram sua permissão.
Parece que a solução seria tentar ajustar o preço de forma que ele coincida com o custo total.
Para muitas pessoas isso significa “conserte isso com impostos.”
Em outras palavras, imponha um imposto igual à diferença entre o preço de mercado e o
custo verdadeiro para forçar o comprador e o vendedor a suportar o custo total da transação.
Isso é o que economistas chamam de internalizar o custo.
Nós não necessitamos recorrer à ação do governo, claro.
Uma maneira de resolver problemas de externalidade é chamado boas maneiras.
Se Carl conta para Betty que seu mastigado está o incomodando, ela provavelmente, pedirá desculpa e parará.
Então haverá barganha, uma solução proposta por R. H. Coase.
Se Carl reclama, Betty pode fazer um pagamento, compartilhando suas batatas com Carl.
Já que Carl está mastigando também, não há externalidades, só batatinhas.
Mesmo que essas soluções não funcionem, não é fácil consertar isso com impostos por meio de ação do Estado.
Lembre, o problema é informação.
Preços não contêm a informação completa sobre custo.
Mas onde pode ser conseguido informação acurada?
Como pode ser esperado do Estado que ele adquira informação mais acurada e então agir efetivamente?
A resposta mais interessante a estas questões vieram do estudioso que
propôs originalmente resolver isso com impostos, A. C. Pigou.
Pigou era um cara realmente esperto e entendeu que supor a taxa correta seria muito difícil.
Em 1920, Pigou disse:
“Não é suficiente contrastar os ajustamentos imperfeitos de empresas não refreadas com o melhor ajustamento
que economistas podem imaginar em seus estudos, porque nós não podemos esperar que qualquer autoridade do
Estado conseguirá ou até sinceramente perseguirá esse ideal.
Tais autoridades também são passíveis de ignorância, pressão local, e corrupção pessoal por interesses privados.
Uma voz forte de parte dos constituintes, se organizados por votos, pode facilmente prevalecer sobre o todo.”
A solução “resolva com impostos” frequentemente têm consequências ruins e não intencionais.
O governo tem um problema de conhecimento assim como todos os outros.
Todos estudantes de economia aprendem sobre externalidades e taxas Pigouvianas,
mas professores raramente mencionam quão difícil o próprio Pigou pensou que seria para conseguir que as taxas fossem exatamente certas.