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Movimento dos Atingidos por Barragens apresenta
Energia do sol, tecnologia do povo
Projeto Energético Popular
Nós estamos implementando agora, em alguns estados do Brasil,
as placas solares como alternativa para melhorar as condições de vida do povo,
principalmente para os atingidos por barragens,que é o público que o MAB vem atuando e organizando.
É o exercício concreto, o exercício prático,
que caminha e acumula no sentido da construção e da consolidação daquilo que a gente vem discutindo
que poderia ser e que deverá ser um projeto energético e popular,
a serviço dos interesses e das necessidades do povo brasileiro,
do povo latino americano.
Pra você conseguir tomar um banho quente, decente.
Pra que você use a água quente no sentido de lavar os equipamentos,
como ordenhadeira, tanque de expansão, tarro,
enfim, tudo.
É mais conforto, uma água morna pra lavar louça,
nos dias de inverno, frio, é ruim, né. É água muito gelada,
então eu creio que isso aí vai ser melhoria para a família inteira, né?
Favorece também, né?
Favorece até no bolso da gente, porque não está gastando energia não está pagando,
então é muito bom.
Ele foi desenvolvido pelo professor Augustin, na Sociedade do Sol,
localizado no centro de pesquisa, IPEN.
Ele custa redondo, 10% do preço de um aquecedor solar tradicional.
Isso também é possível, não porque nós somos bons,
mas porque no Brasil tem algumas coisas.
Tem sol forte o tempo todo,
tem temperaturas médias altas
e tem uma população absolutamente capacitada para a construção do aquecedor solar.
Porque capacitada? Porque todo o Brasil,
toda a figura familiar, o dono da casa,
ele sabe construir uma casa, ele sabe estender uma casa,
ele sabe fazer um puchadinho.
Esse know-how, que está na alma da nossa população,
pode ser aplicado diretamente para o aquecedor solar.
Não adianta você simplesmente entregar esse produto pronto,
nós temos que produzir junto com as comunidades,
sejam elas residentes nos campos, sejam elas residentes nas cidades.
E a idéia é que a gente possa permitir esse encontro
do conhecimento do campo, com o conhecimento da cidade,
porque a luta da energia vai ser resolvida
quando essas duas dimensões da nossa vida se encontrarem,
o campo e a cidade.
Esses aqui são os coletores, os coletores solares.
Então como ele é construído?
Ele é de forro de PVC, o forrinho normal,
o forro de forrar casa, com canos de 32 milímetros, com as emendas.
Então, como ele funciona?
A caixa está cheia de água, né?
Então, a água fria desce por aquela saída
e vem para a parte inferior das placas.
Como, por exemplo, agora, está incidindo o sol, né?
Então, a água começa a esquentar
dentro das placas, que toda ela é oca, né?
Como a água quente é sempre mais leve,
ela tem a tendência a subir,
então ela vai subir e, por aquele cano, retornar para a caixa.
É quente mesmo.
Em dias de sol bem quente,
você até desliga toda a energia e ainda ela fica bem quente.
Já foi testado em locais onde tem pouquíssima insolação,
até mesmo um dos lugares do Brasil onde possui a menor insolação
e elas tem uma eficiência muito grande
e só com o que a família vai deixar de gastar com a energia,
ela se torna viável.
O sistema, pra uma família,
trás uma economia de 20 a 25%,
de redução do consumo de energia na residência.
Esse dinheiro que a gente deixa de gastar com essas economias
ele vai ser aplicado em outro setor do hospital,
e o usuário vai ser beneficiado.
Então, quem ganha com isso é a própria associação,
mas ganha também os usuários que necessitam do serviço aqui do hospital.
Uma das coisas é que a energia,
não sei se foi depois que passou para as multinacionais
ficou muito cara, pra nós está sendo muito cara.
Para o povo da cidade é mais caro ainda.
Então eu acho que o governo precisa fazer uma política pra energia mais barata.
Só rico vive bem, passa bem e tem o que quer...
E o pobre não é porque não trabalha,
o povo trabalha, mas é menos valorizado.
A questão da energia,
principalmente a energia produzida através da construção de barragens,
é um problema muito grande hoje no Brasil e nas nossas regiões,
porque ela deveria ser produzida para atender
a demanda e a necessidade do povo.
Mas ao contrário disso, ela atende apenas o interesse das grandes empresas,
com o único objetivo que é obter lucro e lucro, cada vez maior.
Não se trata apenas de discutir a tecnologia da produção da energia,
se trata de discutir a energia para quê e para quem.
O curso de energia vem nesse sentido,
no sentido de, principalmente nós agricultores
ter o entendimento de como funciona este modelo,
entender as contradições que ele coloca para a população,
pra gente também poder transformar.
Pra nós é fundamental demonstrar que há possibilidade
de construir algo diferente,
sem tanta maldade ao povo brasileiro.
ENERGIA DO SOL, TECNOLOGIA DO POVO
Produção e Realização Coletivo de Comunicação do MAB
Apoio MISEREOR
MAB 20 anos www.mabnacional.org.br
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