Tip:
Highlight text to annotate it
X
Nunca pretendi ser um ator.
Seu salafrário.
Você fica cuspindo suas doenças pelo barco.
Quem está contra os barcos, se reúna.
Afinal, temos que ter alguma licença dramática.
como você definiria atuar?
Estamos tão perto que escuto seu pulsar.
Invenção?
Instinto?
Imaginação?
O poder é meu e o usarei como eu quiser.
A melhor definição...
e se pensar sobre isso é a verdade...
foi dada por...
o melhor ator que já vi, no teatro, claro...
o já finado Sir Ralph Richardson.
E ele respondeu a pergunta...
como definir o que é atuar.
Ele disse...
"Sonhar para comandar".
Linda frase!
Todos somos sonhadores. E eu não sou exceção.
Eu pretendo fazer a minha vida.
Quando eu era jovem...
não tinha em mente...
nunca sonhei com fama e fortuna.
E o chamado glamour...
do trabalho em teatro e cinema.
Em 1946, nem cogitava sobre isso...
estava almoçando um dia...
na embaixada italiana...
que fica perto da praça...
quando meu primo Nicolo Carandini...
amou-me na mesa e disse...
"Já pensou em ser ator?"
Solte tudo.
Solte todas as cordas.
E pensei nisso, e repensei...
e achei que isso seria interessante...
"Talvez seja o que eu deva fazer."
Cada um tem seu destino a cumprir.
E ele disse: Vou apresentá-lo...
a um italiano... E falou de forma mais dramática...
ele dirige a Two Cities Films.
Então fui até lá...
onde vi Del, como todos o chamavam...
Entrei, e naquele jeito italiano caloroso disse...
"Justo o que eu estava procurando."
Ele não especificou nada.
Mas foi assim.
Disse: "Faremos um contrato...
de sete anos com a Organização Rank.
Faremos um contrato.
Claro que a cada ano podemos lhe dizer adeus."
Fizeram isso depois de 2 anos, para sorte minha.
Foi feito um contrato de 7 anos...
com a Organização Rank.
Ele falou: Vá ao corredor para conhecer meu amigo...
Joseph Shamlou.
Um nome que não esquecerei pelo que aconteceu.
Fui para o corredor, ouvi uma voz dizendo para entrar...
entrei, havia um idoso sentado perto da escrivaninha.
Ele era húngaro.
Ele disse: Por que veio me ver?
Eu disse: Del me disse para...
Ele já tinha falado com Del ao telefone.
“Não se¡ por que me fazem perder tempo...
me mandando pessoas como você. Você é alto para ser ator.
E não tem aparência de ator britânico.
Fazemos filmes britânicos, ótimos filmes britânicos."
Quando ele disse isso...
Sempre fui uma pessoa muito determinada.
Quando ele disse isso...
isso foi, se quiser, o raio que me atingiu...
e me fez, sem dúvida, querer ser ator.
Para provar que ele estava errado.
Não é impossível.
E provarei a você.
Este anel é uma cópia...
do anel usado por um ator da Europa Central.
Seu nome...
Bela Lugosi, esse é o modo correto de pronunciar...
mas talvez fosse difícil para as pessoas repetirem.
Então foi imortalizado como Bela Lugosi.
Ele se tornou conhecido, assim como eu...
interpretando um estranho nobre da Transilvania.
Talvez interessado em conhecer as sutilezas da Transilvânia.
E eu estive lá.
E o nome desse nobre...
imortalizado em um livro...
e conhecido em todo mundo agora...
é simplesmente Drácula.
Eu uso esse anel...
nem lembro quantos filmes fiz com ele...
mas foram alguns, em tributo a Lugosi.
Então usei esse anel.
O filme de que estou falando agora...
é "Drácula, O Príncipe das Trevas"...
que foi o segundo filme que fiz como Drácula.
Houve um intervalo de 7 anos entre o primeiro e o segundo.
Acho que o primeiro foi feito em 1957...
e o segundo foi feito em 1965.
Todos que assistiram ao filme me perguntavam...
por que eu não falava no filme. Não dizia uma palavra.
A resposta é simples. Eu li o roteiro.
E as falas eram literalmente irreprodutíveis.
Não eram baseadas em Bram Stoker
Briguei muito com a Hammer durante anos.
Perguntava por que não usavam as palavras de Stoker.
Os diálogos de Stoker.
Alguém escrevia frases como se eu fosse o Apocalipse.
Não dava para acreditar.
Eu disse: Lamento mas não vou dizer essas falas.
Vai ser uma gargalhada geral.
E estou convencido de que seria.
Então é um filme mudo quanto a minha parte.
Agora vou lhe mostrar uma filmagem extra...
feita por um amigo meu...
um ator desse filme que fazia um dos papéis principais.
Francis Matthews.
Nesse trecho também não falo.
- Por que não atira nele? -Seria inútil.
Água corrente!
É extraordinário...
o que alguns atores e atrizes têm que fazer.
No sentido físico, em frente da câmera.
Isto não parece impressionante ou desagradável...
na verdade, há um caroço que carregarei o resto da vida...
e aconteceu, não me lembro quando exatamente...
foi no início dos anos 70...
mas foi devido a uma luta com espadas...
que fiz nos 3 e 4 mosqueteiros...
ambos filmes muito famosos dirigidos por Richard Lester.
Eu interprete¡ Rochefort...
que mostrava como os cardeais viviam sob o fio da espada.
O braço direito, o matador do cardeal Richelieu...
interpretado por Charlton Heston.
E até Athos, interpretado por Oliver Reed...
um dos mosqueteiros, disse...
"Se o vir do outro lado da rua, não atravesse".
Então não era um homem para se contradizer.
Iniciei a luta, a primeira que fiz no filme...
e o diretor me pediu para fazer algo...
que era fisicamente impossível mesmo para um jovem...
que era pular sobre um vão...
alcançar o solo, dar uma virada sobre os pés...
quando no curso disso rompi os ligamentos...
e ainda tinha mais lutas.
Na verdade eu fiz...
mais lutas com espada em filmes...
do que alguém já fez.
Isto, como você vê...
é uma espada.
Não é uma espada comum.
É um florete do século 17.
Não é uma peça delicada...
que você dar a alguém...
sem experiência.
É uma arma letal.
Acho que não fiz uma luta com espada...
com um ator, em que eu não tenha me esmerado.
E fiz muitas com dublês.
E nem os dublês nem eu tivemos sequer um arranhão.
Entretanto, nos 3 e 4 mosqueteiros...
usamos essas espadas.
Não é apenas muito longa também é muito pesada.
Trabalhávamos na Espanha, no verão...
com temperatura acima dos 30 graus.
Eu usava roupas pesadas de época e peruca...
e um tapa-olho no olho esquerdo...
então não via nada deste lado...
o que não ajudava em nada...
e usava salto alto, usado na época...
a moda da época...
e era um solo muito irregular.
Então tínhamos que ter cuidado.
Acho que todos sofremos golpes...
de um modo ou de outro.
Oliver Reed fraturou os pulsos.
Mas eu rompi os ligamentos na primeira luta...
e tinha outras lutas.
O mais importante sobre luta com espadas...
é lutar de forma correta , claro...
é fazer parecer que você pretende...
matar o adversário bem depressa.
Então não é só estender os braços e ir para a frente...
para trás, fazer isso e aquilo.
Ou seja lá o que for.
Você tem que aprender saltar, tem que fazer assim...
ou assim...
Tem que distender.
Estou falando em parecer um tremendo movimento.
Falo desse tipo de defesa.
Não falo de pôr as duas mãos na espada.
Ou quando faz isso... e corta.
É a extensão braço, mas deve usar o resto do corpo.
Esta espada pesa uma tonelada.
E todos nós ficamos muito cansados.
A Bíblia sagrada.
Símbolo para todos os cristãos no mundo...
de tudo que é bom, puro e certo.
E milhões tentam viver sob seu ensinamento.
Isto...
como todas as coisas...
tem o seu oposto.
Isto representa as forças da Luz...
e inevitavelmente contém os poderes das Trevas.
O que significa, de forma crua e simples...
adorar o Demônio.
O escritor Dennis Wheatley, que todos conhecem bem...
escreveu livros maravilhosos sobre magia negra.
Seu mais famoso livro foi "The Devil Rides Out".
Muitas pessoas que representam...
as várias religiões no mundo todo...
quando me encontravam e falavam sobre o filme...
padres, dera...
muçulmanos...
rabinos...
todos disseram que não tinham problemas com o filme.
"Não o consideramos uma blasfêmia.
Pelo contrário, porque...
a Luz destrói e extingue as Trevas.
É o que sempre ensinamos e sempre dissemos."
Tente pegar.
Corra!
Quando o filme foi mostrado a um distribuidor americano...
ele disse: "Temos que mudar o título.
Não pode ser The Devil Runs Out".
E alguém disse: "Por que não?"
"Porque todos nos EUA pensarão que é um faroeste".
O que se pode fazer?
Ele está desistindo de pegar Simon.
Ele enviou o anjo da morte para pegá-lo.
E nós?
Ele quer entrar no círculo.
Se quisermos conhecer seu rosto.
Ele não pode pegá-lo.
Acho que não.
Acho que não têm idéia...
de quem seja esta senhora.
Vou lhes dizer quem ela é.
Seu nome... Maria Rasputin.
A filha de Rasputin.
Quando me disseram que ela queria me conhecer...
pensei: "Tomara que ela não tenha visto o filme".
Mas fui até lá, nos conhecemos...
ela falou comigo em russo...
e respondi em russo, o melhor que pude...
de repente falou em inglês, olhou para mim e disse...
"Sabe, você se parece com ele."
Fiquei atônito, como podem imaginar...
e disse: "Lamento senhora, seu pai era mais baixo...
e tinha olhos azuis Era famoso pelos olhos".
Ela disse: "Não, não, falo da expressão".
Só sei que tenho esse poder.
Sempre tive.
Sinto-o queimando dentro de mim, me dirigindo.
está dentro de mim.
Em minhas mãos.
E aviso a todos vocês...
que eu Gregori Rasputin pretendo usá-lo.
Vamos falar sobre Rasputin relacionado a mim.
De onde veio esse poder?
como ele o usou?
Por que foi esse tipo de pessoa?
Quais as influências que sofreu?
Tudo foi autenticado através dos anos.
Eis um homem que entrou para o monastério...
como noviço e que foi expulso...
devido a problemas sexuais.
Fez algo que não devia...
Era um grande mulherengo. Sem dúvida.
E um bebedor compulsivo.
Ele antagonizou as fraternidades religiosas na Rússia...
devido a seu poder...
Queria tê-lo.
Também antagonizou o poder político e militar...
pois através da czarina e através dela o czar...
ele governava a Rússia. Sem dúvida.
Ele realmente governava a Rússia.
Ele tinha esse poder que nunca foi explicado.
Ele escreveu uma carta...
para a família real...
mais ou menos nesses termos...
"Se algo acontecer a mim...
será o fim da dinastia Romano?" .
Bem, algo aconteceu a ele e a dinastia Romanof...
sucumbiu logo depois.
Cuidado!
l, The Monster... entre aspas.
Um título chamativo, um título bizarro...
e um filme muito estranho.
Eu me aproxime¡ anos atrás...
do falecido Milton Subotsky...
que era produtor de 2 filmes que eu tinha feito...
"A Casa que Pingava Sangue" "As Profecias do Dr. Terror"...
e "I, Monster"
E eu disse: "Não é um título estranho?"
I Ele disse: O que tem? E "O Médico e o Monstro".
Eu disse: Por que não chamou de "O Médico e o Monstro"?
Ele disse: Não, vamos chamá-lo de "l, Monster".
Acho que é um título muito peculiar.
Mas se é o quer, você é o produtor.
Esse foi o título e ainda é.
Mas é a história de "O Médico e o Monstro".
Tendo mostrado os fatos...
um estranho elemento envolvido no filme, mais de um...
é um ótimo filme...
e em muitos pontos mais fiel à história de Stevenson...
do que outras versões...
Quando Jekyll se torna Hyde...
ele não se transforma em algo como um réptil ou símio.
Ele se torna mais degenerado, mais decaído...
mais revoltante, mais cruel...
mas continua a ser um ser humano.
O que achei confuso...
foi que invés de interpretar Jekyll e Hyde...
interprete¡ Dr. Marlow...
e o Sr. Blake.
Certo, mudanças de nomes...
mas todos os outros nomes...
dos atores e atrizes no filme...
eram os nomes corretos da história de Robert L. Stevenson.
Havia Utterson, havia Lanyon e assim por diante.
O único personagem...
que não tinha o nome correto...
era o personagem principal.
Não pude aguentar isso.
Para mim era inexplicável.
E será uma surpresa para vocês...
se lerem a história de Stevenson...
que não é muito longa...
não há uma descrição física do rosto...
do Sr. Hyde em qualquer lugar.
Talvez não acreditem em mim. Então, leiam.
Isto é uma cópia...
de uma arma muito famosa. Famosa no Oeste.
A velha peça Colt.
Fiz uma arma assim...
uma mais complicada...
uma arma mais letal...
para um filme chamado "Hannie Caulder"...
que foi meu primeiro faroeste, não o último...
que foi feito em 1970, com Raquel e Robert Culp.
Um trio do Mal que não se podia suportar.
Ernest Borgnine, Jack Elam...
e o falecido Strother Martin.
Foi uma experiência ótima.
E aprendi, pois tem que aprender, é muito importante...
aprender os detalhes precisos...
de como se movimenta, de como anda...
de como fala, de como olha, de como atira.
Como atira com o revólver, com a carabina...
como você faz para ter credibilidade na tela.
Pois há muitos peritos...
e há a história...
então tem que fazer direito.
Se fizer errado parecerá falso...
É como usar roupa do século 17 e usar um relógio de pulso.
É o mesmo com o faroeste. Tem um estilo específico...
de como interpretar.
Interpretei um atirador inglês...
que devia ser um pistoleiro que tinha se aposentado...
e se tornou um armeiro...
e Robert Culp traz Raquel Welch para mim...
em minha casinha de praia, com minha família...
e me pede para fazer uma arma para ela.
E eu faço.
Tenho sempre as armas desmontadas...
acho que a morte não tem atrativos.
Significa uma coisa podre e ruim.
Mas faço com estilo.
como atira?
Como mágica, para que não ponha o dedo no cão.
Falou-se muita bobagem sobre como usar uma arma.
Com uma arma como esta você não pode puxar o gatilho.
Porque não se ativa automaticamente.
Está com ela no coldre, aqui, vamos dizer...
Pode estar com ela no cinto, ao seu lado...
ou onde quiser.
Mas quando pega uma arma...
coloca esses 3 dedos aqui...
coloca o dedo no gatilho...
e quando a traz para cima, está armada.
Senão não pode atirar.
O filme termina em um grande tiroteio...
com os bandidos.
E foi ótimo. Usei uma carabina.
Acho que era uma Winchester, não lembro.
Mas era muito curta. Acha que é longa...
mas é bem curta.
O Prof. Moriarty, o adversário imortal de Sherlock Holmes...
era, sem dúvida, o Napoleão do crime.
Havia outro...
que veio do Leste.
Um gênio Oriental.
Com poderes diabólicos.
E igualmente imbatível.
Seu nome...
Doutor Fu Manchu.
Se o desastre deve ser evitado...
insisto na total cooperação.
Não darei mais avisos.
A menos que eles sustentam os poderes...
e se preparem para cumprir minhas exigências...
daqui a 14 dias...
eu atacarei.
Tente¡ interpretar esse personagem...
como um guerreiro de grande intelecto...
grande dignidade...
grande engenhosidade.
Tive que ter cuidado. Não pode ofender as pessoas ao atuar.
Um personagem com outro histórico.
Acho que não ofendi. Até onde sei.
Mas foi a maquiagem mais pesada que um ator pode usar.
Quando discuti esse filme em Hong Kong...
no que eles chamaram de lado de Hong Kong...
no Hotel Hilton...
tive que ir ao ferryboat...
que todos que vão a Hong Kong conhecem...
pois ainda opera ininterruptamente.
E você atravessa de Hong Kong para Kaolum.
Filmávamos em Kaolum...
mas tinha que me preparar em Hong Kong.
Entrava no ferryboat com minhas roupas normais...
óculos escuros para disfarçar a maquiagem do personagem...
e um bigode que ia até aqui...
e, claro, minha pele amarela...
no meu rosto.
E no primeiro dia notei, tinha consciência disso...
notei que todos no ferryboat me encaravam.
Enfim, um chinês muito educado veio até mim e disse...
"com licença, senhor...
estávamos olhando e imaginando por que usa esse bigode antigo."
Antes de ter a chance de dizer que eu era ator...
que estava filmando no estúdio...
Ele falou: "Posso perguntar sobre seus ancestrais?"
Eu disse: "Na verdade sou de Londres...
e tudo é maquiagem". Eu estava de óculos...
nem ousava tirá-los.
Este é um bigode convencional de mandarim.
Não tenho ancestrais orientais.
"Qual o seu nome, senhor?"
Eu disse:
"Meu nome? Meu nome é Lee".
Ele disse: "Ah, chinês".
Meu objetivo é vingança.
O que significa, a morte.
Morte?
Morte aos inimigos.
Pretendo destruir todos que causam medo.
Aqueles que usam a luta contra o crime como negócio.
Isso é impossível.
Neste momento, a 16 mil quilômetros daqui...
minha vingança está prestes a começar.
Esqueci de mencionar algo interessante...
se relaciona a Nova York.
Após a estréia do primeiro filme, cerca de 1966...
houve eleição para prefeito em Nova York...
e eu fui enviado e mostraram fotos minhas...
nos pôsteres do metrô de Nova York...
em branco-e-preto, como Fu Manchu...
de mão levantada, com a proteção no dedinho...
e embaixo estava escrito...
Para Prefeito Fu Manchu.
E acho que recebi alguns votos.
O mundo ouvirá falar de mim de novo.
Esta é uma foto de uma pintura...
de uma ¡ovem muito bonita...
que aos 16 ou 17 anos deixou Londres...
e foi com seu pai, que era cocheiro em Brixton...
para a Tasmânia...
por causa da sua saúde. Naquela época...
era como ir até a lua.
Esta é uma foto da mesma moça...
na meia-idade e talvez quase no fim da vida.
Um rosto muito forte. Grande personalidade.
Esta é uma foto de 3 das suas 5 filhas.
Ela só teve 2 filhos.
Esta é a minha bisavó.
Mary Burgees.
Ela foi para a Tasmânia, como já disse...
onde conheceu meu bisavô...
que era o chefe da família na Itália...
que também foi para a Tasmânia por problemas de saúde.
Ele estava no regimento do czar húngaro...
que tinha problemas com a Áustria...
que dominavam a Itália na época.
Ele deve ter tido problemas políticos...
com as forças ocupacionais austríacas...
mas segundo minha bisavó foi problema com as moças...
acho que ele apreciava muito as moças...
e as moças gostavam muito dele.
Ele partiu às pressas, não tenho fotos dele...
e pouco se sabe dele a não ser que acabou na Tasmânia.
Uma longa viagem...
onde ele conheceu minha bisavó, Mary Burgees...
casou-se com ela...
quando ela tinha 17 anos.
Ela era ótima cantora de ópera. Era chamada de rouxinol da Tasmânia.
E cantava todas as famosas árias italianas.
Ela também tinha uma academia de dança...
e soube que meu bisavô também dançava.
como isso aconteceu, não sei. Mas ele era rápido com os pés.
As cinco filhas também foram cantoras de ópera.
Neste rosto se vê grande personalidade e força.
Esta mulher, minha bisavó...
que era a marquesa Carandini...
e se tornou Madame Carandini por ser cantora de ópera...
colocou suas lindas filhas em carruagens...
e foi para as minas de Balarate e Bendigo na Austrália...
e cantou ópera para os mineiros em meados do século 19...
talvez um pouco mais tarde.
com 5 garotas lindas numa carruagem...
ela deve ter sido uma mulher notável.
e acho que ninguém teve a coragem...
de pedir um encontro com elas.
Quando eu era pequeno...
eu tive notícias de pelo menos 3 delas...
quando já estavam perto dos 90 anos...
e ainda eram muito bonitas.
Alguns anos atrás...
eu também fui a Austrália...
por um motivo diferente...
para fazer um filme. Nunca tinha ido lá.
Eu fiz um filme, "The Return of Captain lnvincible".
O capitão era Alan Arkin, um dos melhores atores que vi...
uma ótima pessoa, um dos grandes talentos.
Quando ele atuava eu nunca interferia.
Mas ele tinha um fraco pela garrafa, no filme.
Eu era seu adversário, Capitão Evil Midnight...
ou Sr. Evil Midnight, um fascista, claro.
E eu tentava o Capitão lnvincible no filme...
com sua fraqueza...
a garrafa...
B numa cena...
ele me segue até meu esconderijo...
e sei que só vou me livrar dele e conseguir fugir...
se jogar com sua fraqueza.
Então, ao estalar de dedos surge um imenso bar...
lotado de bebidas.
E aparecem lindas moças com coquetéis.
E fazemos uma canção chamada "Name Your Poison".
Escrita para o filme por Richard Hartley e Richard O'Brien.
Mais conhecidos como compositores do "Rock Horror Show".
Nesse número, que acho ótimo...
um amigo meu...
eu estou me referindo à letra e à música...
nesse número mencionamos de 30 a 36 drinques...
e eu cantei na forma de ópera, de balada country...
de rock, pop...
espero que ela me aprove.
Como podem ver isto é um turbante.
Um turbante indiano.
E minha ligação com ele...
vem de uma minissérie para a TV chamada "Far Pavilions"...
de um livro muito famoso.
Muito famoso, baseado numa história verdadeira...
escrita por Mollie Kaye cujo marido estava no Guides.
Então há muitos fatos nas história do Far Pavilions...
e impressiona pois combina a velha India com a britânica...
a Índia principesca...
com o exército britânico.
Minhas lembranças dessa série...
v6em muito do coração.
Eu interpretava um príncipe indiano...
Kaka-y¡ Ran...
um homem muito digno, culto, charmoso...
simpático, compreensivo...
com um caráter nobre...
baseado numa pessoa.
E era meu dever ver que duas garotas...
fossem levadas através da India...
para que uma delas se casasse com o marajá Ohana.
E de tempos em tempos dizia: Não, não é assim.
Não, não está igual.
Tinha que ter muito cuidado...
com o meu sotaque.
Não queria parecer uma imitação de Peter Sellers.
Porque poderia ser ofensivo aos indianos.
Então pedi para os atores indianos...
"Por favor, digam se eu fizer algo errado...
com meu corpo, com minhas mãos, minhas pernas...
se o modo como falo soar uma caricatura para vocês...
por favor me digam...
E eles disseram: "Sim, claro. Sem problema".
O primeiro dia foi algo como tirado de Kipling.
Todos os atores indianos eram mais britânicos do que nós.
Usavam gíria britânica da ll Guerra.
Diziam: "Isso não é supimpa?
Nossa, que dia formidável". Esse tipo de coisa.
Achei isso muito divertido.
Isso no primeiro dia.
No fim do dia...
todos estavam muito cansados, estava escurecendo...
o fotógrafo Jack Cardiff famoso no mundo do cinema...
disse que não dava mais para filmar...
e os cavalos estavam com frio, cansados, exaustos...
e de repente um deles veio...
e esse ator, do qual não lembro o nome...
que falava como saído de Kipling ou de P.G. Woodhouse...
que muitas vezes usava essas gírias antigas britânicas...
ele gritou e me chamou: Sr. Lee, Sr. Lee...
meu cavalo está querendo "sassaricar".
O que foi engraçado.
Coisas assim acontecem em filmes.
Tenho sua permissão para partir?
Esqueceu-se? Hoje é o último dia das festividades do casamento.
À noite as noivas irão para as casas dos maridos.
Tenho que testemunhar isso também?
Devo pedir que o faça.
Só da¡ estará liberado de seu serviço.
Acho que não é exagero dizer...
que o programa de mais sucesso na TV americana...
nos íntimos 30 anos...
sem dúvida é Saturday Night Live.
Em 1978...
meu agente me disse...
"Já assistiu ao Saturday Night Live?"
Falei que não.
E ele: "É o maior programa da TV nos EUA".
Falei: "Entendo". E ele: Eles o querem no programa.
Então eu fui para Nova York, fui recebido no aeroporto...
e fui levado para o estúdio.
Entrei numa sala...
e o elenco todo estava sentado...
com o produtor, e o produtor associado...
e cerca de uns 500 redatores.
Eles perguntaram se eu tinha material...
disse que sim. "Quer repassar agora?"
Eram 22hs, tinha acabado de chegar a Nova York.
Eu disse: "Claro". Começamos a gravar...
e tinha uns rostos me encarando quando entrei.
Pensei: "Isso vai ser uma grande experiência".
E com certeza foi.
E fizemos os esquetes, e lemos...
colocamos no show e relemos.
Num certo ponto, não me lembro onde...
eu disse algo ou fiz algo, lendo...
e todos tiram...
Pensei: "Que bom.
Parece que estão gostando".
Foi um esquete que ninguém esqueceu.
Nem vai esquecer.
Recentemente eu estava em Nova York...
falando com Lorne Michaels que era o produtor e ainda é...
e ele disse: As pessoas ainda falam daquele show e do esquete.
E...
aquele esquete envolve este implemento.
Deus abençoe mamãe e papai e Bershwin e Terry...
e meu cachorrinho Tip, que morreu.
- Amém. - Muito bem Penny.
Ei, quem é você? O que faz no meu quarto?
Lamento sobre Tip e vim me desculpar.
Foi o homem que fez Tip morrer?
Mais ou menos.
Tip estava na minha lista.
Que lista? O que está dizendo?
Não fique zangada. Todos os dias recebo uma lista de vivos...
e tenho que terminá-la.
Não é o melhor trabalho do mundo mas dá para viver.
E agora, se me permitem, não serei modesto.
Tem uma coisa...
de que gosto muito.
E veio daquele show.
Uma foto de John Belushi e eu.
E como dedicatória está escrito...
Para Chris. Você é o melhor. John Belushi. O segundo melhor.
O que é isto?
Um pedaço de madeira comum.
Sim, é um pedaço de madeira...
mas está longe de ser comum.
Este é o último pedaço, até onde sei...
do "O Homem de Palha".
O homem de palha em tamanho natural.
Foi em 1972...
nós o queimamos junto com O Sgt. Howie, da polícia escocesa...
feito por Edward Woodward.
Fizemos esse filme em outubro ou novembro de 1972...
e seria lançado no início do ano...
isso é importante para a história...
quem viu o filme sabe do que estou falando.
O sargento vai à ilha em busca de uma garota desaparecida...
e é sacrificado pela comunidade da ilha...
que são pagãos, liderados por mim...
o senhor da ilha, Lorde Summerisle...
para que a colheita fosse melhor no ano seguinte.
Um hábito de séculos atrás.
Eu acho e já disse isso...
foi o melhor filme em que atuei...
foi o melhor papel que tive...
e se posso julgar, foi minha melhor atuação.
Mas há uma boa razão. O papel foi escrito para mim.
Isso não acontece com frequência.
E o roteirista foi o excelente Anthony Shaffer.
É um filme do qual tenho ótimas lembranças.
Mas a coisa mais misteriosa e sinistra...
sobre "O Homem de Palha" não é sobre o filme...
mas o que aconteceu depois.
Lembro bem quando vi o filme pela primeira vez.
Pouco antes de ser lançado.
Notei que havia muitas coisas faltando.
Nada a ver comigo mas com o filme.
Talvez melhorasse cortando umas coisas e colocando outras.
Falei com o diretor Robin Hardy e o produtor Peter Snell...
e o roteirista Anthony Shaffer...
e falei, isso está faltando, podíamos colocar aquilo...
Ele disse: Talvez, mas terminamos o filme...
o som, a mixagem, a dublagem, a música...
talvez não seja possível.
Mas daremos uma olhada no material...
que não usamos.
O único modo era ver o negativo.
Daquele dia até hoje..
Já faz mais de 20 anos...
os negativos nunca foram achados.
Nunca vi uma coisa dessas.
Eles sumiram.
Mas eles estão nus!
Claro, é mais perigoso pular sobre o fogo com roupas.
Que tipo de religião podem aprender...
pulando sobre fogueiras?
Partenogênese.
o que?
0 que o Sr. Darwin classificaria como...
reprodução sem união ***.
Atuar não é só sonhar.
Atuar também tem a ver com lembranças.
Lembranças dos filmes que fez...
lembranças dos personagens que interpretou...
e tenho boas lembranças...
dos filmes e dos personagens que fiz.
Mas o mais importante para mim...
não é só a lembrança dos filmes em que atuei...
e dos meus personagens...
mas a lembrança de duas pessoas em particular...
não só colegas da profissão, nem amigos pessoais...
mais do que isso.
Aqui está o primeiro.
Não sei sobre o que estávamos conversando.
Provavelmente devíamos estar falando sobre Frajola...
porque nós dois adorávamos esses filmes.
Mas aqui é o set de "A Górgona" em 1965.
Eu não estava vestido a caráter.
Peter, nem preciso dizer seu sobrenome...
Peter estava caracterizado, como podem ver.
Esta foto é do outro.
E também não preciso dizer seu sobrenome.
Simplesmente Vincent.
Eu acho que esse foi nosso primeiro filme juntos.
Eu estava meio caracterizado.
Também não sei o que dizíamos.
Não tinha nada a ver com o jogo de xadrez.
Com certeza eu disse que não conhecia o jogo.
E Vincent, que sabia tudo sobre tudo...
devia ser um mestre, não me surpreenderia.
Ambos eram grandes mestres dessa arte...
e mais importante...
e eram mestres como seres humanos.
Pessoas maravilhosas, atores maravilhosos...
e amigos muito queridos e sinto muito a falta deles.