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Irmãos vamos reflectir outra vez sobre a Misericórdia de Jesus
Alguém perguntará:
Há algum impedimento ao perdão de Deus?
- O que pode então impedir o perdão de Deus de atingir o homem?
É a obstinação no mal, conhecido enquanto mal contra Deus,
contra os homens e contra si mesmo.
Há quem recuse e abuse do perdão de Deus até ao último momento da sua vida,
impedindo assim a Deus, de lhe lançar a tábua de salvação.
Alguém perguntará:.
- Mas há também um limite de tempo?
Sim, há uma condição:
o tempo do perdão de Deus é reservado só a esta vida e neste mundo.
Isso pode ser fatal para aqueles que esperam
até o mais tarde possível em reparar o mal,
pois Jesus avisa-os com piedade, mas claramente:
"se não fizerdes penitência, perecereis todos".
Portanto: a todos os arrependidos que fazem penitência,
que se arrependem portanto,
é sempre concedido o perdão. Sempre!
"vigiai", na hora em que menos pensais,
virá o filho do homem, digo-vos ainda: “vigiai”.
E diz ainda o livro do Apocalipse:
Bem-aventurados os que invocam com amor e desejo sincero:
"Vem, Senhor Jesus" - Maranathá!
Vem, e ele virá com a sua misericórdia.
Um outro assunto ligado a tudo isto é este:
“Convertei-vos e fazei penitência, pois o Reino de Deus já chegou”
- Que quer dizer converter-se?
Converter-se é libertar-se do pecado, orientar-se para Cristo
e segui-lo em toda a Sua mensagem e em toda a Sua Vontade,
com fé, esperança e amor total a Deus e ao próximo.
Alguém perguntará:
- Então o que é o pecado?
O pecado, é negar o amor a Deus, dizendo como Satanás:
“Não Te servirei”.
É negar a Mensagem de Deus, o Evangelho de Cristo,
a Lei e os Mandamentos e o primeiro de todos:
“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus nos amou”.
O pecado é a escravidão de Satanás e das suas leis de pecado,
é desprezar a salvação de Jesus Cristo Salvador,
que deu a Sua vida por todos os homens.
O Pecado é também ofender e negar Deus com pequenos desprezos,
é pecado porque a repetição de tais negligências
é provocar pouco a pouco o esquecimento da Luz e entrar nas trevas,
que causa a morte da alma e a perda de Deus.
O pecado é o que mata a alma do baptizado que é tão horrível,
depois da alma ter recebido tantas graças: o Baptismo, a Fé,
a Filiação divina e a herança do Céu, o Pão do Céu como Alimento.
É desprezar o Sangue, os sofrimentos, as chagas,
a horrível crucifixão e morte de Jesus por nós
e o Seu perdão, no momento da morte.
O pecado prefere Satanás a Deus,
a escravidão do demónio à liberdade de filhos de Deus,
o inferno ao Paraíso, o ódio ao amor de Cristo,
a perdição à salvação, as trevas eternas à luz
e à vida de Cristo e dos Seus anjos e santos, eternamente no Céu.
- O que é arrepender-se?
Arrepender-se é deixarmos morrer o homem velho
e ressurgirmos para o Homem Novo que é Cristo.
É renunciarmos à tristeza que é efeito do pecado
e entristecermo-nos com Cristo pelas ruínas do pecado.
Esta é a tristeza que salva; a do pecado é a tristeza que leva para a morte.
Arrepender-se é começar a implorar o perdão e a detestar o mal;
é arrebentar com as correntes do pecado, com as correntes da sua tirania.
Não é só detestar o mal,
mas é sentir dor por ter desprezado o amor de Deus,
é tomar um propósito firme de nunca mais O ofender, e, ainda,
é estar dispostos a fazer obras de penitência segundo a orientação da Sua Igreja.
Arrepender-se é crer que Deus nos ama sempre,
que nos abraça, que aceita o nosso regresso e o nosso renovado amor.
Por isso, arrepender-se é renovar as promessas do Baptismo,
é tornar-se filhos da luz, é caminhar com a Igreja, isto é, com Cristo.
Arrepender-se é confessar a Deus as próprias culpas e ao Sacerdote,
porque esta é a Vontade de Jesus.
Arrepender-se é honrar e obedecer a Deus,
é preferir a Sua Vontade ao nosso egoísmo, a nossa vontade,
é reconhecer que a Sua Lei é Santa,
é querer ser santos porque Ele é santo,
é querer ser misericordioso como Jesus e ser amor vivo como o Espírito Santo;
é comungar o Corpo de Cristo, transformando-nos em imagem de Cristo,
caminhando com Cristo Eucarístico.
Arrepender-se é revestirmo-nos de Cristo, cheios de obras santas e,
assim, chegar com Cristo à casa do Pai, semelhantes a Cristo,
à estatura de Cristo, para o amplexo eterno de Deus.
Verdadeiramente, o Senhor, Jesus é o salvador do impossível.
Meus irmãos, quero terminar com um escrito de um escritor ignoto.
Como é o abraço de Deus a um pecador?
"Deus tanto amou o mundo que lhe deu o Seu Filho único".
É um Pai que nunca se escandaliza; não é intransigente, não guarda rancor.
É um Pai que está sempre diante de nós, ao nosso lado e atrás de nós,
para nos guardar, para nos guiar, para nos salvar.
Ele nunca faz perguntas; nunca humilha; não grita, não censura; não julga nunca.
Quando Lhe falo sinto que compreende logo tudo.
É o Criador, é o Senhor!
É Pai que entrou na minha vida em "bicos de pé",
com uma delicadeza que parece timidez, com uma dignidade de Senhor delicado,
que ainda me comove, e com um ciúme persistente,
mas não arrebatador, que quer libertar, custe o que custar.
Quando me fez entrar na vida da graça,
então senti que tudo fazia para que não me sentisse
envergonhado do meu passado.
Parecia-me perder tempo o lamentar-me dos pecados cometidos.
Ele só repetia: duas palavras: "Ama-me, ama-me e deixa-Me amar-te"!
Meus irmãos, invoquemos a Jesus: Jesus, primeiro missionário,
do amor misericordioso do Pai, tende piedade de nós.
Ámen irmãos, Ámen.