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Obrigado Ricardo, é um prazer genuíno estar aqui.
Tenho lecionado por 20 anos nos EUA, e nos últimos três anos em todo o mundo.
Como o Ricardo mostrou, leciono agora todo ano na Espanha.
Ensino princípios da democracia, de governo representativo, como construir uma
organização política que ganhe e como construir riqueza em candidatos de forma
que possam se comunicar melhor, e se tornem indivíduos que possam se conectar
com o público e ganhem qualquer situação relacionada a comunicação
em que estiverem envolvidos. O que vocês estão fazendo aqui é o que tentei fazer
e fiz nos últimos oito anos em Harvard, na Kennedy School.
Nós não construímos políticos. O mundo está cheio de políticos. Nós construímos líderes.
Pensem nisso. Muitos de vocês aqui são candidatos. Eu não sei se liderança
é uma característica com o qual nascemos, mas eu acredito que podemos construí-la,
que podemos dar as ferramentas para que se tornem líderes e façam uma marca.
Um dia minha irmã mais velha, Mary, disse: “Mãe, quero ir pra faculdade.”
Minha mãe disse: “Desculpa, eu não devia ter escondido isso de vocês,
mas nos somos pobres. Eu tentei esconder. Alimentei vocês todos os dias, dei roupa
mas eu não guardei dinheiro, não tenho dinheiro para te mandar para a faculdade."
e Mary: "Não mãe, não falei que vou pra faculdade porque quero dinheiro.
Te disse isso porque quero que você fique orgulhosa. O governo nos EUA oferecem
bolsas e empréstimos, eu posso conseguir. Eu posso ir para a faculdade."
Minha mãe ficou surpresa, era uma pessoa muito apolítica.
Ela pensou: “O governo faz isso pelas crianças? Eu não sabia.” Bom, adiantando a história,
todos os seus oito filhos, incluindo eu, que fiz 10 anos de faculdade, foram para a faculdade
e não pediram um centavo para minha mãe, porque ela não tinha. Ela também nos contou
a história, quando éramos mais velhos. Depois que meu pai morreu,
o governo mandou para ela um cheque da previdência social. Ela viu o cheque
e achou que eles tinham cometido um erro. Ligou para a administração
da previdência social e disse: Eu recebi esse cheque mas acho que vocês se enganaram.
Não sei por que eu o recebi.” E lhe falaram: “O seu marido pagou a previdência social
durante todo o período que trabalhou, você é a dona desse dinheiro,
use para criar seus oito filhos.” Minha mãe achou que o governo era algo muito bom,
que podia criar oportunidade para as pessoas e dar as condições para elevá-las.
É por isso e para isso que vocês estão aqui. Não estão aqui porque são políticos.
Políticos olham para a próxima eleição. Líderes olham para a próxima geração.
Líderes olham e pensam: “Como posso liderar um Brasil melhor?”
Minha mãe, depois dessas histórias, nos dizia: “A vida vai jogar muitas coisas problemáticas
em vocês, pode ser doença, divórcio, falência. Haverá muita dor de cabeça na vida.
Mas nenhuma dessas dores será pior que essa única coisa,
essa coisa é a pior que pode acontecer a vocês. Dízimos: “Que coisa? O que pode ser pior?
Doença, morte na família. Já perdemos nosso pai, já houve falência, tudo isso
já foi tão horrível, o que pode ser pior?” Ela disse: "No último dia que você respirar nesse planeta,
no último dia que você colocar a cabeça no travesseiro e pensar na sua vida,
na noite da sua morte, não olhe pra trás e diga que você deixou mais na terra
do que você tirou. Você tem uma chance.” Ela era muito religiosa, acreditava
que existia vida apos a morte. Dizia: “Eu acredito porque tenho fé, mas eu não sei.”
Essa pode ser a sua única chance, de construir um mundo melhor. Não olhe pra trás e diga:
“Ai meu deus, estou morrendo essa noite e desperdicei minha vida. Eu não assumi
riscos. Virei um político ao invés de um líder. Virei um político e pensei em como me reeleger,
ao invés de dizer ‘Eu tenho que ser um líder, eu tenho que deixar mais do que eu tirei da terra’.”
Vocês vivem com esse mantra e vocês serão líderes. Então, o que eu ensinarei hoje
são duas coisas: Como criar uma organização melhor para ajudar vocês a serem eleitos,
como criar uma organização que pode superar a corrupção, como eu posso ser
ético e ainda ser eleito. Vou te contar um segredo, nessa nova era da mídia social,
do E-mail, Twitter, Facebook, é mais fácil ir direto ao público.
Não é necessário me vender como eu teria feito em gerações passadas.
Nós estamos no amanhecer de uma nova era na política. Eu acredito que essa conferência,
e vocês também têm que acreditar nisso, pode mandar o próximo líder mundial,
da próxima geração, dizer: faça como o Brasil faz. Combatemos a corrupção, somos éticos,
podemos fazer isso. Não precisamos dos recursos que antes precisávamos.
Começa em algum lugar, e de novo digo, não preciso de 300 pessoas, espero que consiga,
espero que todos aqui digam: esse sou eu. Se um de vocês falar isso e fizer isso, o Brasil
e o mundo serão lugares melhores. E o mundo olhará para o Brasil
como um pontinho de esperança. Isso pode acontecer aqui tal como em qualquer lugar no mundo.
Então as duas coisas que eu quero falar são: Como ajudamos a construir organizações,
que são professionais e que permitam que vocês tenham controle
das suas próprias campanhas. Não interesses especiais, não preciso me vender para ninguém.
Vocês podem fazer isso, vamos tentar mostrar como e dar dicas sobre isso.
A segunda coisa que tentaremos fazer hoje é mostrar como você pode criar riqueza
em você como uma pessoa. A arte da comunicação. Eu leciono dois cursos em Harvard:
“Running for Office and Managing Campaigns”, essa é a parte estrutural, de organização.
E eu também leciono um curso que chama “To be a politician”. É um nome horrível,
não escolhi o nome, porque “político” tem uma conotação negativa.
Eu queria que chamasse “Como ser um líder”. Mas nesse curso eu tento ensinar
que as pessoas não precisam ter medo de política. Ela está em todo lugar.
Sei pela minha experiência de 36 anos fazendo política nos Estados Unidos
e nos últimos 3 ou 4 anos internacionalmente. Os candidatos dizem:
“Não conheço os problemas, não sei falar em público, não sei como arrecadar
dinheiro, não posso concorrer. Eu tenho um esqueleto no meu armário,
não posso concorrer.” Uma das coisas que tentamos fazer nesses cursos
é desmistificar tudo isso. Eu falo para os estudantes: “Você não é bom orador?
Vamos te fazer um bom orador, não é difícil.” Eu tive estudantes com quem
eu fazia a seguinte atividade no começo da aula: “Cada um escreve um discurso
de três minutos. Vocês estão concorrendo à presidência do seu país.”
Eles escreviam e eu não me importava se eram bons ou ruins, mas sim se tinham feito.
“Preciso fazer muito bom para impressionar o professor.” Não. Eu não me importo
por onde vocês começam, mas sim onde terminam. Tive estudantes que nunca
haviam falado em público antes, morriam de medo. E no final do curso diziam:
“Meu deus, obrigado. Isso não é nada. É fácil.” É fácil sim. Você não faz para você,
serviços públicos não são para aqueles que servem, mas sim para aqueles
que serão servidos. Vocês fazem isso por eles, não por vocês.
É preciso construir uma organização de campanha que possa ganhar.
Aliás, é disso que se trata tudo isso. Eles não dão a faixa para políticos que
ficaram em segundo lugar, não há prêmio. O segundo lugar te define
como um perdedor, ok? É preciso ganhar. Então, o problema normal em ganhar
um campanha é: você não tem uma boa organização. Primeiro, e mais importante,
você não construiu uma boa organização. A primeira coisa que os candidatos
perguntam quando vão em diferentes comitês no Brasil, ou no mundo, é:
“Onde arranjo uma boa equipe? Você poderia pensar: “Onde eu consigo
um cheque, dinheiro?” Mas não. É onde eu consigo equipe.
Como pode ser tão difícil achar boas equipes para suas campanhas?
É que não há muita gente que faz isso. Com todo o respeito,
a maioria das equipes são jovens, não fizeram muitas campanhas,
não sabem como fazer. Muitas vezes, você está colocando a sua carreira,
nas mãos de um jovem de 20 e poucos anos, que não fez nenhuma campanha,
mas você faz isso porque não pensou que tinha que construir
uma organização profissional. Você precisa. Ok, vou passar rápido por isso:
Onde se consegue uma equipe? Para a maioria de vocês, candidatos,
é entre famílias e amigos. Qual o problema disso?
Eu estou participando da campanha da Gladys, por exemplo, e seu irmão, Tony,
diz: "Contrate meu filho. Jack é o cara mais inteligente do mundo."
E a Gladys pensa: “Ai meu deus, vou ter que contratar meu sobrinho.
Não contrate, porque é família. Isso não quer dizer que a família não pode ser
uma boa equipe. Mas há outro problema comum com família.
Eu contrato meu filho para gerir minha campanha, e alguém da organização fala
que eu fiz um discurso ruim e meu filho quer me defender:
“Papai não pode fazer nada errado.” Sim, seu pai pode errar, e isso muitas vezes
é algo difícil para a família admitir muitas vezes. Então, fique atento.
E empregados de outras empresas do candidato? Eles podem ser bons,
têm que ser leais ao gerente da campanha. Então, procure pessoas profissionais,
dispostas a trabalhar duro, que estão te apoiando, que estejam olhando por você.
Uma vez eu estava em uma reunião com o senador, com Bob Kerrey, de Nebraska,
senador Daschle, de Dakota do Sul, senador Moynihan, de Nova York.
Eu estava trabalhando para o senador Bob Kerrey e ele fez uma pergunta.
Antes de tudo, ele fez uma afirmação, ele queria votar desta forma em uma lei e eu disse:
“Com todo o respeito, Bob, isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi.”
Bob e eu entramos em uma pequena discussão. Bob disse:
“Espere um momento, Steve, isto é porque eu acho que eu devo fazer isso”.
Eu disse: “Bob, isto é estúpido. Vai te matar politicamente. Não faça isso”.
E tivemos essa pequena batalha. Enquanto estávamos saindo do escritório,
uma integrante da equipe do senador Daschle se virou para mim e disse:
“Como você pode falar com o seu senador dessa forma?”
Ela falou: “Se eu falasse com o meu senador desta maneira, eu seria demitida.”
Eu respondi: “Se eu não tivesse falado com o meu senador desta forma, eu teria sido demitido.”
Eu fui contratado também porque ele sabia que eu o defenderia. Ele sabia que caso perdesse o rumo,
mesmo se eu não concordasse com ele, eu seria honesto. Vocês precisam de pessoas que sejam honestas.
Vocês são candidatos, já estão em um pedestal. Não comecem a acreditar no próprio
clipping de imprensa de vocês. Vocês não são tão bons assim. Normalmente, qual é a primeira
pessoa que você tem que contratar? O seu coordenador. O seu coordenador precisa assumir
a responsabilidade de toda a operação. Ele ou ela é a pessoa que inclusive vai olhar
nos seus olhos e dizer: “Isso é não é bom, não faça. Isso é o porquê estamos fazendo isso.
Isso é o que você deveria fazer”. Eles são pessoas que têm conhecimento
e familiaridade com campanhas. Eles sabem lidar com as pessoas,
e possuem boa comunicação e habilidades. Normalmente, eles são o primeiro que você contrata.
Eles devem ser adultos, ter experiência, ser confiantes e bons comunicadores.
Eles precisam estar dispostos a te afrontar. Certa vez, eu estava fazendo uma consultoria
para uma campanha, nós entrevistamos um jovem, um cara legal, inteligente,
para ser o nosso coordenador. Durante toda a entrevista, toda a vez que o candidato dizia algo,
ele respondia: “Sim, senhor. Isso é incrível. Sim, senhor. Essa é uma boa ideia.”
Quando terminamos, o candidato me disse: “Eu realmente gostei dele. Eu achei que ele foi muito bem."
Eu respondi: “Eu o odiei!” Ele perguntou por que, e eu respondi:
“Porque para tudo o que você dizia, ele falava: ‘Meu Deus, você é tão inteligente, é tão bom.”
Eu disse: “Nós não vamos contratar um homem que só diz sim."
Vocês precisam de alguém que os enfrente. Você quer alguém
que controle completamente do orçamento. O orçamento em cada país é diferente,
mas se você gasta demais ou não gastar de maneira sábia, terá problemas.
Ele garante que você fique no rumo certo.
Você é um conselheiro para os membros mais jovens da sua equipe.
Vocês terão membros das suas equipes como gerentes na campanha. Gerentes jovens fazem
coisas tolas, têm problemas. Vocês terão que dar a mão a eles.
Olhe como essa posição é importante. Alguns de vocês podem ter contratado um gerente e,
se vocês olharem as qualidades que eles precisam para ser bons gerentes
e eles não as tiverem, vocês provavelmente estão indo para a direção errada.
Esta próxima parte eu considero a mais importante. Se eu perguntar aqui para vocês,
que são candidatos, se estão seguindo um plano que vocês tenham e que esteja escrito em um papel.
Alguém? Por que não? Vocês precisam de um. Vocês querem um plano por quais razões?
Existem muitas delas. Por que você precisa de um plano? Você quer saber de cada departamento.
Qual o seu papel, você está o está seguindo, está fazendo o que deveria fazer? Você é responsável.
Eu tenho reuniões com a minha equipe, meus chefes de departamento toda semana.
No escritório de imprensa, quantos releases para a imprensa nós soltamos?
Quantos nós deveríamos ter solto? Quantas entradas em rádios nós fizemos?
Quantas entrevistas fizemos? Tudo o que você deveria fazer: departamento de pesquisa,
departamento de programação, todos os diferentes departamentos. Nós atingimos os nossos objetivos?
No plano que se deve seguir, quando vocês decidem concorrer, farão considerações
sobre por que fazer isso. Parem de pensar quais são elas. Por que vocês estão concorrendo?
Se vocês acham que estão concorrendo por vocês mesmos, não serão candidatos muito bons.
Se você disser que as razões pelas quais você está concorrendo são: “Eu acho que na minha cidade
muitas pessoas estão sofrendo, muitas passam fome, muitas não têm moradia”,
agora você está concorrendo pelo motivo correto. Agora você terá um bom motivo.
Certa vez veio um candidato de Nebrasca. Ele ia para McCook, uma pequena cidade em Nebrasca.
Ele entrou no escritório e disse: “Eu vi na programação que eu vou para McCook”.
Eu disse que sim. Ele disse: “Fale-me sobre McCook.” Eu perguntei o que ele queria saber,
e ele disse: “Somente me conte sobre.” Eu só sabia que era uma cidade pequena, e ele disse:
“É só isso que você sabe? É só isso que eu sei. Não sei nada sobre isso e estou indo conversar
com as pessoas, é o que eu faço. Eu deveria representá-las. Então ele disse: “Descubra tudo
o que puder sobre McCook, Nebrasca, e coloque no meu livro de anotação.” Um livro de anotação é um algo
que você deve ter todos os dias do candidato. Toda reunião em que você for, deve ter uma anotação:
Aqui está com quem eu estou me reunindo, porque estou me reunindo com ele,
porque é importante, aqui está quem ele representa. Vocês devem ter um livro desses com anotações
de toda a aparição pública que vocês fizerem. Nós então fomos procurar:
“Como nós vamos saber sobre McCook, Nebrasca? É só uma pequena cidade,
nós não sabemos nada sobre ela.” Bom, nos Estados Unidos existe um censo que você
pode consultar online, e nós fizemos isso. Nós descobrimos quantos idosos vivem lá,
quantas pessoas pobres, quantos desempregados, quantas mães solteiras,
quantos veteranos existem lá. Agora, com o nosso candidato ganhando,
e nós escrevemos em discurso. Ele vencendo, disse: “Hoje em McCook, Nebrasca,
existem 78 mães que precisam de creches, 78 mães que não têm creche e se preocupam
com os seus filhos todos os dias, e quando eu for a Washington, lutarei pelas 78 mães.
Hoje, em McCook, Nebrasca, existem 150 cidadãos idosos que precisam de cuidados
domiciliares e não têm. Quando eu for para Washington, eu os ajudarei a conseguir
assistência para que vocês possam ficar em casa.” E ele continuou assim.
Houve gente em McCook, Nebrasca, que disse: “Meu Deus, esse candidato sabe mais
da minha cidade do que nós sabemos”. E aquelas 78 mulheres que precisavam de creches
para as suas crianças sabiam que ele estava falando diretamente com elas. Elas sabiam quem elas eram.
Pensem sobre isso. Nós vamos falar sobre comunicação. Quando você se comunica,
geralmente se comunica com a insegurança das pessoas. Pensem sobre isso. Um político diz:
“Eu vou dar a vocês uma sociedade melhor.” O que isso significa?
Eleitores ouvem isso o tempo todo. “Eu vou dar a vocês uma melhor educação.”
Você ouve o tempo todo e não acredita. Mas imaginem um político que diz:
“Eu sei que você precisa de creche. Você terá." Porque a natureza humana diz que quando
estamos sentados na mesa da cozinha à noite, mamãe e papai, e as três crianças estão em outro quarto,
eles não sentam e dizem: “Nossa, Steve Jardin disse que nos dará um melhor governo.”
Eles sentam lá e dizem: “Eu não sei como vamos pagar a hipoteca esse mês.
Eu não sei se vamos conseguir colocar comida na mesa essa semana.”
A natureza humana nos diz que nós somos todos puxados para o comando mais baixo,
para aquilo que tememos, aquilo que nos deixa inseguro. Vamos falar sobre isso
quando falarmos de comunicação mais tarde. Vocês tocam as pessoas nas suas
maiores inseguranças, vocês as conquistam. Eu não digo isso cinicamente.
Vocês podem ser cínicos: “Eu vou dizer que vou dar creches, eu digo aquilo,
depois eu vou para Brasília ou para Washington e não vou fazer.”
Se você descobrir quais são as necessidades da sua região, se souber sobre a sua região,
você chega lá. Quase todos os políticos com quem eu já trabalhei não tinha ideia
de quem ele ou ela deveria representar. Se você fizer isso, será um mau candidato.
Escritório de imprensa. Dependendo de sua campanha, talvez você não tenha membros
da sua equipe em cada um desses, mas você vai lidar com a imprensa e como vai fazer?
Qual é o seu objetivo? O que quer fazer com a imprensa livre? Você pode ir para o rádio?
Para a televisão? Você consegue ir para o jornal? Consegue publicar cartas para o editor?
Maxizime cada oportunidade em todos os meios da forma que você
possa maximizar a sua exposição nesses meios. Isso deve estar no seu plano.
O seu coordenador deve escrever esse plano para você.
Pesquisa. Quantas pessoas fazem pesquisa nas suas campanhas? Pesquisas sobre você mesmo
e sobre os seus oponentes? Alguém? Vocês deveriam. Eu sei que em algumas culturas não é comum.
“Nós não fazemos pesquisas no nosso país.” Eu digo: “Não acredito.
Eu garanto que os seus oponentes pesquisaram sobre você.”
Olhem para as declarações públicas. Eles disseram alguma coisa estúpida?
Eles pegaram o voto de quatro anos atrás e mudaram o voto quatro anos depois?
Descubram. Pesquisa é essencial. Eu sempre digo isso aos alunos:
“Boas campanhas ganham campanhas; falta de pesquisa, perde campanhas.”
Eu não posso dizer quantas campanhas eu ganhei, que nós deveríamos ter perdido,
mas ganhamos, porque tínhamos um pedaço de pesquisa que nós pudemos trazer ao público para informá-lo.
Eu não estou falando de coisas negativas. Não estou falando de uma pesquisa sobre alguém
que usou drogas, ou que vive na farra. Estou falando de algo que pode ser informação pública.
Mitt Romney, que está concorrendo para a presidência nos Estados Unidos, está dizendo:
“Votem em mim, porque eu sou um homem de negócios que criou empregos.”
Por que Obama está seguindo Romney sobre a criação de empregos?
Vamos falar sobre isso em comunicação. Mitt Romney acredita
que a criação de empregos é a sua força. Eu acredito que, na comunicação, você ataca
o seu oponente na sua força, não na sua fraqueza. Por quê?
“Se Mitt Romney é um criador de empregos, eu não quero falar sobre empregos.”
O povo americano acha que nós precisamos de empregos agora. Se eles acreditarem
que Mitt Romney é um criador em empregos, eles votarão nele. Então, o que Barack Obama
está fazendo? Ele está dizendo: “Mitt Romney não criou empregos, e Bain Capital,
a empresa de investimentos para a qual ele trabalhou, ele, na realidade, eliminou empregos.”
Ele comprou a empresa, demitiu todo mundo, ganhou milhões e ficou tudo bem.
Se Obama vencer e convencer o eleitorado norte- americano de que Mitt Romney é uma fraude,
que ele não criou empregos, que cortou empregos, eu acredito que Mitt Romney não será eleito.
Essa é a sua força. Se vocês conseguirem minar a força dos candidatos, eles morrem.
Na realidade, seja por telefone ou com um membro da equipe batendo na porta, você faz
o que se chama pesquisa cega. Uma pesquisa cega em que não se diz:
“Olá, eu estou aqui por Steve Jarden”, você diz: “E estou aqui por uma empresa
de pesquisa de opinião e gostaríamos de fazer algumas perguntas." O que você faz é descobrir
em quem eles vão votar, se apoiam ou não o seu candidato e qual a intensidade do apoio.
Você pergunta: “Você pretende votar nas próximas eleições?”
“Sim, eu pretendo.”
“Estes são os candidatos. Você já escolheu o seu?”
“Sim, eu apoio Steve Jarden.”
“Você é um grande apoiador do Steve?”
“Sim, eu adoro o Steve, já votei nele antes, coloquei uma placa no meu jardim,
dei dinheiro para a campanha.” Eles são absolutos. Nós fazemos isso com um “+ 1”.
E se eles disserem: “Estou inclinado o Steve Jarden, mas eu não tenho certeza.”
São apenas sete ou oito questões que vocês perguntam.
Você pergunta: “Quais questões são importantes para você nessa eleição?”
“Educação é importante para mim. Eu acho que educação é o que vai tirar
as nossas crianças da pobreza e é disse que precisamos.” Então eu anoto isso.
Ou ele diz sobre crime: “Tem muito crime na minha vizinhança hoje em dia.”
Tudo o que está sendo anotado agora vai para os escritórios da campanha e eu descubro
quem está comigo, quem está contra mim: “Eu estou com o John Smith.” “Você está completamente?”
“Sim, eu amo o John.”
“Está bem.”
Eu não vou gastar mais dinheiro nessas pessoas. Não vou enviar para elas
uma correspondência, não vou ligar para elas. Você decifra a base eleitoral para você
e os seus oponentes, e o eleitor persuasível, que disse não estar certo, totalmente indeciso,
ou aparentemente inclinado para o Jarden, ou mais inclinado para o John Smith.
Então você descobre as questões: educação, crime. Você geralmente acaba estendendo a pergunta.
Você pode perguntar sobre educação, crime, transporte. Pode perguntar isso ou pode deixar aberto.
O ponto é você conseguir informação sobre algo que motiva aquele eleitor.
É fundamental que você faça isso. Se eles disserem transporte, o que acontece?
Eles não sabem que você está pela campanha de Jarden. A informação volta e eu sei
que aquele eleitor acha que transporte é o assunto mais importante. Ele recebe uma correspondência
minha dizendo: “Jarden tomará conta do problema de transporte.”
Ele abre e diz: “Eu vou votar no Jarden.” Você não sabe que eu sei que era a minha equipe
com aquela análise. Era uma pesquisa cega, eles não estavam comigo, estavam por uma equipe
de pesquisa de opinião. Você faz isso e então decifra. Geralmente 60% dos eleitores
estão predeterminados. São chamados eleitores de base. Eles já têm uma escolha antes
de vocês irem ou são eleitores de um partido.
Você descobre quem são eles e os que estão com vocês. Com os que estão com o seu oponente,
não gaste mais tempo e dinheiro. Nos 40% que estão no meio, indecisos ou inclinados,
você deve concentrar toda a sua comunicação. Eu acredito que social networking é o ingresso
para as novas campanhas. A ideia de que a ética na política é impossível, porque você
deve se vender a interesses especiais, eu não acredito mais nela agora com social networking.
Eu posso ir diretamente para milhões de eleitores em potencial sem filtro e sem pagar.
Eu não preciso me vender, se eu precisar de um milhão de dólares para me comunicar,
agora eu posso usar social networking. Eu acredito que daqui dez anos
social networking vai mudar fundamentalmente a forma da política no mundo.
Para dar um exemplo, Barack Obama arrecadou 700 milhões de dólares
na campanha presidencial de 2008. 350 milhões, quase a metade, vieram da internet.
Pensem sobre isso. Quem é aquele homem na África, Joseph Kony?
Gastou uma geração matando jovens, sequestrando jovens? Eu acredito que ele será assassinado
no próximo ano ou dois. Alguém irá buscá-lo por causa de um movimento social.
Esse cara é um monstro. Ele matou literalmente milhares de crianças. Ele as roubou
dos seus pais e as trouxe para o seu exército para intimidar. Ele fez isso por 26 anos.
Governos não responderam, as pessoas cobravam os governos:
“Vocês devem fazer algo, este homem é horrível. Por que vocês não estão prestando atenção?”
Governos deixaram passar. Agora, com este movimento mundial na internet para pegar
Joseph Kony em 2012, eles vão pegá-lo. Há literalmente milhões de pessoas no mundo todo,
vá à internet, procure por Joseph Kony e vocês verão. Aquilo foi social networking.
Os governos não responderam e as pessoas disseram: “Então nós faremos.”
É isso o que vocês estão fazendo aqui. Vocês estão dizendo:
“Nós nos levantaremos e faremos um governo melhor.” Eu acredito que esta é a próxima onda.
Não está nem perto de mim. Agora nós temos o veículo para isso, e se chama social networking.
Vocês estão começando a ver uma reação dos eleitores de todo o mundo que existe há muito tempo.
No entanto, não havia nenhum veículo antes das redes sociais. Esse é um veículo que diz:
“Estamos cansados de sermos colocados de lado; de ganância, cansados...”
É certo que existem boas corporações, mas existem muitas que são ruins.
No entanto, nunca tivemos uma voz antes. E com candidato, foi difícil, porque se eu quiser
vencer eu devo pegar todo este dinheiro de alguém que eu não gosto. Deixa eu te contar
um pequeno segredo: Você não precisa fazer mais isso, consegue chegar às pessoas e, a propósito,
é um gesto de honra. As pessoas procuram por isso. Em uma entrevista
com um repórter ele disse: “Todos aqui no Brasil acham que o nosso governo é corrupto.”
Bom, use isso também. Vocês estão em vantagem. “Eu não sou corrupto.
Não lido com dinheiro ilegal. Vou concorrer numa campanha
em que eu vou lutar por você e vou te representar.
Você é que precisa de oportunidade. São as suas crianças que precisam de uma voz.
Eu não vou lidar com dinheiro ilegal. Eu não venderei a minha alma.” Essa é uma boa mensagem.
Pessoas estão sedentas por isso. E, honestamente, nós nunca tivemos um veículo.
Candidatos passaram por isso: “Eu acredito nisso, mas eu tenho que levantar dinheiro.
Depois de conseguir o dinheiro, eu fico preso a um interesse específico.”
Agora eu posso me comunicar diretamente com milhares de pessoas sem custo, sem filtros.
E é populista: “Eu sou um candidato ético, eu vou lutar por você, essa não é a carreira para mim.”
Isso é um chamado. Volto para a história da minha mãe. Eu estava no seminário,
quase me tornei um padre católico. Um dia eu liguei para a minha mãe a noite e disse:
“Eu vou sair do seminário.” Ela tinha quatro filhos e queria que um deles fosse um padre.
Perguntou por que eu iria sair: “Você não gostou? Eu achei que você gostasse.” Eu disse:
“Mãe, eu adorei, os padres são incríveis, foi ótimo.” Ela: “Então por que você está saindo?”
Eu disse: “Porque se eu ficar mais um dia, vou me tornar um padre, e não acredito
que este é o meu chamado. Eu não acredito que é isso que eu devo fazer. Eu vou sair,
mas não porque foi uma experiência ruim. Foi uma ótima experiência, mas acredito
que a minha vocação é em algo diferente.” E, naquela noite, ela disse:
“Se você não for para o sacerdócio, você vai para a carreira pública governamental, não é?”
Pense sobre isso hoje. Se você disser: “Eu quero que meu filho trabalhe para o governo”,
as pessoas se assustam: “Você quer que o seu filho seja corrupto? Você quer
que o seu filho se venda? Você quer que o seu filho se envolva com dinheiro ilegal?”
É isso o que pensamos do governo. O repórter disse:
“Steve, todos no Brasil acham que o governo é corrupto.” Todos nos Estados Unidos pensam
que o nosso governo é corrupto. É por isso que precisamos deste grupo. Nós precisamos
de pessoas como vocês. Ergam-se sobre isso. É uma boa questão, porque ética é o que conta hoje.
Graças a Deus. Quem um dia imaginaria isso. Ética conta no fim das contas.
As pessoas estão cansadas da ganância, da corrupção, estão cansadas de políticas se vendendo.
Tudo o que querem é alguém no sistema representativo que olhe nos seus olhos e diga:
“Eu lutarei por você. Você é o mais importante”. Eu entendo o sistema representativo.
Sistema representativo e servidores públicos não é sobre vocês, candidatos. É sobre as pessoas
que vocês estão tentando servir. Se vocês não aprenderem e lembrarem de nada que disser,
lembrem-se disso, tenham na mente: “Não é sobre mim.” Vocês serão representantes muito melhores.
Você olha para as pessoas que você representa. Isso é a base de tudo. Este é um conceito ético.
Isso envolve ética. Não é sobre mim, é sobre pessoas que sofrem, que precisam de ajuda.
Então eu vou lhes dar essa ajuda. Este é um princípio ético. Não é que eu vou ajudar
se alguém colocar uma nota de um dólar no meu bolso. É disso do que as pessoas estão sedentas.
Não tenham medo. Eu acho que chegamos neste mundo a um ponto em que pensamos
que todos os políticos são corruptos. Não, eles não são. Eu trabalhei para políticos
por toda a minha vida. Eu conheço algumas das pessoas mais poderosas do mundo.
A maioria delas são pessoas boas, não são corruptas. Há políticos corruptos, mas está na hora
do mundo dizer: “Me dê alguém que me represente. Me dê alguém que seja honesto.
Me dê alguém que lute por mim, e não por ele mesmo.” Agora, com social networking,
nós temos o veículo para fazer com que isso aconteça. Nós nunca tivemos.
Está mudando fundamentalmente o mundo político em sessões como esta. Eu acredito que
a semente vai crescer em um movimento por todo o mundo, que vai eleger políticos éticos
e que vai mudar para um mundo melhor, mais justo e igual.