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Me sinto só
Como um risco na folha branca de um pergaminho
E um livro de diversas páginas com uma única palavra
Sinto-me sozinho
Mas não por fazer-me sozinho
E sim por ser uma mutação exagerada da pessoa perfeita
Não peço que se junte a mim
Apenas espero que uma maluca cruze a esquina de minha rua
E torne meu risco,
um desenho padronizado e perfeito,
com uma magnífica silhueta,
Como se cada linha fosse feita para a outra linha
E o primeiro traço buscasse o último,
permanecendo sempre em sua busca.
E que esta obra se trace pela eternidade,
sem ser finalizada.
Queria não ser o único que espera outro solitário
E queria fazer de minha solidão algo construtivo,
inteligente,
Queria apenas ser a melhor pessoa que existe
Só para poder atrair mais outros que me entendam
E é quando eu percebo que não posso ser assim,
Se nem pessoa sou.
Sou o trovador do apartamento doze,
Um cara que canta muito bem em seu chuveiro,
Um rapaz que escreve poemas para um amor e recita-os para o espelho.
Não sou ninguém
E ninguém sou eu.
Me sinto só
Nem mesmo minha presença me completa
E desenho,
E escrevo
Poetizo
Na esperança de encontrar alguém como eu.