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O Hubble não é o primeiro telescópio orbital, nem será o último. Mas é o único que pode ser mantido por astronautas,
e esta relação única e íntima entre homem e máquina, combinada com sua história, tornam o Hubble legendário.
Neste anos celebramos os 20 anos do Hubble em órbita.
Este é o Hubblecast!
Notícias e imagens do Hubble Space Telescope da NASA/ESA.
Viajando através do tempo e do espaço com nosso apresentador, Dr.J, o Dr. Joe Liske.
Bem-vindos ao Hubblecast!
O fascínio pelo céu estrelado pode ser rastreado até as primeiras civilizações humanas.
Na antiguidade, os gregos e romanos eram tão fascinados pelo céu que deram o nome de seus deuses aos planetas do Sistema Solar.
Muito mais tarde, nossa fascinação pelos céus foi estimulada pela invenção do telescópio e,
muito mais tarde ainda, isso levou ao desenvolvimento dos telescópios espaciais.
No início do século XX, os cientistas começaram a pensar seriamente na possibilidade de colocar telescópios no espaço.
Em 1923 Hermann Oberth, de ascendência romena e alemã, e considerado o pai dos telescópios espaciais,
escreveu um livro, Die Rakete zu den Planetenräumen, apresentando a ideia pela primeira vez de forma impressa.
Depois da II Guerra Mundial a tecnologia desenvolvida para defesa passou a ser cogitada para a exploração espacial e, em 1946,
o astrônomo americano Lyman Spitzer escreveu um trabalho enaltecendo as vantagens de um telescópio no espaço.
Uma dessas vantagens é, obviamente, estar livre da interferência da atmosfera terrestre.
Não foi senão no fim dos anos 1960 que o sonho de Spitzer começou a se tornar realidade na forma do Large Space Telescope,
o primeiro nome que o Hubble recebeu.
O projeto pareceu uma continuação natural dos sucessos dos pequenos observatórios orbitais anteriores e das missões Apollo da NASA.
Contudo, os planos tiveram de sofrer uma longa interrupção.
A década de 1970 foi uma de desafios para o governo dos EUA, que define o orçamento da NASA.
A Guerra do Vietnã continuou ao longo da década e, acima de tudo, uma grave crise de petróleo afetou severamente a economia.
Spitzer, que era um distinguido cientista e um ativo lobbysta, fez incansável campanha para o telescópio dos seus sonhos nos anos 1970.
Mas os problemas orçamentais continuaram a atrapalhar a ele e seus visionários companheiros.
Finalmente uma ideia de cooperação internacional fez o sonho chegar mais perto da realidade.
A European Space Agency abraçou a ideia no fim dos anos 1970 como um segundo pai do problemático telescópio,
provendo não apenas recursos materiais, mas também humanos e tecnológicos - na forma de células solares, indispensáveis para a operação do telescópio.
A ESA também construiu um dos primeiros instrumentos do observatório, a Faint Object Camera (FOC).
Em 1983 o Large Space Telescope foi batizado como Hubble Space Telescope, em homenagem ao celebrado astrônomo Edwin P. Hubble.
Contudo, mesmo com fundos suficientes e um nome oficial, o projeto ainda enfrentou muitos desafios.
As empresas que construíam o espelho e a aeronave estavam ultrapassando o orçamento previsto e perdendo prazos.
Isso atrasou o lançamento cada vez mais, mas no início de 1986 tudo finalmente parecia pronto para um lançamento no outono.
Então, tragicamente, em 28 de janeiro de 1986, a explosão do ônibus espacial Challenger logo após sua partida matou todos os seus sete tripulantes.
Diante desse desastre chocante, a NASA suspendeu todas as missões do ônibus entre 1986 e o outono de 1988, para que uma investigação completa pudesse ser realizada e a segurança dos astronautas fosse garantida.
Durante a suspensão do programa do ônibus espacial os engenheiros continuaram a trabalhar no Hubble em sua sede provisória - uma "cleanroom".
Numa luminosa manhã de abril de 1990 o ônibus espacial Discovery levou uma tripulação de cinco pessoas para finalmente deixar o Hubble em sua posição orbital,
a 600 km acima da Terra, décadas depois de sua concepção inicial.
As comemorações foram rapidamente interrompidas logo depois que o Hubble iniciou a operar, quando os cientistas descobriram uma aberração esférica no espelho primário do telescópio.
As imagens surgiram distorcidas, com um halo difuso - o resultado dramático de uma falha minúscula, de apenas 2 microns, no espelho primário.
Isso seria equivalente à espessura de duas folhas de papel ordinário.
Mas foi o bastante para distorcer as imagens, frustrando cientistas e engenheiros e atraindo para si o ridículo tanto da imprensa como dos contribuintes.
O Hubble se tornou sinônimo de fracasso clamoroso.
Mas como toda lenda, o Hubble revidou.
Desejando corrigir a óptica de seu espelho defeituoso e instalar um novo instrumento como parte do plano de manutenção,
a primeira Missão de Serviço para o Hubble foi lançada em dezembro de 1993.
Entre a tripulação de sete membros estava o astronauta europeu Claude Nicollier.
Ao longo de uma missão que atraiu a atenção generalizada, os astronautas trouxeram o Hubble de volta à glória pretendida por seus criadores.
O pacote COSTAR funcionou como óculos corretivos, embora enormes, do tamanho de uma geladeira.
Outro instrumento novo também foi instalado - a Wide Field and Planetary Camera 2
que em si continha ópticos corretivos e uma impressionante capacidade de detecção em ultravioleta.
Nos 17 anos seguintes o Hubble literalmente mudou o modo como vemos o Universo e descobriu muitas novas verdades científicas fundamentais.
No próximo Hubblecast vamos explorar alguns dos destaques científicos das últimas duas décadas.
Ano passado o veterano observatório foi visitado pela quinta vez pelos astronautas.
O público ficou eletrizado com as dramáticas caminhadas espaciais que estabeleceram novos recordes de duração e resistência.
Ao remover os espelhos corretivos do telescópio - o agora obsoleto pacote COSTAR -
os astronautas instalaram a mais poderosa câmera ora no espaço - a Wide Field Camera 3 - e o novo Cosmic Origins Spectrograph.
Daquilo que parecia uma ideia inatingível até o que é hoje o mais notório ícone do espaço, o Hubble é realmente uma celebridade.
Em comemoração ao seu 20º aniversário lançaremos um novo design para o seu website em spacetelescope.org.
Fique ligado no novo site, a ser lançado em 22 de abril.
Eu sou Dr. J, despedindo-me do Hubblecast.
Mais uma vez, a natureza nos surpreendeu além de nossa mais vívida imaginação.
O Hubblecast é uma produção da ESA/Hubble no European Southern Observatory, na Alemanha.
A Missão Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a European Space Agency.
Agora que você conhece o Hubble, certifique-se de saber das novidades em terra também.
O ESOcast destaca o melhor do European Southern Observatory e de seus poderosos telescópios,
localizados nos altos dos Andes chilenos, no melhor sítio de observação astronômica do Hemisfério Sul.