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O danado é que assim, você acorda todo dia pensando...
Por que eu estou fazendo isso
e não fazendo outra coisa?
Por que, por exemplo, eu não estou dentro de uma agência
ganhando como eu estava ganhando bem, razoalvelmente bem. Mantendo minha vida.
E indo naquela zona de conforto indefinidamente.
E aí você se lembra, assim, que "poh, eu não estou porque não faz mais sentido".
Pra mim é como toda grande mudança na vida.
Você teme, mas de algum jeito, ou você é chutado pra essa mudança,
você é empurrado em direção a ela, ou você mesmo dá o passo.
Então em alguns momentos da minha vida eu fui chutado,
eu tive que fazer alguma coisa.
Obviamente... obviamente não, mas assim...
acho que poucas vezes contra a minha vontade no fim das contas.
Eu precisava daquele chute. Ou eu mesmo resolvi dar o passo pra frente.
Na primeira vez que a gente sentou pra tomar cerveja
e fechamos a sociedade, a gente falou "beleza, vamos tocar esse negócio".
O Bruno tinha na cabeça dele um valor que girava em torno de 60 a 80 mil.
Eu, como sempre... achava que não.
Mas eu também não tinha como dizer ou argumentar o contrário.
Mas é importante dizer em relação a isso,
que esse meu... minha estimativa, pra não dizer meu chute,
era baseado num outro espaço que a gente ia alugar que era metade desse espaço.
Então, essa estimativa da reforma foi pro dobro do valor.
De fato, foi o dobro do valor que a gente ia gastar no outro espaço.
Mas sim, depois que a gente fez o plano de negócios, a gente conseguiu ter uma ideia mais trágica,
mas talvez mais real do que a gente precisaria de fato gastar pra investir nesse negócio pra ele viver.
Custo do buffet.
Não teremos buffet.
Graças a Deus.
Basicamente, quem fez o plano de negócios foi Bandim,
mas a gente discutia em cima do trabalho dele toda noite,
e toda noite eu me perguntava "porque eu estou fazendo isso daqui?"
porque, cara, não tem...
E assim, isso é como o Bandim disse, é o template, é como as pessoas fazem.
Eu olhava pra aquilo e falava "mas não faz nenhum sentido,
porque eu estou chutando quanto eu vou vender,
baseado num lugar que não tem...
nada ou muito pouco a ver com o negócio que eu estou fazendo.
Estou estimando quantos discos eu vou vender, quantos cafés eu vou servir.
É tudo estimativa, então qual a função disso?"
Eu acho que a função disso no final é trazer um conforto.
Porque a gente descobriu que...
teria que investir muito mais
do que a gente estava imaginando inicialmente,
mas a gente fala assim "não, isso aqui não é a verdade, então acho que vai sair pela metade".
Vamos ver se vai sair pela metade ou pelo... dobro.
Exato!
Estava conversando com a meninas aqui,
e falando de como as pessoas ficam quase em depressão
quando elas descobrem quanto elas tem que gastar no fim das contas
e acabam de fazer o plano de negócios e tal.
Mas que é um mal necessário às vezes pra dimensionar...
Porque as pessoas acham assim: "Ah, mas eu só quero montar um... sei lá, meu cafezinho.
Eu vou...é só eu ir lá, alugar uma máquina, colocar um balcão e está tudo certo". Não!
Qualquer negócio precisa de planejamento.
Precisa de você, no mínimo, traçar as diretrizes pra onde você quer ir.
Então, eu não tenho dados oficiais, mas a gente observa isso, por contato com ex-alunos,
que, em média, 90%, ou até mais, de pessoas que vem fazer o curso, desistem de abrir o seu negócio...
depois do curso!
Por quê? Porque aí eles tomam conhecimento,
não vou nem dizer que é burocracia, porque não é burocracia, é de fato o que precisa ser feito.
E aí falam assim: "Ah, não, acho que vai dar muito trabalho.
É melhor eu continuar sendo empregado que eu estou mais feliz sendo empregado.
Pronto, estou feliz. Agora eu estou dando valor, inclusive, às dificuldades que o dono da minha empresa passa".
É engraçado isso, mas é verdade.
No fim das contas, a gente não sabe até agora se foi bom ou se foi ruim,
porque eu trouxe uma boa carga de estresse também pro negócio.
Porque óbvio, você começa a tentar estimar como é que vai ser esse negócio.
Cara, os caras falam até como você calcula a quantidade de pessoas no ambiente.
Quantas mesas cabem e tamanho das mesas, das cadeiras, tamanho médio.
Aprendi muito com o Bandim a ser estressado, me preocupar com tudo...
Não é uma mentira!
Não, a gente tem uma coisa que, por enquanto funciona muito bem assim,
que é aquela velha história de se complementar, sabe?
O Bandim é uma pessoa muito mais ***ítica que eu, enquanto eu sou mais impulsivo do que ele.
Eles não me mandaram nem a cópia deles assinada ainda.
Ah, isso daí bicho, se a gente não cobrar não vai chegar nunca.
Agora, deixa eu te perguntar, a primeira parcela do seguro já foi debitada da sua conta, não é?!
Então, essa semana a gente foi dá um giro aí pela cidade pra pesquisar equipamentos,
E pra mim aquilo não fazia nenhum sentido... que eu falava assim:
"cara, a gente precisa pesquisar pra comprar uma cervejeira?"
Que eu nem sabia que se chamava cervejeira, enfim.
Mas a história é justamente essa,
porque quando a gente estava lá naquele ponto de venda eu falei assim: "Cara, é só uma geladeira,
É ligar na tomada... Qual é o segredo disso?".
E aí você... há uma série de especificações envolvidas nesses equipamentos
e que afetam diretamente a nossa rentabilidade e tudo mais que eu não fazia nem ideia, ele não fazia nem ideia,
mas ele tinha essa consciência de "vamos pesquisar antes", enquanto eu já estava "eu já vi aqui, oh,
já achei, está barato, vamos comprar, vamos buscar", entendeu?
Na prática, eu sou o cara que tende a pôr o pé no chão
e ele é o cara que tende a pôr um pé na lua.
Graças a Deus.
Porque senão esse lugar...
Se eu analisasse a primera planilha que eu fiz,
a gente ia estar vendendo... sei lá, PF no Mandíbula no fim das contas, entendeu?
Então, assim, é o cara que me lembra o tempo inteiro o que é esse negócio.
E isso é muito bom.
A teimosia dele faz isso também.
A gente se ater a um objetivo claro, conceitual inclusive,
porque o meu instinto de praticidade, o meu racional são muito fortes,
então eu tendo a querer fazer esse negócio acontecer da melhor maneira possível.
A gente ter... cumprir todas as metas financeiras e sei lá o que....
mas que no fim das contas isso só faria o lugar durar, sei lá, dois meses, e a gente ia achar um saco.
Então, é ótimo ter alguém que faça o negócio não parecer um saco.
O bônus ainda é bem maior do que ônus.
Até porque o fracasso a gente está tentando...
se isso vier a ser um fracasso... é...
não vai ser um fracasso total de toda forma.
É um sentimento duplo, mas compensa muito.
É assustador, cara.
É assustador você tomar uma decisão
e mesmo tendo sócio assim...
é o tempo inteiro uma auto análise, é o tempo inteiro você olhando no espelho e vendo
"será que é isso mesmo ? será que é isso mesmo? será que é isso mesmo? será que é isso mesmo?"
Mas chega uma hora que você caleja, você fica, cara....
"se não for isso mesmo vai ter que ser alguma coisa assim, entendeu?".
Vai. E vamos! E a coisa anda.
Meu nome é André.
Eu sou o Bruno.
E esse é o nosso Ramo.
Eu sou o Bruno.
Eu sou o André.
E esse é o nosso Ramo.
Não, não, preciso desse trabalho.