Tip:
Highlight text to annotate it
X
Imagine que realmente pudéssemos ter uma máquina do tempo que nos mostrasse o que aconteceu no Universo primitivo.
Uma máquina que fosse mais poderosa e nos desse imagens progressivamente melhores, mesmo à medida que envelhecesse.
Imagine que a máquina pudesse detectar mundos além do nosso Sistema Solar, ajudasse a mapear a matéria escura invisível, e caracterizasse a expansão do Universo.
Pode parecer surpreendente, mas esta máquina do tempo existe, e flutua silenciosamente acima de nós.
O muito conhecido Hubble Space Telescope da NASA/ESA celebra duas impressionantes décadas em órbita em 24 de abril.
Este é o Hubblecast!
Notícias e imagens do Hubble Space Telescope da NASA/ESA.
Viajando através do tempo e do espaço com nosso apresentador, Dr.J, o Dr. Joe Liske.
Uau! Isso viaja a mais de 28 mil km por hora...
930 mil observações... 570 mil imagens de 30 mil objetos celestes...
vinte anos, duas décadas e 110 mil voltas em redor de nosso planeta...
Dr J, 30 segundos para começar o show!
Ok.
Depois de duas décadas de serviço à comunidade científica e ao público mundial,
hoje estamos reconhecendo as conquistas do que é provavelmente o mais renomado e amado observatório orbital da história.
Bem-vindos ao show!
Talvez você o conheça por suas imagens inspiradoras, ou
talvez você o conheça por suas descobertas científicas fundamentais... de qualquer forma, você já deve ter ouvido falar dele.
Hoje homenageamos o Hubble Space Telescope com o Prêmio Cosmic Lifetime Achievement.
Não se trata apenas de belas imagens, mesmo que o Hubble seja famoso por ter produzido algumas das mais intrigantes e ao mesmo tempo artísticas imagens do Universo.
Astrônomos - profissionais e amadores -
têm traduzido as magníficas cores e os poéticos redemoinhos dessas imagens em ciência de vanguarda.
Vinte anos de observações produziram mais de 45 terabytes de dados, informação bastante para encher cerca de 5.800 DVDs.
A cada mês o observatório orbital gera mais de 360 gigabytes de dados, o que abarrotaria a capacidade de um computador doméstico usual.
É uma verdadeira honra poder celebrar meu caro amigo, o Hubble.
Hoje fazemos um tributo às suas veneráveis conquistas, e esperamos pelo trabalho a ser feito no futuro.
Vamos apreciar algumas das suas mais impressionantes conquistas e das suas mais amadas imagens dos últimos vinte anos.
Um de seus mais recentes feitos nos leva aos primeiros dias do Universo.
Os cientistas e diletantes do espaço em todo o mundo ficaram maravilhados com as mais profundas imagens do nosso Universo capturadas pelo Hubble.
A primeira imagem do Hubble Deep Field foi tomada em 1995, abrindo todo um novo campo de pesquisa.
O Hubble desde então vem acumulando sucessos, e a última imagem do Hubble Ultra Deep Field nos leva para 13 bilhões de anos atrás - para apenas 600 a 800 milhões de anos depois do Big ***!
Esta foi uma das primeiras e mais espetaculares imagens tomadas com a nova Wide Field Camera 3.
Estudando galáxias em diferentes estágios, os astrônomos podem ver como elas mudam ao longo do tempo.
Um tópico da ficção científica por décadas, os buracos negros estão entre os mais enganadores e intrigantes enigmas.
Sua existência foi confirmada pelo Hubble em 1994, quando a alta resolução do Hubble tornou possível vermos o efeito da atração gravitacional de um buraco *** sobre suas vizinhanças.
O Hubble também provou que os buracos negros provavelmente estão presentes no centro de todas as galáxias.
Depois desta descoberta, o observatório orbital começou a examinar mais a fundo as relações entre buracos negros supermassivos e suas galáxias
e descobriu que o tamanho de uma galáxia e a *** de seu buraco *** central estão intimamente relacionados.
O Hubble também poderia receber um prêmio por nos fazer conhecer nossas vizinhanças no Sistema Solar.
O Hubble já registrou a maioria dos planetas e tem a vantagem de ser capaz de desenvolver estudos de longo prazo a partir de sua posição privilegiada a 600 km acima da Terra.
Você já teve a sorte de observar as encantadoras auroras polares?
Bem, o Hubble capturou as fascinantes auroras que iluminam os pólos dos gigantes gasosos Júpiter e Saturno,
e captou imagens do impacto de cometas em Júpiter.
Além dos planetas, o Hubble também vem estudando asteróides como Vesta, de 500km de extensão.
O mapa resultante de sua superfície nos mostra um estranho mundo, com uma gigantesca cratera de impacto e, possivelmente, antigos fluxos de lava.
Mas o que está acontecendo além de nossa vizinhança cósmica imediata?
Esta é uma questão que fascina muitos de nós, e o Hubble não apenas tem ajudado a descobrir mundos fora dos limites de nosso Sistema Solar,
como também pode ajudar a caracterizá-los.
Em novembro de 2001 o Hubble fez sua primeira imagem direta da atmosfera de um planeta orbitando uma outra estrela.
Neste caso, foi a estrela HD 209458, semelhante ao Sol, localizada a cerca de 150 anos-luz na Constelação de Pégaso.
Conhecer o perfil da atmosfera de um planeta permite aos cientistas determinar se a vida como a conhecemos poderia existir em um mundo alienígena.
Em 2008, o Hubble fez a primeira imagem em luz visível de um planeta fora do Sistema Solar.
Ele está em uma órbita em torno da brilhante estrela chamada Fomalhaut, a cerca de 25 anos-luz de distância, na Constelação de Piscis Australis.
A estrela é rodeada por um enorme disco de detritos que mede mais de 35 bilhões de km de diâmetro.
O planeta orbita a cerca de 3 bilhões de km dentro da margem interna do disco, o que equivale a dez vezes a distância entre o Saturno e o Sol.
Medindo estrelas brilhantes que possuem ciclos previsíveis de oscilação, conhecidas como cefeidas, o Hubble foi capaz de usá-las como balizas,
estabelecendo firmes pontos de referência para medições ulteriores, que conduziram à descoberta da aceleração do Universo
e a uma determinação mais exata de sua idade.
Os astrônomos têm usado o Hubble para observar cefeidas e para medir mais acuradamente suas distâncias.
Estes resultados foram usados como marcos para medir a distância de supernovas que, por sua vez, nos falam sobre as dimensões do Universo.
Como resultado, hoje sabemos a idade do Universo com muito mais precisão do que antes do Hubble: ele tem cerca de 13,7 bilhões de anos de idade.
Na década de 1920, o astrônomo Edwin Hubble descobriu que o Universo está em expansão.
O observatório que leva seu nome nos ajudou a determinar a taxa dessa expansão, e a mostrar que esta expansão está na verdade acelerando.
Este foi o dado que indicou a existência da intrigante energia escura.
Quando olhamos para o céu noturno é fácil acreditar que o espaço é apenas um gigantesco vazio com algumas estrelas cintilantes e uns poucos planetas reconhecíveis.
Contudo, devemos lembrar que existem estruturas e matéria que não podemos ver.
O Hubble está nos ajudando a definir, em três dimensões, a distribuição da fantasmagórica e invisível matéria escura do Universo.
Estudos completados em 2007 e no início deste ano deram aos astrônomos uma ideia mais clara das estruturas que existem entre as galáxias.
Essas estruturas não contêm nenhuma estrela e são compostas basicamente de matéria escura, o que as torna difíceis de identificar.
Analisando a pesquisa COSMOS - a maior realizada com o Hubble -
uma equipe internacional de astrônomos foi capaz de obter um dos mais importantes resultados da cosmologia:
um mapa tridimensional que nos deu o primeiro e precioso vislumbre da distribuição reticular em larga escala da matéria escura do Universo.
Este resultado memorável confirmou com precisão nossa teoria sobre a formação da estrutura.
O Hubble tornou possíveis muitos estudos abrangentes sobre a vida e morte das estrelas -
o modo como elas se desenvolvem, vivem suas vidas e por fim morrem.
Acompanhando de perto sua linha de vida, podemos ter uma ideia melhor sobre o que está acontecendo em nossa própria galáxia, e em outras.
Sensíveis instrumentos de infravermelho a bordo do Hubble nos permitiram penetrar nas nuvens e colunas de poeira interestelar para testemunharmos o nascimento de estrelas.
Muitas imagens do Hubble mostram estrelas azuis, quentes, nos primeiros estágios de formação.
No extremo oposto da linha de tempo da vida estelar, o Hubble nos permite ver remotas supernovas e explosões de raios gama -
as dramáticas explosões finais que assinalam o término da vida de uma estrela.
E agora, orgulhosamente apresento-lhes a imagem comemorativa do 20º aniversário do Hubble.
O Hubble capturou a caótica atividade no topo de um pilar de gás e poeira de 3 anos luz de extensão, na Nebulosa Carina,
localizado a cerca de 7.500 anos-luz, na Constelação Carina.
O pilar está sendo desmantelado pela luz brilhante das estrelas próximas, sendo também atacado de dentro,
uma vez que estrelas jovens em seu interior expelem jatos que podem ser vistos atravessando o topo.
Aninhadas no interior desta densa montanha estão jovens estrelas.
Longas faixas de gás podem ser vistas partindo em direções opostas, na base da imagem.
Outro par de jatos pode ser visto em outro pico no centro da imagem.
Esses jatos indicam o nascimento de novas estrelas.
Um jato como este é disparado por um disco giratório em torno da estrela, e é este disco que fornece o material que lentamente é acrescentado à superfície da estrela.
Que imagem fantástica! E que grande maneira de celebrar as maravilhosas capacidades deste observatório!
Hubble, obrigado pelos últimos vinte anos, e que eles se multipliquem!
Eu sou Dr. J, despedindo-me do Hubblecast e desejando ao Hubble, e a todos os que o admiram, um Feliz 20º Aniversário!
O Hubblecaste é uma produção do ESA/Hubble no European Southern Observatory, na Alemanha.
A missão Hubble é um projeto de cooperação internacional entre a NASA e a European Space Agency.
Agora que você já conhece o Hubble, certifique-se de conhecer as novidades de terra.
O ESOcast destaca o melhor do European Southern Observatory e de seus poderosos telescópios,
situados no alto dos Andes chilenos, num dos melhores locais de observação do Hemisfério Sul.