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Exame TV - Gestão
E a base do PDCA, professor, que é basicamente grande parte da colaboração do Deming
e do Juran, no ***ão dos anos 50, parece puro bom senso.
Quer dizer, se você for ver o "planeje", "execute", "cheque" e "corrija", parece puro bom senso.
Onde que as empresas e as pessoas dentro das empresas, em geral, pecam?
Em tudo! Olha, você quer ver? Vamos fazer o giro do PDCA assim.
A primeira coisa é: pecam ao estabelecer metas. Às vezes as pessoas sonham pequeno.
Pois, quando você sonha pequeno você acaba dando desafios pequenos,
e realmente não puxa empresa. Porque o que puxa o aprendizado da empresa, é a meta.
é a cobrança, é o interesse da administração, é a premiação dos melhores.
Quer dizer, isso é que puxa o aprendizado e que faz com que todos se esforcem.
Porque o processo de aprendizado, é um processo sofrido.
O processo de você correr atrás de uma meta é um processo sofrido.
Então, se não houver incentivo, se não houver cobrança, ninguém vai!
Então, o primeiro ponto é esse. O segundo ponto é o planejamento.
Quer dizer, as pessoas, muitas vezes, diante de um problema...
E quando eu falo problema é a diferença entre a situação atual e a meta.
Quer dizer, atingir uma meta é a mesma coisa que resolver um problema.
Então, as pessoas diante de um problema, elas já querem sair para a solução.
Saltam todo o processo de análise e discussão. Entendimento do problema, análise das causas.
Saltam todo esse processo e já querem ir para a solução apressadamente.
E fazem isso! E essas soluções às vezes, circunstancialmente, são as mais acertadas.
Mas, em 95% das vezes, não são as mais acertadas.
Então, você tem soluções que custam caro e que não levam à solução.
Saltam planejamento, fazem planejamento mal feito.
Um outro ponto, que é a parte do D do PDCA, que é o "do", que é execução,
Olha, eu te diria, viu Cristiane? Que aí, na execução, está um dos pontos mais fracos em todas as empresas.
E isso eu descobri, na minha vida, o seguinte: nós seres humanos somos procrastinadores.
Nós temos a tendência de deixar tudo para depois.
Mediante qualquer coisinha a gente deixa as coisas para depois.
E nas empresas não é diferente, também no governo não é diferente. O ser humano é assim.
Então, se não houver uma cobrança em cima, checagem, ver o que está acontecendo, nada acontece.
Eu me lembro que, até escrevi esse caso no livro, certa feita nós...
Eu estava em casa, recebi um telefonema de um consultor, que estava lá no Canadá...
E ele falou assim: "Falconi, daqui a uma semana a diretoria da empresa vem fazer uma reunião aqui
em Toronto. Nós estamos aqui há cinco meses, e não aconteceu nada. Eu não sei o que falar".
Aí eu falei com ele assim: "Olha, se existe a meta e não aconteceu nada,
das duas uma, ou o plano que nós ajudamos a montar está muito ruim e, nesse caso,
o pessoal não entende do negócio. Ou então o plano está bom e ninguém executou".
"Faz o seguinte: eu estou desconfiado que a segunda hipótese é a mais provável. Faz o seguinte:
Manda a nossa turminha dar uma checada em ação por ação para ver quais que foram implantadas
e quais que não foram. E aí você me telefona". Daí a dois dias ele me telefonou.
"Falconi, não fizeram absolutamente nada!"
Aí eu falei: "Pois é. Agora, você vai ter que falar isso na reunião".
Ele falou assim: "Mas, se eu falar nós estamos fora, porque os caras vão ficar com raiva da gente".
Falei: "Deixa ficar. Pelo menos a gente tem a chance de ficar com eles com raiva,
porque se você não falar, nós vamos sair como incompetentes. Então,
pra não ser desleal, avisa eles antes, e depois, vai para a reunião".
Ele fez assim e avisou antes: "Olha, ninguém implantou nada. Eu vou ter que falar isso na reunião".
E o pessoal aceitou bem. Estamos lá até hoje.