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Entrevista com Paul Schrader
Los Angeles como uma personagem
Com certeza a cidade será uma personagem
Não vai ser...
a mesma versão que eu fazia quando era mais novo
Eu descrevo...
um filme sobre
Sobre jovens que entraram em uma fila de um cinema
só que ele fechou.
mas eles continuaram na fila porque não tem para onde ir.
É sobre uma geração de
É sobre uma geração de cinco jovens da sua idade - 20 anos.
Que estão fazendo um filme, e nem gostam de filmes.
Trabalhando com Lindsay Lohan
Ela é uma pessoa difícil.
Ela vive em um mundo em crise
criado por ela.
É exaustivo.
Ela tem aquela coisa estranha
que não te deixa tirar os olhos dela.
Quando estavamos filmando, estava lendo o livro "The Misfits"
do filme do John Houston.
E Huston dizia sobre Marilyn Monroe
que era uma pessoa difícil, ninguém que trabalhou com Marilyn gostou.
Uma experiência desagradável.
E Houston disse
você imagina, "por que se submetemos a isso?"
Então você olha as diárias e diz "É por isso".
E não é muito diferente com Lindsay
pode haver momentos bem exaustivos
Mas
existe um certo mistério entre algumas pessoas e a camêra
Por exemplo, existem pelo menos mil caras que parecem com o Tom Cruise,
mas ele é o único que você assiste.
Por que? Por que? Sabe?
E grande parte do ofício é o casting,
então os diretores
vão se submeter bastante
porque, se você tem as pessoas certas é melhor se submeter
do que ter uma experiência fácil com a pessoa errada.
Projeto de micro-verba
Nós fizemos este filme com uma micro-verba.
Então Brett escreveu-o se passando em Los Angeles.
Eles escreveu...
pensando nos lugares que conhecemos.
casa de amigos, restaurantes, para que conseguíssemos fazê-lo dessa forma.
Bem, foi um jeito completamente diferente de se trabalhar.
Eu nunca fiz um "filme de TCC".
O primeiro filme que eu dirigi foi para a Universal,
então eu fui direto de escrever para dirigir,
sem antes fazer filmes pequenos, comerciais e etc.
Esse filme que eu fiz esse ano foi o mais próximo de um filme de TCC que já fiz.
É meio que uma cooperativa de cinema,
um monte de gente trabalhando junto.
Dividindo os custos, sem ganhar nenhum dinheiro
sem trailers, sem nada, sabe?
Nada.
Foi como se fosse um filme de TCC.
E deu certo.
Eu aprendi muito sobre o que você não precisa em um filme.
Yasujiro Ozu como uma influência
Eu nunca tentei fazer um filme naquele estilo. Eu não conseguiria.
Ele é um cineasta que eu admiro imensamente,
mas
como uma influêcnia artística
muito pouco.
Algumas vezes, aqueles enquadramentos que eu gosto, que ele usava
Mas
não. Ele foi só um cineasta que
significou muito pra mim e ainda significa,
mas eu não o chamaria de influência.
Trabalhando com seu irmão, Leonard Schrader
Eu achei que fosse bom,
mas não acho que ele concordaria.
Digo, alguém precisava estar no comando.
Eu era o irmão mais novo e eu estava no comando.
Então com o tempo,
a nossa relação de trabalho
foi desmoronando.
Porque...
ele achava que eu o tratava como um empregado,
o que, na verdade eu acho que fazia.
Se eu sou o chefe do script e o chefe da ideia,
Então
é claro que a outra pessoa vai acabar pensando nela mesma como um empregado.
Então
Eu comecei a escrever com ele,
primeiro porque assim trabalhávamos mais rápido e dois,
ele tinha, especialmente no Yakuza, toda as informações
sobre o contexto do ***ão e todo o resto.
Bem, ele me mandou uma carta.
Nós estávamos correspondendo porque eu lhe fazia perguntas
para escrever o meu livro.
E eu era
crítico de cinema em Los Angeles
e ele, naturalmente, pensou que eu conhecia certas pessoas.
Então eu recebi essa carta perguntando se eu poderia ajudá-lo com "L'Argent".
E lá estou eu
um crítico de cinema de um jornal independente.
Ele claramente não tinha noção
do que estava me pedindo.
Escrevendo Touro Indomável
Jake não gostava de seu irmão,
Joey.
Ele escreveu sua propria auto-biografia,
mas ele não incluiu o seu irmão.
Não há nenhum irmão na auto-biografia.
Eles então fizeram o script mas não conseguiram emplacar o projeto.
De Niro e Scorsese
perguntaram se eu reescreveria o roteiro, então eu comecei a pesquisar
"Espere um segundo,esse cara tem um irmão,e eles boxeavam juntos",
os irmãos LaMotta.
E essa é a história.
E o fato de que Jake sequer gosta
de mencionar que tem um irmão é o que realmente o torna interessante.
Travis e Taxi Driver
"Notas do Submundo" foi o primeiro
desses personagens,
esses tipo de anti-heróis que se tornam os heróis existenciais.
Foi assim que esse personagem nasceu.
E eu conhecia o livro de Dostoiévski, é claro.
"Taxi Driver" nunca foi uma tentativa
de adaptar o livro, mas eu sabia de onde vinha esse personagem.
E de onde ele vinha?
Bem, em primeiro lugar, ele veio de mim. Mas suas tradições literárias
vem de Dostoiévski, do existencialismo francês, Sartre, Camus.
Para mim
bem, eu estava num lugar ruim na minha vida pessoal,
E...
tendo muitos
pensamentos negativos.
Então a ideia desse personagem veio a mim
e eu sabia que eu tinha que escrever sobre ele, pois eu tinha medo
de que eu poderia me tornar ele.
Eu sabia que se eu pudesse escrever sobre ele,
eu poderia separá-lo de mim.
Violência em Taxi Driver
Esta violência do filme veio de uma improvisação do De Niro?
Não houve muita conversa
antes do filme, entre
Bob, Martin e eu sobre esse personagem.
Por que acho que todos nós sabiamos quem ele era,
e era alguém que nós, de certa forma, entendiamos.
Marty
Marty gosta de dizer que
"Taxi Driver" era mais meu, "Touro Indomável" era mais do De Niro
E "A Última Tentação de Cristo" é mais dele.
É provavelmente verdade.
Roteirista
O trabalho do roteirista não é esse,
o trabalho do roteirista é contar histórias, construir personagens, diálogos.
Eu não escrevo movimentos de câmera,
nem no script que eu vou usar no filme.
A Última Tentação de Cristo
O livro foi escrito por um grego ortodoxo
e tem um pensamento bem "oriental".
Então você tem
um Cristo vindo de um oriental ortodoxo
sendo adaptado por
um protestante
e para ser dirigido por um católico.
Todas essas três camadas encontraram seu lugar naquele filme.
Filmando The Canyons
Eu acho que é
"hip" filme sobre
2012
Brett tem um ótimo senso
de como são os jovens em L.A hoje em dia.
E o fato de que tudo aconteceram tão rápido.
Eu perguntei a ele sobre o projeto em janeiro,
ele escreveu o roteiro em
fevereiro e março,
nós filmamos em julho
e vai ter sua premiere em janeiro (2013), um ano após ter sido idealizado.
Trabalhando nessa velocidade
eu acho que o filme pertence muito a "esse momento",
que é uma das coisas que eu mais gosto nele.
A maioria dos filmes,
quando eles chegam as telas,
eles foram realizados 5 ou 10 anos antes.