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Essa é a segunda webconferência do Gabinete Online, desta vez sobre o tema Mobilidade Urbana.
Nós vamos conversar sobre os principais assuntos que abordam esse tema, mobilidade urbana,
e durante a conversa, você pode mandar suas dúvidas e sugestões através das redes sociais
da Prefeitura,
do Facebook e do Twitter da Prefeitura, temos aqui os canais, @VitoriaOnline e facebook.com/VitoriaOnline,
e também você pode participar do debate utilizando a hashtag #GabineteOnline.
Essse é o desafio que vai exigir um maior raciocínio e esforço
porque ele tem relação com a mudança de um modelo que o Brasil escolheu
principalmente na década de 50, quando investiu pesado na indústria automobilística,
abandonou ferrovias, abandou o trasporte hidroviário, aquaviário
e isso chegou num espaço de saturação com os automóveis incapazes de fazer o transporte,
e o transporte coletivo, de ônibus, também chegando ao seu limite.
Então eu estou muito animado, acho que este período de uma semana que vamos ficar debatendo
esse tema, on-line, vai nos ajudar.
O problema da mobilidade urbana é muito maior do que muitas pessoas imaginam,
porque nós vamos envolver a inversão de uma tendência na qual o país mergulhou desde
a década de 50.
Nós apostamos tudo no transporte rodoviário, principalmente automóveis,
recentemente o país aquece a sua economia facilitando a compra de automóveis,
e não há engenharia de trânsito, não há alargamento de faixas,
não há possibilidades de intervenções que acompanhem esse processo.
Então, o coração da mobilidade urbana depende de um transporte coletivo
que possa tirar milhares de pessoas dos automóveis para que a gente possa ter uma inversão de
tendências.
Não adianta falar pra pessoa deixar o automóvel em casa,
porque se ela não tiver um transporte coletivo seguro, pontual e confortável ela não vai
fazer essa passagem.
Por causa de uma questão inclusive cultural do país.
Vitória está trabalhando com um plano de mobilidade da região metropolitana que envolve
a chegada do BRT.
Um projeto viável, um projeto financeiramente possível.
Podemos até discutir se existem outros meios de transporte coletivos mais perfeitos,
mas quando nós juntamos a reflexão técnica, financeira e de viabilidade o programa aponta
pro BRT, que são os corredores exclusivos de ônibus.
Isso já está em curso na cidade e, no momento em que nós tivermos esse transporte coletivo
pontual e seguro sendo utilizado
nós vamos ter a possibilidade dos automóveis começarem a não ocuparem essas ruas,
porque essas pessoas vão utilizar o transporte coletivo.
Os carros estão parados e os ônibus estão andando,
num ônibus você tem 100 pessoas, no carro uma pessoa.
Não é justo que todo mundo fique parado da mesma forma.
Então, o aumento da frota não resolve. O que resolve é a priorização do transporte
público.
Mais ônibus não significa que a gente vá ter menos tempo nas viagens, ou esperar menos
tempo nos pontos.
Porque numa cidade como Vitória, onde você tem pouquíssimos eixos de deslocamento,
tem o Eixo Central, que é o principal da cidade, que é a Fernando Ferrari, Reta da
Penha, César Hilal,
até chegar na Jerônimo Monteiro lá no Centro, e o Eixo Beira-Mar.
Esses são os principais eixos da cidade, e praticamente todos os ônibus passam pelo
Eixe Central ou pelo Eixo Beira-Mar.
Então, colocar mais ônibus significa reter ainda mais o trânsito.
Numa cidade como Vitória isso, de fato, não ajuda a resolver.
O que ajuda a resolver mesmo é você separar uma faixa exclusiva para os ônibus, tornando
esse tipo de modalidade prioridade
numa cidade como Vitória, e assim ajuda as pessoas a se locomoverem mais rápido, com
mais conforto e também com mais segurança.
Levar aquilo que deve ser básico para os usuários do sistema de transporte coletivo,
que são as informações, das rotas, dos itinerários, dos tempos de viagem...
Isso a gente espera poder colocar em prática, levar essa informação a todos os abrigos
e também aos pontos que não tem oportunidade de receber um abrigo, por conta de estreitamento
de calçada, mas que possam ter essas informações
para que isso facilite a vida dos usuários e também das pessoas que nos visitam e querem
fazer uso do sistema de transporte coletivo.
Porque nos últimos 10 anos a frota de veículos duplicou, enquanto as nossas vias aumentaram
apenas 4%.
Ou seja, fica muito claro, aqui, que temos que desenvolver as nossas vias.
A forma mais rápida e mais eficiente de nós melhorarmos a mobilidade urbana é seguir
por outro caminho.
A bicicleta tem se mostrado um forma muito eficiente de melhorar a mobilidade, é uma
tendência mundial.
Nós lançamos o plano de construção de ciclovias e ciclofaixas há mais ou menos
um mês e meio, na cidade.
Recuperamos a ciclovia da Serafim Derenzi, que é uma ciclovia muito importante, muito
usada por trabalhadores...
Agora nós estamos com um grande desafio que é fazer com que aquela ciclovia não seja
usada para estacionamento, como foi usada durante muitos anos.
A cidade constrói trechos de ciclovia que são fundamentais.
Uma ciclofaixa dentro do bairro de Jardim Camburi, que tá agora com o sistema de mão
única,
que também é uma ação de mobilidade urbana que facilita o trânsito no local,
levando as pessoas do bairro pra ciclovia na beira da praia,
e fazendo o projeto de construção de trechos emblemáticos, como por exemplo o trecho que
vai da estátua de Iemanjá até a Praça dos Namorados,
nunca concluído, uma confusão enorme porque a ciclovia desaparece ali, além de outros
trechos,
como o trecho perigosíssimo em frente aos galpões do porto da cidade de Vitória.
E nós vamos agora, até o final do ano, implantar a ciclofaixa de domingo, que vai do Tancredão
até a Praia da Camburi.
Tudo isso dando um contexto de mudança de cultura e da ocupação do espaço, gradativamente,
pelas bicicletas.
Também há um programa forte de padronização de calçadas, porque a mobilidade começa
com o caminhar.
A princípio, a maioria dessas ciclovias, que ainda existem, foram feitas no final da
década de 90,
ou início da década de 90, por aí... Mas com o intuito de serem ciclovias para uso
de lazer, como é o cado de Camburi e outros casos...
E com o aumento da demanda de trânsito, da correria do dia a dia, veio a necessidade
do uso da bicicleta como meio de transporte.
Então essas ciclovias, na verdade, não tem ligação entre elas. Tem certos trechos que
não tem, que tem que ser compartilhado o trânsito para dar seguimento.
Mas isso tudo é um trabalho que já está sendo feito, que demora um pouco mas está
sendo feito.
Tem muitos assuntos, aqui, ligados à questão cicloviária. Muitos deles sendo tratados
na Secretaria.
O prefeito trabalha com a possibilidade de ampliação da malha cicloviária na cidade.
Hoje são 23 km e o prefeito quer que a gente chegue a pelo menos 60 km de malha cicloviária
na cidade até o final do seu mandato.
São muitos temas correlatos, também, à questão cicloviária... Além do compartilhamento
das ciclovias, ciclofaixas, as faixas compartilhadas em si.
São os bicicletários, paraciclos, sinalização, fiscalização, bike box - aquele espaço
na via, onde não tem ciclovia, para que a bicicleta possa se localizar na frente dos
veículos,
tem a ciclofaixa aos domingos, que o prefeito tá louco pra poder colocar em prática e
as pessoas poderem andar de bicicleta.
Ele me cobra todos os dias. Dia sim, dia também ele me cobra, - quando é que sai isso?
Mas tem um processo de licitação da Secretaria de Segurança Urbana para aquisição destes
cones, para que a gente possa colocar isso em prática no menor tempo possível.
Enfim, estamos sinalizando bastante a cidade.
Em comparação ao ano passado, foram 20 mil m² de sinalização horizontal em 6 meses,
em 7 meses nós já sinalizamos 60 mil m² na cidade.
O ciclista, hoje, é muito pouco respeitado no trânsito. O código de trânsito brasileiro
tem 21 artigos que falam sobre a bicicleta, sendo que 9 deles são passíveis de multa.
Duas dessas multas são gravíssimas, duas são graves e três são médias.
E existe muito pouco conhecimento sobre essas leis que falam sobre como você deve pedalar
na cidade.
Diversas vezes os motoristas, de carro ou de ônibus, me colocam em perigo simplesmente
por achar que aquela bicicleta não deveria estar ali.
"- O que que esse cara tá fazendo aqui nessa rua que é pra mim, que to dirigindo um carro?"
Mas também, diversas vezes, os próprios ciclistas me colocam em risco,
porque eles não tem conhecimento algum das leis que eles também tem que respeitar.
Eles furam o sinal, eles andam na via contrária, isso é muito comum.
Começa hoje nas redes sociais, e já no final de semana começa na televisão
e nas grandes mídias uma campanha de esclarecimento de leis e de convívio de bicicletas no trânsito.
Então, Edvaldo, a gente já começa a criar esse ambiente de compreensão, de uma nova
convivência
onde a bicicleta não deve ser vista como um corpo estranho, mas como parte integrante
do sistema de mobilidade.
Inclusive, o futuro apontado ali, como um transporte ecológico, de qualidade.
Em relação a esse assunto dos ciclistas também, no treinamento dos motoristas,
agora a gente está oferecendo um treinamento gratuito de capacitação e as leis dos ciclistas
já estão na grede curricular deles.
Inclusive, a gente também tá passando isso dentro de todas as empresas, para os motoristas,
para que eles tenham conhecimento.
Hoje já temos próximo de 80% da frota adaptada, com elevadores. E o prazo fatal para que isso
aconteça é 2014.
Então, estamos nos preparando para até dezembro de 2014 entregar 100% da frota totalmente
acessível.
Além disso já temos, tanto o Transcol como a Prefeitura de Vitória, o programa Mão
na Roda e Porta a Porta, de levar deficientes.
Nas cidades brasileiras, de uma forma geral, o espaço público é muito hostil com as
pessoas, principalmente com quem tem deficiência física.
Então, na hora que nós construirmos as calçadas, nós precisamos lembrar que existe alguma
deficiência na capacidade de mobilidade muito grande, temporária ou permanente na população.
Os índices apontam para 70% da população tendo algum problema temporário ou permanente
na sua capacidade de se locomover.
Então, a solução são os espaços urbanos deixarem de ser hostis.
A acessibilidade tem que estar prevista na construção de calçadas e ela tem que estar
prevista toda vez que a gente discutir algum modo de transporte na cidade.
Acho que a principal mudança que a gente vai deixar nessa cidade, com o prefeito Luciano,
está relacionada a uma mudança cultural, mesmo,
independente da questão do BRT, é uma mudança cultural, de hábitos, deixar de cultuar os
veículos e passar a cultuar qualidade de vida.
Isso significa andar de bicicleta, de transporte coletivo, e que as pessoas sejam mais solidárias
no trânsito, em especial com os ciclistas e, principalmente, com os pedestres.
A ideia da webconferência é dar início ao Fórum de Ideias, que vai ficar aberto
durante uma semana ainda,
e todas as sugestões serão respondidas pelo projeto Gabinete Online.
A gente viu que esse assunto ainda tem muito o que se discutir. A questão de semáforos,
de trânsito, sinalização, educação...
Enfim, acho que uma semana é até pouco, tem muito assunto aí. Mas está aberto o
fórum. O bom da internet é a gente não ter esse limite.
Todas as sugestões serão respondidas, as três sugestões mais apoiadas vão ter um
vídeo resposta do prefeito,
então vocês podem acessar www.vitoria.es.gov.br/gabineteonline e todas as discussões continuam na internet,
agora.
O Nando já falou aí, todo mundo pode participar, durante uma semana, desse debate. Essa é
a ideia do Gabinete Online.
Um fórum permanente, que não se acaba depois da webconferência, pra gente colher o maior
número de sugestões possíveis.
Muito obrigado, e é dessa forma que a gente vai governando, uma gestão compartilhada,
com diálogo.
E como o slogan da prefeitura fala, cidade melhor é a gente que faz.