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É seguro afirmar que educar as pessoas pode mudar o mundo.
Porque isso já aconteceu.
Porque sempre vai ser assim.
Nós precisamos da mudança.
Nós precisamos, enquanto uma sociedade, melhorar, mudar pra melhor, e todos precisam fazer parte
dessa mudança.
Mas nem todos participaram.
Talvez vc não saiba disso ou nunca tenha pensado sobre o quanto que isso é importante, mas no final
do século 19, menos de 2% da população do Brasil era alfabetizada.
2%, de 15 milhões de pessoas.
Hoje, somos 210 milhões, mas 12 milhões ainda são analfabetos, o que significa que
elas não sabem ler e escrever.
Agora, vamos pensar por um segundo sobre o por quê isso acontece.
Vc acha que as pessoas têm as mesmas oportunidades, e é tudo baseado no mérito?
Eu vou dar pra vc o meu exemplo.
Eu estudei na universidade pública aqui no Brasil, e eu vi a demografia.
Por causa de onde eu morava e da situação financeira da minha família, eu consegui um alojamento,
graças ao programa de assistência social que eles ofereciam.
Mas eu tive sorte.
Eu gostava de morar na cidade?
Sim, eu gostava.
Eu amava São Paulo.
Mas eu sei que a minha realidade não era a realidade da maioria.
Vamos dar uma olhada na história.
1888. A escravidão era a norma.
E as coisas levam um tempo pra mudar.
O direito de ter educação foi garantido pra algumas pessoas, baseado na cor
da pele, baseado na origem, e é claro, baseado no poder delas.
Vc acha que nós falamos sobre isso o suficiente?
Ou então aqui vai uma pergunta melhor: vc acha que nós entendemos as causas e as consequências?
Se vc quiser uma resposta fácil, vc pode dizer: "sim, a exploração é normal."
Vc pode dizer que o forte ganha do mais fraco, é assim que o mundo funciona.
Mas vc consegue defender isso por mais de 5 segundos?
Porque não, não é normal, todas as formas de abuso precisam ser combatidas.
Mas o que nós conhecemos como Direitos Humanos foi escrito numa Declaração da década de 40.
Pergunte aos seus avôs e avós o que estava acontecendo na época.
E eu não estou dizendo que nós nunca mais vimos guerras.
Todos nós sabemos que isso não é verdade.
Mas não gostamos de pensar que algo tão horrível não está tão distante de nós, no tempo,
e nós temos que entender isso.
Antes de a Constituição ser escrita em 1988 aqui no Brasil, cem anos após
a abolição da escravatura, pergunte aos seus pais o que nós tínhamos.
E se nós olharmos para os Estados Unidos, nós vamos ver que a questão racial é muito forte
lá também, e a segregação era parte de uma cultura.
O primeiro presidente *** foi eleito lá em 2008, e no Brasil, nós tivemos a primeira
mulher eleita, dois anos depois.
Mas houve uma época em que as mulheres não podiam votar, antes de 1932, e as pessoas nem
pensavam numa mulher em um papel tão importante na comunidade internacional.
Vou dizer novamente: nós precisamos mudar pra melhor, até Aristóteles escreveu
isso, é a essência do ser.
E às vezes isso é rápido, outras vezes é bem rápido, talvez porque as pessoas estão começando
a perceber que se não olharmos para o plano maior, estamos perdidos.
Veja, hoje nós temos redes sociais.
Vou falar um nome grande aqui: Facebook. 2 bilhões de pessoas usam.
Nós entendemos como isso faz parte de uma cultura global agora?
Bom, tudo bem, algumas pessoas odeiam (e no Facebook vc só pode curtir as coisas, não o contrário
-- embora vc esteja mais ou menos livre pra escrever o que quiser, porque a liberdade de expressão
é uma norma na maioria dos lugares, especialmente nos EUA, terra dos livres, lar dos corajosos,
com a Primeira Emenda).
Mas o Facebook e trolls da internet estão longe de ser o principal problema.
Algumas pessoas não têm acesso à internet.
Em 1995, menos de 1% tinha acesso.
Agora, com o interesse significativo e o rápido desenvolvimento de múltiplas tecnologias,
40% da população mundial está online.
São 3 bilhões de pessoas.
Mas nós somos mais que isso.
E a exclusão tem explicações históricas e sociais.
Lembra do documentário que eu recomendei?
Bom, talvez vc não teve tempo de assistir.
Ou talvez vc não quis.
Ou talvez vc não tá nem aí.
Mas eu vou fazer uma pergunta, ok?
E eu espero que vc concorde que é relevante pensar sobre isso.
Algumas pessoas passam a vida toda pensando nisso, outras não têm muito
tempo para questões filosóficas.
Mas aqui vai: como vc acha que vai ser o futuro?
E quem vai tirar vantagem?