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Não há problema. Sempre acontece isso.
Agora estou começando.
Não, estou bem.
Querem mais som.
Tudo bem. E quase chegamos.
Vou ajustar meu microfone Bluetooth.
Transmite.
Está ficando parelho.
Agradeço muito vocês por ter vindo hoje.
E por ouvir-me hoje. Agradeço muito.
Entendo os apresentadores de ontem quando disseram
que não podiam ver bem ao público.
Há dois holofotes brilhantes apontando direto a meus olhos.
Ou estou num palco ou estou tendo uma revelação.
Talvez as duas coisas.
Bem, estou transmitindo publicamente pelo Youtube
em Caracas, Venezuela.
Gostaria de dar as boas-vindas para a minha apresentação hoje.
Ela se titula: "Aprendizado Livre e a Riqueza das Nações".
Ontem viram apresentações desafiantes.
Apresentações que me deixaram pensando
e que, com certeza, fizeram o mesmo com vocês.
E embora sempre tenho uma mensagem nas minhas apresentações,
algo sobre o que sei que eu vou falar
para mim é sempre importante adaptar minha apresentação
ao ambiente no qual eu estou
e aos palestrantes que me precederam.
Quando falamos antes, online,
eu falava da minha teoria do aprendizado.
E é uma teoria muito simples.
É a teoria do aprendizado do Downes.
Demasiado simples para ser uma teoria.
E decerto não é minha teoria.
Ensinar é modelar e demonstrar.
Aprender é praticar e refletir.
Quando falei online, falei do lado do aprendizado,
falei da prática e da reflexão.
Hoje, quero falar do ensino.
Da modelagem e da demonstração.
Então, esta apresentação tem duas grandes partes:
Na primeira, quero captar o que estamos fazendo
quando ensinamos num curso online.
Pelo menos nos cursos "MOOC" do jeito que eu os delineei
e como meus colegas os delinearam.
No segundo lugar, quero responder a pergunta
de por que ensinamos os cursos online desse jeito.
E, assim, espero responder
à discussão tão proveitosa que ocorreu aqui ontem.
Começarei com Juan Domingo e sua discussão sobre a Internet
sobre a nova mídia e os meios sociais.
Uma das coisas que ele mencionou foi a mudança social, a dirupção
e o fato de aproveitar o caos resultante desta situação.
É algo que aprendemos, com o tempo, trabalhando online
e é que quando trabalhamos com centenas, milhares de pessoas
não podemos dirigir eles, falar com eles,
dizer o que eles devem fazer porque são demasiados
e há demasiadas coisas que eles devem saber.
Assim que não é possível falar com eles.
E o futuro num ambiente assim está mudando constantemente,
pelo que, ainda nós soubéssemos o que dizer para vocês hoje,
não poderíamos dizer-lhes o que fazer no futuro.
Então, temos a ideia da ordem criada pelo caos.
Temos a ideia da ordem que surge deste caos.
Juan Domingo falou de coisas como Folksonomia e redes sociais.
Vejo que temos um colapso do sistema visual.
Que bom que tenho um backup.
Bom, já voltamos.
Isso esteve bom.
Vocês também devem ter um backup.
O que significa tudo isto?
O que nos diz sobre como ensinamos e como aprendemos?
A primeira mensagem que surge da fala do Juan Domingo
é uma compreensão da nossa sociedade
e de nós como seres que percebem.
E isto é algo importante que devemos compreender,
porque, historicamente,
temos nos caracterizado como "seres que sabem".
Pessoas que encontram regras,
regularidades, leis da natureza.
Mas, principalmente, nós aprendemos ao ver com atenção.
Mas, o que significa isto?
Aprender é um processo de criar ordem a partir do caos.
O conhecimento é, literalmente,
um conjunto de conexões entre entes.
O conhecimento na mente humana
é um conjunto de conexões entre nossos neurônios.
Esse conjunto de conexões é, literalmente, "o que sabemos".
O conhecimento numa sociedade é o mesmo.
É o conjunto de conexões entre os indivíduos,
os conceitos que eles criam, os equipamentos que constroem
e as culturas que criam.
Este conjunto de conexões é, literalmente,
o conhecimento da sociedade.
No entanto, esse conjunto de conexões é criado
com o processo de aprendizado.
O aprendizado é o mecanismo para formar as conexões.
O mecanismo para criar os elos entre os neurônios
de nossas mentes e para criar ligações entre as pessoas,
os artefatos e os conceitos na sociedade.
Frequentemente nos concentramos no conteúdo do conhecimento,
o que dizem estas conexões
mas o que é mais importante,
da nossa perspectiva como educadores
é o que este mecanismo faz,
este conjunto de neurônios interligados.
E o que ele faz é perceber o mundo.
Olhamos o mundo e vemos o caos.
E este caos entra na nossa mente
e penetra nesta rede de neurônios conectados.
Esta rede de neurônios conectados
recebe este caos e vê padrões no caos.
Reconhece padrões no caos.
Agora bem.
O aprendizado e o conhecimento
é um processo de reconhecimento de padrões
e é por isso que nossas sociedades e culturas
estão repletas de padrões.
Reconhecem...? Essa tela está em branco.
Reconhecem esse padrão?
É o desenho das toalhas de mesa, lá fora.
Olhem bem.
Quando voltem para vê-lo de novo, vocês o reconhecerão.
Terão aprendido.
Não é que seja útil.
Então, esta é a base do nosso desenho,
da criação dos nossos cursos maciços abertos online: os MOOC.
Eu gosto da ***úncia em espanhol.
Um MOOC é, para nós,
um curso maciço aberto online, isso para nós,
não para Coursera, não para Udacity,
não para Sugra Mitra, nem para Edx, mas sim para nós,
um curso maciço aberto online é um conjunto de conexões
entre pessoas, artefatos e recursos,
entre conceitos e ideias.
Resumindo, é uma cultura.
Resumindo, é uma língua.
O que é um MOOC?
Sou muito delicado com estes pontos.
Um MOOC é maciço.
Não é maciço como resultado.
Não é simplesmente maciço.
Senão, qualquer coisa que for maciça seria um MOOC.
Uma estação de televisão seria um MOOC.
A rádio, eu adoro a rádio, mas uma rádio seria um MOOC.
Contudo, isso não faz com que ela seja um curso.
Um curso requer interação e conectividade.
Requer esses vínculos.
E não temos eles na televisão e na rádio.
Sir John Daniel falou dos MOOC ontem.
Ele disse que as universidades abertas
tem estado fazendo aprendizado aberto por décadas.
Sim, mas não MOOC.
Por quê? Porque carecem de conectividade.
Os MOOC devem ser abertos.
Abertos implica grátis.
Sem custo.
E tem muitas razoes para isso.
Eu vou falar disso na segunda parte da fala.
E também significa livre, que as pessoas possam ir e vir.
Que as pessoas tenham liberdade dentro do MOOC.
Os recursos e materiais no MOOC são livres.
Eles podem se mover.
Não estão estáticos numa locação específica.
Um MOOC está online.
Por que é que ele está online?
Porque queremos participação de todas as partes do mundo.
Essa é a razão pela qual eu estou num lugar como a Venezuela.
Nunca teria vindo para a Venezuela senão compartilhasse o que sei,
abertamente e gratuitamente com pessoas em todo o mundo.
Mas para mim é importante aprender sobre a Venezuela,
sobre o país e suas pessoas, porque isso me dá perspectiva.
Dá-me contexto, dá-me ideias.
E, finalmente, os MOOC são cursos.
Não são comunidades, não são eventos compartilhados,
não são conceitos, não são ambientes.
São cursos.
E, com isto, eu quero dizer
que eles começam, percorrem e concluem.
E, no meio, há uma discussão,
um aprendizado sobre algum conceito ou ideia.
Esse é o conceito básico de um curso.
E o fazemos especificamente porque queremos criar
uma rede temporal na qual as pessoas possam se unir
sem que isso seja um compromisso de por vida.
Isso permite novas conexões.
Mexer nosso ambiente normal.
Tenho aqui, mas aqui não.
Podem ver os diagramas dos MOOC.
Estes diagramas foram criados pelos participantes.
Essa tela segue em branco.
Vemos padrões nestas conexões
e isto é o que os participantes nos nossos MOOC têm feito.
Criaram um pato e não sei o que é o outro, uma vaca, acho.
Mas vemos como as redes de conexões criam padrões
que reconhecemos, são padrões reconhecíveis.
E assim temos a definição do MOOC
como curso maciço aberto online.
É isso o que eles são.
E, ao longo dos anos, George Siemens e eu,
Dave Cormier, Rita Kop e outros, temos criado os MOOC.
Nosso primeiro MOOC foi:
"Conectividade e Conhecimento Conectivo". CCK08.
Ele foi criado em 2008 pelo George Siemens e eu.
Depois Dave Cormier uniu-se e nos ajudou muito.
Oferecemos esse curso quatro vezes
nos seguintes cinco anos.
Oferecemos outros cursos.
Por exemplo: "Ambientes Pessoais
de Aprendizado, Conhecimento e Redes",
o PLENK2010.
Oferecemos um curso de 30 semanas sobre a mudança.
Com Rita Kop ofereci um curso chamado: "Literalidades Críticas".
O ano passado, com a Universidade Athabasca,
Chronicle of Higher Education, a Fundação Gates,
oferecemos um curso sobre
os Futuros do Ensino Superior.
Todos eles foram MOOC.
Todos foram exemplos de aprendizado,
quanto era criado um conjunto
de conexões entre pessoas, recursos, conceitos e ideias.
Não há dúvida de que têm ouvido de muitos outros MOOC.
Vocês têm visto os MOOC criados pela Coursera.
Aqueles criados pela Udacity, pelo Edx.
Mas há uma gama de MOOC diferentes
que gostaria de identificar.
Por uma parte, temos os MOOC baseados na ideia de rede.
É o tipo de MOOC que criamos George e eu.
A ideia de conectar pessoas, ideias e coisas.
Cursos como o CCAK e mais outros.
Os MOOC oferecidos pela Coursera, Udacity e os outros
estão baseados no conteúdo.
Eles fazem que as pessoas compareçam,
as pessoas vão ao MOOC da Coursera, da Udacity,
e ali aprendem sobre um tema.
E o MOOC os conduz ao longo do material
e lhes oferece tarefas ou lições e lhes mostra vídeos curtos.
O MOOC é algo semelhante a uma rede de difusão.
O MOOC como uma estação de TV.
E não há interatividade.
De fato, com os cursos da Coursera, o que se observa
é que as pessoas criam suas próprias comunidades aparte,
completamente separadas do curso,
porque na verdade eles querem essa interatividade.
No centro se encontram os MOOC híbridos.
Por exemplo, o DS106, criado pelo Jim Broom
e apoiado por pessoas como o Alan Levine
e outros.
E esse é um MOOC baseado na ideia das lições.
Na ideia de criar e fazer coisas.
Se inclui uma rede mas também está baseado no conteúdo.
É algo aberto, mas também não aberto.
Assim, ele não é um MOOC da forma que foi descrito,
embora ele inclua muitos aspectos interessantes
do MOOC tal como eu o descrevo.
Desta maneira, aqui temos como se vê um MOOC.
Novamente, foi assim como desenvolvemos
o MOOC conectivista.
Como vocês podem ver, a estrutura do curso...
e esta é a estrutura do curso,
tem a aparência de uma rede.
Não damos para as pessoas uma coisa, depois outra, etc.
para que elas estudem e aprendam.
Pelo contrario, quando as pessoas entram no curso
não há um caminho predefinido que devem seguir.
Eles podem escolher seu caminho.
É engraçado, o MOOC, por uma parte é aprendizado
maciço, aberto e online,
mas, por outra parte, pela forma como foi delineado,
é também a forma mais pessoal de aprendizado.
Cada pessoa experimenta algo diferente no mesmo curso.
É um elemento muito importante do MOOC.
Não fazemos que todos estudem a mesma coisa.
Cada um olhará coisas diferentes segundo seu interesse e aptidão.
Por que fazemos isto?
Criar um MOOC é como criar uma rede.
Quando criamos uma rede não queremos criar
conteúdo centralizado que todos devem seguir.
Em vez disso, temos uma amplia variedade de conteúdo
e o que buscamos como instrutores,
como professores, é a criação dos elos
entre os diversos elementos do curso.
A relação entre as atividades,
as ideias, os aparelhos e os recursos.
Queremos que as pessoas desenhem as conexões.
Queremos traçar conexões nós também.
Cada pessoa que participa no curso cria
um conjunto diferente de conexões.
E logo o curso como um todo, é a totalidade do conjunto
de conexões criado pelos participantes.
Um MOOC, então, não é algo criado por um docente
ou um instrutor, mas sim algo criado por todos nós.
O instrutor é um participante no MOOC, com certo papel,
do qual nós falaremos. Mas todos construímos o MOOC.
E construímos ele a partir dos recursos, das ideias,
e dos equipamentos da nossa comunidade.
Então, como instrutor, ao delinear um MOOC,
armam-se vários componentes primários do curso.
O que George e eu temos feito é criar quatro coisas:
Primeiro, uma wiki, e há muitos espaços
aos quais se pode ter acesso para obter wikis grátis online.
E isso foi o que fizemos porque nunca tivemos dinheiro.
Criávamos uma wiki e nela planejávamos o curso.
Suponhamos que era um curso de doze semanas
e aqui estavam os doze temas que queríamos cobrir.
Incluiríamos os vínculos dos convidados.
Tínhamos um convidado para cada semana.
Um palestrante perito no tema, de algum lugar do mundo.
Tentávamos procurar uma boa mistura de palestrantes.
Também criávamos uma lista de email.
Usamos meu próprio software para nossa lista de email.
Mas é possível encontrar software gratuito,
serviços online, que permitem criar uma lista de email
e permite aos participantes subscrever-se a ela.
Esta lista de emails é muito importante.
Para muitos, é a conexão principal com o curso.
E a lista é usada para enviar informações e analises.
Depois, criamos um blog do curso.
O blog é um espaço para que George e eu refletíssemos.
Não é uma coisa que recheássemos de conteúdo a priori.
É algo que criávamos dia trás dia, semana trás semana,
entretanto avançava o curso.
E nele, nós refletíamos sobre nosso próprio aprendizado.
O importante do blog era que nós mesmos
demonstrávamos, modelávamos, como nós mesmos
estávamos aprendendo no curso.
E, finalmente, criamos
um ambiente para nossos convidados
para nossa interação online.
Criamos vídeo sincronizado.
Geralmente, usávamos um produto comercial
chamado Illuminate, mas há outros gratuitos.
Eu, neste momento, estando aqui,
estou criando um. Criei um Hangout do Google
pelo que há pessoas assistindo no meu Hangout de Google
e está sendo transmitido no Youtube.
E esta é uma forma de termos um ambiente de áudio e vídeo
no qual as pessoas possam ter uma conversa,
mostrar ideias ou, neste caso, apresentar uma palestra.
Geralmente, não é uma boa ideia só apresentar uma palestra.
Se pensam na rádio e na televisão tal como as conhecem,
vocês querem algo interativo, uma conversa.
Se houver algum jornalista de rádio no público,
sabe exatamente ao que estou me referindo.
Não há nada mais aborrecido que sessenta minutos
com a mesma pessoa falando. A gente quer variedade.
Talvez um pouco de música,
fala, perguntas e respostas.
Pessoas que visitem, etc.
A estrutura mesma do curso,
como eu mencionei, é uma série de temas.
É assim como ensinamos nossos MOOC.
Nos nossos cursos sobre conectivismo
falamos sobre o conceito do conectivismo.
Se ele é ou não uma teoria,
quais eram os princípios fundamentais das redes,
como podem se usar as redes para aprender,
e temas semelhantes.
Mas neste curso, não ensinamos estes temas.
Não dizemos: "Isto é o conectivismo.
Assim é como se aprende".
Em lugar disso, os instrutores,
George Siemens e eu, trabalhamos com estes temas
como pesquisadores, como teóricos,
como praticantes e docentes, tentando entender.
Não tratamos o primeiro tema do conceito de conectivismo.
Tratamos o primeiro tema fazendo uma pergunta:
O que pode ser o conectivismo?
Como podemos nós entender o conectivismo?
Como podemos aprender sobre redes?
Teoria do aprendizado e tudo isso.
E os participantes no curso veem como aprendemos ativamente.
Aprendemos abertamente.
Eles veem um modelo de um praticante fazendo o que faz.
Se fosse um curso de enfermagem,
veriam como agimos como enfermeiros.
Nos veriam no hospital, indo de um quarto para o outro.
Ouviriam como falamos em voz alta
sobre nosso fazer, as situações que enfrentamos
e como entendemos essas situações.
A ideia aqui é que a estrutura do curso
é um modelo da prática e não uma fala sobre a prática.
E isso é muito importante.
E há componentes adicionais dos cursos.
Estes componentes adicionais são criados pelos participantes.
Queremos que nossos participantes sejam ativos
e possam se envolver no curso.
Então, pedimos que encontrem um serviço e página online,
blogger, WordPress ou tmblr,
uma rede social como Facebook ou tmblr.
Não interessa qual é.
Pode ser uma página de criação de conteúdo
como Google docs ou Flikr ou Instagram, a que for.
O que for. Não importa.
Vocês, os que aprendem, escolhem onde aprender.
Vocês escolhem a tecnologia na qual aprenderão.
O que sim pedimos é que nos digam qual vai ser.
Nem sequer tem que fazê-lo, mas é apenas uma cortesia.
Depois, o que fazemos é criar um agregado.
Criamos um mecanismo onde possamos ligar
todas estas coisas que os participantes criam.
Blogs, Wordpress, etc.
E fazemos a ligação entre eles, tipicamente usando
um agregador RSS ou um site como iftt.com.
Talvez usemos Facebook ou Twitter.
São formas importantes para agregar.
Todos estes métodos, misturados.
Não há uma forma correta só.
São muitas as formas de conectar recursos online.
Buscamos as boas e também as econômicas.
Porque, novamente, não temos dinheiro.
E depois começamos o processo do MOOC.
Cada semana introduzimos um novo tema.
Damos os recursos e os participantes
começam a compartilhar esses recursos.
E começamos a falar destes recursos.
Criamos vínculos com eles. Fazemos uma comparação entre eles.
Fazemos críticas.
Damos apelidos aos instrutores.
Não, mentira, não fazemos isso.
Temos conversas e interações
sobre os recursos.
E ao largo da semana temos um debate
com um convidado especialista que, se voltarmos ao exemplo
do curso de enfermagem, seria uma enfermeira especialista.
Alguém que talvez ensine enfermagem na universidade
ou que tenha uns 25 anos de experiência como enfermeira.
E os dois falaríamos com ela ou ele e diríamos
que estivemos ontem num quarto e vimos xis coisas.
E a especialista falaria: "Sim, vocês viram tal coisa,
mas deviam reconhecer isto ou aquilo, porque, olhe...".
E até aí chegou meu exemplo porque não sei de enfermagem.
É difícil dizer o que teríamos que reconhecer.
Mas a ideia aqui é que entramos numa discussão
sobre o tema com um especialista.
E o importante não é o conteúdo,
o importante é a dinâmica da interação.
É isso o que achamos importante.
O que achamos como o padrão da verdade.
O que achamos relevante.
O que achamos inútil. Esse tipo de coisas.
E não é o conteúdo da conversa.
São os padrões que reconhecemos
na conversa a medida que falamos.
Porque a conversa é como uma grande rede.
E não é algo para ser memorizado.
É algo que vemos, no qual participamos,
no qual mergulhamos e observamos.
E depois vemos surgir um padrão.
Pensem em ouvir rádio.
A gente não memoriza o que se diz na rádio.
Isso seria tonto.
Mas, com o tempo, começamos a reconhecer padrões.
Reconhecemos temas, valores,
e isso é o que cria as conexões
entre você e estação de rádio.
E fazemos isso no dia a dia.
Acrescentamos, unimos o conteúdo dos participantes,
e depois compartilhamos esse conteúdo com todo o mundo.
Facilitamos esta discussão distribuída entre os participantes
que estão pela Internet.
Este é um esquema de gRSShopper, a tecnologia que uso para isto.
E o ingresso dos usuários, que podem vir do Facebook
ou do Twitter, ou pode ser algo que me enviam diretamente,
e recebo fluxos de RSS de seus blogs, seus wikis,
de seus Flickr, Instagram, o que for.
E trago isso, faço a união, a organização,
para que cada dia, possa se criar uma imagem
formada por todos os elementos que criamos.
É demasiado para ler.
Mas um participante vê isso como um padrão
e seleciona entre todos os recursos que acha relevantes.
E, então, publico esse padrão. Envio ele por email.
Também como fluxo RSS.
Envio ele como um site.
Como uma série de mensagens no Facebook,
inclusive como tweets.
Podem ver isso na minha conta, meu relatório pelo email.
Então, é um relatório pelo email, um site,
um fluxo de Twitter e amanhã ao chegar a casa,
com certeza, farei uma versão para Facebook.
Não tinha pensando nisso. Talvez devia pensar.
Então, a pergunta é como aprendemos num MOOC.
E, como eu disse, aprender é um processo de imersão
numa comunidade que sabe. Ficamos inseridos no trabalho
e na fala e através desta participação,
percebemos padrões. E estes padrões,
e não o conteúdo, são o aprendizado.
Aprender é um processo de reconhecer estes padrões.
Reconhecê-los, percebê-los e depois fazer crescer
nossa própria rede neural, nossa mente, nós,
para nos tornar numa dessas pessoas.
Novamente, se pensarmos em aprender como ser enfermeira
não se trata de aprender a teoria,
ou as habilidades e práticas.
Se perguntamos para uma enfermeira qual foi o processo
ela falará que foi o processo de se tornar numa enfermeira.
Desculpem.
Foi o processo de ser o mesmo tipo de pessoa
que são as outras enfermeiras.
Não exatamente igual, todas são diferentes.
Mas sim o mesmo tipo de pessoa.
Uma pessoa que vê o mundo da mesma forma.
Que usa mais ou menos a mesma língua.
Que responde e age quase da mesma maneira.
E agora perguntamos, e esta é a encruzilhada,
¿Por quê?
Que tipo de comunidade é a que reconhecemos,
da qual aprendemos, na qual nos submergimos
e na qual crescemos?
O que é? Como se forma?
Quanto vale?
Queremos ser enfermeiros?
Alguém acorda uma manhã querendo ser enfermeira?
Ou acorda querendo ser
um desses operários que cavam...
que cavam na areia.
Sabem, essa era minha ambição.
Ontem ouvimos sobre a ideia de que quero que meu filho
seja médico para que não tenha que trabalhar como eu.
Não se trata de ter que trabalhar ou não,
mas sim do que é uma pessoa ou no que ela se tornou.
Este é um trabalho inútil? Claramente, não.
É muito útil.
Não teríamos este prédio sem alguém que cavasse assim.
O que tipo de sociedade estamos construindo?
Quais coisas valoramos?
O que queremos que nossos estudantes aprendam?
Por que fazemos que nosso aprendizado
seja uma rede deste tipo e não desse outro tipo?
Bom...
tudo está baseado na riqueza das nações.
Queremos que nós e nossos estudantes,
e nossa sociedade seja rica.
Ontem ouvimos uma longa fala sobre a riqueza das nações.
E concordo, a riqueza de uma nação não é o petróleo
nem os minérios no solo, todos concordamos com isso.
O Padre Ugalde perguntou se a riqueza de uma nação
é a soma dos bens e serviços produzidos.
E essa é a versão tradicional atualmente.
Perguntamos: "¿Por que queremos que nosso povo se eduque?".
E isto é verdade no Canadá, na Venezuela ou em qualquer nação.
Queremos que tenham educação para que consigam emprego
e sejam membros produtivos da sociedade.
Mas ninguém acorda uma manhã pensando
que quer ser um membro produtivo da sociedade,
e que quer fazer tijolos. Não é verdade?
É como o petróleo. Os recursos minerais.
São necessários para a riqueza.
Por isso está mal que alguém espolie eles.
Mas não são suficientes para a riqueza.
São um meio para um fim.
E os bens e serviços de uma sociedade também.
São necessários para a riqueza mas não suficientes.
Se isto é todo o que valorizamos,
é uma sociedade vazia.
Os bens e serviços são necessários,
mas não suficientes.
E isso nos deixa com a pergunta.
Se fazemos mais do que tentar conseguir que as pessoas
trabalhem mais na nossa educação,
o que é que tentamos fazer? E, por quê?
Quais são os resultados da sociedade?
Estamos voltados aos resultados, não é?
Queremos resultados de aprendizado, de trabalho,
produtividade. Quais são os resultados?
Diferentes sociedades têm resultados característicos.
Os Estados Unidos: Vida, liberdade e a busca da felicidade.
Soa tão americano, não é?
O Canadá: Paz, ordem e bom governo.
O que diz nossa Constituição.
E soa ao Canadá.
França: Liberdade, igualdade, fraternidade.
Se pensam em outras nações
não pensam na sua capacidade produtiva.
Se considerarmos o Taiwan, pensamos em seu grande PIB.
Podemos pôr um valor ao Taiwan, tomara fosse assim.
Mas não, olhamos outros aspectos da cultura.
O chocolate suíço, os waffles belgas,
o café colombiano, mas não só isso,
as pessoas, a cultura, as tradições,
a maneira de ver o mundo,
os padrões que reconhecemos nessas sociedades.
São esses, e não os bens e serviços.
Esses padrões, essas formas de ser,
são a riqueza dessas sociedades.
Ontem ouvimos sobre "Cultura Educativo-produtiva de qualidade".
Até aí chega meu espanhol.
Mas se nos definirmos como consumidores e produtores,
isso é tudo o que poderemos ser.
Se a motivação para o trabalho e o aprendizado é só
a produção e o consumo, nunca aspiraremos a mais.
A gente lê sobre a "geração perdida".
Ontem falamos sobre a geração perdida.
A gente vê o F. Scott Fitzgerald
ou Ernest Hemingway com "The Sun Also Rises". Brilhante.
Jack Kerouac, "On The Road".
J. D Salinger, com "Catcher in the Rye".
Todas são histórias de pessoas
que viveram em países ricos, de abundância,
mas estavam perdidos.
E não estavam perdidos por não produzir bens e serviços.
Estavam perdidos por não ter direção.
Não percebiam padrões na sua vida.
Não compreendiam seu papel na sociedade.
Essa é uma perda maior do que a de um bem ou serviço.
Agora pensemos no conhecimento e no aprendizado.
Pensemos nas destrezas desenvolvidas
e na aquisição de conhecimento. Precisamos dessas cosas.
Precisamos de destrezas, de conhecimento,
mas, como o petróleo no subsolo,
como os bens na fábrica,
o conteúdo e o conhecimento são necessários
para que uma pessoa tenha educação,
mas não são suficientes.
São o conteúdo,
os sinais enviados entre as pessoas na rede,
as pessoas na sociedade.
São como os sinais enviados de um neurônio a outro.
Mas esse não é o conhecimento.
O conhecimento é o que surge da totalidade.
O conhecimento, o conteúdo e as destrezas são os meios
com os quais conseguimos nossos objetivos na vida
mas não são os fins como tal.
Um médico não fala: "Quero poder ser capaz de fazer uma incisão
com maior precisão do que todos os demais".
Isso não é o que motiva a um médico.
Um médico fala: "Quero salvar uma vida".
Por quê? Porque vale a pena salvar essa vida.
As incisões, as operações, as medicinas são meios.
Está mal se alguém tira esses meios,
mas não é a razão pela qual a pessoa quer ser médico.
Se nos concentrarmos no conteúdo e no conhecimento
como a fonte de riqueza, nos tornaremos em pouco mais
que produtores e consumidores de conteúdo.
Uma geração perdida de educadores.
E aprender é mais do que isso.
Pensem em como avaliamos o aprendizado.
Avaliamos o aprendizado dando para as pessoas uma tarefa.
Você aprova essa lição se você tem a resposta correta.
Vocês ficariam satisfeitos se seu médico desse
as respostas corretas e nada mais do que isso?
Provavelmente, não.
A maneira como de verdade avaliamos o aprendizado,
pensem nisto, pensem no debate
sobre profissões na sociedade venezuelana que ouvimos ontem.
Como avaliamos realmente a uma pessoa?
Para saber si ela tem aprendido?
Vemos como se desempenham na rede.
Como interagem na rede. Podem fazer coisas?
Se ele ou ela é médico, pode curar um paciente?
Se é enfermeira, pode cuidar ao paciente?
Doentes e feridos.
Se ele é educador, pode levar a alguém de não saber a saber?
Vemos a capacidade de uma pessoa nesta red.
Mas não buscamos conhecimentos específicos,
ou habilidades específicas,
olhamos à pessoa, observamos a totalidade
de sua conduta e reconhecemos se ela está qualificada.
E o interessante é que não é necessário um especialista
para reconhecê-lo.
Os peritos podem fazê-lo melhor
mas inclusive alguém que não seja pode reconhecê-lo.
É como os esportes. Como o futebol, ou o beisebol.
Na Venezuela é o beisebol.
A gente vê um jogador, e embora a gente não seja perita,
reconhece quando alguém é um bom jogador.
Não porque fez isto ou aquilo,
mas sim pela totalidade de suas ações.
E assim se reconhece também o aprendizado em geral.
Podemos distinguir tipos de aprendizado
da mesma maneira em que distinguimos tipos de MOOC.
Dizemos que o aprendizado é
redes, comunidade, sociedade participação,
ou podemos definir o aprendizado como algo centrado no conteúdo.
Um corpus de conteúdo.
Dizemos que o aprendizado é uma coisa na que nos tornamos,
algo que passamos a ser,
o aprendizado como mercadoria, algo que se compra e se vende.
Algo que se produz e se consume.
O aprendizado baseado no conteúdo dos MOOC
está baseado na produção e no consumo.
É o tipo de aprendizado voltado a criar
bons produtores e consumidores.
Mas não boas pessoas.
O tipo de aprendizado que cria boas pessoas
é aquele conduzido pela mesma pessoa
num ambiente dedicado e voltado a trabalhar
para o crescimento dessa pessoa como indivíduo.
Por isso o aprendizado aberto
e a educação aberta é tão importante.
Não é porque queiramos ter acesso gratuito às coisas.
Não é que queiramos que o governo nos dê
o aprendizado gratuito e nós só recebamos ele.
Porque isso é aprendizado como consumo e produção.
É porque nosso conteúdo de aprendizado,
nosso conteúdo educativo são, de fato,
as palavras e orações que usamos para nos comunicar.
E não é que valorizemos mais uma palavra só
porque tenhamos que pagá-la.
De fato, uma palavra torna-se difícil de usar
ou quase impossível de usar se temos que pagar por ela.
Para que as palavras e orações creem conversas,
devem ser gratuitas.
Senão, as conversas não seriam possíveis.
Senão, o desenvolvimento e crescimento seriam impossíveis.
Uma vez ouvi uma apresentação intitulada: "Falando em lolcats".
Os lolcats são fotos de gatos com lendas cômicas.
Estão por toda a Internet.
A primeira era a foto de um gato que falava:
"I Can Has Cheezburger".
É tonto.
Mas as pessoas enviavam esta foto uns para os outros.
E enviaram tantas.
Não importou o conteúdo da foto, mas sim o ato
de enviá-la uns para os outros.
Foi como ter uma fala com fotos.
E assim é o aprendizado.
Não importa o conteúdo destes recursos compartilhados
no MOOC, é a ação de enviar esses conteúdos.
E trabalhar com eles, brincar com eles,
experimentar, submergir neles.
Falei do aprendizado como redes,
da sociedade como rede,
de ser mais do que um produtor ou um consumidor,
de que o aprendizado é mais que conhecimento, destrezas,
e esse tipo de coisas.
Mas, então, o que precisamos?
Quais são as medidas ou indicadores práticos e concretos
que podemos usar para determinar
a efetividade do aprendizado, sua qualidade
e o valor ou a riqueza na sociedade?
Eu chamo isso: A condição semântica.
A condição semântica é a propriedade das redes
de dar significado a nossas vidas.
E tenho identificado quatro grandes elementos:
Autonomia, a capacidade de tomar nossas decisões,
de encontrar nosso próprio caminho.
Diversidade, a ideia de que cada pessoa numa rede
ou numa sociedade tem uma perspectiva,
um ponto de vista ou uma experiência sobre o mundo
diferente mas igualmente importante.
Lembrem que é um sistema que percebe.
Pelo que cada neurônio, cada pessoa, é importante.
Não há um "percebedor em chefe".
Não há um chefe da percepção na sociedade.
Cada um de nós é parte dessa percepção.
Abertura é importante.
Sem a abertura no teríamos a capacidade
de receber experiências.
Não podemos compartilhar o que experimentamos.
Numa rede, a abertura é caracterizada pelo fato
de que as pessoas possam entrar e sair da rede.
Numa aula, é caracterizada pelo fato de que
as pessoas possam entrar e sair da aula, gratuitamente.
Sem custo.
Sem dar endereço eletrônico.
E, finalmente, interatividade.
E é a ideia de que o conhecimento do curso,
o conhecimento da pessoa,
o conhecimento da sociedade é criado como consequência
dessas interações, e não é o conteúdo
dessas interações, mas sim os padrões
que surgem dessas interações e podem ser reconhecidos.
Esses são os princípios de uma rede efetiva.
Esses são os princípios de uma sociedade efetiva.
E, por isso, são os princípios que seguimos ao delinear um MOOC.
De fato, o MOOC é só uma ferramenta.
Estes são os princípios que eu sigo, os que eu cumpro,
como educador, como professor.
Esqueçam a ferramenta por um momento.
Não importa qual seja a ferramenta.
Quando eu funciono apropriadamente como educador,
sou alguém que promove a autonomia,
sou alguém que aceita a diversidade,
sou alguém que está aberto a novas experiências,
que está disposto a compartilhar,
sou alguém que valoriza as conversas
como experiência de aprendizado.
E não o conteúdo.
O objetivo do aprendizado no é a aquisição.
Não é ser consumidor ou produtor.
O objetivo do aprendizado é o crescimento.
Trata-se do desenvolvimento pessoal de cada um.
Não é só o que a pessoa sabe.
Senão, as pessoas que não são capazes de saber muito
ou os que perderam o que sabem não seriam importantes.
Não é isso.
O importante, o sentido de valor de uma pessoa
e seu sentido de posição na sociedade.
A compreensão de que sabem quem são,
e sabem onde estão.
E se veem como parte de uma rede.
Como uma parte importante do padrão nesta rede.
E que se veem nestes padrões.
Quando o padre Ugalde fala da necessidade
de contar com médicos e engenheiros humanitários,
pessoas que trabalhem com a humanidade,
isto é o que ele quer dizer.
Ser médico é mais do que cortar ao paciente.
É se preocupar pela pessoa
e compreender que essa pessoa é valiosa.
Quando fala de "educação para transformar o país"
e que a criança tenha que aprender cosas
e fazê-las melhor, isto é o que ele quer dizer.
Não é fazer com que a criança seja um ente produtivo da sociedade
mas sim uma pessoa completa que se vê a si mesmo
como alguém valioso.
Senão conseguem isso, a educação faliu.
O conhecimento e o conteúdo são necessários,
mas não suficientes.
O petróleo é necessário, mas não suficiente.
Os publicitários, os profetas, os políticos,
os que controlam a mídia,
de todas as perspectivas, todas as partes da sociedade,
eles sabem isso. Sabem muito bem.
Sabem que as pessoas buscam um sentido de autovalorização.
Sabem que as pessoas buscam um sentido de pertencia.
Sentir-se parte de algo mais além deles.
E estão felizes de dar-lhes isso.
Se saem por essa porta e caminham por sua cidade,
minha cidade ou qualquer outra, poderão ver pessoas preparadas
para fazer que vocês consumam um sentido de valorização.
Eles vão vender isso.
Mas o aprendizado pessoal
passa por construir estas coisas nós mesmos.
O valor, a riqueza de uma cultura,
não é um produto que possamos comprar ou vender.
A riqueza de uma cultura é o que, juntos,
como indivíduos autônomos e diversos, produzimos como um todo.
Escrevi um artigo intitulado:
"Coisas que de verdade tem que aprender".
E os primeiros oito pontos são:
Um muito prático, como predizer o futuro.
Muito útil.
Ler, muito útil.
Os últimos dois pontos estão relacionados com isto.
O primeiro destes pontos que devem aprender,
que todos devemos aprender, que eu devo aprender,
e, acreditem nisto, de verdade tenho que aprender isto,
é como valorizar-nos.
O que significa valorizar-se?
Eu vou ler, porque é importante.
São várias coisas.
Por exemplo, é acreditar que somos suficientemente bons
para ter una opinião. Ter uma voz, algo que dizer.
Que suas contribuições valem.
É achar que você é capaz.
Que pode aprender como fazer coisas e ser criativo.
É sua capacidade para ser independente.
E não depender de alguém ou dalguma instituição.
Não depender de um publicitário ou de alguém de marketing
ou de um político ou um profeta ou de quem for
para o bem-estar pessoal.
E é a capacidade para ser autônomo,
capaz de tomar as próprias decisões
e viver a vida a sua maneira.
Isso vem direto de John Stuart Mill.
O "Princípio da Utilidade"
Sobre a liberdade: O direito de cada pessoa
de buscar seu próprio bem a sua maneira
é a fundação da riqueza de uma sociedade.
O outro princípio no meu artigo é:
Como viver significativamente?
Viver significativamente é uma combinação de várias coisas.
Num sentido, é nossa dedicação a um propósito.
E também um sentido de apreciação
do aqui e do agora.
A consciência de que isto, aqui e agora,
é justo onde quero estar.
Se vocês não quisessem estar aqui, estariam em mais outra parte.
E, finalmente, é a consciência
de que nosso lugar no mundo, nosso significado
é algo que devemos criar nós mesmos.
E isso nos leva à conclusão desta fala.
Algumas pessoas dizem: "Finalmente!".
A conclusão é esta:
Todas estas coisas são suas por direito.
Por virtude do fato de que são membros da rede,
parte da sociedade.
E que os humanos, tanto interna quanto externamente,
criamos valor e significado através destes processos de rede.
Mas, seu papel, seu valor, seu propósito na sociedade,
nunca poderá ser dado para eles.
E essa foi a mensagem principal da fala do Padre Ugalde.
Nunca poderá ser dado para eles.
Não se pode dar uma educação para uma pessoa.
Não se pode dar prosperidade para uma pessoa.
Não se pode dar riqueza.
Não se pode dar um sentido de significado,
um sentido de valor.
Tem que se tomar. Temos que tomá-los.
Cada um de nós, como indivíduos.
Temos que ganhá-los acreditando em nós.
A melhor forma de se educar é acreditar em si.
A primeira lição, a lição fundamental
que as pessoas devem cumprir é inculcar o sentido
de que toda pessoa deve acreditar em si
e ser alguém por se mesmos. Sem importar o que for.
Podemos tornar em seres autônomos só sendo autônomos.
Às vezes eu faço piadas dizendo que faço minhas próprias regras.
Não é de verdade, mas, sabem, eu faço sim minha forma de vida.
Faço meu próprio modo de vida.
Crio minha própria contribuição com a sociedade.
Não tenho ninguém que me diga como contribuir à sociedade.
E esse é o direito de cada pessoa.
Mas cada pessoa tem que fazer isso sozinha.
Como educadores, nosso papel fundamental, de base,
é saber que não damos e não vendemos
aprendizado e educação.
Nosso trabalho é mais bem agir como exemplos e facilitadores
que ajudem às pessoas para que aprendam e se eduquem
eles e para eles.
E essa é a parte central, o significado fundamental
do aprendizado pessoal e é o objetivo que pelo menos eu
tento alcançar com o aprendizado aberto online,
com os MOOC, e com todo o trabalho que faço em geral.
E, com isso, lhes agradeço por sua atenção.
E agradeço que tenham me acompanhado aqui hoje. Obrigado.