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Tradutor: Viviane Ferraz Matos Revisor: Isabel Villan
Estou aqui para compartilhar minha fotografia.
Será que é fotografia?
Porque, claro, esta é uma foto
que não se pode obter com uma câmera.
No entanto, meu interesse pela fotografia surgiu
quando ganhei minha primeira câmera digital,
aos 15 anos.
Ele misturou-se à minha paixão anterior pelo desenho,
mas era um pouco diferente,
porque com a câmera,
o processo de criação estava no planejamento.
E quando você tira uma foto com a câmera,
o processo termina quando se pressiona o botão.
Então, para mim, a fotografia tinha mais a ver
com estar no lugar certo, na hora certa.
Parecia-me que qualquer um podia fazer isso.
Por isso, eu quis criar algo diferente,
algo onde o processo de criação começa
quando você pressiona o botão.
Fotos como esta:
uma obra em local de tráfego intenso.
Mas com algo de inesperado.
E ainda assim,
o nível de realismo é mantido.
Ou fotos como estas --
tanto escuras como coloridas,
mas todas com o objetivo comum
de manter o nível de realismo.
Quando digo realismo,
quero dizer foto-realismo.
Porque, claro,
não se pode captar isso de verdade,
mas, de algum modo, quero que pareça sempre que poderia ter sido captada,
como uma foto.
Fotos que você terá que pensar um instante
para desvendar o truque.
Tem mais a ver com captar uma ideia
do que com captar um momento.
Mas qual é o truque
que a faz parecer realista?
Será algo relacionado aos detalhes
ou às cores?
Algo em relação à luz?
O que cria a ilusão?
Às vezes, a perspectiva é a ilusão.
Mas, ao final, trata-se do nosso jeito de interpretar o mundo
e como se pode percebê-lo em uma superfície bidimensional.
Não se trata do que é realista,
e sim do que pensamos que parece realista.
Então penso que o princípio
é bem simples.
Eu o vejo como um quebra-cabeça da realidade
no qual você pode pegar diferentes peças da realidade e juntá-las
para criar uma realidade alternativa.
E vou dar-lhes um exemplo simples.
Aqui temos três objetos físicos perfeitamente imagináveis,
algo com os quais nos identificamos por vivermos em um mundo tridimensional.
Mas combinados de um certo modo,
eles podem criar algo que ainda parece tridimensional,
como se pudesse existir.
Mas, ao mesmo tempo, sabemos que não existe.
Então enganamos nossos cérebros,
porque o cérebro simplesmente não aceita o fato
de que isso não faz sentido.
E eu vejo o mesmo processo
ao combinar as fotografias.
Trata-se de combinar diferentes realidades.
Então o que faz a fotografia parecer realista,
eu creio, são as coisas que nem pensamos,
as coisas que nos cercam em nossa vida diária.
Mas quando combinamos fotografias,
é muito importante considerar isso,
pois, de outro modo, isso simplesmente parece errado.
Assim, eu gostaria de dizer que há três regras simples a seguir
para atingir um resultado realista.
Como podem ver, essas imagens não têm nada de especial.
Mas combinadas, elas podem criar algo assim.
Então a primeira regra é que essas combinações de fotos
tenham a mesma perspectiva.
Segunda: fotos combinadas
devem ter o mesmo tipo de luz.
E essas duas imagens preenchem esses dois requisitos --
tiradas à mesma altura e com o mesmo tipo de luz.
Terceira: trata-se de tornar impossível distinguir
onde começam e terminam as diferentes imagens
criando uma junção perfeita.
Torne impossível de se dizer
como a imagem foi composta.
Combinando cor, contraste e brilho
nas bordas entre as diferentes imagens,
adicionando defeitos fotográficos
como profundidade de campo,
cores 'dessaturadas' e ruído,
apagamos as bordas entre as diferentes imagens
e fazemos com que pareçam uma imagem única,
apesar do fato de que uma imagem
pode conter centenas de camadas.
Então aqui está outro exemplo.
(Risos)
Alguém pode pensar que esta é apenas uma imagem de paisagem
e que a parte inferior é que foi manipulada.
Mas esta imagem foi toda composta
por fotos de diferentes lugares.
Pessoalmente, penso que é mais fácil criar um lugar
do que encontrá-lo,
porque assim você não precisa abrir mão
das ideias que tem em mente.
Mas isso requer muito planejamento.
E como tive esta ideia no inverno,
sabia que teria vários meses para planejá-la,
para encontrar os diferentes locais
para as peças do quebra-cabeça.
Por exemplo,
conseguimos o peixe em uma pescaria.
As praias são de locais diferentes.
A parte subaquática foi captada em um poço de pedra.
E sim, até pintei de vermelho a casa no topo da ilha
para que parecesse mais sueca.
Então para obter um resultado realista,
creio que o importante é planejar.
Começando sempre com um esboço, uma ideia.
Depois há de se combinar as diferentes fotos.
E aqui cada peça é muito bem planejada.
E se você fizer um bom trabalho captando as fotos,
o resultado pode ser muito bonito
e também muito realista.
Então todas as ferramentas estão por aí,
e a única coisa que nos limita
é a nossa imaginação.
Obrigado.
(Aplausos)