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Toyota mostra sucata como carro-conceito, no Salão Internacional do Automóvel brasileiro
Estande exibe protótipo de 2014; novo C-HR, que já está à venda na Europa, pode ser nacionalizado em breve e chegar nos revendedores por R$ 100 mil.
O brilho das estrelas do Salão Internacional do Automóvel cega a maioria dos entusiastas que o visitam e não estamos falando apenas dos apaixonados por automóveis, mas da própria imprensa “especializada”.
Os jornalistas que cobrem o evento fazem, na verdade, o papel de porta-vozes das montadoras e se uma delas falar que seus veículos emitem ouro em pó, ao invés de gás carbônico, o milagre da alquimia ganhará as manchetes de portais, jornais e revistas.
A maior pegadinha deste ano está no estande da Toyota, onde o C-HR Concept é exibido como uma amostra daquilo que a montadora planeja para o futuro.
Bom, os carros-conceito sempre despertam curiosidade do público, com a vanguarda do design e trens de força alternativos.
O crossover conceitual segue à risca esta receita e sua presença no São Paulo Expo não teria nada demais, não fosse ele um protótipo “vencido”.
O modelo que enfeita o estande da Toyota foi apresentado mundialmente há mais de dois anos, durante o Salão de Paris de 2014, e sua versão de produção já está à venda, na Europa, desde setembro.
Em outras palavras, o C-HR Concept do evento é, apenas e tão somente, sucata!.
Em Portugal, por exemplo, C-HR parte de 23.
650 euros (o equivalente a R$ 83.
250), na versão equipada com motor turboalimentado (1.
2 litro 16V) de 116 cv, e de 28.
350 euros (o equivalente a R$ 99.
760), na versão Hybrid, de 122 cv.
Ou seja, nossos patrícios pagam menos por um crossover híbrido, capaz de uma autonomia de 27 km/l, do que os brasileiros pagam por um Honda HR-V, que alcança, no máximo, média de 12,1 km/l.
Nacionalização.
A presença do C-HR no salão, mesmo que em versão sucateada, serve apenas para uma coisa: medir a aceitação do público.
Nem todos sabem, mas a Toyota pretende produzir o novo Prius no Brasil, em médio prazo.
Como o sedã e o C-HR dividem a mesma plataforma (TNGA) e comutam o mesmo trem de força híbrido, tudo indica que o crossover poderá dividir a nova linha de montagem com o Prius.
Mas há também quem acredite que o C-HR pode até mesmo precedê-lo, face a preferência do mercado pelos utilitários-esportivos (SUVs) e, principalmente, por estes modelos garantirem maiores margens de lucro para os fabricantes.
Nacionalizado, o C-HR chegaria nos revendedores com preços a partir de R$ 100 mil, ampliando a oferta da Toyota neste segmento, que hoje se resume aos caríssimos RAV4 (a partir de R$ 133 mil) e SW4 (de R$ 160 mil a R$ 235 mil).
Agora, é torcer para que o modelo não chegue ao Brasil depois de ser descontinuado, na Europa.