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Morte e angústia.
Morte e ódio. Morte e vingança.
Dois povos lutando pela mesma terra,
e como tudo começou
é dividido em um século de história.
Conforme o século 19 chega a um fim,
o território da Palestina possui
meio milhão de habitantes.
Um pouco mais de 20 mil
moram em Jerusalém,
uma pequena área urbana
onde três religiões
possuem seu lugar sagrado.
Os judeus constituem metade
da população dessa cidade
mas no país inteiro
constituem menos de 5%
os cristãos constituem 10%
os muçulmanos constituem 85%.
Todos eles possuem documentos
do império Otomano.
Eles são governados pelo Sultão,
Mohammed V.
Mas tudo está prestes a mudar.
No Leste Europeu no fim do século 19,
a perseguição aos judeus levou
a uma onda de migração
de colonos judeus para a Palestina.
Novos tipos de judeus se formaram.
Eles são os primeiros
nacionalistas judaicos,
conhecidos como sionistas.
Um proeminente judeu da Hungria,
chamado Theodor Herzl,
contribui no congresso em 1897
para o começo do sionismo político.
Ele propõe o objetivo de se criar
um Estado judaico em até 50 anos.
Os judeus sionistas
possuem agora uma organização
que trabalha para comprar terras
e acomodar judeus na Palestina.
Essa vila, antes chamada Umm Juni,
já foi vendida,
seus habitantes já se mudaram,
suas casas originais foram substituídas
por casas de madeira, como na Rússia,
e o primeiro Kibutz foi criado.
Na Guerra mundial de 1914,
o Sultao Otomano alia-se
com a Alemanha Imperial.
O Reino Unido e a França respondem
atacando o império Otomano.
Em 1917,
os ingleses tomam a Palestina.
General Allenby entra
na cidade sagrada de Jerusalém.
De agora em diante,
a Palestina estará sob mandato
da Inglaterra e da Liga das Nações.
Mas os aparentes libertadores,
estão prestes a serem vistos
como conquistadores.
Uma carta, do secretário inglês
para Assuntos Estrangeiros,
Arthur Balfour,
informa a comunidade judaica
que o governo inglês é a favor
da criação de um Estado judeu
dentro da Palestina.
Os princípios da declaração de Balfour
são incorporados nos termos
do mandato inglês para Palestina.
Durante a administração britânica,
os judeus trabalharam arduamente
para consolidar sua presença.
Em um período de dez anos,
a presença de judeus na Palestina
subiu de 11% para 17%.
A primeira cidade judaica
é construída, Tel-Aviv.
Entre os árabes,
a raiva começa a aumentar.
Eles comemoram o 12º aniversário
da declaração de Balfour
com uma greve geral.
Conflitos entre árabes e judeus
acontecem em todo o país.
Os ingleses reagem tentando diminuir
Os árabes da Palestina
o fluxo de imigrantes para Palestina.
Mas 1933,
Adolf Hitler assume o poder na Alemanha
e as medidas anti-semitas adotadas
fazem com que o fluxo de imigrantes
para Palestina aumente.
Acredita-se que o número
de novos imigrantes nesta época
superou a população anterior de judeus.
A revolta árabe explode
em abril de 1936.
Os chefes de partidos políticos
convocam todos para uma rebelião.
A população árabe está em greve geral
até que a imigração de judeus pare.
A greve durou seis meses
e os confrontos diários
com as autoridades locais
continuaram até 1938.
Em outubro de 1938,
as forças inglesas lançaram
um ataque decisivo
nos rebeldes árabes.
Aviões bombardearam aldeias,
soldados capturaram
os líderes da rebelião.
Alguns são enforcados,
muitos são deportados.
A rebelião é esmagada,
tendo durado quase três anos.
Os palestinos vão se lembrar dela
como a sua primeira Intifada,
ou insurreição.
Com a 2ª Guerra Mundial
se aproximando,
os ingleses realizam
uma conferência de paz em Londres.
Eles esperam evitar um rompimento
com os judeus,
e ainda assim garantir a lealdade
de seus aliados árabes.
Os ingleses estão considerando
limitar a imigração de judeus
dado a preocupação árabe.
Na conferência,
eles negam qualquer intenção
de criar um Estado judaico
e dizem que planejam renunciar
o mandato na Palestina até 1949.
Isso fez com que muitos judeus
ficassem apreensivos
devido a situação na Europa.
é somente no final da guerra
que todas as consequências
do holocausto são expostas.
Centenas de milhares
daqueles que conseguiram escapar,
estão agora em campos de deslocados.
Judeus da Palestina
apelam a comunidade mundial
para obter licença de imigração
para os sobreviventes.
O líder judeu David Benguria
busca pelo apoio dos Estados Unidos.
Estou pedindo
pela liberdade da imigração judaica,
para que eles possam se mudar
para a comunidade democrática judaica
na Palestina.
Foi o povo judeu
que construiu a Palestina,
logo, foi a Palestina
que fez o povo judeu.
Em 1946, o nacionalismo judaico
deixa de ser uma utopia distante.
Agora o objetivo é mais do que apenas
um lar seguro para os judeus,
é uma completa independência
do Estado judaico.
Um conflito por independência
contra ingleses e árabes
é iniciado em conjunto
por todos os principais
partidos judeus.
Todos lançam centenas de ataques
deixando inúmeras vítimas.
Enquanto isso,
apesar do bloqueio de navios ingleses,
navios chegam lotados
de imigrantes ilegais
tentando forçar a sua entrada,
em busca da sua terra prometida.
Seus passageiros
são embarcados de volta
ou deportados.
Alguns navios naufragam,
junto com a sua carga humana.
Mais uma vez, em setembro de 1946,
uma conferência é realizada
em Londres.
Os problemas da Palestina
começam a ficar complicados demais
para os ingleses, e eles decidem
colocar esses problemas diante
da recém-criada Nações Unidas,
na primavera seguinte.
Eu venho a vocês, senhores,
como o representante
do povo da Palestina.
não estão reivindicando o seu país
com base no preconceito,
visto que o país pertence a eles.
Tampouco estamos pedindo
a garantia de independência,
eles são intitulados
a essa independência como sendo
seu direito natural e inalienável.
Com certeza o povo judeu
não é menos merecedor
que qualquer outro povo.
Os judeus da Palestina enviam
um representante para a ONU também.
Ele pede ao mundo que lembre
do sofrimento judeu
durante a 2ª Guerra Mundial.
Os judeus foram
seus aliados na guerra,
e juntaram seus sacrifícios
com os seus,
em busca de uma vitória em comum.
Um comitê especial das Nações Unidas
é enviado à Palestina.
Foi uma das muitas comissões
enviadas para a Palestina
ao longo dos anos,
mas essa tinha um papel decisivo
a ser desempenhado.
Enquanto os delegados da comissão
estão avaliando a situação,
o Haganá se prepara para um evento
que terá uma influência crucial.
A exibição no navio é
tomada pelos ingleses em Gaza.
A bordo do navio,
4,5 mil imigrantes ilegais,
acompanhados por oficias do Haganá,
que não querem se render.
No ambiente hostil,
tiveram muitos mortos e feridos.
Os membros do comitê da ONU
ficaram chocados
diante de tanta violência,
e são convencidos que
o mandato dos ingleses deve acabar.
Mas quem deve assumir a Palestina?
8 dos 11 membros da comissão
recomendam dividir o país
em dois estados.
O estado judeu, em azul,
e o estado árabe, em cinza.
E Jerusalém se tornaria
um território internacional.
Os judeus receberiam
mais da metade do território total,
apesar de constituírem
somente um terço da população.
A proposta é submetida a voto
na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Os delegados árabes são unânimes
em sua oposição.
De acordo com a Carta da ONU,
eles afirmam que nenhuma terra
pode ser dividida contra
a vontade de seus habitantes.
A Palestina é uma terra árabe
e deve permanecer assim.
Mas eles são vencidos.
A resolução do comitê em relação
ao documento da Palestina
foi adotada pela maioria dos votos.
A raiva devido à votação leva
os árabes para as ruas de Jerusalém.
Eles atacam o território judeu.
Os judeus respondem
ao ataque com bombas.
Uma guerra parece começar
sob o mandato dos ingleses,
que acabará em seis meses.
Combatentes judeus e árabes
estão em posições de ataque.
As forças judias querem
tomar o máximo de território possível
antes que o mandato inglês acabe.
No dia 9 de abril de 1948,
o grupo de Aragon toma o vilarejo
de Deir Yassin, perto de Jerusalém.
Todos os habitantes são massacrados,
254 homens, mulheres e crianças.
Deir Yassin se torna
um símbolo e um exemplo.
Habitantes de outros vilarejos
e outras cidades árabes fugiram
com medo de terem o mesmo futuro.
Também existem evidências
de moradores palestinos
sendo presos e forçados a sair.
Em apenas um mês, o território que
se tornará o Estado de Israel
perdeu centenas de milhares de árabes.
No dia 14 de maio de 1948,
o mandato inglês é finalizado,
e o último Alto Comissário inglês
vai embora.
No mesmo dia,
é declarada a independência de Israel,
sob o novo plano
de posicionamento da ONU.
No dia seguinte,
seis exércitos árabes
atacam o novo estado.
O seu objetivo é o estabelecimento
da Lei Árabe na Palestina
e o retorno seguro dos refugiados.
Em Jerusalém,
a guerra que já estava em andamento,
é dramaticamente intensificada.
As Nações Unidas apontam
o diplomata Sueco, Conde Bernadotte,
como mediador para o conflito.
Ele é bem sucedido
ao pedir uma trégua temporária,
mas seu plano de paz é rejeitado
tanto pelos estados árabes
quanto por Israel.
O mediador é assassinado
por extremistas sionistas,
suas recomendações
são enterradas com ele,
e a guerra continua.
Ao final do ano,
os exércitos árabes são derrotados.
Os árabes protestam
contra Israel para as Nações Unidas.
Esta é a última vez que
uma voz da Palestina
foi ouvida nessa Assembleia
por um quarto de século.
Como um resultado da guerra,
Israel expandiu consideravelmente
A parte ocidental de Jerusalém
torna-se a capital de Israel,
enquanto a parte oriental
e a margem oeste do rio Jordan,
ficam sob domínio da Jordânia.
A faixa de Gaza
fica sob domínio egípcio.
O plano da ONU
para um Estado palestino foi travado.
Os 150 mil árabes que permaneciam
no estado judaico foram postos
sob regras militares.
Toques de recolher, censura,
restrições de movimentos,
eles são cidadãos israelitas,
mas seus direitos são limitados.
Eles são banidos pelos palestinos
que são contra o estabelecimento
do Estado de Israel.
Na ausência de um Estado palestino,
as Nações Unidas montam
uma organização de ajuda em 1949.
A agência das Nações Unidas
de Assistência
aos refugiados palestinos (UNRWA).
São mais de 800 mil refugiados
espalhados por 10 países
no Oriente Médio,
com esperanças de voltar para casa.
Agora, a maioria da população
no território de Israel é judaica.
Nas Nações Unidas,
Israel consegue mais uma vitória.
Eu declaro formalmente a admissão
do Estado de Israel
como um membro das Nações Unidas.
Conforme a delegação israelita
chega para tomar seus lugares,
os delegados árabes
deixam a sala como protesto.
Para se tornar um país membro da ONU,
Israel concorda em deixar
os refugiados palestinos,
dispostos a viver em paz,
voltarem para casa.
Mas isso não acontece.
Por todo o país,
cidades e vilarejos árabes
são destruídos.
Novos imigrantes judeus
chegam para ficar.
Eles estabelecem
novas comunidades israelitas,
enquanto a população palestina,
deslocada de suas casas,
vivendo em países vizinhos,
cresce para 2,5 milhões
no início dos anos 60.
Gamal Abdal Nasser,
presidente do Egito,
convoca em 1964
a primeira reunião da cúpula árabe.
Os líderes árabes prometem
seu apoio ao novo órgão criado,
chamado de Organização
de Libertação da Palestina (OLP),
que contará com um parlamento
e forças armadas.
O primeiro presidente da OLP
é Ahmed Shukairy,
ele jura nunca reconhecer Israel.
Não existe nenhuma possibilidade
de negociação ou discussão com Israel.
Nunca.
Todos os estados árabes
se uniram a OLP
na recusa de reconhecer Israel.
Enquanto a vida continua
nos campos de refugiados
da melhor maneira possível,
o ressentimento cresce,
e surge um grande número
de unidades de combate clandestinas,
conhecidas por Fatah.
Lideradas por um palestino de Jerusalém
chamado Yasser Arafat,
as Fatah iniciam suas infiltrações
secretas dentro de Israel.
A ameaça vista
pelos líderes israelenses
é vinda do Egito.
Diversos países árabes
se viram obrigados a adotar
uma posição hostil, no entanto,
é Nasser quem orquestrou e organizou
essa insurreição que pesou
na região e no mundo como um todo.
No dia 5 de junho de 1957,
Israel parte para a ofensiva.
Em seis dias,
derrota os tr�s países árabes.
Egito, Síria e Jordânia,
e conquista territórios
de todos os três vizinhos.
O Conselho de Segurança da ONU
vota unanimemente pela retirada
imediata das forças israelenses
dos territórios ocupados
no conflito mais recente.
Esta Resolução, de número 242,
não é implementada.
Palestinos na Cisjordânia
e na faixa de Gaza,
são colocados sob regime militar,
e judeus se mudam para
o território recém-ocupado,
incluindo Jerusalém Oriental.
Esforços israelitas para controlar
a população levam a protestos,
greves, prisões e deportações.
Prisões cheias de palestinos
se tornam motivos de confronto.
Em 1969, Yasser Arafat
se torna chefe do comitê executivo
da OPL.
Nós estamos esperando há muito tempo...
Então, nós pensamos
que o único jeito é lutar.
O treinamento dos soldados da OLP,
os Fedayeen,
é em busca de um objetivo claro:
um Estado palestino que
se estenda do mar
até o rio da Jordânia.
Para este fim, eles fazem com que
Israel pague um preço alto,
a vida de civis.
Bombas são colocadas em
espaços públicos vulneráveis.
Mas Israel retalia muitas vezes
atacando os Fedayeen,
onde quer que eles
possam ser encontrados.
A Resistência porém,
vem de outros grupos palestinos,
George Habash, o líder de
uma frente popular mais radical
pela libertação da Palestina,
temia que o Egito e a Jordânia
pudessem fazer um acordo com Israel
e os Estados Unidos.
Ele estende os ataques de bomba
pelo mundo,
e recorre ao sequestro de aviões.
E assim, a Palestina chega
as capas de jornais do mundo inteiro.
Setembro de 1970,
depois do sequestro de um avião
da Zarca, na Jordânia,
o rei Husseim lança
uma ofensiva contra a sede da OLP
em sua capital, Hamad.
O objetivo é expulsar os palestinos
e a sua principal organização.
São 3 mil mortos.
Nos territórios ocupados,
palestinos estão em estado de choque
pelo que a mídia chamou de
"setembro ***".
A derrota da OLP na Jordânia
coincidiu com a morte de Nasser,
o protetor egípcio.
E mais uma vez,
o prospecto da libertação
recebe um destino remoto.
Depois da sua derrota,
Arafat e 60 mil palestinos
deixam a Jordânia,
primeiro para Síria
e depois para o Líbano,
que com o tempo, não é mais capaz
de acomodá-los ou controlá-los.
Uma nova onda de terrorismo
é desencadeada.
O Ocidente agora paga
pelo seu apoio a Israel.
Terroristas aproveitam
as Olimpíadas de Munique, na Alemanha,
e a transformam em uma carnificina,
para simbolizar a raiva
e o desespero do conflito
entre a Palestina e Israel.
Conforme a luta continua,
líderes da OLP são assassinados
em diferentes cidades no mundo.
é a vez dos países árabes
tomarem uma iniciativa.
Em outubro de 1973,
no dia do perdão judeu, Yom Kippur,
tropas egípcias atravessam
o canal de Suez,
enquanto forças sírias
avançam pelas colinas de Golã.
Os israelitas sofrem um golpe forte,
2,5 mil mortos.
Ainda assim, com a ajuda dos EUA e
o consentimento da União Soviética,
Israel derrota os dois estados árabes.
Para Anwar El Sadat,
então presidente do Egito,
a derrota veio como uma vitória,
ele havia retirado suas tropas
de Israel durante a manhã do ataque.
Para muitos árabes, ele é o símbolo
da humilhação da guerra de 67.
Agora, com uma posição de mais poder,
ele poderá negociar
pela paz com Israel.
O líder da OLP também decide
mudar de estratégia
para maior esforços políticos,
ao invés de lutas armadas.
Em 1974, após 26 anos de silêncio,
um palestino fala nas Nações Unidas,
Yasser Arafat.
Senhor presidente,
eu venho hoje aqui
com um ramo de oliveira
e uma arma nas mãos.
Não deixem o ramo de oliveira
cair de minhas mãos,
não o deixe cair de minhas mãos.
Mas em Israel, Yitzhak Rabin
se torna primeiro ministro,
e ele não tem nenhuma intenção
de conversar com a OLP
ou fazer concessões.
Nenhum dos territórios ocupados
da Palestina serão devolvidos.
Ao contrário, novos assentamentos
são dados como prioridade,
e o primeiro ministro
inaugura mais assentamentos.
Ainda assim, compromissos são feitos,
em novembro de 1977,
o presidente do Egito faz sua visita
histórica a Jerusalém.
E se torna o primeiro líder árabe
a reconhecer o Estado de Israel.
Ele fala com o parlamento de Israel
e como resultado
do acordo de "Camp David",
com ajuda do presidente americano,
Jimmy Carter,
Israel retira suas tropas
da península de Sinai,
o acordo troca terras pela paz,
e prevê uma medida de auto-governo
para os palestinos
em sua terra natal.
Esse acordo puramente bilateral
ofende muitos árabes,
e o Egito é expulso da Liga árabe.
Sadat, o presidente do Egito,
é assassinado três anos depois.
Enquanto isso em Beirute,
os palestinos têm enfrentado
uma guerra civil que dividia o Líbano.
Os cristões maronitas querem
a OLP fora do país.
Yasser Arafat une forças
com o inimigo dos cristões,
a comunidade Druze.
Em março de 1978,
depois de um levante
de um comandante palestino,
forças israelenses invadem
o sul do Líbano, e chegam
até as margens do rio Litani.
A ONU intervém,
e Israel retira suas tropas.
Mas mantém o controle
da zona de ataque,
o que significa que mais terras
são ocupadas por Israel
além de suas fronteiras de 1967.
Em julho de 1980,
a parte árabe de Jerusalém
é declarada como parte
da capital unificada de Israel.
O próximo território a ser anexado,
em dezembro de 1981,
serão as colinas de Golã.
Israel não pode se sentir seguro
com as tropas da OLP ainda
em sua fronteira norte.
No dia 6 de junho de 1982,
os israelenses invadem o Líbano de novo.
Desta vez, vão até o norte do país.
Destruindo bases militares, cidades
e capturando milhares
Em uma semana,
eles já haviam cercado
a parte muçulmana
no oeste de Beirute.
Ariel Sharon,
ministro da defesa de Israel,
quer estabelecer o poder
das falanges cristãs no Líbano
e acabar com a OLP
de uma vez por todas.
Durante 88 dias,
Beirute ficou sob o fogo constante
de Israel.
O mundo é surpreendido
por este ataque implacável.
Para Arafat,
os estragos são grandes demais.
Ele aceita os termos do acordo
redigido pelos americanos.
A partida dos combatentes da OLP
será compatível com a retirada
das tropas israelenses.
A população civil será protegida
por forças internacionais.
O dia da retirada, em agosto de 1982,
é um dia de luto para
os 14 mil sobreviventes fedayeens.
Muitos deles nasceram no Líbano,
sua segunda terra natal.
Eles deverão ser dispersados
pelo Oriente Médio
e pelo norte da África.
Sempre longe de casa,
mas agora, ainda mais.
Em violação do acordo de cessar-fogo,
os israelenses invadem
o oeste de Beirute,
e ocupam a antiga sede da OLP.
Os aliados dos israelenses,
os falanges,
invadem os campos de refugiados
dos palestinos em Sabra e Shatila,
e assassinam 3 mil pessoas.
Apesar do acordo
de que civis seriam protegidos,
o exército israelense não faz nada,
enquanto mulheres, crianças
e idosos são massacrados.
Muitos israelenses
ficam estarrecidos.
Quatrocentos mil,
um décimo da população de Israel,
saem às ruas contra
o ministro da defesa, Sharon,
contra o primeiro ministro,
Menachem Begin,
contra a guerra e a matança.
Begin renuncia.
Mas a vida sob as leis israelenses
pioram para os palestinos
nos novos territórios ocupados.
O exército israelense introduz
políticas de punição,
chamadas de pulso de ferro.
Assentamentos israelenses
aumentam rapidamente,
e muitos palestinos são deportados.
Os 100 mil palestinos que restaram,
vivem em péssimas condições.
Para sobreviver, eles às vezes
tem que ajudar a construir
os assentamentos judeus,
que em breve ocuparão metade
do que eles vêem
como a sua própria terra.
Humilhação e ressentimento
criam reações violentas.
Como a Intifada, o levante de 1987.
Eles não tinham rifles,
somente pedras.
Eles ansiaram pela libertação
por 20 anos.
Mas agora os fedayeens
estão muito longe.
O povo está tentando acabar
com as forcas da ocupação
com suas próprias mãos.
A repressão do movimento é dura
com prisões, agressões e mortes
de muitos jovens palestinos.
Uma rebelião subterrânea é criada
com apenas um objetivo:
Todos os dias ao meio dia,
a vida na cidade é paralisada.
Todos os comércios são fechados,
as pessoas param de pagar impostos
e as que são vistas
como colaboradoras, são mortas.
O comandante rejeitado pela OLP
da Intifada,
é assassinado por israelenses
na Tunísia.
De Alger em 1988,
a OLP proclama a independência
para o Estado da Palestina.
Nos territórios ocupados,
palestinos comemoram
expondo a nova bandeira nacional,
por todo o território.
Yasser Arafat
faz um anúncio importante:
A OLP, o parlamento,
o parlamento palestino,
aceitaram os dois Estados:
o Estado da palestina
e o Estado judaico, Israel.
Nós não vamos negociar com a OLP
em nenhuma circunstância.
Do nosso ponto de vista,
a OLP não é uma parceira possível
para nenhum processo de paz.
Mas muitos israelenses discordam
do seu primeiro ministro
e das suas posições engessadas.
Alguns políticos protestam
com uma audácia cada vez maior
contra o que o governo
faz em seu nome.
Cidadãos de Israel,
crianças de Israel
são mandados pelo governo de Israel
para reforçar leis coloniais,
para fazer o que é
considerado perverso
de acordo com todos os critérios
de moralidade, legalidade ou justiça.
As crescentes dúvidas israelenses
em relação ao tratamento
com os palestinos,
são reforçadas
na divulgação desta cena.
Soldados israelenses batendo
em prisioneiros palestinos,
gravada pela televisão americana.
Diante do que é visto como
uma repressão intensificada,
os palestinos se sentem
cruelmente excluídos
de uma nova ordem mundial.
Mas respondem a uma iniciativa de 1991
feita pelos Estado Unidos
e a União Soviética,
mandando delegados
para se encontrarem em Alger,
para discutir um novo quadro de paz
que englobaria
todos os territórios ocupados
mas que não necessariamente ofereceria
um lar para todos os refugiados.
Enquanto Arafat considera que
passos valiosos são dados
em direção ao acordo,
outros se opõem ao plano
e esperam por mais.
As crianças das pedras,
as quais você frequentemente
menciona do seu exílio,
querido irmão,
querem uma terra, um hino nacional,
um passaporte e um assento na ONU,
elas querem uma terra
onde eles possam atingir
seus objetivos nacionais.
Apesar de tal oposição,
Arafat ganha a discussão,
o conselho nacional da Palestina vota
em favor do plano Americano-Soviete.
E estabelece uma negociação
para estados provisórios
nos territórios ocupados,
e permite que negociadores palestinos
participem do processo de paz
como parte da delegação da Jordânia.
Uma semana depois,
as negociações começam em Madri,
quando uma conferência da paz
é convocada em grande escala
por George Bush e Mikhail Gorbachev.
Em uma reunião anterior,
no escritório da ONU em Geneva,
em 1973, a Síria estava ausente,
mas agora, pela primeira vez,
todos os vizinhos de Israel
estão presentes.
Todos mandaram seus respectivos
ministros de relações exteriores.
O primeiro ministro Yitzhak Shamir
veio pessoalmente
para apresentar a posição de Israel.
O chefe da delegação Palestina é
Haidar Abdel Shafi,
um nacionalista de longa data de Gaza.
Pela primeira vez,
os palestinos negociam diretamente
o destino do seu país.
Essas conversas de outubro de 1991
iniciadas pelo secretário de estado,
James Baker,
começam um processo de expansão.
As Nações Unidas se tornam
um participante extra-regional.
Em Israel, uma festa de vitória
do partido dos trabalhadores
avança o acontecimento
das negociações,
e a faísca acendida
pela Palestina,
se transforma em uma chama
de esperança em dois anos.
O primeiro ministro de Israel,
Yitzhak Rabin,
e o líder da OLP, Yasser Arafat,
chegam a um acordo de princípios
em setembro de 1993,
sob o apoio do presidente
dos Estados Unidos, Bill Clinton.
A assinatura é saudada
pelo Secretário-Geral das Nações Unidas
como uma conquista histórica,
que merece o apoio
de toda a comunidade internacional.