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Eu fiquei surda por causa da meningite, com dois anos de idade.
Então, a minha mãe resolveu me colocar no Instituto Nossa Senhora de Lourdes.
Era uma turma integrada de surdos e ouvintes em que eu estudava,
mas a professora sabia fazer as adaptações que eu precisava.
Não é qualquer profissional. Tem que ter um profissional qualificado pra ensinar o surdo.
Mas quando eu ingressei aqui no INES, no meu segundo grau,
aí sim eu tive aquisição de língua de sinais, porque essa sim é minha língua.
Eu trabalho aqui no INES, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, como professora.
Dou a disciplina de Língua de Sinais.
Trabalho na sala de aula com alunos surdos em idade avançada de uma turma de educação de jovens e adultos
e fora, eu trabalho na Pastoral dos Surdos fazendo a divulgação da questão religiosa.
No meu primeiro trabalho voluntário, trabalhei dentro do COL,
que era o comitê organizador, e fazia gravação para a Jornada Mundial da Juventude.
Eu fazia essas gravações em língua de sinais.
Porque o trabalho voluntário é importante até pra ser divulgado dentro da comunidade surda.
Eu posso ser um modelo surdo, né? Pra divulgar a questão linguística pros surdos.
Eu dei o sinal da Jornada Mundial da Juventude.
Como se Jesus estivesse de braços abertos, abraçasse e fosse pro nosso coração.
Agora Rio 2016, Olimpíadas, eu fiquei pensando...
Será que as pessoas vão criar algum sinal? Eu vou tentar dar esse sinal então.
Aí eu tive a ideia de fazer o R, letra R - língua de sinais, I, O, Rio, dá a palavra Rio,
a palavra Rio é completa numa mão só.
Olimpíadas, as Olimpíadas formam os arcos olímpicos.
Qualquer pessoa pode participar como voluntário.
Você pode, mas precisa fazer um treinamento, né?
Assim como aconteceu na Jornada Mundial da Juventude,
nós fizemos um treinamento com pessoas cegas, pessoas cadeirantes,
até explicando para as pessoas como trabalhar com as pessoas com deficiência.
Aí, depois, pode trabalhar como voluntário.
Eu gostaria de divulgar pros surdos e qualquer outro deficiente
para participar do Rio 2016 como voluntário.
Não é o interesse por salário. Eu gosto de ser voluntária.
Por quê? Até para mostrar para a sociedade que nós, deficientes,
podemos agir, não precisamos ficar excluídos.
Eu posso ajudar sim!