Tip:
Highlight text to annotate it
X
André Debates FEE 2012, Mobilidade humana e dinâmicas
migratórias, tema da demografia em geral das dinâmicas migratórias, tema fundamental
para qualquer projeção socioeconômica que se venha a realizar, e isso tem aparecido
frequentemente nos eventos que são realizados na Fundação de Economia e Estatística.
Então, é com grande satisfação que estamos hoje acolhendo este tema aqui na Casa, mais
uma vez, e aproveitando para o lançamento do livro Mobilidade Humana e Dinâmicas Migratórias.
A dinâmica dos debates, a coordenação dos debates e a apresentação dos nossos palestrantes
de hoje ficam a cargo do Professor Winckler, que tem brilhantemente organizado os nossos
seminários. Muito obrigado. Agradeço aos palestrantes, mais uma vez, em nome da Fundação
de Economia e Estatística e espero que tenhamos aqui bons debates nesta tarde.
Winckler Boa tarde. Temos aqui, hoje, sem maiores delongas
com apresentação, os nossos palestrantes: Ademir Koucher, que é do IBGE, é economista,
tem mestrado em Sociologia, tem trabalhado com as migrações; a Maria de Lourdes Jardim,
nossa colega da FEE, tem mestrado em Demografia, participou de muitos trabalhos da FEE, é
sempre muito bem vinda à Casa; a Vânia, que é professora da Universidade de Caxias,
é doutora em Sociologia e tem se debruçado sobre esse tema. O resultado (...) é este
livro aqui e quem tiver interesse, ele estará à disposição na entrada do auditório.
Nós temos mais ou menos um tempo de meia hora, com alguma tolerância. Vamos seguir
a ordem, do mais geral para o particular. Então, primeiro, apresentará o Ademir, depois
a Maria de Lourdes, depois a Vânia, e a nossa debatedora, colega, demógrafa da FEE, Marilene
Bandeira, que prestará um belo serviço ao debate fazendo as perguntas pertinentes e
impertinentes. Está ok, então, passaremos a palavra ao Ademir.
Ademir Boa tarde a todos. Eu vou trabalhar direto,
aqui, com Power Point. Eu não vou me ater muito à parte mais teórica, em função
do tempo. Tenho um esquemão aqui, e se, no final, sobrar tempo ou se alguém tiver algum
interesse, detalhamos. Então, vou mostrar um pouquinho como foi feita a construção
do trabalho. Eu fiz um pequeno resumo das tabelas, que vou mostrar aqui e que não está
no livro. Eu trouxe as tabelas condensadas que não estão lá no livro, para que vocês
possam compreender melhor os dados. Então, como o próprio nome está dizendo, no trabalho,
a ideia é mapear esse processo de concentração e desconcentração populacional no RS, entre
1970 e 2000. Eu não tive fôlego ainda pra trabalhar o prazo até 2010, mas sei que a
Maria de Lourdes está fazendo os dados até 2010, então vou me ater aqui ao trabalho.
Para pensar esse processo de concentração e desconcentração, eu fui buscar o processo
de migrações internas. Não tem outra forma. Então, qual o meu objetivo? O objetivo principal
é poder levantar os cenários que estão se formando no RS. Investigar a direção,
as cidades e principalmente a composição dos movimentos populacionais e, se for possível,
a formação de novas regiões urbanas. O problema é antigo. Até a década de 70,
nós tínhamos um fluxo migratório grande (...), a concentração (...) para o Brasil
inteiro, não tem nada novo para nós. O processo começa lá em 70 e (...) vulnerável, depois
concentrável, o processo de metropolização é ali no finalzinho dos anos 70. Nada de
novo muito forte. A partir dos anos 90 é que vale o discurso e que começa um novo
processo de emprego diferente. Um processo de inspeção, (...) esse modelo concentracionista,
detectado nas regiões metropolitanas. E o resultado (...). Desconcentração da atividade
econômica, por questões (...) espacial, diminuição do crescimento populacional nos
grandes centros e formação de novos centros regionais que alteram esse padrão concentrador
das metrópoles. Essa dispersão, além de assinalar a emergência de uma nova organização
espacial, configura também uma nova problemática. Até a década de 70, a análise migratória
enfatizava aquela relação entre concentração urbana e evasão de imigrantes no meio rural,
de porte médio que (...) com importante parcela (...), essa análise então não tem a menor
necessidade. Muda a direção, a intensidade e, principalmente, a composição dos movimentos.
Então é tentar mapear esse novos cenários o objetivo do trabalho. No que concerne às
características populacionais, é possível definir o que: quanto mais o espaço urbano
se reestrutura tanto mais exigente ele se torna em relação aos diferentes processos
reprodutivos, o que implica (...) uma economia mais dinâmica, a determinação de fatores
mais elevados, com respeito à qualificação de mão de obra e, principalmente, escolaridade.
As variáveis, portanto, as variáveis que eu selecionei, que eu lancei mão para tentar
esses novos cenários, foram a situação de residentes nas cidades e fora das cidades,
a cultura ocupacional segundo os setores de atividades, o grau de escolaridade e a composição
etária da população. Tive alguns problemas com o tratamento dos dados: séries históricas
muito longas, que têm problemas sérios de compatibilização; com essa categorização
das variáveis, que não são as mesmas, o de resto (...). Tem que ficar desagregando
variável, agregando (...) , na comparabilidade ao longo do tempo. E a comparabilidade geográfica,
então, nem se fala: em 1980, nós tínhamos 233 municípios no RS e, hoje, temos 496.
E eu tenho que achar alguma forma de fazer essa compatibilização. O que eu fiz então?
Eu utilizei como base as microrregiões do IBGE, (...) microrregiões geográficas, que
foram organizadas segundo a utilização do espaço e futura projeção econômica. Para
viabilizar a comparabilidade dos dados, fui colocando os municípios novos dentro dos
antigos, considerando sempre como base as microrregiões geográficas — não foi tão
simples assim como estou falando, foi muito complicado —, e isso gerou 21 regiões de
análise. Então, aqui eu tenho um mapa com as 21 regiões de análise do RS. Selecionei
o município mais antigo de cada região para dar o nome à região e ficar mais fácil
de analisar. Duas caracterizações que eu notei nessas regiões, a primeira, aquela
que o Milton Santos usa, de regiões urbanas e regiões agrícolas. Foram encontradas agrícolas
as regiões de população ocupada com atividades primárias em menor número que as atividades
oficiais, e nas urbanas, o contrário. Aqui tem um dadograma das regiões urbanas e das
segundo esse critério lá em 1970, as regiões de Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
a região de Osório, que passa para região urbana de 1970 para 2000, e aparece ali a
região de Passo Fundo e a região de (...) como transição. A outra caracterização, que
foi uma que eu concluí, que eu chamei de região de expansão e região de evasão.
Eu calculei a taxa de crescimento vegetativo e aquelas regiões que a taxa de crescimento
demográfico estava muito acima do vegetativo foram consideradas regiões de expansão,
e as regiões com taxas negativas foram consideradas regiões de evasão populacional em termos
absolutos. Então aqui nós temos as regiões de expansão e de evasão em 1980. Nós tínhamos
sete regiões de evasão e três regiões de expansão em 1980. Por acaso, as três
regiões urbanas eram as mesmas de expansão: Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
E aqui, em 2000. Diminuiu muito a região de evasão. Ficaram praticamente aquelas quatro
ali em cima, no noroeste, Santa Bárbara, Três Passos, Frederico Westphalen e Palmeira
das Missões. Essas regiões perderam mais ou menos umas 90 mil pessoas durante esse
período de três décadas e na região de expansão vamos pegar a região de Osório.
A região de Osório passa a ser ao mesmo tempo uma região urbana e uma região de
expansão. Então, com relação à situação populacional, se verifica uma relação direta
entre o crescimento da atividade industrial e a formação da região de expansão. Por
outro lado, nas regiões agrícolas permanece o processo de evasão populacional. O cenário
de 2000 é mais ou menos esse daqui. Esse cartograma, que é das regiões urbanas que
(...) em 2000, com as duas regiões de transição, Passo Fundo e Rio Grande, e aí nós vamos
ter as quatro regiões de expansão, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Porto Alegre e Osório,
as quatro de evasão, Santa Rosa, Três Passos, Palmeira das Missões e Frederico Westphalen,
depois quatro regiões intermediárias, que são as áreas com tendência à expansão,
são dois grupos a mais que são enviados e que não fazem parte do processo de análise,
e as outras regiões vão ter áreas intermediárias com tendência à evasão. Para efeito de
análise, dividi em dois grupos. O primeiro, contendo as quatro regiões de expansão — Porto
Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul e Osório —, e o segundo terá quatro regiões agrícolas
preponderantemente de evasão — Santa Rosa, Três Passos, Frederico Westphalen e Palmeira
das Missões. E, depois, um terceiro, composto por todas as regiões intermediárias que
não fazem parte do nosso estudo. Então vou passar direto. Não tem primeiro então a
variável sóciodemográfica do RS ou (...) para a gente poder comparar com as regiões para
servir de referência. Então aqui aparece a distribuição da população segundo a
situação de residência, depois por grupo de idade, por setor de atividade e a escolaridade.
Então vocês vão ver que na situação de residência nós temos os números, onde são
praticamente 80% da população morando em cidades em 2000, 78,8%. Eu estou usando "nas
cidades" e "fora das cidades" e não, "rural". Situação da população por
grupos de idade, diminui muito a população com até 19 anos, por conta da queda da taxa
de fecundidade. A população de 20 a 38 anos se mantém, de 40 a 59 aumenta um pouquinho,
então aumenta mesmo a população acima de 60 anos de idade, de 7,3% para 10,15%. Com
relação à distribuição da população ocupada, na indústria diminui, diminui mais
ainda na agropecuária, e aumenta mesmo na área de serviços. Com relação ao nível
de escolaridade, diminui bastante aquilo que eu acabei chamando de elementar, o
que seria o antigo primário e alfabetização de adultos, aumenta bastante o ensino fundamental,
praticamente dobra o ensino médio e triplica o ensino superior. Então esse é um quadro
sóciodemográfico do RS como um todo nesse período aí.
Com relação às quatro regiões de expansão, na verdadevamos ver o seguinte: a população
nas cidades beira os 90%, na região de Porto Alegre, Novo Hamburgo, que são as mais antigas,
depois a região menos antiga, digamos assim, Caxias do Sul, com 80,7%, e a região urbana
mais nova com 67,2%. A região de Osório, em 1980, só tinha 37% da população morando
na cidade e passa para 67,2%, e a tendência é que essa população urbana de Osório
continue crescendo por mais uns 10 ou 20 anos. Com relação ao setor de atividade, nós
vamos ver que na indústria, Porto alegre diminui a população para indústria, na
agropecuária a população diminui de 80 para 91 e aumenta de 91 para 2000. Se fôssemos
trabalhar com números absolutos teria aumentado em torno de oito ou nove mil pessoas ocupadas
(...). Foi a única região que aumentou a população ocupada no setor de agropecuária
nesse período. Comércio e serviços, aumentou muito, de 65% para 75%. Novo Hamburgo, diminui
a população ocupada, diminui bastante a população na agropecuária, aumento o serviços.
Caxias do Sul, mais ou menos o mesmo quadro. E Osório, que é a surpresa de todas elas
por que Osório tinha 123% da população no setor serviços e pula para 27,9% (...). Com
relação aos grupo s de idade, Porto Alegre cresce bastante, principalmente na faixa dos
67 anos, fica ali em torno de 9,7%, mais ou menos, e em todas as regiões têm um crescimento
muito grande, principalmente a população de mais de 60. E a região de Osório é a
que aparece o maior crescimento dessa população acima de 60 anos, pulando de 7,6% para 10,4%.
Com relação à escolaridade Porto Alegre aumenta muito, principalmente quem tem curso
superior, passa de 6,2% para 14,1%; Novo Hamburgo também, de 2,8% para 6,3%; Caxias do Sul
aumenta mais ainda, de 3,2% para 8,6%; e Osório, que tinha 1,6% só, com curso superior, passa
para 5,4%. Então a região de Osório é a região que, realmente, por tudo isso, é
a nova região urbana do RS. Essas são as quatro regiões de evasão, ou seja, as regiões
que tiveram perdas populacionais absolutas nesse período. Então nós vamos ver o seguinte:
a população das cidades cresce. Três Passos, em 2000, tinha só 47% da população morando
na cidade, muito pouco. Frederico Westphalen também, a população cresce de 20% para
49% mas eles têm menos de 50% da população morando na cidade. Santa Rosa, em torno de
55%, mas muito longe dos 80%, 90% da região de Caxias do Sul, Porto Alegre, Novo Hamburgo
e Osório. Fica, também, em torno de 55%. Então a mobilidade territorial na direção
das cidades é muito pequena. Com relação ao setor de (...) nós vamos ter que. Em todas
essas áreas há um crescimento da atividade industrial mas ele é muito pequeno. Em Três
Passos, pula de 8% para 11%. Em todas as regiões fica em torno de 11% a posição ocupada em
atividades industriais, enquanto que nas regiões urbanas de expansão (...) em torno de 5%.
Diminui bastante a população ocupada nos setor agropecuário dessas áreas e aumenta
bastante o setor de comércio e serviços. Então, o que acontece? Na realidade, nessas
regiões a população do setor de agropecuária, pega bem o setor de comércio e serviços
de algumas cidades porque a indústria basicamente não cresce, população ocupada nenhuma.
Com relação ao grupo de etários, nós vamos ver que em todas essas regiões a população
com mais de 60 anos é em menor proporção que nas regiões urbanas, Porto Alegre, Novo
Hamburgo, Caxias do Sul e Osório. Porto Alegre, por exemplo, todos sabem que tem a melhor
esperança de vida do estado, as cidades do entorno. Isso é muito (...) porque a rigor
Porto Alegre deveria ter essa proporção de população (...) maior. No entanto, isso
aparece lá nessas quatro regiões, ou seja, a população jovem é que saiu e, por conseqüência,
ficaram a população mais idosa. Então, em todas essas regiões vocês vão ver que
a proporção de idosos é muito grande. Com relação à escolaridade, nós vamos ver
que diminui bastante isso que chamo de (...), mas ainda tem um índice bastante alto praticamente
em todas as regiões. Mesmo o ensino superior não tem um investimento muito alto. Vocês
vão ver que o nível de escolaridade sofreu muito com esse processo nessas quatro regiões.
Então o cenário que se configura ao final desse século XX (...), de um grupo de regiões,
que apesar das desigualdades, eram simultaneamente urbanas, com expansão populacional. No outro
extremo um grupo de regiões com pouca experiência (...) e, ao mesmo tempo, preponderantemente
agrícolas e de evasão populacional. A questão econômica ainda é um hiato dos grupos migratórios,
desde os anos 70. Nesse primeiro grupo há uma clara relação entre os movimentos de
expansão e o que se dá por humanização, mas todos ficam num grupo onde fica clara
a relação dos movimentos por evasão e as preponderâncias das atividades agrícolas.
Nas regiões de expansão a mobilidade territorial da população ao longo desses 20 anos e final
do século XX exerce uma forte pressão no espaço urbano, principalmente na região
de Porto Alegre. Essa região, além da preponderância do setor serviços e da escolaridade mais
elevada, foi a única que diminuiu a proporção de população com residência nas cidades
e que aumentou a proporção com pessoas ocupadas nas atividades agrícolas. Esse fato novo
acho que vai exigir um aprofundamento da análise nova a ser seguida. Acho que te que ser examinada
como uma espécie de nova forma de ocupação, na verdade. É uma nova forma de ocupação
do espaço. Não mais uma fase no processo migratório, ou seja, é um rural gestado
no urbano. Então, ele é completamente diferente daquilo que nós conhecíamos até então.
Acho que pesquisas vão ter que ser feitas nessa área. Nas regiões de evasão a permanente
dependência entre atividades agrícolas praticamente estancou o processo por urbanização e a
explosão (...) nessas regiões cresceu muito pouco, e entre os jovens o crescimento ocupacional
ficou concentrado entre idades mais elevadas, dificultando a mobilidade populacional e (...) o
crescimento para (...) população. Esse cenário que apareceu aí nesses quadros. Só para
mostrar um pouco como foi construído (...). Eu precisava na verdade unir um pouco o que a
psicologia pensava em relação a isso, com o que a economia pensava e com o que a geografia
pensava. E essa interdisciplinaridade é muito complicada. É algo como politicamente correto.
Todos concordam, mas, na prática, não é bem assim como as coisas funcionam. Eu fui
buscar lá no livro aquela noção de cenários e de interação (...) que sempre foram só
noções de presença e ausência no tempo e no espaço e, com isso, tiro daí o conceito
de lugar, considerando sempre tempo e espaço, e sai daí também o conceito de região,
sempre considerando tempo e espaço. Então a minha idéia era focar isso aí e tentar
mostrar os cenários atuais de interação. Eu acho que é pela noção de cenários que
eu posso mostrar como a coisa evolui ao longo do tempo e para onde eu posso ir daqui para
a frente. Depois, claro, fui lá no processo de migrações internas do Paul Singer, (faiçovel...)
geógrafo do IBGE, primeiros estudos sociológicos da (...Stern), o (George Mancini), que é
quem estuda bastante isso, com uma elevação da visão das atividades econômicas desde
Celso Furtado, passando pelo Martini, Rui Carvalho ou o Bandeira, aqui da FEE, nos momentos
de concentração de expersão da Faria Lovit, que foi uma geógrafa do IBGE, que trabalhou
muito como mobilização urbana, durante muito tempo, com Milton Santos e a própria Wrana
Panizzi, que tem alguns bons estudos sobre isso, a Naia e a Tânia Barcelos, aqui da
FEE, e aí, então, organizei a noção de espaço e regionalização a partir de (...) Milton
Santos. Essas regiões, então, foram caracterizadas por duas formas, as regiões de expansão
e de evasão, que já mostrei como foram construídas, as regiões de de plano diretor de origem
agrícola, que é aquele conceito que exatamente o Milton Santos usa. Então mudei a estrutura
vocacional para determinar as regiões de origem agrícola e os investimentos populacional
(...) em expansão (...). E para montar os cenários de integração então peguei as
quatro variáveis que achei que esse estudo mostrava que seriam as mais importantes para
determinar esse cenário. Sobre determinação dos municípios, (...). E com isso foi possível
então montar uma estrutura já perfeitamente compatibilizada desses períodos. Então vai
ser extremamente fácil agora trabalhar com os dados de 2010, (...). Quais são os novos
cenários em 2010 e já pensar em alguma coisa para a próxima década. Era isso, obrigado.
Boa tarde. Como foi dito aqui, neste artigo, feito junto com a Tânia Barcelos, incorporamos
algumas informações de 2010 porque já havia saído a sinopse. E vou apresentar alguns
dados que são bem gerais e não muito trabalhados ainda.
O objetivo do texto é trabalhar os movimentos migratórios no RS, com foco voltado para
a regionalização dos Coredes e dos aglomerados urbanos. Na análise (...). É que existe
uma relação entre migração e trabalho, que a gente não (...) as variáveis, o perfil
da população. Mas por trás de todos os nossos dados demográficos estava a idéia
de que essa relação é forte, já que a migração ela normalmente está mais para
trabalho do que para qualquer outra coisa. (...) é um elemento crucial para (...) o
desenvolvimento regional. Na entrevista do senso a gente faz uma visão geral sobre as
migrações no RS. Eu não vou apresentar aqui muitos dados sobre o texto porque está
no livro e vou tentar apresentar uma análise mais geral do que o que foi publicado e, depois,
fornecemos aqueles dados mais recentes de 2010. Então, uma visão geral sobre as migrações
no RS e eu trouxe um gráfico para apresentar para vocês, que mostra o crescimento da população
comparado com o Brasil. De onde se pode ver que ela teve um decréscimo e depois ela subiu
ali no meio da década de 50 e depois ela caiu, continuou caindo e provavelmente, ela
vai continuar caindo sempre. Espero que a fecundidade dificilmente vai mudar o ritmo
do decréscimo. Aí estão os dados de comparação urbano/rural, a taxa de crescimento baixa,
que foi apontada entre 2000 e 2010. O (...) tinha falado que o decréscimo da população rural,
até a década de 60 ainda crescia, e depois passou a ter taxas negativas. Quando começou
a acontecer de mais de 50% da população a ser rural foi quando começou a cair a taxas
negativas a população rural. Aqui nós temos as taxas demográficas de 200-2010, mais especificamente
agora dos aglomerados urbanos e a gente pode ver o crescimento daquela zona de Caxias do
Sul, o aglomerado da Região Nordeste, que cresceu 2,4% ao ano na década de 90 e 1,7%
na década de 10. Percebe-se, também, que a taxa de crescimento da região metropolitana
vem caindo e do algomerado do Sul também é menor que (...) . Depois vamos mostrar
os dados de 2010-2014 e vai dar pra entender um pouco disso aí. E o Litoral Norte teve
um crescimento espantoso que os dados 2010 de migração são super interessantes. Nessa
tabela de aglomerados urbanos eu enfatizei onde estão as taxas onde tem maior proporção
de pessoas. E dá pra ver, comparado com o RS, que os jovens vão procurar os aglomerados
urbanos, nas regiões mais urbanizadas, então o percentual é mais elevado nessas faixas
etárias dos jovens adultos. Aqui na região nordeste se percebe maior concentração ainda
nas faixas mais jovens. É que o aglomerado urbano do sul, até a década passada, já
que agora com o pólo naval modificou um pouco, era um aglomerado urbano, mas tinha muita
coisa de rural, de estagnado, o que se pode ver pelas taxas de crescimento. Então a maior
proporção de jovens, como foi falado, que quando as pessoas saem, (...) não quer dizer
que a expectativa de vida é maior. Já no litoral norte percebe-se uma maior proporção
de jovens idosos. Aí busquei os aglomerados por Coredes, que estão classificados ali
pelas taxas de crescimento mais elevadas. No litoral está a maior taxa. E eu enfatizei
algumas coisas ali, como na Serra o crescimento está maior e o percentual maior para a população
de 15 a 59 anos. Metropolitana do Delta do Jacuí também. (...0 muita coisa para analisar
(...) a gente faz uma análise um pouco melhor. Aí temos as taxas de 2010 dos municípios,
agrupados por tamanho e por taxa de crescimento. A gente pode ver que a metade dos municípios
do RS tiveram taxas negativas em população, ou seja, tiveram decréscimo de população,
e a maioria deles só os municípios pequenos, com menos de 10 mil habitantes. Os de 100
mil já têm mais taxas positivas que negativas, ou cerca de 1/3 negativos e 2/3 mais ou menos
negativos, e com mais de 100 mil habitantes, só um município é negativa, que é o caso
de Uruguaiana. Está perdendo as populações nos municípios de maior crescimento e aí
se pode perceber os Coredes aglomerados urbanos. Agora os crescimentos absolutos, onde se percebe
que o maior crescimento foi Caxias do Sul, cuja população é a segunda menor do estado,
apresentou crescimento bastante elevado, comparação com Porto Alegre, Gravataí, São Leopoldo,
Canoas, que não são aglomerados urbanos. E com relação aos maiores decréscimos populacionais,
Santana do Livramento, Cruz Alta, na fronteira oeste, além de outros municípios da região.
Agora vou trazer um pouco das migrações internas do RS de 2010 e quero me desculpar
porque a data é 7 de abril de 2012 e é uma análise muito profunda e ainda não tive
tempo de fazer esta análise. Então os fluxos migratórios no RS, eu sei que está com problema
o (...). é que no site do IBGE consta uma nota informando que o dado será retificado
e solicitando cuidados ao utilizá-lo. É que no senso era perguntado onde a pessoa
estava em 2005. Desses imigrantes aí, entre novembro de 2000 e 2010 pode ser comparado
já que é a mesma variável e quando a gente dá essa possibilidade (...) quando tem alguma
diferença de ser perguntado. A migração interestadual continua porque os internos
aumentaram bastante, proporcionalmente, comparando a estrutura houve um aumento, a interestadual
diminuiu e a internacional se manteve constante. Eu acho que a internacional muito provavelmente
pelo retorno até porque a gente está trabalhando um pouco com retorno e se percebe que esse
retorno é bastante significativo, especialmente de países em crise. E aí, os grupos migratórios
interestaduais, os maiores grupos, e a gente pode ver ali em 2000 e 2010 são os mesmos
em termos de volume e de fluxo e a gente depois pode ver que a região metropolitana é composta
por alguns municípios dos dois primeiros e mais alguns municípios e tem uns que não
pertencem a nenhum desses dois mas estão também na região metropolitana. Mas quando
a gente analisa os saldos migratórios, a gente vê que mudou um pouco. Os maiores em
2010 são a Serra, o Litoral, o Vale do Taquari e o Vale do Caí. Quer dizer, aquela zona
entre Caxias do Sul e Porto Alegre está absorvendo bastante pessoas, e conseguindo reter, apesar
de os fluxos serem muito grandes o que retém ali é muito grande. Aparece aqueles dois
ali, o Vale do Caí, e não aparece como os maiores saldos nem o metropolitana Delta do
Jacuí, que aparecia em 2000, e o Vale do Rio dos sinos. E os maiores saldos negativos,
aí as coisas são mais ou menos parecidas. Quando eu falei que (...). Os Coredes aí
são diferentes, ta? Em 2000 o Celeiro estava totalmente dentro do Noroeste Colonial e,
também, não teve grandes mudanças nas maiores perdas e esses Coredes aí estão localizados
lá na fronteira norte oeste. E aí estão os aglomerados urbanos e a gente já tem a
região metropolitana, e juntando as duas (...), já aparece ali com saldo seis mil
mais ou menos. E se pode perceber que mais de 50% dos fluxos populacionais se dirigiram
para os aglomerados urbanos. Agora vou falar um pouco sobre a mobilidade
pendular para trabalho. Essa é uma informação que é diferente em 2000 e 2010. Em 2000 se
perguntou se a pessoa trabalhava ou estudava em outro município. Em 2010, isso aí foi
separado. Tem um quesito de Educação que pergunta se ela estuda em outro município
e, se ela trabalha, se trabalha no próprio município, no mesmo município mas fora do
domicílio, e assim por diante. Então, para poder comparar, ao invés de pegar quem trabalha
ou fica fora do município, eu peguei (...) que fica fora do município para poder comparar
com os que trabalham. Como estou trabalhando agora com migração internacional, estou
fazendo um artigo para a Associação Latinoamericana de População, eu calculei mais ou menos
assim: 6% dos ocupados trabalham e estudam. Não necessariamente eles se deslocam para
estudar, pode ser para trabalhar também, então a gente não tem como medir. Isso em
2000. Já em 2010 não, eles se deslocam para trabalho. Então essa é a diferença e tem
que se ter cuidado na hora de comparar esses dados. E também tem outro problema que não
dá para comparar, que em 2010 eles deixaram separado quem trabalhava em um ou mais municípios.
São 79.771 pessoas que ficaram fora desses pontos aí. Em 2000 a gente tem um pouco menos
de pessoas que aquilo ali, pessoas que saem para trabalhar de seu município. Em compensação,
em 2010, estão fortes porque trabalham em mais de um município ou país estrangeiro.
E um dos quesitos, em 2010, é se esse deslocamento é diário. Você vai ver que tendo deslocamento
para um município só pode esse deslocamento não ser diário. Mas se pode ver que os deslocamentos
interestaduais são diários, o interestadual é quase 40% e o internacional é maior ainda
que o interestadual. Tem mais pessoas que se deslocam dos municípios de residência
para trabalhar para fora do País do que para fora do estado de outro estado que não seja
o RS. Interessante isso, mas porque nós somos um estado de fronteira. Os professores itinerantes
não entram aí porque eles trabalham em mais de um lugar. Quem respondeu que não é diário
não entra mais em nenhum cálculo depois disso. No Uruguai tem muita gente que leva
menos de cinco minutos de deslocamento, em função da fronteira que, muitas vezes, é
só atravessar uma rua, como o caso de Uruguaiana. O tempo mediano aí é porque a média é
de duas horas ou mais e eu não sabia onde iria colocar o ponto central. 50% dos brasileiros
que trabalham no Uruguai levam menos de 20 minutos de deslocamento e 52% desses, que
se deslocam dentro do estado levam 42,7 minutos para se deslocar. Tem um mundo de coisas para
serem analisadas, a pesar de que quando se começa a dividir muito começa a complicar.
Estou trabalhando com municípios de fronteira, como Santana do Livramento, Quaraí, que são
municípios muito pequenos e aí você começa a dividir muito e começa a desconfiar da
amostra. Mas é bem interessante. As conclusões do texto é que apesar de o RS ser deficitário
vem diminuindo o ritmo de crescimento das taxas de migração. As fronteiras agrícolas
não existem mais, então está diminuindo. O RS ainda se caracteriza como espaço de
baixa evasão. Tem um estudo do IBGE de 2001 que trabalha com os dados do Pnad, é que
Pnad a gente sabe que tem dificuldades, já que a mostra é menor ainda do que o censo.
O RS já está se caracterizando como um espaço de rotatividade migratória, já que o pessoal
circula muito. A gente percebe maior (...) do estado de Santa Catarina, dos lugares mais
limítrofes, assim como dos países Uruguai, Argentina e Paraguai. A gente nota a população
crescente dos aglomerados urbanos na população total do estado, e entende como um avanço
da concentração do papel de população. E sempre direcionando para o êxodo da região
metropolitana de Caxias do Sul e muitos dados agora de 2010 ficam consolidados, sem mais
dúvidas. No litoral norte, principalmente com municípios e balneários. Julgamos os
fluxos migratórios com saldos negativos, no período 95-2000 e as baixas taxas de crescimento
populacional pega do texto, porque na verdade, na época, (...) a taxa de crescimento. Esse
item é configurações gerais, mas (...) configurações econômicas reprimidas, como é o caso do
sul, ou áreas esgotadas de produção agrícola em pequenas propriedades, como é o caso do
norte do estado.
Esse texto está divulgando um material que a gente fez num seminário lá em Caxias,
em 2010, principalmente porque a região de Caxias tem sofrido historicamente (...). Só
que parece que neste momento a situação dos imigrantes começou a incomodar muito
apesar da necessidade, e nós não podemos fazer em dois seminários para retermos diversas
dimensões da (...) Nosso colega do IBGE, da FEE que, inicialmente também, foi um trabalho
que nós estamos realizando já há um bom tempo, que é trabalho no centro de atendimento
ao imigrante, que é um centro (...) e que tem defendido muito a atenção dos imigrantes
e que por ali muitas vezes nós tínhamos dados diferentes daqueles dados mais oficiais
e que conseguimos agora já para este ano fazer uma série de 15 anos de trabalho (...). Então,
o seminário tinha essa intenção de discutir algumas dinâmicas das migrações internas,
olhando um pouco porque Caxias tem sido a região, o município, que se constituiu historicamente
por migrações, desde migrações históricas, depois dos anos 30 já migrações internas.
Nós vamos ter depois dos anos 60 as migrações internas mesmo, no município, a partir dos
anos 70 as migrações dos Campos de Cima da Serra, e a partir dos anos 90 , as migrações
de outros estados, que antes não permaneciam na região, que é o caso dos nordestinos
e que hoje já são um grande número no município e, também, de outros países, que também
estão lá, muitos por (...) algumas instituições sociais e outros agenciados. Então nós vimos
que esse crescimento que nós vamos encontrar no senso de 2010, (...) município de Caxias
do Sul. Caxias do Sul cresce 20% em relação à média do estado, em relação a outros
municípios, realmente é uma taxa elevada, que a cidade de alguma forma começa já a
observar, e nós estamos então investindo nessas pesquisas um pouco para tirar a culpa
dos problemas das outras cidades do Brasil. Então a pesquisa foi por aí. As regras dessa
apresentação de hoje é apenas um recorte de uma série de pesquisas que nós já temos.
Nós apresentamos nesse seminário porque tinha uma intenção de analisar a mudança
do perfil dos imigrantes da última década em relação aos imigrantes de décadas anteriores,
inclusive quando nós (...) em relação ao mercado formal de trabalho porque mudou um
pouco a questão atrativa em relação de a apenas os imigrantes serem incorporados
para a indústria e na medida que vão perdendo a estabilidade na indústria, começarem a
ser incorporados principalmente pelos serviços. Então a nossa intenção no início foi discutir
isso e nós temos (...) de continuar trabalhando com a Rai, trabalhamos com a Rai, (...), com
o Caged, trabalhamos com os dados do IBGE, e muito agora também, para poder entender
algumas dinâmicas, com o Centro de Atendimento aos Imigrantes. Nós temos já uma amostra
que chega a 2000 imigrantes estabelecidos e também com o material do Sine, que foi
um pouco norteador desta última pesquisa, principalmente quando as pessoas procuram
emprego e não conseguem mais emprego no setor secundário e vão diretamente para o setor
terciário. Então o crescimento do setor que também vai afetar aí a informação
de quem são os imigrantes. Então essa primeira parte é uma parte descritiva e nós tivemos
que agora usar os dados do Censo e dar uma ajustada em relação a algumas dissertações
gerais. Nosso foco desse trabalho (...) parte teórica (...) que também (...) para nós
foi uma referência (...). É isso que incomoda um pouco a cidade. O capital das grandes empresas
chamam os imigrantes depois selecionam e todos que vêm junto e de alguma forma acabam gerando
uma série de situações, que faz parte desse movimento que uma boa parte (...) esse último
fluxo migratório. (...) Nós já identificamos que a mudança do padrão cultural urbano
neste momento é praticamente padrão por conta do plano e que nas migrações recentes
que nós temos estudado estão não apenas mais para a questão da indústria, mas para
serviços é que é absorvida essa mão de obra. Nós temos usado como referência os
estudos (...) e que isso gera um certo dinamismo da nação à questão dessas cidades quando
elas oferecem realmente oportunidades de trabalho em detrimento de outras. Com essas três observações
que é uma conclusão que o estudo faz justamente mostrando a questão do crescimento das cidades
(...) que têm características industriais e vamos ver que Caxias vai fazer parte da
última cidade de produto industrial, com características dinâmicas, mas ela tende
a modificar a base ocupacional em relação a essa situação. Então nós vamos ver que
a parte de indústria não tem tanto crescimento, mas depois o setor serviços acaba realmente
crescendo, o que confirma essas observações. (...) nós vamos ver que o setor de serviços
acaba sendo um diferencial entre as novas migrações e nós usamos aqui não só (...) e
também ainda a questão da (...) que expulsão seja atraia a questão da discussão de uma
estrutura política diversificada. Nós usamos um estudo as áreas de atração e também
a discussão, e o município de Caxias continua sendo um foco de atração. Isso apareceu
em vários estudos e isso mostra realmente que esse percentual de população que cresceu
ali, os 20%, ele deriva, o que a gente tinha visto naquele seminário no final do ano da
(...) assembléia essa questão do antecedente ali que deriva da questão da (...) . Nós
usamos ainda uma idéia do Porchmann em relação que o setor de serviços, que ele tem sido
uma saída para a questão (...) quando a indústria não consegue absorver acaba direcionando
para o setor de terceiros. Aqui no nosso espaço é evidente que a questão do terceiros hoje
tem sido uma forma de promover essa fixação. Uma questão que nós deixamos claro como
plano de curso é que o fato de a cidade ser um cenário contínuo de imigrações, ela
vai usando (...) diferentes para incorporar essa mão de obra que chega nas cidades. Nós
vamos ver que, para cada período as características desse fluxo migratório são distintas e praticamente
a partir dos anos 90, com toda a reestruturação que o parque industrial sofre, não absorve
mais aquela mão de obra que tinha só (...). Então começa um problema porque as pessoas quando
vêm, não conseguem trabalho nenhum. Então o que nós percebemos, trabalhando os dados
do Centro de Atendimento aos Imigrantes, (...) já não procuravam mais emprego direto na indústria,
buscavam colocação a atenção dos serviços, tentavam se qualificar numa série de cursos
que o próprio Centro oferece para as indústrias e, depois de um certo tempo, (...). Então
esses dados que nós vimos e que depois vão aparecer no texto do livro, que começa uma
mudança do perfil migratório especialmente (...) anteriores, que os homens, depois tem
a planilha. Hoje tem as mulheres. Elas passaram pro nível doméstico. Elas tem maior facilidade
de ligar com as questões do emprego doméstico. E elas também estão preocupadas com o futuro
dos filhos e elas veem também o que? Elas vêm pelo trabalho, como mostra toda a nossa
pesquisa qualitativa. O motivo é o trabalho, mas também vai ter escolas para os filhos
não ficarem na mesma condição de vulnerabilidade que eles se encontravam. Então nós vimos,
por exemplo, na parte qualitativa da pesquisa, que nós entrevistamos, dentro do último
fluxo, é que estão preocupados com o trabalho, mas estão preocupados também, com essa situação,
que os filhos não passem (...). Então tem essa questão da visão do futuro (...) por
que essas cidades menores de onde eles vêm, que são os seus lugares de procedência,
principalmente agora, no último senso, o pessoal da fronteira, que é a grande força
migratória para Caxias (...), é que eles não conseguem (...) oportunidades de vida
permanecendo lá. Então, o que nós buscamos saber como resultado? Que a migração para
esses grupos acabam sendo uma estratégia. Tem grupos que não conseguem mais migrar.
Eles têm, por exemplo, essa questão de encontro de parentesco, não conseguem mais se instalar
nas cidades, e começam a modificar essa questão do tipo fluxo migratório. Então essas (...) que
nós estudamos, que são gênero, idade, proveniência, composição familiar e grau de escolaridade,
nos mostram que há uma mudança evidenciada na divisão de capital e trabalho, ou seja,
toda essa alteração em relação a (...) modifica esse perfil praticamente hoje o perfil das
pessoas que estão habitando o município. (...) no mercado de trabalho, elas não dão
conta que esses fluxos que hoje têm sem escolaridade. Então esse é um problema inclusive uma certa
capacitação tem sido oferecida pelo Sine e, principalmente, pelo Centro de Atendimento
ao Imigrante com cursos permanentes, técnicos e que isso tem resolvido também uma parte
da falta de mão-de-obra que não chega a solucionar porque o índice de exigência
de escolaridade seria bem maior. Outro assunto que está em haver de parentescos e relações
comunitárias foram muito importantes ainda neste levantamento, principalmente porque
nos Campos de Cima da Serra esse é um fator muito comum, mas nos fronteiriços não. Então
vamos ver que os fronteiriços vêm, depois que ele se instala ele chama e assim vem um
grupo muito grande do mesmo grupo e hoje eles já de uma forma (...) na cidade, que caracteriza
os fronteiriços, que é um bairro (...), que é um bairro de entrada, já conseguem se
identificar como um grupo que está se organizando. E a questão que diferencia isso e que estava
comentando antes que é uma questão cultural em relação a essa parte da imigração,
é que, nas cidades, dos anos 50 em diante até os anos 90, as imigrações (...) nos
Campos em Cima da Serra, esses imigrantes não incomodavam porque seria de tal forma
natural e tendenciosa, precisavam do trabalho e que aceitavam todas as questões culturais,
por exemplo, do município (...). Os fronteiriços não. Eu sou da fronteira, eu não sou caxiense,
não quero ser, mas estou aqui porque... (...). Começa uma questão cultural bem evidente em relação
à atenção na entrada de outras substituições. Aí que mostra que esta solução, de alguma
forma, em algum momento, ela mostra uma certa diferença. Vamos falar dos atos em relação
à procedência que aparecem nas regiões. Nós vamos ver que no RS os principais municípios,
Vacaria, Dom Pedrito, São Francisco de Paula, Santana do Livramento, Porto Alegre, Passo
Fundo, Bagé, Alegrete, Farroupilha, Bento Gonçalves, Santa Maria, São José do Ouro,
esses que as taxas são (...). Em relação aos estados, são SC, PR, SP e depois os demais
estados onde vamos encontrar muitos da Bahia, que nunca ficaram muito tempo em Caxias, onde
já estão instalados, os baianos. Nós vamos encontrar também pessoal de Alagoas, Ceará,
Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo. Não é
questão dessas discussões, vou mostrar a vocês alguns dados em relação à pesquisa.
Nós vamos ver que uma boa parte dos migrantes que chegam à cidade não tem condições
de ajudar nesse mercado de trabalho, com toda a carência que o pólo tem nesse momento.
Eles continuam chegando e não conseguem ter (...). Então nós vamos ver também essa
questão da periferia, dos aglomerados, mas, de alguma forma isso é um problema para o
real. Em Caxias, a Universidade tem interesse e a gente está tentando entender um pouco
essa questão das vulnerabilidades (...). A gente vai encontrar isso também nos municípios
vizinhos, mas Caxias está de forma que essa questão tem sido o aspecto central. É uma
cidade riquíssima e os diversos dados mostram isso, tanto a renda per capita quanto a questão
da produção. E um dado que foi retirado agora há pouco, e esses últimos dados que
foram colocados, é que a nível de produção, a indústria de transformação quase chega
a 60%. Então de 49 teve crescimento na questão industrial (...) também demissões acentuadas.
O que eu queria mostrar era os dados (...) vocês vão ver que Caxias, comparando com o RS (..) quase
21% de crescimento populacional na última década. Depois segue lento. Nós vamos ter
Canela, que também é um município que cresce, Farroupilha, Flores da Cunha, Gramado e, por
último, Garibaldi. Se nós pegarmos os municípios que abasteciam praticamente a cidade com mão-de-obra
contínua, nós vamos ver que nesse momento eles deram uma parada. (...) Bom Jesus tem
um crescimento negativo, Cambará, Esmeralda, é bem significativo. Lagoa Vermelha, e nós
vamos ver que esses municípios, de alguma forma, eles já mostram a situação de estagnação.
E agora vamos olhar na tabela anterior, os municípios da Fronteira, com crescimento
negativo, e os municípios que estão escolhendo Caxias como sua unidade de trabalho. Aí nós
temos Alegrete, Bagé, Dom Pedrito, Itaqui, todos negativos. E esses elementos agora,
nos permitem pensar essa pesquisa, com todos os elementos que temos aí em relação à
questão, inclusive com elementos de identidade que isso gera na questão de inserção no
mercado de trabalho. Nós chegamos já a alguns registros (...). Nas migrações recentes
o seu primeiro emprego era o setor terciário, depois o setor secundário e os critérios,
e nós sabemos que esses fluxos não têm disponibilidade suficiente para poder (...). Eu
tenho acompanhado os cursos que o Centro tem oferecido. Todos os cursos que estão oferecidos
têm muitos candidatos (...). Mas os professores dizem que dá dificuldades, como ter raciocínio
matemático, não ter raciocínio matemático, é muito difícil. Mesmo inscritos nos cursos
eles são absorvidos, e em pouco tempo não conseguem se manter, não conseguem atender
às exigências. Em relação aos estudos que nós tínhamos (...) é que sempre Caxias
absorveu muita mão de obra dos Campos de Cima da Serra, que tem grandes problemas de
escolaridade e uma certa semelhança à questão cultural, não só dos fronteiriços, mas
dos baianos. Tem que ter atenção hoje para não virar preconceito ou discriminação,
o que já está acontecendo com o senso comum, como se os problemas da cidade pudessem ser
transferidos (...). O crescimento do número de mulheres incorporadas no mercado de trabalho,
predomínio de jovens, diminui o número de idosos na questão migratória. Os idosos
permanecem no lugar de origem, acho que isso já aparecia no trabalho (...) e também aparece
na questão do litoral norte, esse crescimento. A gente vê que (...), mas quando a situação
se acomoda eles voltam para o local de origem, onde tem a família. Nós vimos isso porque
nós temos outras pesquisas por envelhecimento (...). Predomínio de casais. As migrações
hoje não são mais de solteiros, eles vêm com toda a família, e baixa escolaridade,
migrações urbanas e essa questão que já coloquei para vocês, que é a noção própria
de serviços. Mesmo que (...) tem necessariamente essa necessidade de mão de obra. Eu tinha
colocado algumas falas da pesquisa qualitativa que a gente fez. A grande questão do motivo
de ocupação da região é o tabaco. Todos falam da questão da escolaridade dos filhos,
os pais. Em geral é assim, vem a questão do trabalho e depois (...). Nós vimos também
que as migrações da última década não têm várias etapas. Ou seja, já há um destino
pré-definido. Esse é um dos poucos casos que (...) fora do estado, vai para lugares
que têm questionamento e depois não conseguem se adaptar à região. Mas o percentual é
de quase 40% de (...). Então isso é importante para a gente poder direcionar. A gente não
veio buscando, chegou lá. Bom, essas falas aí são trabalhos nossos e já tinha colocado
algumas para poder elucidar essa idéia de que tem também matéria de preconceitos dos
migrantes dos outros. É muito comum dizer "então não trabalha aqui quem não quer".
(...) Esse é um elemento forte da fala dos migrantes. A (...) de Caxias, cidade ideal,
cidade de trabalhos, uma série de questões feitas, positivas em relação à cidade,
em relação a esse universo. Em todos os tipos de trabalho, do emprego doméstico até
o trabalho industrial. Algumas considerações finais, na questão das imigrações, é que
elas são específicas, mostram essa heterogeneidade, que é característica da classe trabalhadora,
e mostra, também, que tem uma nova relação espacial em relação a essas imigrações,
marcados pela relação do mercado, da música, do trabalho na cidade. (...) e essa idéia
de que as cidades médias, como Caxias, que está com 475 mil habitantes, absorvendo esse
tipo de imigração. Predominantes as migrações de curta distância e que hoje (...) possa
comentar que elas não são mais curtas. Pegar aí o grupo de nordestinos e esses últimos
dados tinham amazonenses indo para Caxias (...). E a questão do crescimento da cidade
a partir da criação do polo estrutural. A diferença de perfil ficou evidente, ou
seja, esse perfil que se mantinha homogêneo nas décadas de 70, 80, início dos 90. Na
década do início do século 21 é diferente. Novas questões que se poderá resgatar nas
questões migratórias. Acho que muitas dessas questões de grupos, inclusive culturais,
e os conflitos vão se dar (...). (...), essa nova dinâmica que mostra a ocupação desses
novos espaços, que vão absorvendo e vão utilizando essa dinâmica.
Video 04/04 Winckler
Passaremos, agora, a palavra a Marilene para dirigir seus questionamentos aos participantes
da mesa, e depois abriremos ao público.
Marilene (...). Demografia é uma fonte inesgotável
de riqueza. Porque a gente estuda sociologia, demografia, antropologia, economia, então
nós somos multidisciplinares. Antes de falar nas migrações, voou dar um panorama geral
sobre o por que a população cresce, por que a população está aumentando ou não.
As variáveis demográficas, são a fecundidade, a mortalidade e a migração, assim apontadas
pela dinâmica. A fecundidade, como sabem, tem caído historicamente do Brasil, desde
a década de 60, (...), agora o Brasil está com 1,9%, que é uma taxa abaixo (...). Aqui
no estado está em torno de 1,5%. Essa queda da fecundidade faz com que a população envelheça.
Outra variável, a mortalidade, tem aumentado bastante (...). O Brasil está em torno de
(...). Então essa variável faz com que a população envelheça (...). E, em terceiro
lugar, a migração. A migração é a variável demográfica menos (...), porque depende,
como o pessoal falou aqui, de vontade de melhorar a vida, de oportunidade de trabalho. A migração
é um estudo (...) pra todos nós. E mesmo que o lugar tenha um saldo migratório longo,
que entre a saia muitas pessoas, ainda assim esta mudança de fluxo modifica muito a estrutura
do lugar que ela deixou, do lugar que ela saiu, (...) o sexo, idade, estado civil, estado
conjugal. (...). Eu queria dar os parabéns para a organizadora do livro. O livro, para
quem não adquiriu ainda, é uma leitura muito boa, muito gostosa, flui muito. Eu li esse
livro e ele trata, assim que foi lançado, (...). A Maria de Lourdes agora fez uma palhinha
das novidades esse universo que nós ainda temos que trabalhar e a participação dos
painelistas foi muito boa porque o Ademir fez um panorama das migrações até o final
do século, a Maria de Lourdes nos repassou as novidades até 2010 e a Dra. Vania fez
um recorte bem interessante sobre Caxias do Sul. E nós não temos só o imigrante aqui
como sendo um número, como sendo uma taxa. Eles são também pessoas que falam, que têm
sentimentos e sentimentos profundos. Vou até citar um caso aqui que me marcou muito. Uma
moça, há 30 anos atrás, chegou em (...) e ela disse que era o segundo dia que estava
lá. Disse que, olhando pela janela, viu uma moça arrumando o jardim e tomando o chimarrão
e quando ela se aproximou dessa pessoa ela disse "aqui não se toma chimarrão, aqui
se trabalha". Isso foi um motivo de arraso para essa pessoa. E outras falas bem interessantes,
como "Nada contra os italianos, mas...", (...). Então, ficaram bem interessantes esses
dados qualitativos e dados quantitativos. É tanta informação que não se sabe nem
por onde começar. Uma variável que a Maria de Lourdes falou, que é o tempo para deslocamento.
Aqui no Brasil, cerca de 11% das pessoas levam mais de uma hora para chegarem ao seu trabalho.
Para o estudo, cerca de 8% dos brasileiros levam mais de uma hora para fazer o trajeto.
(...) O tempo de deslocamento está cada vez pior. Os deslocamentos urbanos estão me parecendo
que estão fazendo uma pressão muito grande. Hoje mesmo eu estava andando (...) e assisti
a um acidente com um motoqueiro e pensei que o número de carros está aumentando muito.
O número de motos está aumentando muito. Nós estamos vivendo uma selva de pedra cada
vez pior. Trechos que se fazia antes em 10 minutos, agora precisamos de meia hora ou
mais para fazer. E a Maria de Lourdes trabalhou um pouquinho sobre esses dados. (...) Uma
pergunta que quero fazer para o Ademir, com base em seu trabalho, é se as pessoas, ao
se aposentarem, estão indo para Canela e Gramado ou lá é muito frio? O aumento da
violência em Caxias, também. Essas informações de imigração, que se têm, (...).
Ademir A questão que a Marilene coloca é interessante.
Será que os aposentados foram também para Canela e Gramado? Acho que tem bastante aposentados
na região do Litoral Norte, mas a maioria não é aposentado. Tem uma mão de obra enorme
que sai da região metropolitana e vai para o Litoral Norte, principalmente aqui de Porto
Alegre. O setor que mais atrai população lá é construção civil. O setor que mais
atrai população e que gera continuidade de serviços é construção civil. Porto
Alegre é uma cidade que diminuiu muito sua população. Nós crescemos 0,3% ao ano entre
2000 e 2010. A taxa de fecundidade em Porto Alegre está em torno de 1,45 a 1,5%, portanto
muito baixa e Porto Alegre virou uma cidade seletiva, já que expulsa, acaba expulsando
a população de renda mais baixa ou de escolaridade mais baixa. Para morar em Porto Alegre tem
que ter um certo padrão de vida. Uma pessoa com 100 mil reais vai comprar uma belíssima
casa em Viamão, a meia hora daqui, e em Porto Alegre vai ter a maior dificuldade de comprar
um apartamento de um dormitório. Porto Alegre é uma cidade seletiva e acaba expulsando
essa população menos qualificada e com menos renda, que acaba, boa parte dela, indo para
o Litoral Norte. A região de Gramado e Canela, na década de 90, foi, junto com o Litoral
Norte, a segunda que mais cresceu. Mas não cresceu tanto como aconteceu com o Litoral
Norte. E agora, na década 2000-2010, gramado e Canela nem aparece mais como uma região
(...) elevado. Quem aparece mesmo é Caxias e realmente Caxias é algo impressionante.
Eu fiz um cálculo sem nenhum tipo de ajuste, considerando óbito e nascimento, ano a ano,
pelos dados do registro civil, em toda a década, e Caxias tem crescido cerca de 35 mil habitantes
pelo crescimento vegetativo. Então, dos 75 mil faltam uns 40 mil. Isso, muito por cima,
sem nenhum ajuste. Se eu dividir 40 mil por 3.660, que seria a quantidade de dias em 10
anos, dá 10 e alguma coisa. Ou seja, você imagina uma cidade que, durante 10 anos, recebe
10 pessoas todos os dias. Foi isso que aconteceu com Caxias no ano de 2000 a 2010. A questão
do deslocamento, eu acho que não dá mais para planejar um município, pensar só o
município. E o deslocamento comprova isso. (...) Ele cresceu muito nos últimos anos.
Não sei quantos vão e voltam de Caxias do Sul todos os dias. Eu conheço várias pessoas
que fazem isso. Então esse movimento cresceu muito. Se vocês pegarem todos os municípios
da região metropolitana, vocês vão perceber que em Alvorada, por exemplo, quase 60% da
população com mais de 10 anos de idade sai todos os dias para trabalhar em outro município
em volta. 60% da população. Porto Alegre tem um milhão e 400 mil habitantes. Mas eu
não posso (...) só com um milhão e 400 mil. Eu preciso de mais uns 400 mil que circulam
pela cidade todos os dias, que usam estrutura urbana. Não são só os carros de Porto Alegre
que circulam em Porto Alegre. São os carros de Viamão, de Alvorada, de Eldorado do Sul,
de Nova Santa Rita. Então não dá mais para pensar o planejamento enxergando só o seu
umbigo, o seu município. Essas fronteiras têm que desaparecer. Não dá mais para pensar
dessa forma. Então não dá para pensar Caxias do Sul sem pensar Farroupilha, Bento Gonçalves,
assim como não dá pra pensar Porto Alegre sem pensar Canoas, tem que pensar Guaíba.
Então, isso é importante na questão do micro-planejamento.
Maria de Lourdes Na verdade, estou trabalhando a região da
fronteira, Uruguai e Argentina, a mobilidade pendular desses lugares, a imigração. Mas
como a gente tem o RS como um todo para preparar. (...) O que o censo pergunta: "Onde você
estava em 2005?" Aí as pessoas respondem Estados Unidos, Itália. Mais de 50% das pessoas
que disseram que estavam nos EUA disseram que são gaúchos. Não, brasileiros. Gaúchos.
Na Itália, também. Não cheguei a olhar, mas provavelmente isso. De Caxias também,
provavelmente. Grande parte das pessoas que disseram que em 2005 estava na Itália, são
gaúchos. E também Inglaterra, aparece um percentual bem alto. ***ão aparece um percentual
bem alto e até China aparece um percentual bem alto. Dos grandes, aparece alguns países
com um fluxo bem pequeno, com percentual até 100%, mas aí o fluxo é pequeno. Mas os fluxos
grandes têm um percentual muito elevado de retorno.
Vânia A pergunta é como funciona o CAM, Centro
de Atendimento aos Migrantes, que é administrado pelas irmãs (...), com sua congregação
já atendendo aos imigrantes. Nós começamos um trabalho no CAM em 1998. Eu fiz uma dissertação
de mestrado de uma aluna nossa e tivemos uma conversa com a irmã que coordenava o CAM
para podermos trabalhar com os dados porque os imigrantes chegavam ali, muitas vezes sem
nada, e elas tinham uma fichinha de registro para saber a procedência. E nós, a partir
dessa dissertação de mestrado, nós montamos um banco de dados que agora vai fazer 15 anos
e nós podemos acompanhar, então, pelo menos aqueles que passaram por ali (...). O CAM
tem atuação de duas formas: ele recebe todas as pessoas que procuram ajuda (...) da metade
da cidade. (...) Mas, ao mesmo tempo, o CAM tem outro trabalho organizado (...) à própria
congregação. Elas têm escolas, elas tem essa parte de capacitação. Ao mesmo tempo
em que ela registra um caminho para a prefeitura ela também tem um (...) imediato. Por isso
nós vamos ver que o (...) de serviços neste momento, o grande número de pessoas que se
habilitam são imigrantes. Eles meio que ficaram por ali, elas conseguem muitas (...) ou encaminham
para a prefeitura. E alguns anos atrás, a partir dos resultados, nós estávamos trabalhando
com o Sine e com o CAM. Com o Sine nós tínhamos uma idéia dos negócios, de mão de obra
, do tipo de emprego, e com o CAM nós tínhamos só a parte da vulnerabilidade. Os imigrantes
não conseguiam... A partir dali um grupo de irmãs (...) oferecem vários cursos, inclusive
cuidadores de idosos, cursos de serviços domésticos para o sistema hoteleiro. E no
registro eles conseguem ocupar 100%. (...) Mas tem o outro lado, o lado religioso, assistencial,
da igreja. Acho que isso tem sido muito produtivo para aqueles que ali chegam. E hoje o banco
percebe a diferença desse atendimento que estamos incrementando, o formulário, hoje
tem todas as vulnerabilidades, as famílias que já vêm com deficiência, as famílias
e drogados, as famílias que carregam todos esses problemas têm (...). é uma partezinha
da imigração. (...) Nós estamos trabalhando agora, nessa etapa nova da pesquisa, com (...). Bem
interessante. Todas as pessoas que passaram por lá alguns anos atrás (...) a família.
Então, de alguma forma elas estavam nessa vulnerabilidade, continuam na cidade, nós
temos esses dados (...). Só demos uma passada porque não recebemos os dados do Ministério.
Winckler (...) Gostaria de abrir para o público, mas
gostaria de receber as perguntas em bloco, de maneira que se possa (...).
Ademir Tem uma questão aí, que é o metropolitano
e o metropolitano legal. A região metropolitana de Porto Alegre vai até Triunfo, então tem
umas coisas meio estranhas. Essa coisa da divisão mais político-administrativa eu
tenho dificuldade de fazer análise. Eu acho que houve uma expansão, com certeza, da região
metropolitana, mas acho que tem n outros tópicos fora da fronteira metropolitana que cresceu
muito, e já, emendando com alguém que acompanhe projeção, imagino que nós vamos ter em
Santa Maria, não uma explosão de crescimento (...), Passo Fundo e essas regiões entre
Caxias e Porto Alegre. Essa história de que Rio Grande vai ter 200 mil habitantes não
sei quando, é história mesmo. Não vai chegar aí nunca, nem que incorpore a metade da população
de Pelotas. Isso não vai acontecer e não vai crescer tanto não. Eu não consigo imaginar.
Tem um pólo naval que atrai, mas é isso aí e mais nada. Não acho que vai haver muito
crescimento por lá. Com relação à questão da fecundidade também, o saldo negativo,
isso é importante para o governo. Realmente, baixa fecundidade (...) saldo negativo. Mas
tem um pouco a ver com a realidade do estado. Acho que essa coisa de ser o estado mais meridional.
Gaúcho é gaúcho. Quase 100% dos habitantes do RS são daqui mesmo, não são de outros
estados. Tem essa peculiaridade do RS. O fato de ser o estado mais metropolitano, de ter
várias fronteiras internacionais. Eu estava falando com a Vânia essa questão da fronteira.
Eu sou homem da fronteira, morei em São Borja até os 15, 16 anos. Então a Pampa é um
negócio completamente diferente do resto do RS. Pegue um carro e faça uma viagem para
Itaqui, São Borja. Quando vocês chegarem lá , é um outro lugar. Se dormir no caminho
e abrir os olhos quando chegar lá, vai pensar que está em outro país. Porque é um outro
negócio completamente diferente. Aquilo que os gaúchos falam, o céu enfiado na terra,
porque é aquilo que enxerga. Enxerga como céu enfiado na terra. E lá a identificação
cultural com os hermanos é muito grande. Então é preciso muito discurso.
Vânia Respondendo à pergunta se o crescimento da
periferia, como acontece em Porto Alegre, se ocorre também com Caxias do Sul. Quem
conhece Caxias sabe a diferença dos anos 70 para cá. E Caxias nunca conseguiu manter
o que ele perdeu no próprio Plano Diretor. Nós temos que (...), principalmente a questão
da água. Nós temos visto agora que as grandes empresas estão com problemas, porque elas
não conseguem mais se expandir então a idéia é que elas saiam do município porque elas
estão tentando incorporar alguns municípios para continuar. Tem vários problemas relacionados
aos limites da expansão. Nós não encontramos grandes ***ínios de luxo, eu acho que
Caxias perdeu muito por não respeitar isso. Há pouco tempo teve grandes conflitos dentro
da cidade, porque nem os bairros residenciais a Câmara tinha respeitado, com a construção
de grandes edifícios. Eu diria que problemas assim tem na questão da concentração. E
eu colocaria a questão dos limites serem empregados. Tu não podes descer para o lado
de (...), que tem o problema das bacias de captação e tem os limites para fazer a principal
ação em relação à realidade que tem ali. Nos anos 70 os empresários tentaram fazer
um dinâmica de definir o espaço para a questão do distrito industrial. Tu vais ver que a
Câmara de Indústria e Comércio teve uma ação bem importante no sentido de discutir
se na RS 122 teria um espaço para poder crescer. Os que fizeram suas propostas, na época os
empresários dos grandes grupos, não colocaram suas empresas ali. A gente já sabe que eles
estão concordando (...), a Marcopolo eles não estão conseguindo mais fazer a expansão.
Maria de Lourdes Eu vi os saldos migratórios dos Coredes e
da Região Metropolitana, ele vai se repetindo. Em 2000, o crescimento estava caindo e o volume
ainda recebia muita gente. Na verdade a gente ainda não teve tempo. (...) Eu não sei o
que saiu da região (...) e o que veio de fora. Em 2000 a gente viu que tinha muita
gente sendo expulsa de Porto Alegre enquanto a cidade ainda recebia muita gente de fora.
(...). Ainda falta muito a ser analisado. Agora me espantou. Quando eu olhei, em crescimento
absoluto, porque sempre aparecia que está crescendo menos, mas, em volume representava
(...). (...) Vale do Taquari e Vale do Caí, o eixo entre Caxias e Porto Alegre.
Ademir Agora, para o RS foi uma surpresa geral. O
RS cresceu 0,9, entre 91 e 2000, e as nossas projeções era três zero seis, zero sete.
Mas 0,4, realmente é muito baixo. Porto Alegre também. Porto Alegre foi 0,3, quase nada.
Porto Alegre perdeu, na década de 90, 50 mil pessoas e deve ter perdido mais umas 30
mil agora em 2000 a 2010.
Maria de Lourdes (...) Tem que dar um chute. É que eu não
analisei ainda dos dados do saldo migratório do estado. Fiquei mais com a parte intrarregional.
Mas acho que a tendência é rotatividade migratória mesmo. O pessoal circula, hoje
em dia não tem mais essa idéia de mudar, ficar. Com exceção lá, de Caxias do Sul
que vai e fica. Mas acho que região metropolitana ou o país todo (...) a rotatividade é muito
Vânia Apenas para complementar, porque tinha a questão
dos custos. Acho que uma constatação é que os custos têm esse caráter segmentado
e são discriminatórios. Eles incluem o grupo, mas eles não conseguem fazer uma verificação.
É só um processo inicial de adaptação. Eles são sim braçal, indústria, (...). Ele
é bem direcionado.