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Dae Beleza? Eu sou o Velberan e estou aqui com o décimo segundo Underplay, quadro do
canal onde eu mostro jogos pouco conhecidos seguindo as indicações de vocês. E dessa
vez vamos ver Shatterhand, jogo de ação produzido pela Natsume e distribuído pela
Jaleco em 1991, e foi sugerido pelo Markos Vinnicius.
A história do jogo se passa em 2030, tinha um exército de ciborgues querendo dominar
o mundo e um policial chamado Steve Hermann perdeu os dois braços numa luta com esse
grupo. A polícia então ofereceu para ele dois braços cibernéticos super-fortes, que
até quebravam paredes, e ele continuou trabalhando para a polícia, mas como o Agente Shatterhand.
A jogabilidade também é bastante interessante. A gente detona os inimigos na porrada, como
em alguns beat'em ups laterais que tinham antigamente, mas as fases são de plataforma,
ou seja, temos que pular obstáculos, coisas que dão dano, e por aí vai.
Essa é praticamente a mesma fórmula do gameplay do Megaman e do Bionic Commando, só que esses
misturavam plataforma e tiro, uma combinação formidável que inspirou uma porrada de outros
jogos, inclusive o Shatterhand.
Dá pra dizer que ele é o Bionic Commando depois de ficar sem munição. E mais provas
dessas influências podem ser vistas em alguns inimigos e chefes que parecem ter saído desses jogos.
Mas o Shatterhand tem um monte de coisas legais para se diferenciar dos outros.
A movimentação do nosso carinha é muito boa, só que como ele ataca só com socos,
obviamente o alcance desses golpes é bem curto e enfrentamos bastante inimigos armados.
Só que ele pode destruir os tiros com o soco, e não é tão difícil assim acertar o tempo
do golpe para fazer isso. Tem algumas grades no fundo da tela onde ele pode se agarrar
para pegar impulso e pular pra outro lugar. Essa é a parte que dá um pouco de trabalho
pra se acostumar como isso funciona, você tem que manter o botão de pulo para ficar
agarrado, e soltar para pular novamente. Se errar, ele simplesmente cai e na maioria das
vezes isso ferra com a gente.
Felizmente nesse jogo temos barra de vida, então não morremos só com um ataque, e
essa barra dura bastante até. Também temos 2 vidas extras em cada partida.
A primeira fase é a introdução, com um chefe que parece o Bison, e depois de passar
por ela podemos escolher a ordem em que vamos completar o jogo, são cinco fases antes de
encarar os desafios finais. O jogo tem continues infinitos, o que dá uma facilitada pra fechar,
só que não tem password e muito menos bateria para salvar, então, boa sorte aí pra quem
vai tentar zerar ele na raça porque... ele é um jogo de Nintendinho, ou seja, é bem
difícil, mas isso é normal nesse console. Mas a dificuldade dele é muito bem planejada,
e apesar de dar bastante trabalho pra aprender a lidar com o desafio, ele não chega a frustrar,
desanimar a gente de jogar.
Sobre o que temos para nos ajudar, durante as fases vamos juntando moedas para gastar
em alguns pads, que é um tipo de plataforma especial, para encher a vida ou aumentar o
dano dos ataques. Esse aumento é temporário e enquanto ele está ativo o colete do Shatterhand
muda de verde para vermelho.
Parece que tem alguns pads para vida extra também, o que é bem mais caro. Mas o que
eu achei interessante aí é que o jogo cobra por coisas que em quase todos os outros a
gente acha de graça. Não é tão caro assim, tem bastante moedas pra pegar, mas às vezes
falta, e alguns pads estão em pontos da fase onde não tem como ter dinheiro para usar,
e temos que avançar a fase e depois voltar nele se quiser a melhoria. Por sinal, as moedas
não são transferidas de uma fase pra outra, não adianta muito querer economizar com isso.
E pra completar, o grande barato do jogo que são os robozinhos que aparecem pra nos ajudar.
Dentro das caixas que podem ter dinheiro ou granadas que estouram na nossa cara, podem
ter também itens que são as letras gregas Alpha e Beta. Juntando três letras aparece
um robozinho para ajudar a gente. O legal é que para cada combinação de letras que
pegamos, vem um robô diferente, com um poder próprio, mas pra facilitar, dá pra trocar
as letras antes de pegar o item, basta bater nele.
Além de ter um ataque, na maioria das vezes de tiro, o nosso carinha pode agarrar nele
e pegar uma carona pra cima, o que em algumas fases pode ajudar bastante.
Só que eles também sofrem dano e são destruídos se apanham demais, então temos que cuidar
deles, e isso também pode acabar deixando as coisas mais complicadas, porque a gente
não controla o robô, só os ataques dele que ele solta sempre que o nosso carinha ataca
também. E às vezes pra atacar ele acaba avançando, e nessas pode ficar numa posição
vulnerável.
E conhecer bem os robozinhos e qual é a combinação de letras para cada um deles é bem importante
pra se dar bem nesse jogo porque alguns deles funcionam melhor em algumas fases do que outros.
Como são 8 no total, isso dá uma diversificada boa.
Enquanto o robô está com a gente, podemos continuar pegando letras que aparecem pelo
caminho, se fizermos uma combinação diferente, o robô é substituído por um novo, mas se
a combinação for igual, o robô meio que se transforma numa super-armadura para o Shatterhand
e ele pode atirar. É um tiro de curto alcance, mas dá bastante dano, fora que, pô, o cara
atira, isso num jogo em que ele só soca é coisa pra caramba!
Então, dá pra notar só pelo review aí que esse é um joguinho muito bacana, mas
mesmo assim ficou pouco conhecido. A razão é a mesma de alguns outros bons jogos que
apareceram aqui no Underplay, distribuidora meia-boca, além dele ter sido lançado em
1991, já na hora-extra do Nintendinho, pois já tinha um monte de consoles de 16-Bits
na praça e os 8-Bits já não chamavam mais tanta atenção, apesar de ter recebido alguns
dos melhores jogos nessa época. Mesmo assim quem quem jogou ele, principalmente quando
era novidade, adorou e vi até algumas pessoas comentando por aí que o Shatterhand era o
jogo de nintendinho favorito deles.
Eu acho que o que contribuiu bastante pra isso foi o carisma do personagem, que apesar
de ter sido também meio inspirado na história do Robocop, ficou muito bem construído. Só
que ele só apareceu no ocidente, porque o Shatterhand é um jogo localizado, no ***ão
ele tinha outra cara e outro nome: Tokkyuu Shirei Solbrain. Quem assistia
Cavaleiros do Zodíaco na Manchete com certeza vai lembrar desse último nome, Solbrain,
que era uma série que passava colada com os cavaleiros, era de Metal Heroes, ou seja,
um japonês dentro de uma armadura fodona, e que é mais ou menos sequência do Winspector.
Na versão japonesa, invés do carinha de óculos escuros temos um dos personagens da
série, que está totalmente vestido com a armadura de combate. A jogabilidade não muda
nada, nem o level design da maioria das fases, nem os sprites da maioria dos inimigos, mas
os sprites dos robôs são todos diferentes. Também invés de moedas, pegamos itens com
a letra P, acho que é P de Power, e se conseguimos a mesma combinação de letras gregas duas
vezes sem perder o robô, o nosso carinha não se transforma, ele só ganha uma bazuca,
mas a coisa funciona do mesmo jeito.
À primeira vista parece que as mudanças entre as versões foram só cosméticas, mas
eu percebi algumas outras bem notáveis. A primeira é que uma das fases é completamente
diferente, no Solbrain ela se passa numa espécie de parque de diversões e no Shatterhand,
parece que é num submarino, mas está infestado de alienígenas ou monstros mutantes lá dentro,
não sei o que é aquilo, sei que isso deixou essa fase completamente diferente das outras
do jogo. O chefe que aparece nessa fase também não é o mesmo da versão japonesa, eles
trocaram os chefes de duas fases de lugar, e um desses chefes também sofreu alterações
nos sprites. São os aliens gêmeos, que depois de derrotar um deles, os dois se transformam
numa serpente. Na japonesa são duas garotas, que se movimentam praticamente da mesma forma,
só que temos que derrotar as duas, e elas não se transformam nada.
E por fim, a última alteração que eu percebi aqui nas minhas jogatinas, é que o Solbrain
é um pouco mais fácil do que o Shatterhand, principalmente porque muitos inimigos e chefes
precisam de bem menos porrada pra morrer na versão japonesa. Na verdade os chefes desses
jogos não são tão difíceis assim, como as fases do jogo, é só pegar as manhas que
dá pra matar eles na boa, só que no Shatterhand eles demoram muito pra morrer e isso acaba
enchendo o saco, no Solbrain já é bem mais rápido. E também não é o único jogo que
tem uma versão japonesa mais fácil que a americana.
Eu queria conhecer melhor essa série para saber se tem mais referências dela com o
jogo, mas a verdade é que eu não assisti quase nada dela, porque pouco tempo depois
que ela começou a passar, a TV Manchete saiu do ar na região onde eu morava, só pegava
por antena UHF, e por isso só fui assistir a Saga de Poseidon na internet muitos anos
depois. Pra quem não tá entendendo o que eu tô falando, quem é mais novo aí. A Manchete é uma emissora
que já faliu, mas ainda é bastante lembrada pelos mais velhos porque passavam muitas séries
e desenhos japoneses. Nessa época que eu tô falando passava de manhã Cavaleiros do
Zodíaco, Solbrain e Yuyu Hakusho. E não vamos esquecer da Patrine também, né.
Mas voltando ao assunto, se alguém conhece melhor essa série e ver alguma referência
entre ela e o jogo, por favor, deixe aí nos comentários que eu estou bastante curioso, beleza?
Então é isso. Shatterhand é um jogo super divertido, pra quem gosta do estilo Nintendinho
de ser, vale a pena conhecer, só não sei bem qual das duas versões indicar. A japonesa
é um pouco mais gostosa por causa da maneirada na dificuldade, mas eu achei o visual da americana
mais legal. De qualquer forma, acho que mostrei bastante das duas aí para vocês mesmo poderem avaliar.
Muito obrigado ao Markos pela sugestão, demorou mas saiu, e se você tiver mais sugestões
de jogos pouco conhecidos que gostaria de ver aqui no Underplay, pode deixar aí nos
comentários. A fila de jogos pra aparecer aqui está enorme, mas eu vejo todos os pedidos
e mesmo se não aparecer aqui nesse quadro, pode acabar aparecendo em outros vídeos que eu fizer.
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força para o canal, e se esse for o primeiro vídeo daqui que está assistindo, inscreva-se!
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Eu vou ficando por aqui, nos vemos no próximo vídeo. Falou!!!