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CULTIVO FÁCIL DE COGUMELOS
INTRODUÇÃO
Bem-vindos ao Cultivo Fácil de Cogumelos.
Neste programa de uma hora, aprenderemos técnicas gerais
para propagar e frutificar cogumelos em casa.
Dentre os cogumelos comestíveis
que podem ser cultivados com os métodos mostrados neste vídeo
está o Psilocybe cubensis
Psilocybe cubensis é apenas uma das muitas espécies
que contém psilocibina e psilocina,
duas substâncias psicoativas que que os tornam alucinógenos.
O Psilocybe cubensis, também conhecido como Stropharia cubensis,
é, provavelmente, o cogumelo mais comumente cultivado de forma caseira.
Isso provavelmente se dá por ser tão fácil de cultivá-lo.
Cogumelos contendo psilocibina e psilocina
foram usados recreacionalmente e ritualmente por milhares de anos.
Então, diferentemente de drogas químicas modernas, o *** do tempo
provou que espécies como cubensis são relativamente inócuas e não-tóxicas
quando usadas em moderação.
Não se conhece nenhum caso de overdose.
No entanto, por serem tão fortemente psicoativos,
cuidado e responsabilidade são sempre chave para usá-los com segurança.
Qualquer pessoa que tenha uma experiência limitada com cogumelos alucinógenos
não deveria subestimar seu poder psicoativo.
Cogumelos mágicos precisam ser respeitados.
Além disso, a produção de psilocibina e psilocina
é ilegal em muitos países, incluindo Canadá e E.U.A.
Se você cultivar Psilocybe cubensis, faça-o num país onde não seja ilegal.
Também, muitas espécies de cogumelos são altamente tóxicas,
logo, encontrar cogumelos na natureza, ou comprá-los no mercado ***
pode ser perigoso, a não ser que você seja um expert
que possa identificá-los sem nenhuma dúvida.
Por essas razões, comprar esporos de fornecedores de boa reputação
e cultivá-los em casa é o método mais seguro para obtê-los.
Ainda assim, cuidado deve ser tomado durante o processo de cultivo
para que nenhuma contaminação se desenvolva.
Cogumelos contaminados também podem apresentar um risco de saúde pessoal ao usuário.
No entanto, isso é fácil o bastante de ser evitado, se você souber o que procurar.
Tomar um pouco de tempo e cuidado é tudo o que é preciso
para assegurar-se de poder cultivar e comer cogumelos comestíveis e estar seguro.
Tudo que você verá neste vídeo pode ser feito em casa sem nenhum equipamento caro.
O único item principal que você precisará, além de esporos,
é uma panela de pressão.
Uma pequena, nova, custa cerca de 60 ou 70 dólares numa loja de departamentos.
Cogumelos precisam de muito pouco espaço e muito pouca luz.
Então, diferentemente de cultivar plantas,
o consumo de eletricidade é perto do zero.
Além disso, contrariamente ao que muitos acreditam,
com a maioria de métodos de cultivo não há necessidade de esterco
ou compostos fétidos.
Há dois objetivos principais que o cultivador deve obter:
Um é recriar em casa as condições ambientais
que permitem aos cogumelos prosperar na natureza.
Por exemplo, a jarra mostrada aqui contém uma certa quantidade de nutrientes,
uma certa quantidade de umidade e será guardada à uma certa temperatura.
Agora, enquanto essas condições são ideais para fungos como cogumelos,
também são ideais para inúmeros outros tipos de bactérias e fungos.
E aí que o outro objetivo entra.
O segundo objetivo do cultivador é proteger esse ambiente ideal de contaminações.
Se organismos além do fungo desejado penetrarem essa jarra, e eles tentarão,
então, há pouca chance de o fungo do cogumelo sobreviver.
Por isso tanta atenção é dada às técnicas de esterilidade no cultivo de cogumelos.
UMA VISÃO SUPERFICIAL DO PROCESSO DE CULTIVO
O ciclo de vida de um cogumelo começa quando milhares de esporos
são soltos das guelras (lâminas) de um cogumelo maduro antes de morrer.
O esporo é o ponto de início do ciclo de vida.
Esporos que germinarem, crescerão um fungo branco-sedoso chamado micélio.
Quando o micélio de dois esporos compatíveis se encontra,
sua composição genética se combina para criar um micélio secundário
que se expandirá mais e, eventualmente, se tornará a fundação física e nutricional
na qual esporocarpos (corpos frutíferos) crescerão.
Os esporocarpos são os próprios cogumelos.
Quando se tornam totalmente desenvolvidos, deixam cair milhares de esporos
dando, assim, continuidade ao ciclo.
Começando com a esporada ou seringa, o ciclo inteiro do Psilocybe cubensis
pode durar apenas 8 semanas, do começo ao fim, se as condições forem ideais.
Primeiro, você misturará um substrato adequado e o utilizará para encher várias jarras.
O substrato é do que o fungo se alimentará
e, geralmente, é uma simples mistura de água e sementes de centeio,
ou água, vermiculita e farinha de arroz.
Muitas outras misturas podem ser usadas, mas essas duas são as mais comuns.
depois, as jarras de substrato são esterilizadas para matar quaisquer vírus,
bactérias ou fungos que certamente existirão no substrato.
A esterilização é feita com a panela de pressão.
É após esse passo que as técnicas de esterilidade são tão importantes
para que o substrato continue livre de quaisquer organismos rivais.
Técnica de esterilidade significa tomar certas precauções
e fazer as coisas de um jeito que não exponha o substrato a nenhum contaminante.
Mais sobre isso daqui a pouco.
Quando as jarras esfriarem após o processo de esterilização,
os esporos de cogumelos podem ser introduzidos. Isso se chama inoculação.
Inocular as jarras injetando-os com a seringa de esporos,
ou colocando a raspagem de uma esporada, ou um pedaço de tecido vivo.
Isso fará com que o o fungo cresça por todo o substrato.
No entanto, para que ele cresça rápido, a jarra com substrato deve ser incubada.
Isso apenas quer dizer mantê-la num lugar limpo, escuro e quente.
Logo, micélio começará a aparecer nos pontos de inoculação.
Pelas próximas duas ou quatro semanas, o micélio branqueado continuará a crescer
até cobrir todo o substrato na jarra. Quando o micélio cobrir todo o substrato,
se diz que a jarra está completamente colonizada.
Um substrato de farinha de arroz, quando totalmente colonizado,
se tornará uma única *** solida, algo como um bolo.
O substrato é, então, retirado da jarra e colocado num terrário.
Um terrário é o container que receberá luz e manterá a umidade.
Um aquário ou uma caixa plástica com tampa são perfeitos.
Se a umidade adequada não for retida, o substrato secará e o micélio morrerá.
Uma vez no terrário, de duas a três semanas, os esporocarpos (cogumelos)
começarão a crescer.
Cogumelos podem ser comidos frescos
ou adequadamente desidratados para a conserva.
Cultivadores mais experientes podem escolher usar um substrato
feito de água e sementes de centeio, que difere de farinha de arroz e vermiculita,
pois mesmo depois de ser colonizado se solta facilmente.
Tudo o que o cultivador precisa fazer é sacodir a jarra a cada dois dias
para manter o substrato solto.
Isso é útil, pois torna possível despejá-lo em bandejas onde frutifica,
ou despejá-lo em mais jarras.
Uma jarra totalmente colonizada pode ser usada
para inocular mais dez jarras de substrato de mesmo tamanho.
Isso torna possível aumentar o seu fornecimento de micélio de forma exponencial
e é um método comum para cultivo em ***.
Devido ao padrão de crescimento micelial poder ser um indicador
de seu potencial de frutificação, cultivadores experientes
selecionam certos segmentos de micélio e descartam outros.
Isolar uma certa "estirpe" de micélio é uma passo extra que muitos cultivadores
consideram necessário para garantir bons resultados através de controle de qualidade,
No entanto, isolar uma estirpe não é essencial,
especialmente nas formas mais básicas de cultivo.
Mais sobre selecionar e isolar estirpes depois.
MANTENDO ESTERILIZADO
O maior desafio encarado pelo micologista é lutar, ou melhor ainda,
prevenir contaminações.
Em micologia, o objetivo é prover a esporos de cogumelos condições ideais de crescimento.
No entanto, essas mesmas condições são desfrutadas
por inúmeros outros organismos que podem competir com os cogumelos por nutrientes.
Qualquer outro organismo que alcance a cultura de cogumelos é considerado contaminação.
Para cultivar cogumelos sem contaminações, a cada passo do processo deve ser aplicado
um certo grau do que se chama de técnica estéril.
A maioria dos cultivadores amadores deve esperar encontrar algumas culturas contaminadas.
Até cultivadores experientes esperam uma contaminação ocasional.
A maioria das contaminações será evidente
pela presença de estranhos odores ou descolorações.
A contaminação mais comum é bolor de penicilina.
Se contaminações ocorrerem, normalmente não há remédio. Portanto, a prevenção é fundamental.
Culturas contaminadas podem levar a cogumelos tóxicos
que podem ser venenosos se consumidos.
Não vale a pena tentar salvar uma cultura contaminada.
Até jogar fora uma cultura contaminada deve ser feito com cuidado,
pois pode ser perigosa de se inalar.
A maior fonte potencial de contaminantes é o próprio substrato.
Farinha ou sementes de centeio contém milhares de fungos e bactérias.
É por isso que precisam ser esterilizados.
A esterilização mata esses organismos.
No entanto, após a esterilização, eles ainda estão vulneráveis a contaminantes
que estão no ar, ou que ficam na pele, roupas, cabelo, ferramentas, mãos e tecidos.
Antes de serem usadas, as ferramentas devem ser esterilizadas.
Faça isso com calor adequado ou desinfetantes.
Pele e cabelos devem estar limpos e as roupas devem estar recém-lavadas
quando lidar com substratos e culturas de cogumelos.
Usar luvas de plástico é sempre uma boa ideia.
Contaminantes também flutuam pelo ar, praticamente invisíveis.
Há milhares de milhares de organismos microscópicos indesejáveis.
A densidade de organismos flutuantes no ar é, geralmente,
muito maior na primavera e verão do que é no inverno
e também dependerão muito do seu ambiente e clima local.
Lutar contra contaminantes do ar é importante quando você está inoculando
ou transferindo culturas, e há formas diferentes de o fazer.
Laboratórios costumam usar sistemas de filtração de partículas
altamente eficientes para limpar o ar.
Filtros H.E.P.A removem 99.99% das partículas do ar maiores que 0.3 mícrons.
Isso permite que os técnicos trabalhem num ambiente
quase totalmente livre de fungos e bactérias.
Em alguns laboratórios, esses sistemas de filtração
são construídos nos tetos ou paredes, para que a sala toda receba ar filtrado.
Muitos hobistas constroem os próprios sistemas de filtração.
Câmaras de fluxo laminares, como se chamam,
são construídas combinando uma ventoinha, um filtro HEPA e uma câmara hermética.
A ventoinha deve ser centrifugal e de suficiente força de vento.
Além disso, a caixa deve ser bem planejada, para que seja hermética.
Detalhes sobre como construir uma câmara de ventilação em casa, estão disponíveis na internet.
Filtros H.E.P.A. são disponíveis em grandes lojas de equipamentos, mas não são baratos.
O micologista trabalha na área em frente ao filtro, onde o ar limpo está soprando.
Filtros maiores permitem uma área de trabalho maior.
Para a maioria dos amadores, métodos muito mais simples e baratos estão disponíveis.
Caixas com luvas são baratas, simples e eficientes.
Uma caixa com luvas simples pode ser construída com uma caixa plástica
e luvas de borracha seladas em cada buraco de entrada.
um pouco menos eficientes, mas fáceis de se fazer são caixas de papelão
com buracos de entrada e uma janela transparente colada com duck-tape.
Caixas com luvas devem ser usadas em combinação com o uso de um spray de alvejante
ou desinfetantes em aerosol.
Primeiro, carregue a caixa já limpa com todos os itens necessários.
Depois, feche a tampa e aplique desinfetante ao redor da caixa.
Usando luvas limpas e desinfetadas realize as operações fechando as jarras rapidamente.
Para os propósitos desse vídeo, alguns dos procedimentos serão mostrados
em condições um pouco menos do que as ideais, para que possam ser melhor vistas.
A maior parte do que você verá, deveria ser feito dentro de uma câmara ou caixa.
Ou, pelo menos, dentro de um ambiente pequeno, como um banheiro,
que tenha sido limpo minuciosamente com desinfetante previamente.
FARINHA DE ARROZ E VERMICULITA
O método do bolo de farinha de arroz e vermiculita
é o jeito mais rápido de iniciantes cultivarem muitos tipos de cogumelos comestíveis.
Esse método é popularmente chamado de PF Tek,
em homenagem a Psilocybe Fanaticus, que o inventou.
Culturas de cogumelos podem ser começadas com o tecido de um esporocarpo desenvolvido,
com um segmento de micélio,
com uma esporada,
ou com uma seringa de esporos.
Eu utilizarei uma seringa de esporos, que recomendo para os iniciantes
por ser fácil de ser utilizada.
Seringas e esporadas podem ser compradas na internet de fornecedores de confiança.
Com frequência, também podem ser encontradas em lojas de revenda,
dependendo das leis locais.
Além de uma esporada e seringa, você também precisará de:
Uma panela de pressão, que pode ser comprada em várias lojas de departamentos,
Farinha de arroz marrom orgânica, que pode ser comprada em várias lojas de alimentos,
vermiculita, que pode ser comprada em lojas de jardinagem (agricultura),
e jarras, que podem ser compradas em lojas de ferramentas ou de departamentos.
Você também precisará de papel alumínio,
água destilada,
um martelo e um prego pequeno.
Certifique-se de que suas jarras sejam um pouco cônicas, pois, se não forem,
o substrato colonizado não escorregará pra fora quando estiver pronto.
Comece perfurando as tampas das jarras.
Faça isso sobre uma peça de madeira, com um martelo e um prego pequeno.
Com o lado de borracha para cima, faça dois furos opostos
dentro do anel de borracha de cada tampa.
Esses furos são necessários para que o substrato seja inoculado com a seringa.
Então, faça com que os furos sejam grandes o bastante para a passagem da agulha.
Inoculação com seringas pode ser feita abrindo a tampa,
mas usar furos pequenos é melhor, pois o substrato fica menos vulnerável a contaminantes.
Agora, misture seu substrato numa tigela grande.
A quantidade de substrato a ser usada dependerá do número e tamanho das jarras.
Jarras são geralmente vendidas em grupos de 12.
As jarras mostradas aqui são de 250ml cada.
Cada jarra de 250ml recebe cerca de 3/4 de xicara de vermiculita,
1/4 de xicara de farinha de arroz marrom orgânica,
e 1/4 de xícara de água destilada.
Multiplique essas quantidades pelo número de jarras.
Para 12 jarras de 250ml, você misturará numa tigela:
9 xícaras de vermiculita, 3 xícaras de farinha, e 3 xícaras de água.
Misture bem e consistentemente.
Depois, encha cada jarra com cerca de meio centímetro faltando.
Não pressione a mistura nas jarras.
Com essas quantidades você terá um pouco de sobra ao final.
Limpe as extremidades das jarras, dentro e fora, se necessário,
e encha o meio centímetro que faltava com pura vermiculita seca,
e feche-as com as tampas, certificando-se que o lado de borracha está pra cima.
Não feche as tampas muito apertadas. Em vez disso, deixe-as meio soltas.
Apenas gire-as até começarem a apertar.
Agora, coloque papel alumínio sobre cada tampa das jarras.
O papel alumínio ajudará a proteger contra contaminantes após a esterilização.
ESTERILIZAÇÃO
As jarras de substrato agora estão prontas para serem esterilizadas.
Certifique-se de ter lido bem as instruções da sua panela de pressão e saber usá-la.
Panelas de pressão operam em alta temperatura e pressão
e podem ser perigosas se usadas de forma incorreta.
Carregue a panela com quantas jarras couberem, empilhando-as se houver espaço.
Não esqueça de adicionar água à panela.
Cozinhe as jarras por uma hora inteira a 121º C, 1.0342 bars.
A maioria das panelas de pressão mantém essas condições automaticamente.
Então apenas ligue o fogão, espere a válvula de vapor se mover rapidamente,
e comece a contar 1h.
Após esse tempo, desligue o calor e espere esfriar por algumas horas.
Não tente mover a panela até que tenha se esfriado, o que pode levar até 3 horas.
Se você quiser, realize o processo de esterilização durante a noite,
e deixe a panela esfriar durante a noite.
Deixe-a fechada até que você esteja na área de inoculação e pronto para inocular.
Aqui vemos dois substratos de centeio.
Um antes de ser cozido, e outro após.
(Antes) (Depois)
INOCULAÇÃO
A inoculação deve ser feita com a maior cautela.
Do momento que as jarras com substrato são removidas da panela,
elas devem ser protegidas de contaminação.
A maioria das contaminações ocorre nesse estágio (durante a inoculação),
com frequência, são germes que penetram pela seringa ou pelo ar.
Por essa razão, usaremos luvas de borracha limpas, uma máscara e roupas limpas.
E usaremos uma chama à álcool ou isqueiro
para esquentar a agulha antes do início da inoculação.
Para os propósitos de visualização, esse procedimento será mostrado no aberto,
sem quaisquer medidas contra contaminantes no ar.
Embora o método da seringa não seja muito vulnerável aos contaminantes no ar
e provavelmente funcionará bem nessa cozinha aberta,
é muito melhor usar um cômodo pequeno que possa ser facilmente esterilizado
imediatamente antes do procedimento de inoculação
Dessa forma, o ar e superfícies estarão praticamente livres de contaminantes.
Use um banheiro pequeno, e remova tudo que não for necessário.
Sem abrir, traga a panela de pressão com as jarras de substrato,
assim como a seringa de esporos, um isqueiro e uma caixa limpa fechada.
A caixa será usada para guardar as jarras depois,
então, deve ser de um tamanho apropriado e muito limpa.
Feche quaisquer janelas e desinfete a área
com bastante desinfetante em aerosol ou solução de alvejante.
Alvejante pode ser misturado numa garrafa com bico de spray,
na quantidade de uma parte de alvejante para cada parte d'água.
Aplique em todas as superfícies do local e no ar.
Depois, rapidamente feche a porta e saia.
Deixe a área desinfetar por 5 ou 10 min. e deixe as partículas baixarem.
Superfícies pintadas, carpetes, papéis de parede e outras,
ficaram arruinadas pelo alvejante.
Também lembre-se de sua própria segurança.
Não entre no ambiente esterilizado até que a maior parte do spray tenha baixado.
Finalmente, lembre-se que desinfetantes em aerosol são inflamáveis.
Nunca use-os perto de uma chama aberta, como uma lamparina à álcool.
Após o devido tempo, entre no local usando roupas limpas e uma máscara,
e feche a porta rapidamente atrás de você.
Óculos ajudarão a proteger seus olhos do alvejante, mas não são totalmente necessários.
Remova as jarras da panela de pressão, e coloque-as numa superfície
onde haja espaço suficiente para trabalhar.
Quando tudo estiver no lugar, comece agitando a seringa para misturar os esporos.
Depois, cuidadosamente remova a proteção e esquente a agulha por alguns segundos.
Não deixe a agulha encostar em nada. Se isso acontecer, esquente-a de novo.
A chave para o sucesso na inoculação,
em combinação com condições estéreis, é eficiência.
Quanto mais rápido puder remover o papel alumínio de cada jarra com substrato,
injetá-la com inoculante e recolocar o papel alumínio sem derrubar nada
ou encostar a agulha em nada, melhor.
Incline a seringa para que a ponta da agulha encoste no vidro dentro da jarra.
Você pode ver a água escorrer dentro do interior da jarra.
Faça uma jarra de cada vez e imediatamente siga para a próxima.
Uma seringa típica têm capacidade de 10ml.
Se você tiver 12 jarras, cada uma com dois furos,
então use menos me 1/2ml para cada furo.
Se você tiver apenas um pequeno lote de jarras,
então pode usar apenas 1/2 seringa, depois tampá-la para reaproveitamento.
Apenas certifique-se de esquentar a agulha antes e depois do uso.
Quando todas as jarras estiverem prontas, coloque-as no container ou caixa de papelão
e aplique mais desinfetante para garantir.
Feche o recipiente e saia do local para obter ar fresco.
INCUBAÇÃO
Agora, todo o trabalho duro está terminado, e as jarras devem estar encubadas.
Encubar simplesmente quer dizer guardar em total escuridão,
numa temperatura constante e quente.
Para garantir que nenhuma luz as alcance, coloque-as num saco de lixo (preto)
ou deixe-as num ambiente absolutamente escuro.
O mais perto que ficarem de 30º C, melhor,
mas qualquer temperatura entre 21 e 32º C deve funcionar.
Muitos cultivadores usam incubadoras caseiras,
nas quais a temperatura é cuidadosamente controlada,
como geladeiras modificadas com termostatos.
Cultivadores de larga escala usam um cômodo inteiro como área de incubação.
A temperatura deve ser o mais constante possível.
Quanto mais perto estiver de 30º C, sem passar disso, mais rapidamente o micélio crescerá.
Uma jarra de substrato deve levar de 10 a 15 dias para colonizar-se totalmente,
se incubada a 30º C,
mas deve levar de 20 a 30 dias, se incubada a cerca de 24º C.
Durante a incubação, cheque de vez em quando o progresso de crescimento micelial.
Cheque a cada 3 ou 4 dias. Fora isso, deixe-os no escuro.
Cerca de uma semana após a inoculação,
o micélio começará a se formar em pequenos círculos chamados pontos de inoculação.
Nas próximas semanas, o micélio se estenderá até colonizar a jarra inteira.
Enquanto você monitora esse progresso, fique atento a contaminantes.
Qualquer descoloração estranha ou cheiros são indicações de contaminação.
A única exceção a isso é uma coloração roxo-azulada
que ocorre onde o micélio de cogumelos P. cubensis foi encostado ou batido.
No entanto, isso raramente acontece com micélio contido numa jarra.
Escoriações azuis são normais em P. cubensis, mas devemos ser capazes
de distingui-las de contaminantes reais.
Um método esperto de incubação para iniciantes,
é colocar as jarras com substrato num recipiente escuro diretamente em cima,
ou num armário acima de uma geladeira.
Você notará que a geladeira cria calor aqui.
Esse é um método ideal para pequenos lotes de incubação.
Sempre use um termómetro só para garantir.
Esta é uma incubadora caseira simples feita com uma geladeira modificada.
A geladeira em si não está ligada, mas é boa por ser grande,
ter prateleiras e ser escura e fechada.
Uma lâmpada montada numa câmara separada no fundo é lidada à um termostato.
Quando a temperatura fica abaixo de 30º C, a lâmpada acende, criando calor.
Quando está quente o bastante, desliga.
Este indicador mostra a temperatura dentro da geladeira.
Quando cheia, esta incubadora caseira pode conter centenas de jarras.
Guardar uma cultura numa geladeira fria a manterá viva,
mas levará o crescimento a quase parar.
Isso é útil se o cultivador precisar atrasar a produção,
ou se quiser preservar uma cultura para uso futuro.
O TERRÁRIO
Durante o tempo que suas jarras estiverem incubando, construa seu terrário.
Um terrário é uma câmara semi-arejada, que abrigará os bolos de substrato totalmente colonizados
na parte final do crescimento, quando esporocarpos se desenvolvem.
Caixas plásticas com tampa são terrários ideais.
Se forem feitas de materiais escuros, ou se as tampas forem escuras,
corte um buraco quadrado e cole uma janela plástica para que a luz possa entrar.
Perfurar entradas pequenas perto do fundo do terrário é bom para a troca de ar.
Isso ajudará a minimizar o acúmulo de dióxido de carbono, que desacelera o crescimento.
Aquários de vidro com filme plástico ou tampa plástica
também podem ser usados, mas talvez sejam desnecessariamente pesados.
A função principal de um terrário é manter a umidade alta.
Cogumelos precisam de alta umidade durante seu ciclo de vida.
A umidade é mantida enquanto o substrato fica na jarra,
mas precisará de outra fonte quando removido dela.
Há pelo menos três maneiras de umidificar um terrário:
1 - Com um spray,
2 - Com um umidificador.
3 - com perlite.
O uso do spray requer que o cultivador espirre água várias vezes por dia.
Um escudo de algum tipo protege os bolos de substrato dos espirros,
pois gotas d'água diretas ferem o micélio.
O método do spray consome tempo e é antiquado.
Muitos cultivadores com terrários grandes usam umidificadores elétricos.
Um vaporizador com um tubo curto para modificar o fluxo de umidade
funciona bem em muitas situações.
No entanto, para a maioria dos terrários pequenos,
estruturas de umidificação complicadas são desnecessárias.
Um método muito mais simples é o de perlite.
Esse método funciona muito bem, e quase não precisa de manutenção,
Apenas cubra o fundo de um terrário com meio centímetro de perlite
que tenha sido saturado com água.
Para saturar o perlite, coloque-o num grande coador,
e mergulhe-o numa pia ou bacia grande com água por 1 min. ou 2,
depois deixe secar por 5 min.
Uma pequena quantidade de água oxigenada pode ser misturada à água
para ajudar a mantê-la estéril.
Despeje o perlite saturado no terrário,
espalhe de forma homogênea,
depois cubra-o com uma camada de meio centímetro de perlite seco.
O perlite retém bastante água.
Eventualmente, água suficiente vai evaporar do perlite molhado
para trazer a umidade relativa até 100%.
Um higrômetro pode ser usado para monitorar a umidade.
A umidade relativa é a quantidade de umidade no ar
medida em uma escala de 1 a 100.
Um terrário usado para frutificar bolos de farinha de arroz e vermiculita
deve ser mantido a uma umidade relativa de cerca de 100%.
Uma umidade de entre 85 e 100% deverá funcionar
para um terrário de bolos de farinha de arroz.
Umidificação com perlite conseguirá isso facilmente.
Cultivadores experientes conseguem adivinhar o nível de umidade relativa
observando a densidade do acúmulo de orvalho
que pode ser visto nas paredes internas do terrário.
Saiba que higrômetros baratos não são sempre precisos.
Perlite totalmente saturado manterá um terrário umidificado por semanas.
Se o perlite secar, apenas aplique mais água.
Tenha cuidado para nunca deixar gotas d'água caírem diretamente nos bolos,
pois isso pode encorajar contaminações.
Mesmo esse método de umidificação não requerendo manutenção,
ainda é necessário que o cultivador remova o excesso de dióxido de carbono.
Faça isso removendo a tampa uma ou duas vezes ao dia e abanando.
Dióxido de carbono é pesado, então ficará ao fundo do terrário, junto ao perlite.
Abane vigorosamente por cerca de 10 segundos, duas ou três vezes ao dia.
Furos feitos no fundo do terrário ajudarão a minimizar o acúmulo indesejado de dióxido de carbono.
A eficiência do método de perlite dependerá do volume do seu terrário.
Qualquer coisa maior que um cooler de tamanho normal
pode requerer técnicas de umidificação mais assertivas.
NASCENDO O BOLO
Logo após o substrato ser totalmente colonizado,
ele pode ser removido da jarra.
Cheque o substrato uma última vez por contaminantes.
Para remover o substrato, remova a tampa, e, primeiro,
retire a camada solta de vermiculita no topo da jarra.
Vire a jarra de cabeça pra baixo.
Você pode precisar bater a jarra uma ou duas vezes.
Um substrato totalmente colonizado não é mais vulnerável a contaminantes no ar,
pois o micélio dos cogumelos está bem estabelecido, então,
outros germes não conseguem se fixar.
Os substratos colonizados sairão num bolo firme e sólido.
Toque os bolos o menos possível.
Coloque-os no terrário em cima em cima da cúpula da tampa,
ou diretamente no perlite.
Espace-os alguns centímetros uns dos outros
para que os esporocarpos tenham espaço suficiente para crescer.
Se houver muitas gotas d'água nas superfícies dos bolos,
cuidadosamente remova-os tocando-os com uma toalha de papel.
Você pode notar que qualquer parte tocada do micélio se tornará azulada.
Isso não deve ser confundido com uma contaminação.
(Escoriações azuladas naturais do Psilocybe cubensis)
Para ajudar a iniciar a frutificação, a temperatura no terrário
deve ser cerca de 6 graus mais baixa do que era durante a incubação.
Se você incubou suas jarras de substrato em cima da geladeira,
coloque o terrário no chão, onde é mais frio.
Temperatura ambiente normal funciona daqui pra frente.
Se você estiver usando um sistema de temperatura controlado,
abaixe a temperatura de 30º C para 24º C.
Os bolos devem ser expostos à luz todos os dias agora.
Luz solar indireta não faz mal,
mas não deixe que a luz aumente a temperatura do terrário.
Certifique-se de monitorar a temperatura e umidade no terrário constantemente.
Luz fluorescente também funciona.
Use um timer e configure-o para ligá-la por 12h e desligá-la por mais 12h.
Lembre-se de que cogumelos precisam de luz por uma razão diferente das plantas.
Enquanto houver um curto período a cada dia, no qual as culturas são expostas à luz,
suas necessidades estarão supridas.
A duração de cada período de luz diário terá pouco efeito no tamanho da colheita.
Lembre-se: uma ou duas vezes a cada dia, o acúmulo de dióxido de carbono
deve ser removido abrindo a tampa e ventilando o inteiro do terrário.
COLHENDO
Quando os bolos tiverem estado no terrário por um par de semanas,
massas miceliais densas vão culminar em bolinhas com cabeças marrons.
Esses são os princípios de esporocarpos.
Muitas dessas esferas continuarão pequenos alfinetes,
enquanto que outras se desenvolverão em cogumelos de tamanho integral.
Esporocarpos que não se desenvolverem são chamados de abortos.
Abortos são comuns.
Em cada bolo de 300ml, pode haver de 2 a 8 cogumelos inteiros se desenvolvendo.
Um pequeno alfinete pode se desenvolver em um cogumelo de 15cm
em uma questão de dias.
Colha um cogumelo quando o véu debaixo da cabeça do cogumelo
estiver começando a rasgar.
Puxe o cogumelo que estiver pronto para a colheita pela base,
e, gentilmente, retire-o.
A maioria dos cogumelos comestíveis pode ser comida fresca,
ou podem ser desidratados e guardados.
Desidratar corretamente é importante.
Se não estiverem totalmente secos, podem embolorar,
e bolor pode ser tóxico se consumido.
Apenas deitá-los num prato ou grelha à temperatura ambiente,
deve ser o suficiente para desidratá-los, mas pode levar alguns dias. (Não recomendado)
Outros cultivadores usam dissecante numa câmara.
Dissecante absorve umidade.
Colocado num container hermético com cogumelos frescos, absorverá a umidade do ar
secando de forma eficiente os cogumelos.
Já secos, os cogumelos podem ser guardados por meses e meses.
TÉCNICAS AVANÇADAS
Em vez do método de farinha de arroz e vermiculita, que já aprendemos,
cultivadores experientes costumam usar técnicas de cultivo avançadas
que os ajudam a atingir ganhos maiores.
Uma técnica avançada é isolar um único genótipo de micélio
que tenha características de crescimento promissoras, e usá-lo sozinho como inoculante.
Alguns cultivadores disputam as vantagens de isolar um genótipo,
mas a maioria nota melhor habilidade de frutificação
em safras que vêm de estirpes únicas preferidas.
Uma outra técnica é usar sementes de centeio como substrato,
o que pode ser feito facilmente para aumentar o estoque de culturas de forma exponencial.
Uma jarra é usada para inocular dez jarras.
E essas dez jarras, podem inocular cem jarras, e assim por diante.
Isso permite ao cultivador estar num estado de colheita perpétua.
Isolar um tipo de genoma preferido e usar sementes de centeio como substrato,
são técnicas que podem ser usadas em combinação ou isoladas.
Primeiro, discutiremos o uso de sementes de centeio como substrato,
depois, discutiremos o conceito de isolar uma estirpe de genótipo único
com o uso de um meio de ágar.
USANDO SEMENTES DE CENTEIO COMO SUBSTRATO
Usar sementes de centeio é conveniente devido à sua textura quebradiça.
Isso faz com que seja fácil despejá-las em outras jarras para inoculá-las,
ou despejá-las em bandejas, onde podem frutificar.
Com farinha de arroz e vermiculita, isso seria impossível.
Agitando as jarras enquanto o micélio cresce,
o substrato não se tornará uma única peça, e pedaços de substrato colonizado
podem ser colocadas em outras jarras ou recipientes.
Uma jarra de sementes de centeio, totalmente colonizada,
pode facilmente inocular dez mais jarras de mesmo tamanho.
Essas dez jarras, podem, então, inocular cem jarras, e assim por diante.
Dessa forma, estoques de culturas podem ser criados rapidamente.
Para preparar um substrato de centeio, despeje a quantidade necessária de sementes
e quantidade necessária de água em jarras grandes ou médias.
(Jarra de 1L: 250ml de centeio + 180ml de água)
Como antes, coloque as tampas levemente soltas para troca de ar,
e com a parte de borracha para cima.
Coloque o papel alumínio sobre o topo,
e cozinhe as jarras na panela de pressão pelo tempo padrão, 1h a 1.0342 bars.
Quando a panela tiver esfriado à temperatura ambiente,
num ambiente limpo, remova as jarras e examine-as procurando trincos.
Descarte qualquer jarra que tenha trincado.
Aperte as tampas e agite-as bem
para que o centeio cozido se torne solto e misturado.
Depois disso, afrouxe as tampas novamente, para a troca de ar.
Elas agora estão prontas para a inoculação.
Use uma seringa ou esporada, para uma inoculação de vários genomas,
ou um pedaço de micélio em meio ágar, para uma inoculação de estirpe única.
Se você estiver usando uma seringa, faça da mesma forma
como faria um bolo de farinha de arroz e vermiculita.
Como mostrado antes, faça dois furos na tampa para a injeção.
Se você estiver usando uma esporada, use uma ansa de inoculação ou faca,
esquente o instrumento, deixe-o esfriar, e raspe uma pequena quantia da impressão.
Solte-a na jarra, e rapidamente feche a tampa.
Quando se trata de inocular um substrato de centeio,
seringas tendem a ser melhores do que esporadas, pois esporadas são muito secas.
Esporos secos podem não penetrar tão bem o substrato de centeio
quanto os esporos hidratados que vêm numa seringa.
Se você estiver usando um pedaço de micélio de uma placa de Petri,
use uma faca esterilizada, e apenas corte o pedaço e solte-o na jarra de substrato.
Agitar a jarra depois ajudará a dispersar o micélio.
Enquanto o micélio começa a se desenvolver e espalhar,
a cada dois ou três dias, as jarras devem ser agitadas para misturar mais o micélio
e quebrar junções solidas.
Agitar a jarra pode não ser sempre o suficiente.
Batê-la contra uma superfície não resistente, como um pneu vazio
ou um rolo de fita adesiva, ambos funcionam bem.
Mas tenha cuidado: sempre fique atento a jarras quebradas.
Você também deverá estar procurando contaminações
quando as jarras estiverem à mão, então, fique vigilante.
Quando o micélio cresce rapidamente, é importante que, a cada dois dias,
cada jarra seja manuseada para que o substrato se quebre.
Se jarras forem deixadas por muito tempo sem serem agitadas,
o substrato poderá se tornar uma única peça solida e difícil de se utilizar.
Em cerca de uma semana ou duas, quando a jarra inteira estiver colonizada,
use cada jarra para inocular aproximadamente mais dez jarras,
que são preparadas da mesma forma.
Para inocular uma nova jarra,
comece checando a jarra de origem por contaminantes uma última vez,
depois, agite-a para que todo o conteúdo possa ser despejado.
Numa área estéril ou dentro de uma caixa com luvas,
cuidadosamente despeje cerca de 1/10 do conteúdo da jarra de origem na nova jarra.
Faça-o rápida e cuidadosamente.
Tampe-as novamente, agite a nova jarra e incube-a, como fez com a original.
Usando esse método, só leva algumas semanas
para haver centenas de jarras de substrato colonizadas.
Em qualquer tempo, um substrato colonizado pode ser frutificado,
significando que será forçado à última fase do seu ciclo de vida,
e esporocarpos logo se desenvolverão.
Isso é obtido, em parte, por um processo chamado "casing".
CASING
Para que sementes de centeio colonizadas cresçam esporocarpos,
deve ser feito o casing.
Isso quer dizer cobri-las com uma camada de turfa, vermiculita, ou algo semelhante.
A camada do casing prove umidade e proteção para o substrato,
e ajuda a iniciar o processo de frutificação.
O casing pode ser aplicado diretamente no substrato dentro da jarra,
ou o substrato pode ser despejado numa bandeja.
O casing, então, é aplicado sobre o substrato na badeja.
Casing é popular, pois se dá melhor com cultivos em larga escala
do que com o método do bolo de farinha de arroz e vermiculita.
O casing deve ser uma substância não nutritiva, como vermiculita
ou turfa de PH balanceado.
Combinar turfa com vermiculita também é popular,
e mistura sem solo pré-esterilizada e com PH balanceado é muito boa.
A mistura deve ser pasteurizada ou esterilizada primeiro.
Para esterilizá-la, umidifique-a bem
e coloque-a na jarra com a tampa solta,
e cozinhe-a na panela de pressão por 1h a 1.0342 bars.
Deixe esfriar e mantenha-o na jarra ou panela de pressão até a hora de ser usado.
Prepare uma bandeja para o substrato ser despejado.
Bandejas podem ser de metal ou plástico, e devem ser estéreis.
É melhor se forem opacas. Tupperware meio-claros
podem precisar ser envolvidos com plástico para que a luz não entre.
Pegue uma jarra colonizada, ou várias, e solte o substrato.
Esvazie as jarras de substrato na bandeja até que ela esteja cheia.
Use a jarra para nivelar e despedaçar qualquer pedaço grande.
O substrato deverá ficar mais ou menos nivelado.
Cubra-o com uma camada fina de casing.
A altura do casing deve ser de cerca de 1/4 da camada de substrato.
Pelos primeiro dias, o casing deverá ficar no escuro a 30º C,
as mesmas condições de antes.
Cubra o topo com uma tampa ventilada, ou ponha o casing num terrário umidificado,
para que ele não seque.
(Se o casing não estiver coberto, mantenha o terrário em total escuridão)
Umidifique com cuidado o casing uma vez por dia.
O micélio pode crescer rapidamente,
e alguns lugares podem parecer mais ... do que outros.
Nesse caso, cultivadores gostam de fazer algo chamado "patching".
Patching é cobrir as camadas onde o micélio cresce antecipadamente com mais casing.
Isso desacelera as áreas de crescimento micelial mais rápido,
para que toda a superfície possa se desenvolver ao mesmo tempo.
O timing é crítico para o próximo passo.
Aqui, o cultivador vai mudar três variáveis do ambiente dos cogumelos:
Temperatura, Exposição à luz, e Exposição ao ar fresco.
Isso causará à cultura de cogumelos a mudança para o modo de frutificação.
A temperatura cai 6 graus, de 30º C, para 24º C, retirando-a da incubadora.
Luz é introduzida. Uma pequena luz fluorescente
num timer ligando-a por 12h e desligando-a por mais 12h funciona bem.
Ar fresco aumenta. Isso se consegue colocando o casing num terrário,
onde pode haver ventilação, mas a umidade se mantém alta.
Pode ser necessário ventilar o casing algumas vezes cada dia
para remover o acúmulo de dióxido de carbono.
Tais mudanças devem ser feitas quando o micélio
puder ser visto homogêneo pelo casing, mas antes de estar bem estabelecido.
Se forem feitas muito tardiamente, o micélio irá sobrepor a camada de casing,
e frutos não se desenvolverão.
Dentro de poucas semanas, esporocarpos aparecerão.
Colha-os como o faria com cogumelos crescidos de bolos de farinha de arroz e vermiculita.
ISOLANDO UM ÚNICO GENOMA
Para entender por quê e como uma estirpe genética é isolada,
vamos observar primeiro o ciclo de crescimento natural.
Quando se usa uma esporada ou seringa para inocular o substrato,
chamamos a inoculação de inoculação por multi-esporos.
Isso é porque, talvez, milhares de esporos são introduzidos no substrato.
Cada esporo que germina, irá se desenvolver em micélio primário,
chamado de micélio monocariótico.
Essas estirpes primárias vão, então, parear em estirpes de micélio secundário,
chamados dicarióticos.
Apenas estirpes dicarióticas podem frutificar.
Cada estirpe dicariótica terá uma configuração genética ou genoma.
Esses tipos diferentes de genomas, frequentemente,
terão características de crescimento notavelmente diferentes.
Algumas das quais, são conhecidas por frutificar melhor do que outras.
Em particular, micélio viscoso e ramificado é melhor do que tipos sólidos e embaçados.
Estruturas ramificadas são chamadas de rizomorfos, e são o que os cultivadores procuram.
Numa cultura típica de multi-esporos, geralmente, há a presença de ambos
os tipos embaçados, assim como os rizomórficos.
Extrair uma amostra da estirpe mais promissora, rizomórfica,
e utilizando-a como inoculante, cultivadores podem assegurar
um melhor potencial de frutificação ao final.
Alguns cultivadores dizem que isolar uma única estirpe,
também reduz as chances de competição deletéria entre genomas diferentes.
MEIO DE ÁGAR
Para isolar uma única estirpe micelial secundária com características de crescimento preferenciais,
cultivadores costumam usar placas de Petri e meio de ágar.
Meio de ágar é feito de algas e dextrose de batata,
e pode ser despejado num prato de Petri, onde se solidifica como geleia.
Meio de ágar em placas de Petri é ideal para isolar estirpes,
pois micélio é muito mais fácil de ser visto e extraído de uma placa de Petri
do que é de uma jarra.
Meio de ágar vem desidratado e em pó,
e pode ser comprado em lojas de equipamentos científicos, fornecedores de esporos,
ou pode ser feito em casa de receitas largamente disponíveis na internet.
Uma pequena garrafa custará 10 ou 20 dólares, e durará bastante.
O tipo mais comum é o ágar de dextrose de batata, ou PDA.
Preparar meio de ágar é similar à confecção de geleia.
A não ser que seja dito diferentemente no rótulo,
combine cerca de 10g de pó de PDA com cerca de 250ml de água destilada,
e misture-os bem numa jarra.
PDA não é nocivo, então, usar luvas não é necessário.
Tampe a jarra com a borracha para cima, mas não aperte-a.
Em vez disso, deixe a tampa um pouco solta, e cubra o topo com papel alumínio.
Coloque a jarra na panela de pressão, e seguindo as recomendações da panela,
cozinhe a 1.0342 bars. por 1h inteira.
Após a panela ter resfriado o suficiente para ser aberta,
remova a jarra utilizando luvas de proteção.
Se o meio ágar for ser despejado em pratos, então,
isso deve ser feito antes resfriar o suficiente para se solidificar.
No entanto, cuidado para não abrir a panela de pressão
enquanto ela ainda tiver pressão interna.
Ágar pode ser despejado em placas de Petri planas, tubos de ensaio,
jarras de papinha, ou pode ser deixado para solidificar na jarra onde foi cozido.
Mas para os propósitos do cultivo de micélio
para encontrar e isolar um genótipo específico, placas de Petri planas são as melhores,
pois o micélio cresce num plano bidimensional e pode ser facilmente visto e extraído.
Despeje o meio em placas de Petri num ambiente estéril.
Empilhe três ou quatro placas, e use um movimento continuo e repetitivo,
deixando-as abertas o menor tempo possível.
Isso minimizará o potencial de contaminação.
Cuide para não encher demais as placas.
Cuidadosamente coloque os pratos cheios num saco plástico
ou tupperware para proteção extra, e ponha-os num lugar fresco para solidificar.
Pode ser uma boa ideia esperar 3 ou 4 dias, antes de inoculá-los,
para garantir que nenhuma contaminação ocorra durante o procedimento.
Qualquer crescimento ou descoloração que ocorra no meio é uma contaminação.
Para inocular o meio de ágar, tome as devidas precauções.
Faça-o numa área estéril, e esterilize os instrumentos metálicos com uma chama.
Use uma pequena raspagem de uma esporada,
ou uma gota de uma seringa de esporos, e deposite-a no meio ágar.
Recoloque a tampa do meio de ágar rapidamente.
Esporos de uma esporada ou seringa resultarão em múltiplos genótipos misturados.
Para uma estirpe única, dicariótica,
inocule o meio de ágar com um pedaço de esporocarpo vivo recém cortado,
ou com um segmento de micélio de uma outra cultura em ágar.
Uma vez inoculado, incube a nova cultura em ágar no escuro, a 30º C,
para um crescimento rápido, assim como faria com um bolo de farinha de arroz e vermiculita.
Ou, para interromper o crescimento, para que a cultura possa ser guardada,
ponha-a na geladeira logo após o micélio começar a crescer.
Assim, estirpes preferidas podem ser preservadas por meses ou anos.
Para começar uma cultura de um único genótipo,
ache um setor de micélio saudável que exibe as qualidades preferidas.
Evite micélio espumoso, algodoado.
Procure por ramificações viscosas, rizomórficas.
Presumivelmente, o setor conterá micélio de uma única estirpe dicariótica.
Para extraí-lo, use uma faca que tenha sido esterilizada com calor.
Esquente a lâmina até que brilhe, depois, após esfriar, corte uma seção da área boa.
Fique longe das beiradas e faça três corte limpos.
Retire a fatia perfurando-a.
Hipoteticamente, poderíamos pegar duas fatias da mesmas área de crescimento rizomórfico.
Uma para inocular sementes de centeio, outra para inocular tubo de ensaio ou placa de Petri.
A jarra de centeio é usada para começar um estoque de culturas em ***,
e a placa ou tubo é posto na geladeira para armazenamento a longo-prazo e uso futuro.
Enquanto alguns cultivadores sempre utilizarão o passo da placa de Petri primeiro,
para que a inoculação inicial seja de um único genótipo preferido,
qualquer técnica de cultivo pode ser realizada com uma fonte de multi-esporos.
Isso quer dizer que o passo da placa de Petri pode ser pulado,
e não há problema em usar uma seringa ou esporada
para inocular diretamente um substrato.
A diferença será que, se você tiver uma boa estirpe isolada,
todos os seus micélios e frutos deverão se parecer e crescer de forma semelhante,
e, provavelmente, eles terão fortes habilidades de frutificação.
Já com uma fonte multi-esporos, os substratos e frutos podem crescer muito diferentes
e a frutificação pode não ser tão abundante.
Cultivadores têm sucesso com ambos os métodos, embora experts pareçam preferir
tomar tempo e selecionar os genótipos mais promissores.
Inscreva-se: www.youtube.com/novoiluminismo