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O Espaço de O que É
Meditação guiada por Sri Mooji
12 Janeiro 2016
[música]
[Mooji] Om.
Vamos começar por trazer a tua atenção
para o facto de que o ser não tem princípio.
Não tem sentido de duração ou fim.
Então, até o sentido de princípio
é apenas um convite para levar a nossa atenção...
para reconhecer aquilo que não é uma actividade.
Não é uma acção a ser feita, ou feita antes.
É um espaço mais profundo, profundo no teu interior, apenas o espaço de O que É.
A atenção está agora em O que É.
(silêncio)
Não existe nada separado de O que É.
Assim, até esta voz que fala e o sentido de audição
são apenas movimentos, funções dentro de O que É.
Estas funções movem-se no reino do tempo,
vindo e indo, aparecendo e desaparecendo, elevando e caindo.
Frequentemente a atenção, que foi cultivada através do condicionamento,
tende a focar-se neste movimentos que vêm e que vão.
Este mesmo foco transforma-se num tipo de obstáculo
para o reconhecimento de O que É,
que é imóvel, não estruturado, sem forma.
Não é o falar nem o ouvir.
Não é uma orientação. Não é uma voz.
Não é os sentidos. Não é a meditação.
Não é uma postura. Não é uma oração.
É sem desejos. Já é assim.
Já é o que é. É sempre o que é.
Nunca melhora, não pode melhorar.
Não pode diminuir ou aumentar, porque não tem forma.
Não pode mover-se porque é infinito.
Não pode ser adquirido ou atingido ou transcendido,
porque não existe nada para além de si mesmo
que poderia realizar tal coisa.
Isto é O que É.
O sentido intuitivo do ser, ou a autoconsciência
também surge dentro de O que É.
O sentir a nossa própria existência,
sem história ou imaginação, é um só com O que É.
O sentido de eu e tu - outro, eles, nós - não é nada mais do que O que É.
(silêncio)
Ficar quieto, ou não ficar quieto,
nada tem a haver com O que É. Não é afetado com isso.
Mas para atingir, aquilo a que se chama despertar,
ou a realização do ser,
a sensação natural de ser, a sensação adoptada pela pessoa,
e o sentido de escolha, tem de voltar a ser um só com O que É.
Num certo sentido, fundir com isso.
(silêncio)
Assim a agitação que é causada pelo funcionamento dualista da intenção,
ou o sentido de separação, eles chegam a um fim.
Chegando a um fim, toda a sensação de perturbação também termina.
A sensação da pessoa pode permanecer por algum tempo
apenas como uma sensação de pessoa
sem comandar qualquer poder ou atenção para si mesma
surgindo dentro e a partir de O que É,
está o poder de percecionar, digamos, de experienciar.
O que É manifesta uma forma
de maneira a ter a sensação ou o gosto
de experimentar o fenómeno através dos sentidos,
ou através da mente, sob a forma de memória,
desejo, imaginação, projeção, criatividade, identidade.
Principalmente, o corpo é formado de e pela consciência em si mesma,
juntamente com a força vital e a consciência.
O corpo é falsamente assumido como o próprio ser.
O verdadeiro ser é O que É.
Eu sou O que É. Tu és O que É. Tudo é O que É.
(silêncio)
A habilidade e tendência de O que É para manifestar-se como dualidade
causa ou cria o sentido de eu e tu ou outro.
Crença na sensação de eu sendo um corpo, e tu sendo outro corpo,
fortalece o sentimento de separação.
Isto cria fricção, desejo, atracção, repulsão,
e uma sensação de esquecer O que É,
que é a plenitude que tudo abrange.
Quando essa plenitude é percepcionada,
as formas discriminadas do pensamento - concreto ou abstracto ou real - elas desaparecem.
Quando a crença em formas, pensamentos ou diferenças manifestam-se
O que É aparenta estar escondido.
Deixando de lado todas as aparências, todos os movimentos, O que É
é claramente, não conceptual e não fenomenal reconhecido de si mesmo.
Por isso agora, O que É é o único ser e reside em si mesmo.
Estas palavras falam à mente. Elas removem confusão ou dúvida,
e revelam O que É como sendo a singular e única realidade,
na contemplação de si mesmo, que é a alegria mais elevada.
Vamos conhecer isto agora.
(silêncio)
Dentro... Não pode ser chamado dentro agora, porque não existem paredes.
Não há marcadores para dentro ou para fora.
Por isso, o termo dento ou fora, não existe em O que É.
Nenhuma forma adere ao que É, por isso elas não pertencem.
Não tem essência em si mesmo.
São apenas aparências momentâneas em O que É.
A partir da inteligência que surge em O que É
estas coisas são descernidas.
Esta visão é um sinal
da sensibilidade e inteligência de O que É.
Quem sabe isto é O que É.
Se isto pode dizer-se como conhecimento
a sensação de eu e tu, é apenas O que É.
E eles não são intrusos, os quais são apenas aparências e não verdade.
Quando não existe um sentido de pensamentos pessoais
uma alegria desponta.
Tal como uma fragrância se solta de uma flor,
Esta alegria não é diferente da paz. Não é diferente do amor ou espaço.
É infinita.
É uma só com O que É,
como o aroma da flor e a flor são um só.
O que está a ser apontado agora nunca passa, nunca vai ou vem.
É uma corrente contínua de fragância
que derrama, a partir, e em direção de O que É.
(silêncio)
Esta fragrância, este perfume, este cheiro,
e a sua origem - a flor - são um só.
O cheiro esta a desfrutar a flor e a flor está a desfrutar o cheiro.
Eles são um só.
(silêncio)
Este é o Supremo.
E o que quer que se manifeste dentro é chamado de criação,
ou podes chamá-lo, mais verdadeiramente, a criação, a manifestação,
o que se projecta para a frente e para dentro.
O imutável é o supremo, o ser,
o Deus, a verdade, realidade última, consciência pura sem nascimento.
(silêncio)
Todas as palavras e conceitos meramente apontam intuitivamente para essa consciência.
Não são um significado de consciência. Nem a consciência é sem significado.
Isto é a plenitude.
(silêncio)
Conhecendo isto, a alegria surge, e preenche a manifestação, preenche as formas,
trás uma sensação de felicidade à manifestação,
ao jogo da individualidade.
(silêncio)
[Questionador] Obrigado.
Om.
Cheio, cheio, cheio. Vazio, vazio, vazio.
[Mooji] Om Namah Shivaya. [Q.] Om Namah Shivaya.