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Eu sou Dr. Mike Milligan. Estou aqui com
o Dr. Loyd Rudy, um famoso cirurgião de coração.
Dr. Rudy, obrigado por estar conosco aqui.
- Um prazer.
Bem, você sabe que não temos oportunidade de estar
em um bloco cirúrgico, ou mesmo,
a maioria das pessoas não tem oportunidade de visitar
cirurgiões de coração que têm experiências com
pessoas perto da morte ou que tenham sido dadas como mortas
e trazidas de volta.
e é sobre isso que vamos falar aqui,
sobre um caso específico e rapidamente sobre outro.
Dr. Rudy, fale-nos um pouco
sobre esses casos.
- Tivemos um homem infeliz, que, no Natal,
devido a uma infecção oral,
teve uma infeção em uma das válvulas.
Se uma válvula tiver o menor defeito,
desde o nascimento ou que surja mais tarde,
calcifica um pouco e os folhetos não se abrem normalmente, enfim,
o corpo reconhece isso como algo anormal
que se deve ter cuidado. - Certo.
Então, isso foi o que ocorreu com esse homem e
um dos meus colegas foi chamado
e ele teve de fazer com urgência
a ressecação da válvula.
Depois de termos reparado o aneurisma,
e substituído a válvula,
não conseguíamos tirar o homem da máquina.
Cada 4 ou 5 litros de sangue injetados,
reduzia para 2 ou 3,
começava a enfraquecer e seu pulso baixava.
Bem, para resumir toda a história,
simplesmente não podíamos tirá-lo da circulação artificial.
No final, tivemos de desistir.
Não conseguimos tirá- lo da circulação artificial.
Então, tivemos de declará-lo como morto.
E assim o fizemos.
O anestesista desligou os aparelhos,
E os foles que faziam a respiração artificial
pararam, a máquina ficou desligada.
o anestesista foi para a sala dos cirurgiões,
ele não tinha comido o dia todo,
e foi comer um sanduíche,
as pessoas que limpam os instrumentos
entraram e tiravam todas as ferramentas,
meu médico assistente fechou o paciente de forma que
um exame post mortem pudesse ser feito, pois
quem morre em cirurgia deve, por lei, passar
por autópsia. - Uma autópsia, ceto.
Então, ele o fechou de forma simples,
dois ou três pontos grandes
para fechar o tecido externo.
A máquina que mede a pressão sanguínea
e a pulsação, a pressão atrial,
e todos os monitores continuaram funcionando,
o papel se acumulava no chão,
ninguém se preocupou em desligá-lo.
Colocamos uma sonda transesofágica,
que é um longo tubo com um microfone na ponta
e obtém-se uma bela imagem
do coração pulsando.
Bem, a máquina ficou ligada e a fita
de vídeocassette continuou gravando.
Bem, o cirurgião assistente e eu
entramos e tiramos nossos aventais,
luvas...
máscaras e tal e voltamos,
e estávamos de mangas curtas
e parados à porta
comentando...
se havia algo mais que pudéssemos ter feito
e drogas novas que podíamos ter usado
para que a operação tivesse sucesso.
E, enquanto estávamos em pé,
tinha-se passado ao menos 20 min,
Não sei exatamente quanto tempo, mas
ao redor de 20, 25 min.
não havia nele qualquer batimento,
nenhuma pressão sangüínea,
e o ECG não acusava movimento do coração,
E, subitamente, olhamos
e o cirurgião assistente tinha acabado de fechá-lo
e vimos uma atividade elétrica.
Logo, a atividade elétrica tornou-se um batimento
Muito lentamente...
30, 40/min,
e pensamos: é algum tipo de
sinal agonal e de fato vemos
isso ocasionalmente. O coração continua batendo
mesmo que não possa gerar pressão
ou bombear sangue.
Logo, ele estava gerando
pressão.
e não estávamos fazendo nada.
os equipamentos estavam desligados,
e parados, todos os equipamentos
e tudo mais.
Então, eu gritei: tragam o anestesista aqui! [risos]
Tragam as enfermeiras!, [risos]
e, para resumir a história,
sem colocá-lo na respiração artificial,
ou na circulação e tal,
começamos a adminis- trar-lhe drogas e
o anestesista deu-lhe oxigênio
e logo, a pressão dele estava em 80
Logo passou para 100,
e logo a pressão estava normal
Ele voltou.
e não teve nenhum déficit neurológico.
E, nos dias seguintes, duas semanas,
Entramos e começamos a comentar o ocorrido com ele
sobre o que ele experimentou
se é que experimentou algo.
E ele falou sobre a luz clara no fim do túnel,
pelo que eu lem- bro e tudo mais.
Mas o que mais me impressionou
foi que ele des- creveu aquela sala,
flutuando e dizen- do: "eu vi você
e o Dr. Nathaniel parados à porta,
de braços cruza- dos, conversando,
Eu vi isso. Não sei onde estava o anestesista
mas ele entrou correndo
e vi todas essas "anotações"
coladas na te- la da televisão"...
e aquilo eram as chama- das que eu tinha recebido.
A enfermeira ano- tava quem ligava
e o telefone e colava no monitor
e então uma anota- ção após a outra
até ficarf uma fita de anota- ções de chamadas a retornar.
Ele descreveu isso!
Não há qualquer forma
dele ter descrito isso antes da cirurgia,
porque não havia qualquer ligação.
- e ele estava...bem ele devia estar flutuando...
- Ele estava lá em cima.
Ele descreveu a cena.
Coisas que ele não podia saber de jeito algum.
Quero dizer, eles não o acordaram
na sala cirúrgica para ver tudo aquilo.
e ele esteva inconscien- te por, sei lá...
um dia ou dois.
enquanto se recuperava na UTI.
Então, o que isso nos diz?
-O que isso nos diz?
- Era a sua alma lá em cima?
- Difícil saber,
mas certamente nos dá essa possibilidade.
- Sempre me emociona.
Houve outras vezes
como uma que eu lembro claramente.
Um paciente que estava anticoagulado,
sob drogas que evitam a coagulação,
eu não lembro da cirurgia,
mas lembro que era urgente.
e tenta-se reverter o quadro o mais rapidamente
mas não se conse- gue completamente,
e estávamos termi- nando a cirurgia,
e não conseguíamos parar o sangramento.
Usamos todos os re- cursos que tínhamos
para parar o sangramento,
- Tudo que se podia fazer.
- Sim e finalmente decidimos que
não conseguiríamos parar o sangramento.
e, subitamente,
todos ficaram em silêncio,
porque todos naquela sala
sentimos uma presença.
o anestesista e eu comen- tamos sobre isso depois.
ou seja, não havia dúvidas
que havia uma presença naquela sala.
E o sangramento parou, assim.
- Como se explica isso? Qual a sua opinião?
- Há alguma coisa lá que as pessoas com fé
acreditam que esteja lá.
Alguns chamam Deus, outros de outros nomes
Buda, Maomé, quem quer que seja.
Isso me convenceu que há algo lá fora.
- Alguma coisa lá fora. Muito bom que você
tenha compartilhado isso com pessoas que não
tem oportunidade de estar perto de casos
de quase-morte ou pós-morte.
- Não sei, simples- mente me convence
que há alguém nos vigi- ando em algum lugar,
- Com certeza.
- E isso me emociona muito.
- Posso imaginar, pois me emociona também.
E eu estou muito agradecido que você tenha compartilhado
isso com as pessoas nesse vídeo.
que não têm essa oportunidade.
Há algo mais que você queira dizer?
- Bem, somente que eu apresentei esse caso
para outros 13 cirurgiões de coração
no país, em um encontro especial,
e eles também tiveram várias experiências
similares, não tão dramáticas como essas
que eu tive, mas
todos que lidam com isso diariamente
já tiveram essas experiências,
não apenas eu.
- Dr. Rudy, obrigado por compartilhar conosco.
- Um grande prazer.