Tip:
Highlight text to annotate it
X
A desintegração da Iugoslávia foi um fracasso da política externa dos EUA.
Reportagem de Ksenia Melnikova.
Quinze anos atrás,
os Estados Unidos redesenharam o mapa da Iugoslávia.
Se até então Washington jogava nos bastidores,
na situação com a Sérvia os norte-americanos agiram abertamente.
Sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU,
literalmente menosprezando o direito internacional,
a OTAN bombardeou durante 11 semanas cidades pacíficas,
impiedosamente destruiu toda a infraestrutura civil e militar do país.
O que posteriormente seria chamado no Ocidente
de “intervenção humanitária”,
na realidade não tem nada a ver com o humanismo,
uma vez que nesses 78 dias de bombardeio,
resultaram na morte de duas mil pessoas,
dois terços foram de civis,
e mais de 10 mil pessoas feridas.
No final da década de 90,
os EUA ocuparam firmemente a posição de liderança na política mundial.
Então, Washington se propôs um novo objetivo
– enraizar esse fato nas mentes da comunidade internacional.
E as autoridades norte-americanas escolheram
a Iugoslávia como instrumento de persuasão.
Como pretexto para o início dos bombardeios,
foi escolhida a operação antiterrorista das forças especiais da Sérvia,
na aldeia de Racak, em janeiro de 1999.
Representando o caso como um assassinato em *** da população civil.
Os EUA proclamaram o início de uma “intervenção humanitária”,
e começaram a destruir impiedosamente a infraestrutura civil e militar da Iugoslávia,
sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU.
Ao fazê-lo, Washington de fato limpou os pés no direito internacional,
acredita o analista político Vladimir Kozin:
“Durante 78 dias os norte-americanos e a OTAN assediavam a Iugoslávia,
lançaram 27 mil toneladas de diversas munições de mísseis e bombas.
Foram mortos dois mil civis, sendo 400 crianças,
e 40 mil casas foram destruídas.”
Só mais tarde, se soube que em uma vala comum,
alegadamente de representantes da população pacífica albanesa fuzilada por forças sérvias,
havia sido uma falsificação organizada pelos serviços secretos dos EUA.
A maioria das pessoas encontradas na aldeia de Racak
era militante do Exército de Libertação do Kosovo.
O resultado da agressão da OTAN foi o colapso final da Iugoslávia,
as economias dos países que nela entravam foram completamente destruídas,
a agricultura foi enterrada sob uma avalanche de sanções,
e a produção industrial cessou quase por completo.
A Iugoslávia foi escolhida por Washington como vítima não por acaso.
Segundo a analista, especialista em Bálcãs, Elena Guskova,
a agressão militar contra o país fazia parte de uma complexa operação
para destruir o estado multinacional:
“As causas foram a desobediência dos dirigentes da Iugoslávia
em não aceitar a imposição de Washington.
As negociações de Slobodan Milosevic com Richard Holbrooke
(na época – enviado especial dos EUA para o Chipre e a Iugoslávia)
em outubro de 1998 não trouxeram os resultados desejados.
Slobodan Milosevic não permitiu o destacamento de tropas da OTAN em seu território.
Então lhe disseram: Nós vamos puni-lo.”
Na sequência da operação da OTAN,
o Kosovo declarou sua independência.
Justamente o que pretendia Washington.
Os norte-americanos imediatamente construíram lá
a segunda maior base na Europa – Bondsteel.
Ela permite aos EUA controlar a área do Mediterrâneo e do mar ***,
rotas no Oriente Médio, Norte da África e no Cáucaso,
bem como o trânsito de recursos energéticos da região do Cáspio e da Ásia Central.
Fonte Rádio Voz da Rússia.
Moscou, Rússia, 6 de maio de 2014.
Produzido por Dialplus.