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O Pré-Sal, descoberto em Tupi, é a maior descoberta da década, em termos mundiais.
Então, juntando todo esse pré-sal, ele realmente é algo muito significativo
significativo em termos da história do petróleo.
E se falar na Petrobras, nos cinquenta anos de trabalho de exploração da empresa,
nossas reservas são hoje de treze a quatorze bilhões de barris.
Sendo talvez conservador, no mínimo,
nós vamos dobrar essas reservas com essa província do pré-sal.
Um reservatório de petróleo ele não é como muita gente que não é da indústria pensa.
Ele não é um lago cheio de petróleo que você fura um poço,
como se fosse um canudinho tomando um milk-shake, e produz, não é assim.
Ele se assemelha mais a uma esponja, que você produz
ou apertando a esponja ou injetando um fluído dentro da esponja para deslocar
o outro fluído pela a outra extremidade. Então esse é um reservatório de petróleo.
Porque que o reservatório do pré-sal é especial?
Tem uma área que tá localizada em torno de duzentos e cinqüenta
a trezentos quilômetros da costa.
Nós temos ali dois mil e quatrocentos metros de lamina d’água.
Nós temos quinhentos metros de sedimentos, no caso, pós-sal.
Após isso nós temos dois mil metros de sal e, logo em baixo dessa camada de sal,
e, logo em baixo dessa camada de sal, nos temos o nosso reservatório.
A cerca de cento e trinta milhões de anos atrás os continentes americano e africano,
eles estavam unidos. E, por conta de movimentos tectônicos,
esses continentes começaram o movimento de separação.
Nessa época, houve entre Brasil e África um ambiente de lago,
que, por variação do clima na Terra, formou essa espessa camada de sal,
que em algumas localizações chegam até dois quilômetros de extensão.
O sal inicialmente nos deixou bastante preocupados, porque o sal
é uma rocha que com a temperatura ela fica plástica.
O sal por ser muito plástico, você, à medida que vai perfurando,
a tendência dele é ir fechando as paredes do poço.
Então você vai, à medida que você vai penetrando, o sal sendo também solúvel,
ele começa a desabar em cima dos equipamentos de perfuração.
E você tem um risco muito grande de prisão da coluna de perfuração.
Felizmente o nosso sal é um sal que nós temos conseguido atravessar rápido,
mantendo a integridade do poço.
Hoje na verdade nós visualizamos esses dois mil metros de sal,
não como um problema, ele é quase que um amigo, ele nos beneficia.
Ele é o selo perfeito, uma campânula de sal com 2 quilômetros de espessura
que é totalmente impermeável ao petróleo. Todo o petróleo que tá lá em baixo,
ele não consegue escapar.
Então essa é uma das razões do sucesso, que tem sido todas essas etapas
iniciais pro sucesso dos nossos poços. Primeiro campo importante é o Tupi, que já me referi.
O segundo, já com volumes de reservas estimadas já divulgadas,
é o campo de Iara, tem três a quatro bilhões de barris.
Por isso vem nos motivando a enfrentar desafios cada vez maiores.
Desafios que a gente não tem no mundo uma empresa que tá enfrentando hoje
o que a gente tá enfrentando. E, felizmente, desafios esses que tem dado resultados.
Tenho trinta e cinco anos completos de Petrobras, mas essa experiência
que eu tô tendo aqui com águas ultra profundas é a experiência mais enriquecedora,
mais emocionante, que eu jamais imaginava poder viver algo disso.
Esse é o sonho de qualquer exploracionista: achar um campo dessa magnitude.
Quem dirá diversos campos, quer dizer, isso aí é uma província petrolífera
é uma experiência única também na carreira. Certamente não vou ter outra igual.
Tá bom.
Perfeito.