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Você está prestes a entrar em outra dimensão. Uma dimensão não só de visão e som, mas
também da mente. Uma jornada para a maravilhosa terra... da robótica. Tem uma placa ali na frente,
Próxima parada: Notícias SciShow.
Esta semana, cientistas na Universidade Tecnológica de Nanyang em Singapura apresentaram Nadine, uma
recepcionista robô com pele macia, cabelo real, e uma voz sinistra
que vem de algum lugar que não é sua face, embora seus lábios se movam quando ela fala.
Ela vai esticar as mãos para te cumprimentar com movimentos irregulares, vai lembrar de você e de suas conversas
anteriores, e ela pode até usar linguagem corporal para demonstrar felicidade e tristeza.
Nadine é a próxima geração de robôs humanoides, e é um feito científico
incrível, unindo motores sofisticados com rápidos sensores em tempo real e uma inteligência artificial
de ponta, ou IA.
E várias pessoas acham que é super, super assustador, como eu, por exemplo.
Mais sobre isso daqui a pouco. Primeiro, vamos falar sobre como a Nadine funciona.
Como Pepper, um robô de companhia pessoal que foi à venda no ***ão em junho de 2015, Nadine
têm câmeras escondidas conectadas a um programa de reconhecimento facial.
Essas câmeras dizem a Nadine pra onde olhar, para que ela possa manter contato visual com seus usuários e
também dão à inteligência artificial informações sobre as expressões faciais do usuário, comparando coisas como
o formato da boca e olhos do usuário com uma base de dados de expressões faciais.
Eu me pergunto se uma dessas expressões faciais é essa...
Outras câmeras acompanham a proximidade e linguagem corporal do usuário. Um pouco dessa informação de linguagem corporal
também é enviada à IA, e um pouco disso é enviado aos programas que controlam
os motores robóticos que movem e posicionam os braços e torso de Nadine.
É assim que ela sabe que precisa apertar sua mão quando você a estica, pegar papéis que você entrega
para ela, ou te entregar coisas de cima da mesa.
A IA de Nadine funciona muito como outras IA com os quais você talvez tenha falado antes, como a Siri
ou Cortana
A IA deles, como a de Nadine, não é realmente armazenada no seu celular, ou dentre de um robô humanoide
recepcionista. Esses programas são executados em servidores enormes que aguentam grandes quantidades
de informação, e o dispositivo -- seja um celular, ou Nadine -- apenas se conecta
a eles remotamente.
Esses servidores contêm o vocabulário e os programas de reconhecimento de voz da IA, e dados
de todo mundo com quem já se comunicou, e sobre o que eles falaram.
Eles também contêm os complicados algoritmos que permitem à IA fazer referências cruzadas
entre todas suas interações anteriores, para descobrir o que deu certo, e o que não deu.
É isso que permite a IA's como a Siri, ou a Nadine, aprender com o tempo.
Há muito mais combinações de palavras do que os programadores poderiam ensinar a
eles como responder pra qualquer frase que você disser.
Então, em contrapartida, essas IA's usam informação anterior para identificar palavras chave e o contexto, para que eles
possam adivinhar o que você quer.
E sobre a pele sensitiva e macia de Nadine, que permite ao robô responder ao toque?
Os cientistas da UTN ainda não disponibilizaram as especificações técnicas ainda, mas sabemos como a maioria
das peles artificiais funcionam em robótica de ponta.
Geralmente, um filme de borracha fina e super flexível é colocada entre duas camadas de eletrodos paralelos.
Cada eletrodo individual tem um parceiro do outro lado do filme de borracha, e
uma pequena carga é gerada por cada par de eletrodos, que é armazenada pela borracha
entre eles.
Quando você toca essa pele artificial, ela comprime, então a borracha fica mais fina,
e consegue armazenar menos carga elétrica.
Informação sobre quanta carga há entre cada par de eletrodos é mandada para um programa
que cria um mapa topográfico de onde e como a pele está sendo tocada. Então a
IA do robô decide o que fazer com essa informação.
Então, Nadine é uma fusão incrível de diferentes áreas da ciência, IA, robótica, computação, pele eletrônica
sensível a pressão... então, o que a deixa tão assustadora?
Se Nadine te dá calafrios, você está experienciando algo chamado de Vale da
Estranheza.
O Vale da Estranheza é baseado na ideia de que quanto mais humano e menos máquina
algo parece ser, mais fácil é para humanos responderem a isso emocionalmente.
Exceto quando algo parece QUASE vida real, mas falta só um pouquinho. Isso faz
com que nossa resposta emocional vá lá embaixo -- nossos cérebros só pensam que é assustador.
Isso é porque quando um humano artificial parece só humano o suficiente, tudo que podemos ver
é no que a ilusão falha. Isso faz nosso Cortex Parietal ficar ativo.
O Cortex Parietal conecta o centro de processamento visual do cérebro com o Cortex Motor.
Quando você olha pro que seu cérebro entende como uma pessoa, ele imita o que você está vendo
no seu próprio sistema muscular.
É uma função da evolução que nos ajuda a aprender, e é o motivo de ver alguém fazer algo
fazer essa coisa mais fácil, para que façamos sozinhos.
Mas quando vemos algo como Nadine, é humana o suficiente para o nosso Cortex Parietal
tentar imitar... mas os seus movimentos não são tão humanos quanto sua aparência,
então não pode ser imitado por nossos músculos,
Essencialmente, Nadine engana nosso Cortex Visual, mas não nosso Cortex Motor, e nosso Cortex
Parietal é o que detecta isso. Ele não sabe qual é o problema, mas sabe
que tem um problema, e que você deveria estar com medo.
Essa recepcionista quer te comer vivo? Seu cérebro não sabe, mas é melhor não arriscar.
Só corre.
Então Nadine pode até ser um robô super avançado, mas provavelmente não vai substituir recepcionistas
humanas muito em breve. Não até eles tirarem ela do Vale da Estranheza.
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