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Deus fez o homem, dizem os africanos porque gostava de ouvir histórias.
Aqui na Etiópia, há uma história de quase 3.000 anos de idade.
Conta-se em canções, contos de fadas e nos livros sagrados.
È uma lenda que leva a cidades e civilizações perdidas.
Estamos aqui dentro da cidade, uma cidade de centenas de milhares de pessoas.
Esta é uma pesquisa de um grande líder,
que também era um gênio do mal,
um adorador do sol e da lua, que acreditava num só deus
e é uma mulher.
Tornou-se um tipo de história de fadas, satanizada no Islã,
e depois, em modernos filmes e novelas, se transformou em uma mulher fatal.
Esta é a busca da Rainha de Sabá.
EM BUSCA DE MITOS E HERÓIS
A lenda começa em Jerusalém
com a chegada de uma misteriosa rainha estrangeira.
Acha que vai ser assim tão linda como ouvimos?
Havia chegado a conhecer o rei mais sábio do mundo, o Rei Salomão.
Israel dá uma calorosa bem-vinda à Sua Majestade.
Agradeço a permissão de Sua Majestade,
para visitar seu belo país.
A Rainha de Sabá.
Hollywood fez de Sabá uma deusa do sexo, a amante de Salomão
e a fizeram de tez branca.
No entanto, para os africanos, ela era negra e uma mulher de poder.
Na Arábia, é metade humano, metade demônio,
mas pelo menos todos concordam que a história começa aqui.
Nesta Páscoa, em Jerusalém, é o início de nossa jornada,
para descobrir os laços antigos entre a Arábia, o Oriente próximo e a África,
mas também, talvez, descobrir a vida de uma pessoa extraordinária
que, como diz uma versão da história, não era uma mulher, mas um mundo.
Como contam os Etíopes,
a história começa 1.000 anos antes da era de Cristo.
A Rainha de Sabá veio fazer honras. Conhecer o Rei Salomão
e como podem ver na foto, trouxe com ela muitos itens valiosos.
Muito ouro, incenso e presas de marfim e assim por diante.
- Os tesouros da África. - Tesouros da Etiópia.
- E sabemos por que ela veio? - Sua religião.
- Sério? - Sim
- Então não foi uma missão comercial. - Não, em tudo, religião.
"E quando a Rainha de Sabá ouviu sobre a fama,"
"que Salomão havia atingido em nome do Senhor,"
"veio prová-lo com perguntas difíceis ".
- Quais foram as perguntas? - Deixaremos isso para os monges!
- Ou aos sacerdotes! - Ótimo, ótimo.
é a história de dois governantes,
um homem e uma mulher, ambos fundadores de suas nações.
enriquecidas com tesouros dos cristãos, judeus e muçulmanos,
sua história está na Bíblia e no Alcorão
e desde então tem sido contada vezes sem conta pelos historiadores.
Agora,
a Rainha de Sabá era linda e sábia,
e usou uma capa real com sete estrelas brilhantes.
Entrou em Jerusalém com uma imensa caravana de camelos,
carregados com pedras preciosas, ouro e incensos aromáticos,
como nunca havia sido visto em Israel e que não foi visto desde então.
Salomão saudou-a e perguntou: "Por que você veio?".
E ela respondeu, "Ouvi que és o homem mais sábio da terra, "
"e estava curiosa se seria mesmo. "
E a rainha testou Salomão com vários enigmas inteligentes,
mas ele respondeu a todas as perguntas,
e, assim, diz a Bíblia: satisfiz todos os seus desejos.
Mas a história é um mito ou é parte da história?
E por que foi o produto de fascínio por tanto tempo?
Sua primeira aparição é na Bíblia, no Velho Testamento.
E esta é a cópia mais antiga do mundo.
- Não tem cabeçalho? - Não, não, não, não.
Mas há um enigma. A Bíblia foi escrita séculos após os eventos.
Não se descobriu nenhuma prova de que Salomão e Sabá existiram.
Sim, começa aqui.
Começa aqui, capítulo 10, versículo 1.
A Rainha de Sabá está chegando a Jerusalém,
e neste capítulo, podemos ler que ela não era a única.
Todos os reis do mundo estavam vindo a Jerusalém,
fascinados por este prodígio, pelo Rei Salomão.
Por isso, todos vieram a Jerusalém.
Mas concentrêmo-nos na Rainha de Sabá, uma mulher.
Assim que por um lado é uma mulher que chega,
mas nunca ouviram nada sobre sua beleza,
não ouviram nada sobre as relações entre eles,
mas, como você sabe muito bem,
na literatura posterior e na tradição Etíope,
na verdade tiveram um relacionamento e um filho juntos,
o primeiro rei da Etiópia.
Mas a Bíblia não diz nada sobre isso, porque é um assunto muito delicado.
Que o Rei de Israel tivera uma relação com uma mulher estrangeira,
e que teve um filho com ela.
Então, como arqueólogo de textos, o que acha da história?
É um conto de fadas ou acredita que tem um núcleo histórico?
Sou muito cuidadoso com relação a núcleos históricos. Não o sei.
Ainda assim, é um grande conto de fadas.
Mas é só isso? A própria história torna-se um mito ao longo do tempo?
O que mais me lembro é o poder da história.
E relatos construídos ao longo dos séculos,
como a própria vida humana.
Se Sabá era apenas uma história de fadas, porque a recordam?
Mas se ela fazia parte da história, como vamos encontrá-la?
Perguntei ao arqueólogo mais proeminente de Israel.
Podes encontrar Salomão e Sabá na história?
O que podemos fazer é ir a Jerusalém,
à Judéia, às terras altas, aos locais mencionados na história,
e tentar ver se há provas para apoiar a história.
E a resposta é não. A resposta é completamente negativa.
Mas não se desespere.
O professor Finkelstein crê que você possa encontrar Sabá,
se você olhar mais além da Bíblia e longe de Israel.
O que tens na história é uma descrição do grande comércio Árabe.
O mundo já tinha sido aberto a essa história, certo?
Nessa história.
E o mundo se abriu apenas com o imperialismo ***írio.
A primeira globalização foi a ***íria,
no final do século VIII e inicio do século VII, o século ***írio.
Certo.
então começas a ver como o relato da Bíblia sobre Sabá
poderia encaixar numa imagem muito mais ampla.
Cerca de 700 aC,
quando o império ***írio no Iraque governava o Oriente Médio,
floresceu o comércio com a África e Arábia.
E não só viajavam matérias primas e artigos de luxo,
assim também como religiões, idéias e histórias.
Uma rainha estrangeira exótica e misteriosa
chega transportando coisas preciosas nunca antes visto.
Portanto, isto é também um relato sobre como crescem as civilizações,
como mundos distantes fazem seu primeiro contato.
Mas para encontrar Sabá, devemos nos dirigir à África e à Arábia?
No mundo antigo a ligação entre eles e o Oriente Médio era o Egito.
Para compreender os grandes padrões da história,
temos que ter uma ideia da geografia,
e este é um lugar maravilhoso,
para obter uma ideia da geografia do Egito.
Aqui, em Luxor, há duas das principais rotas comerciais,
provenientes da África e Arábia:
a rota de caravanas do deserto proveniente do Chade e Mali
e rota do Mar Vermelho.
Se a Rainha de Sabá veio de qualquer lugar,
estas rotas eram as que poderiam ter usado.
E não foi a primeira pessoa a fazê-lo.
Séculos antes, os egípcios haviam comercializado em todo o estuário da África.
E buscavam uma coisa acima de tudo.
Este é o templo mortuário da Rainha Hapshepsut,
do século XV aC.
Neste lugar há uma pista crucial de nossa história.
É o relato de outra rainha que enviou uma expedição a uma terra lendária,
que é muito parecida com a terra de Sabá.
Venha e dê uma olhada.
A viagem foi tão admirável que a rainha
criou dentro de sua sua casa a eternidade.
Sete grandes barcos foram enviados corrente abaixo no Mar Vermelho.
Sua missão: trazer de volta incenso,
a ser utilizado nos altares de seus deuses, para agradá-los.
Mas até onde os egípcios sabiam,
as árvores de incenso só cresciam em uma terra distante.
O nome da terra: a chamamos Punt,
"Pwenet, talvez, em egípcio antigo.
Mas onde estava Punt? Temos de seguir as pistas.
As árvores de incenso são as mais óbvias.
Podemos ver as árvores em suas cerâmicas. Isto é o que os egípcios buscavam.
Outra coisa que atraia os egípcios era a madeira preciosa, "wbny" ébano,
uma das palavras que ainda usamos e que vem do antigo Egito.
Madeira preciosa, incenso, podemos ver imagens de alguns animais.
Babuínos, os egípcios inclusive trouxeram babuínos.
Os egípcios foram brilhantes, representando a natureza.
E estes peixes... Inclusive podemos ver as ondas aqui, os pequenos zigzags azuis.
Os peixes são do Mar Vermelho,
no ponto inferior onde se encontram a Arábia e a África.
Esta é uma história maravilhosa,
de uma expedição egípcia, 500 anos antes
da história da Rainha de Sabá,
e que parece ser a costa do incenso do Mar Vermelho,
o estuário da África e Arábia.
Mas onde estava a terra de Punt? E era a mesma que a terra de Sabá?
Então, meu plano era tratar de seguir
os passos da rainha de Sabá, se possível,
todo o caminho de regresso à sua terra natal.
Os indícios apontavam para a Etiópia
e a primeira etapa era a antiga rota das caravanas
do Nilo ao Mar Vermelho.
Através dela,
todavia, podem-se encontrar rastros do antigo comércio africano,
talhados pelos comerciantes e viajantes de há tanto tempo.
Esse é Min, o deus da fertilidade,
só que alguém lhe talhou seu pênis, se posso dizer dessa forma.
Certamente eles pararam para comer um sanduíche e beber uma cerveja egípcia,
deste lado da estrada.
Então, estas inscrições datam do século XV aC, talvez XIV.
Alguém chamado Sócrates deixou uma inscrição ali.
Estes são os restos de uma espécie de motel do período romano,
e, sabem, uma espécie de local de comida rápida do período romano,
na rota para a África.
É absolutamente fantástica, não?
Mas se você quiser viajar ao passado,
teria de tentar ver o mundo como eles faziam.
Quando os europeus olhamos o mapa,
tendemos a ver o Mediterrâneo e essas formas familiares da Itália e Grécia.
De fato, para realmente imaginar, para imaginar este mundo como é aqui,
o que tens que fazer
é virar o mapa.
E então você vê o mundo como ele realmente é.
Aqui está o mundo mediterrâneo.
"Somos rãs ao redor de um lago ", disse Platão.
Se você ver o mundo antigo desta forma,
é a África a que é mais importante na imaginação.
Salomão era bem conhecido por ser um grande amante.
Suas esposas e concubinas foram tantas que não dava para contar
e amou muitas mulheres estrangeiras.
Sabá concordou em ficar em seu palácio apenas se ele prometesse não tocá-la,
e ele prometeu não tocá-la.
Mas Salomão era astuto.
Uma noite, ordenou um grande banquete com os alimentos mais picantes,
e logo depois, Sabá estava morta de sede.
Pensando que ele estava dormindo,
entrou no quarto de Salomão
e roubou-lhe um vaso de água.
Mas ele estava acordado e tomou-a nos braços.
"Você quebrou a promessa", disse,
"e agora pode tocar em tudo."
E a levou para a cama e fizeram amor.
E naquela noite, Sabá sonhou
que uma luz se movia no céu desde a Etiópia até Israel.
Massawa foi uma vez a obsessão dos antigos egípcios, gregos e romanos.
Agora está se recuperando de uma terrível guerra civil que separou a Etiópia em duas.
Salaam.
Veleiros árabes como estes haviam navegado nestas costas durante séculos,
transportando incenso entre o Mar Vermelho, África e Arábia.
Os antepassados de Maomé eram também barqueiros.
Sabem tudo sobre o comércio da Índia
e do comércio no Irã, mesmo do século IXX.
Minha idéia era seguir a rota do incenso pelo mar Vermelho,
na expectativa que me conduza ao reino de Sabá.
Pode-se pensar que é impossível encontrar
portos desaparecidos há muito tempo,
mas, na verdade, sobreviveu uma antiga guia dos viajantes,
escrito por um capitão do mar grego.
É chamado "O Periplo do Mar Eritreo",
o que significa "O guia de Viagem do Mar Vermelho. "
Lista os portos durante a viagem que fizemos:
Berenice, Ptolemais Theron no Sudão,
e o mais importante de todos, Adoulis.
Na lenda Etíope, Adoulis era o porto do reino de Sabá,
donde partiu para Jerusalém.
E o guia diz que está oposto a uma montanhosa ilha numa profunda baía.
Estamos avançando lentamente num recife de coral.
Podem ver como se rompem em torno de nós,
deve ser pouco profundo aqui.
E... Chegamos. Tocamos a terra.
Maldição! Quase perdi minhas botas.
Não parece muito agora, mas havia uma grande cidade aqui no século III aC,
um entre-posto de comércio que conduzia ao coração da África.
Uma grande manada de camelos.
Uma grande manada.
Havia templos de rocha vulcânica embelezada com mármore.
Bebiam vinho e azeite de oliva importados do Mediterrâneo.
E os habitantes locais ainda contam histórias sobre seu declínio.
Eles... Teriam tantos peixes, que limpavam seus trazeiros com eles?
O que dizem é que as pessoas eram tão ricas,
que podiam limpar seus trazeiros com o pescado.
Esse é um velho hábito que nunca se tornou popular, graças a Deus.
Mas na lenda etíope,
este lugar é onde a Rainha de Sabá pisou novamente, sua pátria.
Quando a Rainha de Sabá voltou à Etiópia,
trouxe dois presentes especiais.
O primeiro foi um anel de ouro,
que Salomão lhe tinha dado, como símbolo de seu amor.
O segundo foi muito mais precioso: uma criança em seu ventre,
seu filho com Salomão.
Seu nome era Menelik, que significa "filho do sábio."
Menelik se transformaria no rei da Etiópia,
e o primeiro dos Leões da Judéia,
do que descenderiam todos os reis posteriores da Etiópia.
E por causa de Menelik,
uma nova Jerusalém foi construída na África.
Assim que a história de Sabá não é o conto de fadas habitual,
onde a princesa se casa com o príncipe.
Sabá permaneceu como uma mulher de poder e voltou a governar seu próprio reino.
Aqui em Addis Abeba, essa história da Rainha de Sabá,
é venerada no livro sagrado nacional,
sem o qual seus reis não podem governar.
Mas em 1867, lamento dizê-lo, o livro foi roubado pelos britânicos.
Olá! Olá. Prazer em vê-lo novamente.
Olá. Olá.
Eu trouxe da Inglaterra,
aqui, esta é a carta
de Yohannes, rei da Etiópia,
para a Rainha Victoria.
Disse que os britânicos haviam roubado o livro da Etiópia
e por favor o devolva.
Este é o livro! O mesmo.
"Esse volume foi devolvido ao rei da Etiópia, "
"por ordem da diretoria do Museu Britânico. "
"14 de dezembro de 1872."
A história central deste livro,
cujo nome, afinal, é "A Glória dos Reis',
conta a história do amor entre Salomão e Sabá,
porque as dinastias de todos os reis da Etiópia,
traçam sua linhagem até Salomão e Sabá.
Pode ler um pouco disto para nós?
- Está em "ge'ez", certo? - Está em "ge'ez! Está em "ge'ez"!
É a mais antiga língua da Etiópia.
Primeiro ela foi a Jerusalém e conheceu Salomão,
e ele a tratou muito gentilmente e ela ficou lá por seis meses.
É verdade que Salomão se apaixonou pela a Rainha de Sabá?
O foco deste livro é a relação do amor entre a rainha de Sabá e Salomão.
Enquanto estava em Jerusalém, ficou grávida.
E o nome da criança era Menelik.
- Sim! - Seu nome era Menelik.
E assim é como a Rainha de Sabá
tornou-se a mãe do povo etíope.
Mas Kebra Nagast, O Livro dos Reis,
também cita a cidade onde ela governou.
E nossa pesquisa nos leva agora ao norte de Addis Abeba,
o coração espiritual da Etiópia e o centro de um império esquecido,
lendária capital do reino da rainha de Sabá, Aksum.
Quando pensamos em mundos antigos,
temos a tendência de imaginar os Astecas, Incas e Babilônios.
O império Etíope de Aksum,
foi o último das civilizações antigas,
em formar parte da consciência ocidental.
Mas esta é a primeira grande civilização,
na região sul do Saara na África.
A Etiópia havia sido cristã desde a época romana.
Podia ser o país cristão mais antigo do mundo.
É a noite de Maria, amanhã é o dia da Virgem Maria,
e na antiga igreja está se passando algo.
Ouçam isto!
É sobrenatural, não?
Durante toda a noite, os sacerdotes permanecem em vigília,
guardando a relíquia mais sagrada da África,
um dom divino de Jerusalém de Salomão.
E a pequena capela daí é o lugar onde todos os etíopes acreditam
que está a Arca da Aliança.
A pequena caixa de madeira que contém as duas placas de mármore,
entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai.
Quando Menelik cresceu,
queria reunir-se com o seu pai, o Rei Salomão,
então foi para Jerusalém e se apresentou perante o rei.
"Saudações, Sua Majestade, de minha mãe, a Rainha da Etiópia. "ele disse.
"Menelik I, seu filho."
Inicialmente, Salomão duvidou do garoto e se recusou a aceitá-lo...
mas quando Menelik lhe mostrou o anel de ouro,
a prova de amor que ele havia dado a Sabá,
Salomão se rejubilou e convidou-o a ficar e governar com ele.
Mas o coração de Menelik estava na África junto com sua mãe,
e insistiu em voltar para casa.
E com ele levou a relíquia mais preciosa do templo de Jerusalém,
a Arca da Aliança.
A Arca da Aliança, ou"Tabot", como a chamam,
ainda está aqui, protegendo a Etiópia.
Ninguém pode vê-la e nunca poderá deixar o santuário.
O mais próximo que se pode chegar é beber a água benta do vaso.
É incrível o poder dessas mitologias, não?
Nenhum etíope crê que esta história não seja verdadeira,
e que a Arca da Aliança não se encontra no interior deste edifício.
Na época do Rei Menelik I, ele trouxe o "Tabot" para a Etiópia.
Menelik, filho de Salomão, filho de David.
Como é que um objeto tão sagrado veio para a Etiópia?
- Por vontade de Deus. - Uau!
A prudência do clero está em todo lugar.
"Foi um desejo de Deus que está aqui. "
Porém Aksum se remonta realmente aos tempos da Bíblia?
Por todo o lado, há vestígios de um mundo antigo e pré-cristão.
Por onde se olha, há arremates nas colunas,
grandes pedaços de alvenaria,
monólitos, peças de esculturas, enormes colunas.
Veja isto. Tudo está construido sobre os restos de um mundo antigo.
As pedras gigantes de Aksum incluem o maior obelisco já esculpido.
A lenda diz que são mais velhas que as Pirâmides e Stonehenge.
Mas, na realidade, Aksum só começa no século I,
Muito tarde para a história da Bíblia.
Então, onde estava a cidade da Rainha de Sabá?
Onde na Etiópia podemos nos remontar aos tempos da Bíblia?
Para poder voltar a esse tempo, digamos, séculos VIII ou VII aC,
temos que ir para uma obscura aldeia sobre a rota até o Mar Vermelho.
Olá, Olá, Olá, Olá!
Esta é a sagrada colina do Yeha.
Segundo a lenda local, este, no Aksum, era o palácio da Rainha de Sabá.
É um dos lugares mais misteriosos da África.
Um missionário Português veio na década de 1520,
e disse que, dentro deste círculo de paredes,
haviam grandiosos edifícios e os restos de uma torre gigantesca.
Mas estava errado: não é uma torre,
são as ruínas de um templo antigo,
um dos edifícios mais antigos na África ao sul do Saara.
Esta fantástica estrutura data de 600 aC, poderia ser a mais correta.
Este não era uma espécie de templo provincial,
é um grande edifício, não?
Mas há outras pistas aqui que são uma surpresa desconcertante.
Isso faz parte de um friso que se estende
pela parede interior de um templo antigo,
e mostra cabeças de cabras montesas. Cabeças estilizadas de cabras montesas.
O que significa isso?
Veja, essses frisos não são africanos, mas árabes.
Obrigado, obrigado.
Foi Yeha construída por um império árabe? Era árabe a mesma Sabá?
A próxima pista me mostrou um orgulhoso guardião dentro de um depósito.
Isto, Olhe para isto! Veja, veja, veja.
Fantástico. Fantástico.
Onde posso encontrar?
Ao lado do templo.
Foram encontrados perto do templo.
Olhem o maravilhoso recorte disto.
Esta é uma escritura sábia, a escritura do antigo reino de Sabá no Iêmen,
ao sul da Arábia.
Isto está se convertendo numa história de detetives!
Aqui estamos, no meio de África,
num grande templo construído no estilo do sul da Arábia,
que tem inscrições feitas com a antiga escritura do Iêmen,
e com imagens de culto do reino de Sabá.
Em algum ponto, estas duas terras foram governadas pela mesma dinastia,
e nos sugere que a próxima etapa de nossa viagem seria ao Iêmen.
Olá, bom dia e sejam benvindos.
As fronteiras modernas muitas vezes nos dividem, não?
Poderiam pensar que Arábia e a África são mundos separados,
mas, na realidade, as suas culturas estão interligados por milênios.
Basta olhar o mapa. Em seu ponto mais próximo,
a Arábia e o estuário da África estão a 24 quilômetros de distância.
Menos que o canal britânico entre a França e a Inglaterra.
Em tempos antigos, os Iemenitas governaram na Etiópia,
e logo os Aksumitas governaram na Arábia,
e seus povos têm compartilhado mitos e heróis.
Estas antigas cidades dos Yemenitas,
haviam negociado por terra com o Oriente Próximo por 3.000 anos.
Este é o Grande Bazar da antiga Saná,
e é também um lugar fantástico.
Eu... Estou procurando o bazar de incensos.
Este é Arábia Felix, "a Arábia Feliz",
e a Costa do Incenso aqui,
era o maior produtor de mirra e incenso do mundo antigo.
Vamos tentar encontrar o mercado de incenso.
E esta gleba rochosa é a que mais ambicionavam.
Prova instantânea!
Isto é o que os povos do mundo antigo queimavam a seus deuses.
Então, isto é mirra.
E é isso o que a Rainha de Sabá levou a Salomão.
Absolutamente fantástico.
É mais denso, soporífico, espesso,
aroma perfumado como podem imaginar.
Nos textos de um escritor romano diz que a gente daqui,
que passavam tantas caravanas de incenso, que as pessoas ficavam lentas e calmas,
entorpecidas pelo forte cheiro do incenso.
E aqui no Yémen, há outra história sobre a Rainha de Sabá.
O Rei Salomão podia ter a seu contrôle o "Djinns" e espíritos,
e podia falar com as aves.
Um dia, estava voando pelos céus em seu tapete mágico de seda verde,
e um bando de pássaros pairava em torno de sua cabeça,
quando ele percebeu que sua ave favorita não estava.
"Onde estavas?" perguntou à ave quando ela apareceu.
"Eu venho a você desde a terra de Sabá ", disse-lhe a ave.
'e ouça isto porque digo a verdade. "
"Ali encontrei uma mulher reinando o povo. "
"Ela está dotada de todas as virtudes e tem um magnífico reino, "
"mas nem ela nem seu povo adoram a Deus. Cultuam o sol ".
"Satanás a seduziu e a desviou do verdadeiro caminho. "
Então, na Arábia, há um novo ponto de vista da história.
Sabá é um perigoso espírito feminino,
de uma terra de "Djinns" e gênios,
cujo poder deve ser contido.
Isto é onde a faca Yemenita torna-se útil.
E que lugar para se encontrar o melhor restaurante do mundo.
Assim, temos viajado durante todo o dia,
tivemos uma avaria no carro e nada para comer,
e chegar a um lugar como este é absolutamente fantástico.
Isto é Bir Ali no Mar Arábico.
É o início da rota do incenso para o interior
e podemos ver a história nos rostos das pessoas.
Rostos que mostram malaios e hindus, que mostram árabes.
Obrigado.
Bem, estamos devidamente alimentados.
Estamos na praia de Bir Ali, perto das ruínas de Qana.
Qana foi o maior porto nos dias
quando a riqueza da Arábia não era o petróleo, mas o incenso.
Dias que são lembrados no Sagrado Corão, "o reluzente reino de Sabá",
"cuja rainha adorava a lua e as estrelas. "
Quando a Rainha do sul entrou em Jerusalém,
Salomão havia sido advertido que ela não era uma mulher comum.
Seu rosto e seu corpo eram formosos mas teria um segredo obscuro e tenebroso.
Salomão mandou polir o piso de seu palácio,
até que brilhasse como se fosse vidro.
Quando a rainha entrou em seu palácio e parou sobre o piso,
pensou que era uma piscina,
e receando que sua saia de seda se molhasse, levantou-a,
e toda a corte de Salomão ficou boquiaberta de assombro,
ao ver que ela tinha uma perna peluda e casco biungulado,
como um bode.
- Mastigas devagar? - Sim
Depois de uma noite sonhando com gênios,
tivemos um estímulo matinal, um bocado de "khat".
Outro hábito compartilhado pela Arábia e a África.
Um gosto adquirido, sem dúvida.
Perseguindo história árabe de Sabá, dirigimo-nos até Wadi Hadramaut.
Espero poder falar com um imão, um líder religioso, um erudito religioso,
a fim de indagar sobre a lenda muçulmana da Rainha de Sabá,
a Rainha do Sul, como é chamada no Sagrado Alcorão.
Mas pode ser que requeira um pouco de negociação,
porque este é o coração do Islã Yemenita,
não é fácil para os forasteiros conseguir conversar
com as principais figuras religiosas.
Boas pessoas, nos respeitam.
As pessoas do sul são respeitosas com os britânicos.
Pense no que está acontecendo Internacionalmente, neste momento,
e ainda assim respeitam os britânicos.
Fomos à grande mesquita em Shibam,
esperando encontrar um erudito que nos possa explicar
o significado da história de Sabá no Corão.
Parece que este não é o melhor lugar para falar com um erudito religioso.
Não podemos entrar.
Então acho que para descobrir mais sobre a lenda islâmica,
devemos procurar noutro lugar.
Shibam. É uma das mais belas das cidades antigas,
com os seus tijolos de ladrilhos de barro, um Manhattan no deserto.
Salaam, salaam.
Por fim, fomos convidados à casa de Imám Jafar.
Que bela sala.
A habitação de um erudito. São todas iguais, verdade?
Uma grande bagunça com centenas de livros por todo o lado!
Gosto do gramofone à corda.
E muito docemente o Imám me cantou os versos sobre Sabá do Alcorão.
Sim. Seu nome é mencionado claramente no Alcorão.
Bilqis, ou a Rainha de Sabá, no Alcorão.
- "Balqa. - "Balqa.
É esse seu nome?
Na tradição do Corão, ela é do sul da Arábia, sem dúvida.
Ela é desta parte do mundo.
Sim
Sim, sim, sim.
Em seguida, no capítulo 27 do Sagrado Corão...
há alguma indicação de quando ela chegou a Jerusalém,
suas pernas eram cabeludas?
Para Jafar, era uma deformidade curada pela fé.
Ela é como um gênio e durante sua estadia com o Rei Salomão,
tornou-se uma serva do Deus verdadeiro e, então, se curou.
E a tradição erudita, disse-me o imame,
é que esta não é uma narrativa simbólica, mas uma narrativa literal.
Assim que aqui na Arábia, há outro nome para a rainha e outra história.
Mas aqui ela é a rainha de um reino real.
Para eruditos árabes, o Corão conta que
ela governou em Sabá, no coração do Iémen.
Para chegar lá, temos que continuar
numa das principais rotas de caravanas da história.
Um percurso que já era antigo, quando o jovem profeta Maomé,
que a paz esteja com ele,
guiou seus camelos através das areias da Arábia.
E a única forma era atravessar a orla do deserto do "Quarto Vazio".
Só imagínemos uma enorme caravana de 1.000 camelos e 20.000 pessoas,
surgindo da névoa pelo calor, como uma cidade em movimento.
Podem ver porque as pessoas dizem,
você pode se perder no deserto, como pode se perder no mar.
É por isso que trouxemos um guia beduíno Abdul Karim.
Infelizmente, é Abdul Karim quem está chateado.
Quando se pensa que o deserto árabe é tão grande como a Europa Ocidental,
percebemos porque o reino de Sabá permaneceu oculto por tanto tempo.
Quanto mais longe irmos por este caminho deserto,
ficaremos mais próximos da história.
E a próxima parada neste caminho, é o verdadeiro reino de Sabá.
Agora, devido ao seu afastamento,
o reino de Sabá nunca sofreu guerras,
e os seus habitantes eram fabulosamente ricos.
Porque, de acordo com o Sagrado Corão,
Deus mesmo havia dado um sinal especial de favor a seus habitantes,
tempos atrás.
Com o apoio dado pelo seu Senhor, seriam gratos a ele.
Porque eles vivem numa bela e afortunada terra.
E Sabá era tão fértil que parecia um paraíso na terra.
Dois grandes jardins, um à direita outro à esquerda,
e em todos os lados, o ar estava carregado
com o perfume de mirra e incenso.
Ao amanhecer, chegamos finalmente ao fértil vale de Marib,
o antigo reino de Sabá.
A riqueza de Sabá veio do comércio do incenso,
mas seu segredo era essa grande represa, a maior do mundo.
Isto é o que converteu Sabá num paraíso terrestre, como mencionado no Corão.
Esta é apenas uma das comportas do açude.
Uma grande peça de arquitetura, não?
Ela mede 686 metros até o extremo norte,
têm uma profundidade da água de 46 metros na metade.
Com este dique, puderam criar centenas de quilômetros de terra cultivável,
para alimentar 50.000 pessoas.
E assim a história novamente volta ao ponto de partida.
A pesquisa começou como um conto de fadas,
trouxe-nos até a uma civilização real,
dos tempos da lenda bíblica.
Nos campos perto da cidade,
encontraram templos dos deuses de Sabá.
O deus da lua, Almaqah, senhor das cabras montesas.
e nas paredes, as mesmas escrituras que vimos na Etiópia.
Para os anos 700 aC, crescendo com a auto-confiança,
a civilização da Arábia se estendeu a um mundo mais amplo.
E justo nesse momento, os governantes de Sabá,
começaram a enviar embaixadores ao mundo do Oriente Médio,
carregados com tesouros, especiarias e incenso,
para as potências do momento,
igual como conta a história da Bíblia sobre a Rainha de Sabá.
Agora Marib é só uma parada de caminhões,
na estrada entre a Arábia Saudita e Omã.
A fabulosa civilização lembrada
pela Bíblia, pelos antigos gregos e pelo Corão,
foi esquecida.
Exceto pela Rainha de Sabá em si mesma.
Estrangeira e exótica, ela é a mulher eterna, mãe e amante de fantasia,
mulher de poder, demônio com casco.
Ela transcendeu além da história e se tornou um mito.
Fomos nesta extraordinária viagem pela costa do Mar Vermelho,
buscando uma lenda e tratando de convertê-la em história real.
Mas a meta final da nossa viagem não são os famosos monumentos de Marib,
mas sim esta abandonada colina,
que ainda se encontra habitada depois de 3.000 anos.
Só que não é uma colina, é uma cidade em ruínas,
construída sobre as ruínas de cidades mais antigas,
camada após camada de vida humana.
Estes são os últimos habitantes do antigo Sabá.
Sabe, meu pequeno, onde se encontram as peças de pedra com as sábias escrituras?
Mais alto? Muito bem. Vamos dar uma olhada.
Os dias da antiga Marib como cidade ativa estão quase terminados.
Está previsto que suas danificadas torres serão demolidas.
Sim! Venham ver isto!
Os arqueólogos estão esperando.
Fantástico. O que você acha?
É a cidade inteira.
Em Shibam, você vê as casas construídas com tijolos de barro tradicionais,
mas aqui, há tanta pedra porque era a capital do reino de Sabá.
Todos os grandes edifícios foram construídos com pedras.
E então, apesar do que você vê,
são os últimos 300 anos de existência da cidade,
está construída sobre as ruínas
de mais de 2.500 anos do passado da cidade.
E estas são as últimas pessoas que vivem no local.
Quando se forem, será o fim.
Que tal isto?
Mas esse não é o fim da história.
Porque uma das coisas que esta viagem me ensinou
é que os mitos perduram nos corações das pessoas.
O que é isto?
O pequeno Mohammed me contou que ali em baixo
a Rainha de Sabá tinha seu palácio...
...e penso que isso seja verdade...