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Dae beleza? Eu sou o Velberan e estou aqui com o nono Underplay, quadro do canal onde
eu mostro jogos obscuros seguindo as indicações de vocês. E desta vez vamos ver Kolibri,
um shooter de beija-flor desenvolvido pela Novotrade em 1995 para o 32X, e foi sugerido
pelo Pescador Parrudo.
A primeira coisa me chamou atenção nesta sugestão é que era um jogo para o 32X, que
não é bem um console, ele é uma expansão para o Mega-Drive que não deu muito certo.
Ele recebeu poucos jogos, e até onde eu sabia o único que prestava era o Knucles Chaotix,
então resolvi conhecer o Kolibri e acabei gostando da idéia do jogo.
Colibri, pra quem não sabe, é um tipo de beija-flor e é isso o que a gente controla, um passarinho
que atira. Só isso já deixa esse jogo doido pra caramba, e conhecendo a história dele,
a doideira aumenta.
Diz aí que um cristal vindo do espaço caiu na terra criando a vida, e muito tempo depois,
um segundo cristal caiu e começou a destruir tudo. O primeiro cristal deu sua energia para
um dos colibris e a missão deste passarinho é salvar o mundo.
Os inimigos são na maioria insetos, alguns deles só atiram, outros perseguem a gente
e causam dano por contato. Uma coisa que eu achei muito legal é que alguns deles mostram
uma inteligência meio avançada, algumas abelhas e vespas atacam em bando cercando
nosso personagem. É bem difícil de escapar desses ataques mas não dá pra negar que
esse detalhe enriquece bastante o jogo.
Outras coisas que vemos aí são os bichos maiores, como os sapos e camaleões, que parecem
até que fazem parte do cenário porque ficam sempre parados lá, mas se a gente chega perto
deles, eles nos engolem.
Sobre o cenário acho que nem precisa falar muito que vocês já estão aí vendo.
O jogo é bonito pra caramba, mesmo algumas telas de fundo se repetindo em várias fases, isso
não tira a beleza da coisa.
As músicas também são bem gostosas, tranquilas e bem feitas, que é pra dar o clima certo
para o jogo. Eu achei a dificuldade dele mediana, mas mesmo quando tem alguma parte mais difícil
de passar não dá pra ficar nervoso com isso porque o ambiente todo do jogo é muito tranquilizador.
E neste jogo a gente tem vidas infinitas e ainda password pro caso de ter que parar a
jogatina pela metade, então apesar de ter algumas partes complicadas, só não fecha
ele quem não quer mesmo.
Só que esse jogo não é só maravilhas, tem algumas coisas que enchem o saco nele
sim. A primeira são sobre os powerups, o colibri conta com sete tipos de disparos diferentes,
cada um com um efeito bem interessante e tem algumas partes em que um tipo de tiro funciona
melhor que o outro.
Mas o problema nisso aí é que quando a gente vê uma esfera que não quer, temos que desviar
dela ou trocamos de tiro, então se estamos no meio de alguma treta essas coisas acabam
atrapalhando bastante.
Outro problema...Ah, isso não é bem um problema, é mais uma peculiaridade... é que não tem
medidor de vida na tela, só dá para saber como está a energia quando tomamos dano ou
achamos itens que recupera vida, então é bem difícil de saber quanto dano podemos
levar antes de morrer. mas pelo menos quando o passarinho morre a animação é legal.
Ah, me desculpe, mas eu ri disso aí.
Mas o maior problema com o jogo é que ele não é nem um pouco claro sobre os objetivos.
Várias fases pedem coisas diferentes, então pra quem está jogando sem o manual e quer
fechar na raça, sem a ajuda de um guia, vai ter que bater bastante a cabeça pra conseguir
passar de algumas fases.
Por exemplo em algumas temos que matar todos os insetos que rodeiam as flores para os outros
colibris poderem voltar pra lá. Em outras precisamos procurar por um item e algumas
delas o jogo vira um shooter sidescrolling.
Na maioria das fases a gente pode se movimentar livremente pelo cenário mas nessas de sidescrolling
a tela vai correndo inimigos vão aparecendo e a gente tem que pregar fogo neles.
Mas tem algumas dessas fases que a tela não vai correndo só de lado. Ela vai, volta,
sobe, desce e vem inimigos de todos os lados. Essas fases são bem da hora!
Então, nessas partes pelo menos o jogo fica bem parecido com os outros shooters que conhecemos.
Mas tirando isso, ele tem muitos elementos bem originais, este é aquele tipo de jogo
que sempre quis ser diferente de todo mundo.
Dá pra saber a razão disso quando descobrimos o nome do designer do jogo: Ed Annunziata.
Não sei se você conhece, mas esse cara foi o responsável pelos dois Ecco the Dolphin
do mega-drive.
O Ecco é um jogo que quem não entendeu fala que é uma porcaria e quem entendeu e conseguiu
jogar diz que ele é um dos melhores jogos da geração 16-bits. Eu nunca entendi esse
jogo direito, até tentei jogar na coletânea de jogos da Sega para o Playstation 3, mas
fiquei boiando no jogo o tempo inteiro, eu tenho que pegar ele de volta qualquer hora
pra tentar saber qual é o barato dele, porque falam muito bem desse jogo.
Mas teve outro título que esse cara trabalhou, e esse sim eu posso dizer que é um jogaço,
que foi o Spiderman vs. Kingpin. Já fiz review desse jogo aqui no canal, foi um dos meus
primeiros vídeos, tem um gameplay dele também e pra mim é o melhor jogo do Homem-Aranha
de todos os tempos. Vou deixar o link dos vídeos aí na descrição caso você não
tenha visto ainda porque é um jogo que vale a pena conhecer.
E eu fui dar uma olhada no que ele anda aprontando hoje em dia. Ele não trabalhou em tantos
jogos assim mas parece que hoje ele está fazendo jogos para tablet, o último saiu
em 2011 e se chama Slice HD, é um puzzle baseado em touch screen, o bagulho é meio
gore e tem um conceito muito interessante.
Voltando lá pro 32X, como eu disse no começo ele não era bem um console mas sim uma expansão
para o Mega-Drive, que tinha a intenção de transformá-lo em um console de 32-Bits.
Mas foi lançado na hora errada, do jeito errado e é meio que um párea no mundo dos games.
Saiu de linha rápido e tem só 39 jogos no total, e a maioria deles não justificavam
a compra deste trambolho na época.
Mas eu fui dar uma olhada nos títulos dele e tem algumas coisas bacaninhas sim, principalmente
por mostrar jogos de ação ou plataforma no estilo clássico de 2D só que com um pouco
mais de processamento, que é bem o caso do jogo que estamos vendo aqui, o Kolibri.
Na parte de gameplay ele não faz nada que um Mega-Drive sozinho não poderia fazer,
mas graças ao poder extra do 32X ele consegue ficar com um visual bem mais atraente, fluído
e colorido do que os consoles de 16 bits conseguiriam fazer.
Eu vou falar a verdade que quando comecei a jogar o Kolibri, fiquei bastante perdido
e estava achando ele meio chatinho, mas conforme eu fui pegando as manhas comecei a gostar
bastante dele, é um jogo muito bonito com um gameplay bem diferente e dá pra recomendar
para quem gosta de coisas mais inusitadas.
Hoje em dia tem saído muitos jogos, principalmente de produtoras indies, que tentam fugir do
convencional, e muitos deles exploram temas mais naturais, só que lá nas primeiras gerações
isso não era tão comum assim, e só isso já deixa o Kolibri bem interessante para conhecer.
Muito obrigado ao Pescador pela indicação e se você tiver mais jogos diferentes e pouco
conhecidos que gostaria de ver aqui no Underplay, pode deixar a sugestão aí nos comentários.
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estão aí na descrição.
Eu vou ficando por aqui, nos vemos no próximo vídeo, falou!