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Comemoração do 25o aniversário do parinirvana do Vidyadhara, Chögyam Trungpa Rinpoche. O mestre do sadhana de Mahamudra, novembro de 1975, Boulder, Colorado.
Este ano se comemora o 25o aniversário do parinirvana (morte) do Vidyadhara, Chögyam Trungpa Rinpoche, o fundador da nossa comunidade.
Seus ensinamentos deste seminário sobre "O Sadhana de Mahamudra" apresentam o princípio do mestre em suas próprias palavras. Nos lembra do brilho e profundidade que são os alicerces da linhagem Shambhala.
Como o Vidyadhara disse nesta palestra. A relação entre estudante e professor é como uma dança:
ao relacionar-se com o professor, sua opinião crítica e sua entrega trabalham juntas ao mesmo tempo. Não funcionam uma contra o outra.
Quanto mais você se conecta ao professor e ao mundo fenomenico e quanto mais você se desenvolve, ao mesmo tempo, mais você se questiona. Então, há uma espécie de dança que se estabelece entre o professor e você.
Você não está particularmente tentando anular sua inteligência questionadora e mudar para alguma forma de devoção cega. Ao contrário, os dois - cinismo e devoção - são sincronizados.
O assunto que vamos discutir agora sobre a própria sadhana é
um tema basicamente vajrayana.
e isto tem, ao mesmo tempo, muitas implicações,
conectadas com a prática básica do budismo hynayana e mahayana também.
E geralmente o primeiro ponto que eu goataria de abordar esta noite é um certo sentido de,
ou noção de, devoção, em um certo sentido; no qual se baseia o sadhana.
Qualquer tipo de prática desta natureza não pode ser comprendida adequadamente
sem ter algum senso ou, se preferir, hierarquia,
de algum tipo entre professor e estudante ou relacionamento guru - chela de alguma forma.
E é também o princípio por trás disto que é o mais importante de tudo.
então, não podemos ter essas coisas a menos que se tenha alguma compreensão do princípio do guru.
[risos] Então [risos]
Eu gostaria de explicar as jornadas que estamos fazendo
no estilo budista de prática de meditação, disciplina espiritual como um todo;
acreditamos que é necessário ter uma espécie de babá para começar.
como todos fazemos, que gostaríamos de ter nossa babá se somos ...
ou algum tipo de pais atuando como uma babá.
Gostaríamos de ter algúm tipo de babá;
de forma que alguem possa trocar nossas fraldas; alguem que possa nos dar um banho;
alguem que possa nos dar uma ducha, mudar de roupas; nos colocar o pijamas;
e nos dizer como comer, se deveriamos usar uma colher ou um garfo
ou como nos relacionar com copos e pratos, e onde sentar;
e também nos providenciar algum tipo de assento - chamado de cadeirinha para bebé.
Esse é o início. Não estou tratando paticularmente, neste momento,
vindo de ... um nível mais alto e algum tipo de nível especialmente arrogante.
Mas, se queremos na verdade funcionar na vida de forma apropriada, ao começar a crescer,
então, temos que ter algum ponto de partida para começar.
Como uma criança, devemos ter experimentado aquilo que era apropriado,
o que acontecia conosco...já nos aconteceu e a forma como este processo se desenrolou também.
Então, esta analogia do princípio dos très yanas está, na verdade, baseado no processo de criação de uma criança
e da forma de se relacionar com um adolescente e por último,como se relacionar com os adultos.
Esses são os très exemplos que poderiamos utilizar neste momento, com bastante simplicidade,
sem complicar mais.
Então, começando por este primeiro ponto, que é o relacionamento hinayana com a hierarquia,
se vocês querem chamar assim ou figura paterna.
que é o ponto de partida ... o ponto inicial da jornada do principiante.
que esta sadhana apresenta, em um nível muito elementar, de alguma forma.
então, esse senso de individualidade, esse senso de procura pessoal da espiritualidade
e o senso de processo de crescimento, qualquer que seja, baseado meramente em nossos sonhos.
A razão de dizer isto é porque temos de enfrentar esse fato.
de pensarmos que vamos nos tornar um candidato a Ph.D.
sem saber ainda como escrever, ler, falar e sem estarmos treinados para usar o sanitário.
Esse é o tipo de ambição que habitualmente temos:
não queremos ser incomodados por pequenos constrangimentos aqui e ali.
"É claro que posso deixá-los de lado e posso simplesmente crescer e assim que eu for reconhecido
na corrente principal do mundo respeitável e poderoso.
Podemos fazer nosso melhor e tenho certeza de que Eu posso fazé-lo."
Isto é o que usualmente todos acreditamos, este tipo de profissionalismo representa
uma abordagem autoconfiante e amadoristica frente à realidade, que realmente não é verdadeira.
Neste caso, não falamos necessariamente de budistas "profissionais";
mas para nos tornarmos adultos, temos que crescer como adultos
ao invés de converter uma criança em adulto, especialmente neste momento.
Então, na verdade, nós temos que realmente crescer e temos que realmente encarar
as possibilidades dos problemas que existem em nossa vida.
que na verdade temos que aprender a crescer,
aprender a ser perceptivos, aprender a desenvolver uma mente discriminadora;
e também temos de aprender a desenvolver um senso de sutileza,
e um senso de compreensão em relação a nossas reações ao mundo fenomênico,
e que são reações a nós mesmos ao mesmo tempo.
Portanto, a questão inicial é que para fazer essas coisas,
precisamos de alguma especie de figura parental para começar.
Na tradição hinayana, é... eles chamam isso sthavira, ou o termo pali thera,
que significa uma pessoa "mais velha", um "ancião".
que significa alguem que já passou
pelo nível da experiencia de baby sitting,
e eles mesmo já se tornaram baby sitters, é muito necessário;
porque temos que saber o que acontece se colocarmos nossos dedos na boca do fogão.
Temos que ser advertidos contra isto ou se decidirmos pisar em um monte de merda
ou se decidimos comé-la o que acontecerá conosco.
Todos esses pequenos detalhes, aparentemente insignificantes e triviais, basicamente;
mas fornecem uma base muito importante.
Temos de aprender os fatos e figuras e os pequenos detalhes que existem em nossa vida:
o que é bom, o que é ruim, o que deve ser feito, o que não deve ser feito.
Algum tipo de discriminação é importante, não necessariamente para
trazer tudo para a punição ou promessas e esse tipo de coisas,
ou mesmo relacionadas ao pecado original do conceito cristão, por si só.
Mas algum tipo de compreensão básica de como as coisas são
em conexão com a força natural.
Se você andar na neve sem nenhuma roupa, pegará um resfriado
- obviamente isto é um fato natural.
Se você tivesse comido veneno, você estaria morto.
Esses simples fatos e figuras são coisas importantes.
E espiritualmente também há coisas deste tipo, tais como,
que,basicamente, a nossa visão.... Podemos considerar-nos, a propósito,
mudando um pouco de assunto, podemos considerar-nos como adultos.
Você poderia dizer: "Bem, eu não preciso de uma babá. Eu posso cuidar dos meus negócios.
Estou bem, não, obrigado" Mas em termos da disciplina espiritual,
mesmo esta reação é muito infantil.Completamente.
Você está fechando completamente grandes avenidas de possibilidades de aprendizagem.
Se você começar rejeitando essas situações, então você não tem nada com o que trabalhar.
E não temos sequer a minima idéia de como começar com o nível de ABC da espiritualidade básica.
Então, na tradição hinayana, a noção de acharya, que significa "mestre", "professor",
"ancião", uma forma de figura paterna e ocasionalmente um babysitter,
uma figura parentalde algum tipo, é sempre necessária.
Não necessariamente para nos ensinar o que é bom e o que é ruim,
como odiar o mal e como trabalhar para o bem,
mas como desenvolver um senso geral de compostura.
Esse ponto é ... se torna muito importante no primeiro degrau;
que é o início da devoção, em algum sentido. Nesse ponto, no nível hinayana,
a devoção não é necessariamente devoção em termos de fé no nível etéreo
ou visionário como tal, particularmente.
Mas devoção e visão puramente a partir do senso de praticalidade:
o que necessita ser feito, o que é uma coisa a se fazer necessariamente
e o que é uma coisa a se evitar necessariamente. Isto é uma coisa muito básica, uma coisa simples.
Assim, no nível hinayana, os ensinamentos nos dizem
que, no inicio, nossa visão do mundo é também uma visão infantil.
Nós pensamos que vamos ter sorvete todo o dia, a cada minuto.
Que, cada vez que decidimos chorar e fazer birra,
nosso pai ou mãe ou nossa babysitter virá
com casquinhas de sorvete colorido e irá alimentá-lo.
Mas, na verdade, este não é o caso, de forma alguma.
Então, basicamente, o que estamos dizendo aqui é que a vida é baseada em dor, sofrimento, miséria;
e a mais próxima, a mais precisa tradução para duhkha,
que é a palavra em sânscrito para "sofrimento", acaba sendo "ansiedade", "estar ansioso"
Há sempre um tipo de estado de ansiedade,
mas alguem tem que lhe dizer que a vida é um gigantesco mundo de ansiedade.
para começar.
Então, vamos nos relacionar com esta primeira coisa, que, de fato, se chama "verdade"
É verdade porque se você começa a acreditar que há uma possibilidade
que você pode, na verdade, vencer a guerra combatendo com uma determinada dor,
se você pensa que poderia ser capaz de obter a chamada felicidade;
e isso não é absolutamente possível. Isso não acontece.
Assim o ancião, o pai, ou thera, ou sthavira nos mostra esses fatos e figuras;
que o mundo não é feito de favos de mel e um grande oceano de xarope de maple.
Que o mundo tem seus próprios pontos desagradáveis e delicados.
e quando lhe dizem essa verdade, você começa a apreciar mais.
Você começa a respeitar o fato de que essa verdade realmente vai muito longe
- pelo resto da sua vida. E você começa a ter uma espécie de atitude paternal
em relação ao professor, sthavira ou ancião.
E em relação ao sthavira ou ancião;
essa mesma verdade é como um chápéu velho para eles: porque eles já a conhecem.
Eles mesmos passaram por isso;
mas, no entanto, eles não tentam pregar sermões sobre elas.
Simplesmente olhe, não é tão bom quanto você pensa;
e vai ser, de alguma forma, doloroso para você entrar neste mundo.
E você não pode evitar; você já está nele ao mesmo tempo.
Então é melhor trabalhar com isto e aceitar essa verdade.
Isto é precisamente o que o Senhor Buddha historicamente primeiro proclamou em seu buda dharma,
a verdade do sofrimento.
E não temos que passar pelo resto das quatro nobres verdades em detalhes.
Acredito que a maioria de vocês já tem alguma compreensão disto.
A segunda etapa do nível de desenvolvimento na relação com o professor,
é um senso de já ter compreendido a primeira parte da verdade.
Que a figura paterna já foi compreendida e que a pessoa da figura paterna
não se tornou ou não se torna uma irritação ou alguém insuportável, desagradável,
em termos de claustrofobia para o desenvolvimento e compreensão da própria pessoa.
e depois começamos a nos desenvolver em um tipo diferente de área;
que é chamada de kalyanamitra, que é uma palavra sânscrita
que literalmente significa "amigo espiritual" ou "amigo na virtude".
O kalyanamitra é menos pesado, de certo modo, como o ancião ou o nivel parental;
mas, por outro lado, é muito mais pesado.
É como um tio rico, de certa forma, que provê dinheiro para o resto da família,
incluindo os pais.
E se torna muito mais significativo para nós,
porque o tio rico não quer ter seus parentes apenas descansando ao redor
apreciando e vivendo ás custas de seu dinheiro, passeando.
Mas gostaria de ser mais construtivo;
ele gostaria de ter parentes muito ativos,
de forma que o tio rico possa promover o seu próprio capital, qualquer que seja, promover a coisa toda.
Embora a abordagem do bodhisattva e a abordagem mahayanista desse tipo
não se baseia tanto no auto-engrandecimento
e uma técnica / abordagem autocentrada, como tal, necessariamente.
Mas há ainda um senso de se estar muito mais perto em certo sentido;
um amigo, um amigo espiritual é amigo.
Quando conselhos nos eram dados por parentes, que deveriamos ter um tipo diferente de atitude;
eles estão apenas nos dizendo a verdade relativa.
[risos]
Isto tem suas condições por trás disto e, ao mesmo tempo, suas aplicações por trás disto,
mas é a verdade relativa ainda.
Mas, quando amigos nos dão conselhos, se torna muito mais próximo do que a verdade relativa.
Se torna mais imediato, pessoal.
Por exemplo, se somos criticados pelos nossos pais, pensamos que é delírio deles,
ou existe algo errado entre nós e eles;
tomamos isso de forma branda, em certo sentido.
Algumas vezes, estamos muito ressentidos, o que nos ajuda a deixar isto de lado;
mas se somos criticados por nossos amigos, começamos a ficar assustados.
Começamos a pensar que talvez exista algum elemento de verdade nisso.
Assim, a abordagem do bodhisatva para o relacionamento com o professor
é, neste momento, em termos do amigo espiritual
muito mais exigente do que o nível puramente relativo.
Nos torna muito mais vigilantes, com um certo senso de conscienciosidade.
Neste ponto, a verdade relativa se torna, de certa forma, algo batido;
sabemos que o mundo é dor, sabemos a origem da dor e a sua cessação
e finalmente o caminho e tudo mais.
Mas, e agora? Neste ponto, o amigo espiritual começa a nos dizer,
"Não trabalhe unicamente com você mesmo. Compartilhe com os outros.
Fazer algo sobre os outros. Relacionar-se com suas projeções, em vez de projetar.
Fazer algo sobre o mundo lá fora
e tentar desenvolver um senso de simpatia e calor em si mesmo ".
o que é normalmente muito dificil de se fazer.
Nos sentimos realmente irritados pelo mundo ser doloroso e já estamos ressentimos com o nosso mundo;
e já somos um feixe de músculos, estamos muito tensos, contraidos.
é muito duro relaxar e abrir mão disto, mas pode ser feito;
isso não é uma impossibiliade, de forma alguma.
Tem sido feito no passado; é feito no presente e será feito no futuro.
Então, a pergunta é: "Que tal dar um passo? Abrir mão só um pouco?
Se abrir um pouco? Ser generoso, mas ao mesmo tempo ser disciplinado"
E, portanto, devemos ser pacientes ao mesmo tempo,
e trabalhar duro com esforço, ao mesmo tempo;
ao mesmo tempo ser consciente de tudo o que acontece,
e estar claro sobre todo o processo ao mesmo tempo.
O que é chamado de seis paramitas; que é uma ordem de altura em certo sentido.
Como podemos já fazer todos os seis ao mesmo tempo?
Parece que ou devemos ser um ator fantástico,
que realmente não está comprometido com nada do que faz e está simplesmente atuando;
ou ele deve se tornar um idiota que simplesmente segue os regulamentos,
as regras, doa coisas e é disciplinado e paciente
trabalha duro e assim por diante.
Mas exstem outras possibilidades de se fazer isto.
Que nos colocam sob o holofote, por assim dizer.
Que existe uma ideia geral de querer se abrir
devido a razão de que você não tem nada a perder.
Sua vida já é um emaranhado de miséria e caos;
E uma vez que esta é a sua situação você não tem nada a perder;
você pode ganhar algo simplesmente pelo ato de abrir mão, de se abrir.
Este parece ser o ponto,
na qual a transição entre o ancião e o amigo espiritual acontece.
Ou do tio rico que o joga na rua,
sem muito dinheiro. Ele pode lhe dar alguns lápis;
e dizer para você vendê-los, vá para o mundo e venda-os; faça isto.
Podemos dizer,"Me desculpe, Eupreciso de roupas quentes. Eu não posso ir para fora deste jeito".¾
Ele irá dizer,"Me desculpe, mas primeiro você deve vender os seus lápis. Depois você irá conseguir um casaco.
Você deve comprar um casaco para você;
ao invés de eu lhe dar um casaco. Você deve conseguir o seu próprio dinheiro".
De qualquer maneira, isto é um exemplo muito grosseiro; não entendam isto erroneamente;
mas isto parece ser a ideia geral e o padrão destes.
E agora, a próxima coisa sobre a qual vamo tratar é um ponto bastante complicado
e sutil que é o próximo nivel de hierarquia em termos de devoção,
confiança e entendimento do professor,
que é conhecido como mestre vajra no nivel vajrayana,
e tem um tipo diferente de inclinação.
Mas, de certa forma, é uma combinação do primeiro e segundo
colocados juntos, em certo sentido.
É o mesmo tipo de processo, a mesma linha de pensamento, de certa maneira;
mas ao mesmo tempo tem algo de singular.
O mestre vajra não é um ancião, uma figura parental, um amigo ou um amigo espiritual
ou um tio rico.
O mestre vajra é um guerreiro nato; que aceita alguns poucos estudantes.
E se os estudantes são desleixados e desatentos
desnecessariamente receptivos... não receptivos;
então o Mestre Vajra não aceitaria tal pessoa.
O Mestre Vajra, vajra é uma palavra em sânscrito que significa "indestrutivel",
indestrutivel como um diamante. Vajra vêm da mitologia Indiana, o cetro de Indra,
o rei dos deuses na mitologia indiana, que é feito de...
Seu cetro é uma arma tão poderosa que destrói qualquer coisa
tendo destruido tudo ele retorna para sua mão.
Ao mesmo tempo, tem uma força muito maior não somente para destruir uma determinada situação,
mas qualquer situação;
é indestrutivel porque não tem nenhuma fissura nesta arma
é impossivel torcê-la. Não há maneira de destruir esta arma em particular.
A ideia de Mestre Vajra,
a ideia de vajra é algo completamente bem estrutrado,
entender a visão que não possui nenhuma fissura em lugar algum,
ou possibilidades de potenciais criticas,
Isto quer dizer, a chance de colocar confusão nisto;
porque é uma situação completamente bem protegida.
Não bem guardada no sentido de paranóia,
mas bem guardada no sentido de sua própria existência;
auto-guardada, por assim dizer.
E portanto a analogia mais próxima que poderiamos usar é a mentalidade do tipo samurai.
Tal professor é feroz; e ao mesmo tempo tem as qualidades de um pai,
e, em certo sentido, também a do ancião, e também possui as qualidades de um amigo,
ao mesmo tempo.
Pode ser uma pessoa muito passional, calorosa e poderosa, empática;
mas, no entanto, não aceita nenhum tipo de estupidez, por assim dizer;
se pudéssemos falar sobre Americanização neste momento.
Estudar com tal pessoa é muito perigoso;
mas, ao mesmo tempo, algo muito avançado.
Você pode, de fato, progredir muito mais rápido no caminho.
Mas se você tivesse começado com a atitude de ir mais rápido;
você pode acabar indo mais devagar, por outro lado.
A noção do método de ensino do mestre vajra está relacionada
a criação de sucessivas situações em sua vida.
Tendo passado pelo hinayana, pelo mahayana,
finalmente você chega ao vajrayana
neste ponto você já está bem treinado e bem disciplinado.
E no nivel vajrayana, o mestre vajra começa a demandar confiança completa,
incondicional, sem explicações, confiança completa, abertura completa
sem nenhuma lógica por trás disto, talvez.
Talvez algum tipo de lógica simples, mas o resto é completamente direto:
"Você gostaria de vir comigo e tomar parte nesta batalha histórica?
Venha; aqui está a sua espada."
É claro que há espaço para se acovardar. Mas, uma vez que você se acovarde
você poderia ter uma série de problemas, problemas indescritiveis.
Quanto mais você se acovardar,
mais você será amedrontado deliberadamente pelo mestre vajra.
Embora não queira pintar um quadro sombrio do mestre vajra,
neste momento; mas esta é simplesmente a verdade.
Quanto mais você tentar escapar, mais você será caçado, você será colocado contra a parede.
Quanto mais você tentar trabalhar com isto, ai então você será convidado para um festim fantástico
e a celebração para participar nesta dança que está acontecendo em conjunto.
A noção básica é uma mentalidade de celebração e festa.
A qual não é relacionada a indulgência, como acontece em festas ou coisas parecidas,
esta maneira particular, ou envolvendo comer muitas coisas necessariamente;
mas festim no sentido de verdadeiramente partilhar experiências ricas de todos os tipos juntos.
E, neste sentido, os ensinamentos vajrayana se tornam vivos, se tornam apropriados.
Mas, se você não se encontra na posição de ver as a riqueza das experiências apropriadamente;
então você não está pronto para isto;
tal mestre vajra pode te enviar de volta para seu amigo espiritual
ou, se necessário, de volta para seu ancião, para seu rabbi.
O nivel de comprometimento que você tem com o mestre vajra samurai
não é tanto que tal pessoa é unicamente alguém verdadeiramente externo ;
isto possui suas próprias possibilidade internas também.
Eu li um informativo outro dia que o professor doutor Herbert Guenther
falou sobre isto, no final do kalyanamitra
a amizade espiritual já aconteceu; então você já descobriu o seu guru interno.
Eu devo contradizer esta afirmação em particular;
a menos que ele tenha se tornado secretamente amor e luz.[risadas]
Apesar dele ser um grande professor, este não é o caso.
Para se tornar um amigo espiritual, para trabalhar com um amigo espiritual,
é um nivel em que, particularmente, você não vê seu guru interno de forma nenhuma;
é somente um nivel de amizade.
Então algo além disto,
acontece quando você começa a se relacionar com o mestre vajra.
Então você começa a sentir um senso maior de heroismo, um senso maior de destemor,
um senso maior de poder ocorrendo a todo momento.
Então, neste momento, nós começamos a desenvolver algum entendimento sobre as possibilidades
que poderiam ser suas próprias fontes ao mesmo tempo.
Tal viagem dura mais, a jornada dura mais;
muito, muito mais do que você esperava.
Porque isto seria a última coisa que o professor
ou o mestre vajra gostaria de fazer, te dar qualquer tipo de viagem
que você tenha a possibilidade de rejeitar
o seu irritante e intenso mestre vajra;
de forma que você pudesse puramente internalizar dizendo;
"Eu não tenho que ir e encarar esta pessoa mais.
Eu posso fazer isto sozinho...qualquer coisa. Muito obrigado por tudo".
Este parece ser o ponto interessante no nivel do mestre vajra;
é que há um senso de mágica,
um senso de poder e também um senso de imensa devoção.
Que tem um sentido diferente de devoção ao qual estamos acostumados a falar
nas tradições teisticas, fé e devoção em Cristo ou Krishna
ou qualquer outro que você possa ter.
Mas, neste caso, fé e devoção está muito relacionado ao sentido de
não desistir completamente, mas tomar mais coisas,
exemplos, insight, poder e todo o resto em você mesmo,
Que, de fato, você pode ser iniciado
-- esta é precisamente a palavra: abhisheka, abhishek- a,
Nas tradição teistica de fé e devoção este ponto de vista
é bastante remoto.
Nós temos alguém lá foratodo o tempo, não temos somente uma pessoa sozinha; isto não é um problema;
há um outro professor, outro ancião ou parentes; tudo bem;
mas além disto há também mais um outro, um outro maior, que vai alimentá-lo,
que vai lhe dar segurança e tudo se torna, de certa maneira, no nivel de,
exatamente como eles chamam, o nivel etéreo da alteridade se torna muito transparente.
Isto irá salvar você, ou isto a que nos referimos,
Talvez você não acredite nisto como um homem idoso com uma barba, necessariamente,
mas isto está em algum lugar, pregando uma peça em nós.
Que a razão pela qual todos os lagartos estão sendo produzidos,
e todas as cobras estão se enrodilhando;
todos os rios correm para baixo, e todas as árvores estão crescendo
-- todos estes mistérios devem ter sido criados por "eles" ou "algo";
o que impede o entendimento da magia real.
Como podemos entendê-los, como nós mesmos podemos, de fato, fazer isto;
ao invés dizer que deve ter sido a criação dele.
Isto dá a impressão que todo o mundo é comandado por uma corporação gigantesca,
incluindo o clima.
Mas, neste caso, nós comandamos nossa própria corporação,
de acordo com tradição não teistica do Budismo.
Pois nós temos acesso a isto e a razão pela qual nós temos...
nós podemos comandar nossa própria corporação, nós temos de ter manuais, sistemas, técnicas,
e direções que podemos receber do mestre vajra.
Que podem, de fato, nos colocar em uma situação bastante dificil.
Se você for tolo, se não formos exuberantes, se você não for o suficiente...
se você não se esforçar o bastante e assim por diante.
É isso.
das perguntas e respostas
Q: Se você mantiver esse cinismo até o último momento,
então parece que você pode perceber que esta pessoa
na qual estava colocando toda essa confiança;
que isto,na verdade, poderia ser mais um daqueles auto-enganos.
E ... então você pode fazê-lo apenas por um senso de
"Bem, mesmo se fosse isso não teria importância de qualquer maneira".
É aqule ahh ... Eu não consigo ver você através da câmera.
CTR: Bem, eu acho que a questão é que funciona nos dois sentidos, na verdade, de certa forma.
Que sua opinião crítica e, ao mesmo tempo, a sua entrega trabalham em conjunto.
Elas não estão lutando uma contra outra.
Quanto mais você entende e quanto mais você estiver se desenvolvendo
mesmo estas coisas são questionáveis ao mesmo tempo.
Então há um certo tipo de dança acontecendo entre você e o professor, igualmente.
Você não está tentando anular uma área
e conectar-se a outra área, particularmente.
é você sabe sincronizado junto.
Isto deve ser possivel e não deveria ser uma situação puramente mate-ou-cure.
Ou você se torna muito ingênuo
ou simplesmente se torna terrivelmente cinico a respeito da coisa toda.
Você sabe, a ponto de desistir de tudo;
mas isto, de alguma maneira, não tem nenhum tipo de equilibrio.
Deve haver um trabalho conjunto.
Q: Algum tipo de alternância entre um estado e outro?
CTR;Bem, há um sentido geral de uma atitude cinica no inicio,
e também um senso geral de abertura ao mesmo tempo,
outra camada que está ocorrendo, e elas trabalham em conjunto-- simultaneamente.
Então, ao mesmo tempo você é aquilo que você recebeu,
o que você recebeu é visto como um grande presente, apreciado,
mas, ao mesmo tempo, como isto foi recebido é questionado,simultaneamente.
Kalapa Recordings e Arquivos Shambhala gostariam de agradecer os videographers, video mixers e técnicos de som que fizeram as gravações originais deste seminário
Videographers: Don Donaghy, Randy Sunday
Video mixers:Ruthie Astor, Peter Goldfarb
Técnicos de áudio: Bruce Wauchope, Wendy Nelson
Apresentado em 24 de novembro de 1975 para o sangha de Karma Dzong em Boulder, Colorado
A preservação do vídeo original foi possível pelo projeto Video recovery dos Arquivos Shambhala.
Produzido por Shambhala Media
Co-diretores: Emily Sell e Terry Rudderham
Editor do vídeo: Gordon Kidd
Consultor do vídeo: Carolyn Gimian
O conjunto da edição digital do vídeo foi possível graças ao financiamento da fundação Shambhala Trust.
Para informação sobre os Arquivos Shambhala, visite www.archives.shambhala.org
Kalapa Recordings publica as gravações em vídeo e audio do Venerável Chögyam Trungpa Rinpoche, Sakyong Mipham Rinpoche e outros professores budistas e de Shambhala
Gordon Kidd, Diretor técnico.
Kalapa Recordings Uma divisão de Shambhala Media. 3008 Oxford St., Ste 201, Halifax, NS, B3L 2W5
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