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Para que uma escola como esta funcione da melhor maneira,
não basta que os gestores, professores e funcionários
façam bem o trabalho deles.
O sucesso de uma escola também depende da participação
comprometida dos alunos e das famílias.
E, para permitir essa interação,
existem os Conselhos Escolares e os Grêmios Estudantis.
Então, vem com a gente para conhecer trabalhos
que colocaram essas ideias em prática.
Este é o Programa “Minha Escola, Uma Excelente Escola”.
A gente começa mostrando projetos
da Escola de Referência Professor Manuel Leite,
em Salgueiro no Sertão.
Aqui, estudam 822 alunos dos Ensinos Médio e Fundamental.
Muitos deles participam do Projeto “Recreio Interativo”.
A turma que faz parte do Grêmio Estudantil
levou a proposta à direção, e a ideia foi aceita.
Os alunos passaram a aproveitar o tempo do recreio
para ajudar nas atividades da escola,
como o preenchimento dos cadastros de empréstimo
e devolução de livros na biblioteca.
Aqui, nós fazemos o controle dos jogos e dos gibis.
A gente gosta de fazer esse trabalho
porque a gente ajuda os funcionários da escola,
como também a gente sente um prazer
em estar ajudando todos eles.
O Grêmio precisa estar organizado na escola,
precisa representar os alunos.
Os alunos precisam ver no Grêmio a possibilidade deles
terem uma participação ativa dentro da escola.
E, quando a gente dá esse espaço, abre esse espaço,
e favorece que eles se organizem,
eles são uns grandes parceiros da escola.
Na Escola Manuel Leite,
também foi implantado o Conselho Escolar,
que é formado por pais, professores e funcionários.
O Conselho, composto por 10 pessoas que se reúnem a cada 2 meses,
faz a gestão dos recursos financeiros da escola.
Meu nome é Inês, eu sou professora de Língua Portuguesa,
presidente do Conselho Escolar
juntamente com uma mãe de aluno
O emprego da verba que chega na escola passa pelo Conselho,
toda a distribuição, a necessidade que a escola tem,
e como essa verba é empregada, principalmente.
Na escola, também funciona
o Projeto “Gentileza Gera Gentileza”.
Com reflexões sobre bons exemplos de convivência,
os professores ensinam que agir
com cordialidade faz a vida ficar melhor.
Esse projeto tem organizado as nossas relações,
de todos que vivemos na escola, inclusive dos pais.
A gente até pretende, e já consegue,
que o projeto ultrapasse os muros da escola.
Agora, a gente mostra a Escola de Referência
em Ensino Médio Regina Pacis,
no município de Santa Cruz da Baixa Verde
e onde estudam 512 adolescentes.
Aqui, é praticado o planejamento coletivo.
Todos os funcionários estão envolvidos na gestão escolar.
Na área pedagógica, foi criado o Dia do Planejamento:
a cada 2 meses, os professores e a direção se reúnem
para avaliar aquele período.
Eles analisam o rendimento dos alunos, as falhas cometidas,
acertos que devem ser repetidos.
A merenda também é planejada entre a gestão e as merendeiras.
Verificando as quantidades entregues pelos fornecedores
e o prazo de validade dos produtos,
é possível evitar o desperdício e fazer o controle do estoque.
E tudo aqui é feito com o conhecimento e a aprovação dos pais.
Os recursos que nós recebemos, aqui na escola,
a gente tenta trabalhá-los da melhor maneira possível,
o mais transparente possível.
A gente só consegue realmente uma gestão democrática
e participativa na escola quando a gente começa a dar o exemplo,
a partir do exemplo da gente,
do envolvimento das pessoas na gestão.
E o incentivo que as pessoas
sintam a importância de participarem da gestão.
Agora, a gente vai até a Escola
de Referência em Ensino Médio Carlos Rios, em Arcoverde,
para mostrar uma ideia surpreendente.
É o Projeto “Sua Nota Vale Uma Nota”.
A cada boa nota recebida nas provas,
os alunos acumulam pontos
que são contabilizados em um cartão individual.
Quem explica é Josi, professora de inglês.
Esse cartão foi criado para
que o aluno tivesse um crédito nele,
para funcionar como cartão de créditos.
Avisamos e combinamos com os professores e com os alunos.
Os pais foram chamados, convocados.
E a principal meta era fazer com que o aluno descobrisse
que ele precisa estudar, para que no futuro ele viesse
a ter um cartão de créditos de verdade, é claro.
O resultado dos seus boletins,
o somatório das médias iam premiá-los de alguma forma.
Eles iam ter um limite disponível no cartão para ser gasto.
Com isso, a gente tinha um outro desafio,
que era o fato de ter brindes para fazer essa troca.
Buscamos parceiros no comércio.
Uma rede de lojas da cidade resolveu investir,
então, doou bastantes brindes.
Entramos com o quê?
Entramos com a ajuda de dois computadores para doar
para o aluno do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Pedimos também que outros comerciantes comprem essa ideia,
não só a nossa loja mas outros comerciantes da região, que ajudem.
Ajudei a promover o projeto. Junto com os alunos,
fui de sala em sala, ao lado da professora
que estava no comando do projeto,
para incentivar meus amigos a tirar notas boas.
Eu fui Aluna Nota 10, no Colégio Carlos Rios,
e eu ganhei um computador, nesse ano.
Ganhei um computador com a média 10
e achei bom porque incentivou os alunos
a tirarem notas boas e se interessar mais pelo estudo.
Na Escola Iracema Moura de Moraes,
no município de Ibimirim,
vem outro exemplo de estímulo aos alunos:
a Agenda Avaliativa.
As dimensões da avaliação passam a ser atitudinais,
cognitivas, procedimentais.
E isso, é claro, não só para nós professores
mas também para os alunos.
A entrada, o comportamento com o outro,
a relação consigo mesma passa a ser observado.
E isso não é em detrimento de outro conhecimento.
Na verdade, nós somamos, nós aliamos
todos os potenciais dos alunos nessa perspectiva,
de olhá-lo de forma integral,
para construir aí um resultado que não é só quantitativo
mas que também, acima de tudo, é qualitativo.
Isso, para a gente, é muito importante,
porque a gente consegue acompanhar
os nossos filhos dentro da escola.
Uma ideia que vem da Escola de Referência
em Ensino Médio Professor Manoel Edmundo,
na cidade de Lagoa dos Gatos.
No colégio, os alunos sabem muito bem quais são
as normas que eles devem cumprir.
Todas elas estão descritas
num documento chamado Termo de Compromisso.
Já nas primeiras aulas, inicialmente,
quando a gente está recebendo os alunos,
é trabalhado com os alunos todas as normas da escola.
Desde a questão do fardamento até a questão de indisciplina,
o que poderá acontecer
no caso da infração de alguma dessas disciplinas.
Coisas simples, desde o uso do celular na sala de aula,
a conservação da sala de aula, do material, da limpeza.
Então, já no começo do ano,
o professor trabalha isso com o aluno,
apresenta para ele, é discutido junto com eles,
mas a gente procura mostrar para ele a necessidade
de seguir essas regras para poder trabalhar em grupo,
para se conviver em grupo, porque são muitas pessoas.
Não dá para viver numa sociedade,
e a escola é uma sociedade, sem cumprir regras.
Feito isso, todos os alunos, depois da conversa,
assinam o Termo de Compromisso
e passam a ser do conhecimento de todos.
Também é lido na reunião de pais,
na primeira reunião que a gente tem com os pais,
os pais tomam conhecimento das regras da escola,
do termo de conduta que o filho assinou.
E a gente conseguiu ter, hoje, a gente não tem mais
aquela desculpa “eu não conheço as regras da escola”.
Eu acho muito importante o Termo de Compromisso,
porque é como se fosse uma responsabilidade
a mais para cada aluno,
e assim a gente pode cumprir com as regras
e ajudar a escola nesse papel.
E, caso a gente não cumpra essas regras,
é convocado os pais ou então assina
o termo de responsabilidade.
Por final, a gente sentiu que
o comprometimento do estudante aumentou,
porque, a partir do momento que ele passou
a ver que assinou um termo e ele leu esse termo antes de assinar
e que, sempre quando alguma coisa estava dando errado,
o termo estava ali para lembrar a ele que não era bem desse jeito.
A partir desse momento, ele passou a ter uma conduta,
uma postura melhor como estudante.
Seguimos para a Escola de Referência em Ensino Médio
Augusto Severo, em Jaboatão dos Guararapes.
Assim como todos os 609 alunos que estudam aqui,
Rafaela também precisa deixar, logo na entrada,
a Caderneta do Aluno.
Ela traz o histórico de notas e também observações
de comportamento, fardamento, frequência e pontualidade.
Isso ajuda os pais a acompanhar a vida escolar dos alunos.
Os pais ficam cientes de tudo o que acontece,
se a gente está vindo realmente para a escola,
a nossa frequência.
É bastante importante para todos nós,
nós como alunos e eles como pais.
Essa caderneta foi criada porque alguns alunos
saiam antes do horário sem que nós soubéssemos que tinham saído.
Então, no período de férias, eu junto com as técnicas
resolvemos voltar ao passado,
onde na nossa época de estudantes existia caderneta de frequência.
Então, nós recriamos a caderneta,
onde tem o nome do aluno, a filiação,
o telefone do responsável, a série e a turma.
Então, o aluno chega no outro dia, logo de manhã,
e coloca a caderneta num depósito que nós temos no início da sala.
Quando eles se acomodam em sala de aula,
eu recolho a caderneta e carimbo, boto a presença do dia.
Ao final da tarde, eu devolvo ao professor,
e o professor entrega ao aluno.
Serve também para os pais verem a frequência dos seus filhos
e estar acompanhando o dia a dia do aluno.
A juventude, hoje em dia, pode perfeitamente
desviar os olhares dos pais,
porém essa entidade de ensino é bem rigorosa
em relação à liberação do aluno.
Eu sou grata tanto à minha mãe como à escola
por estar sempre presente na minha vida escolar,
na minha vida familiar, porque é importante, não é, gente?
Percebeu?
É com envolvimento, compromisso e boas ideias
que a gente consegue fazer da palavra educação
sinônimo de realização.