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Boa tarde!
Como todos os anos, depois de ter percorrido a fila, falo convosco. Desta vez, percorri
a fila com o coração. Estou um pouco distante e não posso compartilhar convosco este momento
tão bonito. Neste instante caminhais rumo à imagem de são Caetano. Por que motivo?
Para vos encontrardes com ele, para vos encontrardes com Jesus. Mas hoje, o tema desta peregrinação
— tema escolhido para vós, seleccionado entre muitas possibilidades — neste dia
o tema fala de outro encontro, dizendo: «Com Jesus e com são Caetano, vamos ao encontro
dos mais necessitados!». Fala do encontro das pessoas que têm necessidade, daqueles
que precisam da nossa ajuda, do nosso olhar de amor, da nossa participação no seu sofrimento,
nas suas ansiedades e nos seus problemas. Mas o mais importante não é fitá-los de
longe, ajudá-los à distância. Não, não! É ir ao seu encontro. Isto é cristão! É
isto que Jesus ensina: ir ao encontro dos mais necessitados. Como Jesus, que ia sempre
ao encontro das pessoas. Ele ia ao seu encontro. É preciso ir ao encontro dos mais necessitados.
Às vezes, pergunto a alguém: «Tu dás esmola?». Respondem-me: «Sim, padre». «E quando dás
esmola, fitas os olhos da pessoa à qual a dás? «Ah, não sei, não me dou conta».
«Então, tu não a encontraste. Tu lançaste a esmola e foste embora. Quando dás esmola,
tocas a mão da pessoa ou lanças a moeda»? «Não, lanço a moeda». «Então, tu não
a tocaste. E se não a tocaste, também não a encontraste».
Jesus ensina-nos, antes de tudo, a encontrar-nos e, encontrando, a ajudar. Devemos saber encontrar-nos.
Temos que edificar, construir uma cultura do encontro. Quantas divergências, problemas
em família, sempre! Problemáticas no bairro, no trabalho, em toda a parte. E as divergências
não ajudam. A cultura do encontro. Sairmos para nos encontrarmos. E o tema reza: «Encontrar-nos
com os mais necessitados», ou seja, com aqueles que têm mais carências do que eu. Com aqueles
que passam por maus bocados, piores do que os meus. Há sempre alguém que está pior,
não? Sempre! Há sempre alguém. Então, eu penso: «Estou a passar por um momento
negativo, faço a fila para me encontrar com são Caetano e com Jesus, e depois saio para
ir ao encontro do próximo, porque há sempre alguém que está pior do que eu». É com
estas pessoas, é com elas que devemos encontrar-nos.
Obrigado por me ouvirdes, obrigado por terdes vindo aqui hoje, obrigado por tudo aquilo
que tendes no coração. Jesus ama-vos muito! São Caetano ama-vos muito! E só vos pede
uma coisa: que vos encontreis uns aos outros! Que andeis, procureis e vos encontreis com
os mais necessitados! Mas não sozinhos, não! Com Jesus e com são Caetano! Vais convencer
o outro a tornar-se católico? Não, não, não! Vais encontrar-se com ele, é o teu
irmão! E isto é suficiente. E vais ajudá-lo; o resto é Jesus que o fará, é o Espírito
Santo. Recorda-te bem: com são Caetano, nós carenciados vamos ao encontro dos mais necessitados.
Com Jesus, nós indigentes, que temos maior necessidade, vamos ao encontro de quantos
têm ainda maior carência. E talvez Jesus te indique o caminho para te encontrares com
quem tem maior necessidade.
Quando te encontrares com quem tem maior carência, o teu coração começará a aumentar, a crescer,
a dilatar-se! Pois o encontro multiplica a capacidade de amar. O encontro com o próximo
dilata o coração. Ânimo! «Sozinho, não sei como agir». Não, não, não! Com Jesus
e com são Caetano!
Deus te abençoe e que tu termines bem o dia de são Caetano. E por favor, não te esqueças
de rezar por mim. Obrigado!