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Tradutor: Leonardo Silva Revisor: Gustavo Rocha
Einstein disse:
"Nunca penso no futuro; ele chega rápido demais".
Ele ele estava certo, é claro.
Então, hoje, estou aqui para pedir que vocês pensem
sobre como o futuro está acontecendo hoje.
Ao longo dos últimos 200 anos, o mundo vivenciou
duas grandes ondas de inovação.
Primeiro, a Revolução Industrial
nos trouxe máquinas e fábricas, ferrovias,
eletricidade, viagens aéreas
e nossas vidas nunca mais foram as mesmas.
Depois, a revolução da Internet
nos trouxe o poder da computação, redes de dados,
acesso sem precedente
a informação e comunicação
e nossas vidas nunca mais foram as mesmas.
Agora, estamos vivenciando
outra mudança metamórfica:
a Internet industrial.
Ela reúne máquinas inteligentes,
***ítica avançada
e a criatividade das pessoas no trabalho.
É o casamento entre mentes e máquinas.
E nossas vidas jamais serão as mesmas.
Em minha função atual, vejo de perto
como a tecnologia está começando a transformar
setores industriais que têm enorme participação
em nossa economia e em nossas vidas:
energia, aviação, transporte, saúde.
Para um economista, isso é bem incomum,
e é extremamente empolgante,
porque é uma transformação
tão poderosa quanto a Revolução Industrial e mais,
e, antes da Revolução Industrial,
não havia crescimento econômico algum.
Então, o que é essa Internet industrial?
Máquinas industriais estão sendo equipadas
com um número cada vez maior de sensores eletrônicos
que permitem que elas enxerguem, ouçam, sintam
como jamais antes,
gerando enormes quantidades de dados.
dados ***íticos cada vez mais sofisticados,
sendo então os dados examinados,
fornecendo informações que nos permitem
operar as máquinas de maneiras totalmente novas,
de forma muito mais eficiente.
E não apenas máquinas individuais,
mas frotas de locomotivas, aviões;
sistemas inteiros, como redes de energia elétrica, hospitais.
Trata-se de otimização de recursos e de sistema.
É claro, sensores eletrônicos
existem há algum tempo,
mas alguma coisa mudou:
uma queda violenta no custo dos sensores
e, graças aos avanços da computação na nuvem,
uma queda rápida no custo de armazenamento
e de processamento de dados.
Então, caminhamos rumo a um mundo
onde as máquinas com as quais trabalhamos
não são apenas inteligentes, mas são brilhantes.
São autoconscientes, preditivas,
reativas e sociais.
São motores de jatos, locomotivas, turbinas a gás,
equipamentos médicos, comunicando-se facilmente,
entre si e conosco.
É um mundo onde a própria informação
torna-se inteligente e chega até nós
automaticamente quando precisamos dela,
sem precisarmos procurá-la.
Estamos começando a instalar
em todo o sistema industrial
virtualização embutida,
tecnologia de processadores multi-core,
comunicações avançadas basadas na nuvem,
uma nova estrutura de máquinas definidas por software,
que possibilita que a funcionalidade da máquina
se torne virtualizada em software,
dissociando o software do hardware,
e nos permitindo, de forma remota e automática,
monitorar, gerenciar e melhorar recursos industriais.
Porque isso importa?
Bem, primeiro, já está nos permitindo
mudar em direção à uma manutenção
preventiva e condicionada,
o que significa consertar as máquinas
antes que elas apresentem defeito,
sem perder tempo,
fazendo sua manutenção de forma programada.
E isso, por sua vez, está nos levando
a um índice zero de inatividade imprevista,
o que significa que não haverá mais interrupções de energia,
nem atrasos em voos.
Então, vou dar alguns exemplos
de como essas máquinas brilhantes trabalham,
e alguns deles podem parecer triviais,
outros são claramente mais significativos,
mas todos eles causarão um impacto muito poderoso.
Vamos começar pela aviação.
Atualmente, 10% de todos os cancelamentos
e atrasos de voos
se devem a situações de manutenção não programada.
Algum problema surge de forma inesperada.
Isso resulta em custos de oito bilhões de dólares
para a indústria da aviação comercial, em todo o mundo, todos os anos,
sem falar do impacto sobre todos nós:
estresse, inconveniências,
reuniões perdidas enquanto sentamos impotentes
num terminal de aeroporto.
Então, como a Internet industrial pode ajudar nisso?
Nós desenvolvemos um sistema de manutenção preventiva
que pode ser instalado em qualquer aeronave.
É autodidático e capaz de prever problemas
que um operador humano deixaria passar.
A aeronave, durante o voo,
se comunicará com técnicos no solo.
Ao pousar, eles já saberão
se algo precisa de manutenção.
Somente nos EUA, um sistema como esse pode evitar
mais de 60 mil atrasos e cancelamentos por ano,
ajudando sete milhões de passageiros
a chegar a seus destinos pontualmente.
Ou na saúde.
Atualmente, os enfermeiros passam, em média,
21 minutos por turno
buscando equipamento médico.
Isso parece banal, mas resulta em menos tempo
cuidando dos pacientes.
O Centro Médico St. Luke, em Houston, Texas,
que instalou tecnologia de Internet industrial
para monitorar e conectar eletronicamente,
pacientes, funcionários e equipamentos médicos,
reduziu o tempo de mudanças de leito
em quase uma hora.
Se você precisa de uma cirurgia, uma hora faz diferença.
Isso significa que mais pacientes podem ser tratados,
mais vidas podem ser salvas.
Outro centro médico, no Estado de Washington,
está conduzindo um sistema que permite
que imagens clínicas de tomografia computadorizada e ressonância magnética
sejam analisadas na nuvem,
possibilitando melhor análise,
com um custo menor.
Imaginem um paciente
que tenha sofrido um traumatismo grave
e precise da atenção de vários especialistas:
um neurologista, um cardiologista,
um cirurgião ortopédico.
Se todos eles puderem ter acesso instantâneo e simultâneo
a tomografias e imagens logo que forem realizadas,
eles poderão oferecer melhores tratamentos de saúde mais rapidamente.
Então, tudo isso se traduz em melhores resultados na saúde,
mas também pode proporcionar importantes benefícios econômicos.
Uma redução de apenas 1% na ineficiência existente
pode trazer uma economia de mais de 60 bilhões de dólares
para a área da saúde em todo o mundo,
e isso é apenas uma gota no oceano,
se comparado ao que precisamos fazer para tornar a saúde
acessível, de forma sustentável.
Avanços semelhantes estão acontecendo na área energética,
incluindo a energia renovável.
Parques eólicos equipados com um novo sistema de monitoramento e diagnóstico remoto,
que permite que as turbinas eólicas se comuniquem
e ajustem a inclinação de suas hélices de forma coordenada,
dependendo de como o vento estiver soprando,
agora podem produzir eletricidade a um custo
de menos de cinco centavos de dólar por kWh.
Dez anos atrás, custava 30 centavos,
seis vezes mais.
A lista continua, e crescerá rápido,
porque os dados industriais agora estão crescendo exponencialmente.
Até 2020, eles chegarão a mais de 50%
de toda a informação digital.
Mas não se trata apenas de dados e, por isso, vou mudar o foco
e contar a vocês como isso já está impactando
o trabalho que realizamos todos os dias,
porque essa nova onda de inovação
está trazendo novas ferramentas e sistemas
que nos permitirão colaborar
de forma mais inteligente e rápida,
tornando nosso trabalho não só mais eficiente,
mas também mais gratificante.
Imaginem uma engenheira de campo chegando ao parque eólico
com um dispositivo portátil que lhe informe
quais turbinas precisam de manutenção.
Ela já tem todas as peças para troca,
porque os problemas foram diagnosticados antecipadamente.
E se ela se deparar com alguma situação inesperada,
o mesmo dispositivo portátil permitirá que ela
se comunique com colegas do centro de serviço,
que mostre a eles o que ela está vendo,
que transmita dados que eles possam rodar para diagnosticar,
e que eles possam enviar vídeos que a guiarão,
passo a passo, em qualquer procedimento complexo
que for necessário para que as máquinas voltem a funcionar.
E a interação entre eles fica registrada
e armazenada em uma base de dados disponível para consulta.
Vamos parar e pensar nisso por um instante,
porque isso é muito importante.
Essa nova onda de inovação está mudando
fundamentalmente a forma de trabalharmos.
Muitos ficarão preocupados com o impacto que a inovação pode causar nos empregos.
O desemprego já está alto,
e existe sempre um medo de que a inovação acabe com postos de trabalho.
E a inovação é disruptiva.
Mas vou enfatizar duas coisas aqui.
Primeiro, nós já sobrevivemos
à mecanização da agricultura, à automatização da indústria,
e os postos de trabalho aumentaram,
porque a inovação tem a ver, fundamentalmente, com crescimento.
Ela torna os produtos mais acessíveis.
Ela gera novas demandas, novos empregos.
Em segundo lugar, há uma preocupação de que, no futuro,
haverá espaço apenas para engenheiros,
cientistas de dados e outros trabalhadores altamente especializados.
E, acreditem, como economista, eu também tenho medo.
Mas pensem:
assim como uma criança pode facilmente descobrir
como usar um iPad,
uma nova geração de mecanismos industriais
portáteis e intuitivos tornará a vida mais fácil
para trabalhadores de todos os níveis.
O trabalhador do futuro será mais como um Homem de Ferro
do que um Charlie Chaplin de "Tempos Modernos".
E, certamente, novos empregos de alta qualificação surgirão:
engenheiros mecânicos digitais que entendam
tanto de máquinas quanto de dados;
gerentes que entendam sua indústria
e a ***ítica, e possam reorganizar a empresa
para aproveitar ao máximo da tecnologia.
Agora, vamos dar um passo atrás.
Vamos analisar o cenário por inteiro.
Existem pessoas que argumentam que a inovação de hoje
se trata de mídias sociais e jogos bobos,
que, nem de perto, têm o poder transformador
que a Revolução Industrial teve.
Alguns dizem que todas as inovações que intensificam o crescimento
já foram criadas.
E a cada vez que ouço isso, não consigo deixar de pensar
que, até na Idade da Pedra,
deve ter havido um grupo de homens das cavernas
sentados em volta do fogo, um dia,
com cara de rabugentos,
observando com desaprovação um outro grupo de homens das cavernas
subindo e descendo uma colina com uma roda de pedra,
e dizendo uns aos outros:
"É, essa coisa de roda,
brinquedo legal, mas, comparada ao fogo,
não será grande coisa.
Já fizemos todas as grandes descobertas".
(Risadas)
Essa revolução tecnológica
é tão inspiradora e transformadora
quanto qualquer coisa que já vimos.
A criatividade e a inovação humanas sempre nos impulsionaram.
Elas criaram empregos,
elevaram os padrões de vida
e tornaram nossas vidas
mais saudáveis e mais gratificantes.
E a nova onda de inovação
que está começando a passar pela indústria
não é diferente.
Somente nos EUA, a Internet industrial
poderia aumentar a renda média de 25 até 40%
nos próximos 15 anos,
impulsionando o crescimento a taxas que não vemos há muito tempo,
e aumentando o PIB mundial em 10 a 15 trilhões de dólares.
Esse é o valor de toda a economia americana hoje.
Mas essa não é uma conclusão garantida.
Estamos apenas no início dessa transformação,
e haverá barreiras a quebrar,
obstáculos a superar.
Precisaremos investir em novas tecnologias.
Precisaremos adaptar as organizações e as práticas gerenciais.
Precisaremos de uma abordagem robusta de segurança cibernética,
que proteja informações confidenciais e a propriedade intelectual
e que salvaguarde infraestruturas cruciais dos ataques cibernéticos.
E o sistema educacional precisará evoluir
para garantir que os estudantes estejam equipados com as habilidades certas.
Não vai ser fácil,
mas vai valer a pena.
Os desafios econômicos à nossa frente são difíceis,
mas quando ando pelo interior de uma fábrica
e vejo como os humanos e máquinas brilhantes
estão ficando interconectados,
e vejo a diferença que isso faz
num hospital, num aeroporto,
numa usina de geração de energia, fico não apenas otimista,
fico entusiasmado.
Essa nova revolução tecnológica está diante de nós.
Então, pense no futuro; ele chegará rápido demais.
Obrigado.
(Aplausos)