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O nosso próximo orador, eu sei
que provavelmente muitos de vocês não saberão muito acerca dele.
Ele é o cineasta e realizador
da série de filmes Zeitgeist ...
[Aplausos]
e ele veio aqui para vos fazer uma palestra.
Aqui o têm, Peter Joseph.
[Aplausos]
Eu dei um grande número de palestras nos últimos
15 ou 16 meses e estou realmente a ficar cansado de me ouvir a falar,
e com isso vem uma sensação geral de frustação porque
o que tenho vindo a fazer no curso dos últimos anos
é pegar mais ou menos na mesma informação e
fazê-la circular, tentando comunicá-la de diferentes maneiras,
de diferentes ângulos de forma a agradar a diferentes valores
e diferentes níveis de educação.
Aqueles que estão familiarizados com as palestras que eu dei
haverá alguma sobreposição. Com todos os maravilhosos apresentadores anteriores,
naturalmente vai haver alguma repetição,
peço então, por favor, a vossa compreensão para isso.
Acima de tudo, para ser honesto,
estou um bocado cansado de falar acerca disto,
mas é tudo por uma boa causa, e
de formular novos meios para tornar isto
mais criativo e abrangente, à medida que eu vou avançando.
Nas palavras do grande comediante, já falecido, Bill Hicks
"Perdoem-me enquanto eu chafurdo nesta merda mais uma vez."
[Vaias e aplausos]
O título desta apresentação é: "Origens e Adaptações"
Parte 1 de 2, lamento dizer. Devido às limitações de tempo aqui
e à linha de raciocínio com que eu acabei por trabalhar
para criar isto da forma que eu queria,
tive que dividir em duas secções, portanto
haverá, numa data posterior, provavelmente na Câmara de Los Angeles
onde eu vivo, (fazemos estas reuniões mensais)
eu farei a segunda secção disto.
É pena não ter conseguido condensá-la o suficiente
mas fiquei sem tempo para fazê-lo da maneira que eu queria.
Penso que funcionará melhor, a longo prazo, em duas secções.
Como um todo, ambas as secções (a 2ª secção que vocês não vão ver aqui hoje)
esta palestra vai lidar com as origens do nosso sistema económico
juntamente com o aumento dos problemas que têm surgido.
O foco da Parte 1: Apresentar um ponto de vista de entendimento diferente
em relação aos problemas que vemos.
A segunda parte vai discutir a adaptação, a mudança e a transição,
a maneira como interagimos, uma economia híbrida.
Mas mais uma vez, isso é para a 2ª secção. Para já vamos focar-nos nisto.
A primeira secção deste trabalho intitula-se "Psicologia Estrutural"
que acompanhará a evolução da nossa actual ordem económica social
e tentará mostrar que o estado em que estamos hoje não é uma anomalia inesperada
ou um desvio infeliz de uma prática económica de alta integridade.
É mais uma consequência natural dos pressupostos básicos subjacentes
que definem o tipo de modelo económico em que vivemos hoje em dia.
Também tentarei mostrar que a desordem no sistema de valores que temos em mãos,
tão desenfreada como é, como a economia de livre mercado em si,
como politicamente é direcionada e defendida
nada mais é que um enquadramento estrutural imposto
que reforça tais distorções e garante,
não só a redução da eficiência social e ambiental, a muitos níveis,
mas também a redução da liberdade humana
e o contínuo fortalecimento de uma subcultura muito pequena
como consequência natural.
Na segunda secção, "Mercado Versus Eficácia Técnica",
algumas das principais contradições entre a economia monetária de mercado
e a demonstrável ordem natural da nossa realidade física serão avaliadas.
O argumento será o de que o sistema económico que temos hoje
é, na verdade, uma grande corrupção na forma
e é completamente incompatível com a ordem natural da nossa realidade física.
Parte 1: Psicologia Estrutural
Como observado anteriormente,
muita atenção tem sido dada na imprensa pública
e nos grupos activistas
sobre os problemas que estamos a enfrentar, como sociedade mundial
por causa do sistema económico que temos.
Questões, que começámos há muitos anos
a discutir, como já referi na introdução deste evento,
têm sido apanhadas rapidamente, de formas que realmente me surpreendem
o que mostra que as sementes têm sido plantadas
e nunca se sabe onde elas vão criar raízes.
Desde os primórdios que temos vindo a falar destas coisas, mas
já começaram a entrar no espírito da época [Zeitgeist] em geral
que é propriamente o objectivo, sem querer fazer trocadilhos.
No entanto, como foi reconhecido,
enquanto alguns destes problemas aparecem agora ao público em geral,
existe ainda uma estrutura de referência truncada
quando se trata das causas importantes da psicologia,
da estrutura lógica que é imposta por este sistema
e das tendências que, quando as seguimos,
pintam um quadro que, na verdade, é bastante terrível
que infelizmente muitos não estão a ver.
Uma coisa é comentar
a injustiça de haver 1 bilião de pessoas a passar fome
ou 1 por cento a possuir a grande maioria da riqueza do planeta,
e outra é realmente entender "porquê",
e como isso é realmente possível. Como é que aconteceu,
e o que é que a tendência, na verdade, prefigura?
A resposta dada, como todos sabemos, tem sido a culpabilização dos infames "eles".
Toda a gente quer culpar alguém, é a saída mais fácil.
A direita culpa a esquerda, os economistas culpam o estado,
os pobres culpam os ricos, e assim por diante.
As pressões psicológicas e estruturais
que compreendem as motivações humanas são geralmente ignoradas.
Por exemplo, quando pensamos na classe dominante,
que foi agora globalmente marcada como os "1%",
a questão mais crítica não é o que fazer
acerca da injustiça da circunstância, está muito à frente.
A verdadeira questão é: "Como é possível tal realidade?"
Que mecanismos colocaram este padrão em movimento para permitir a condição?
São os 1% uma manifestação do sistema actual ou uma anomalia?
Por que é que aqueles nos nossos corpos legislativos
parecem vir sempre do mesmo grupo de pessoas?
Será realmente de surpreender que os nossos representantes eleitos
continuem a manter políticas que sustentam
a mesma classe onde foram preparados ou criados?
Será de surpreender que num sistema baseado na luta social,
onde o mercado é impulsionado unicamente pela intenção de ganho pessoal ou de grupo
pela vantagem e exploração dos outros,
que aqueles que são mais recompensados pela ética deste sistema
frequentemente mostrem características de indiferença e elitismo?
Num estudo recente feito pela Universidade de Michigan
intitulado "Classe Social Mais Alta Conduz a Aumento do Comportamento Antiético",
verificou-se que os indivíduos da classe alta se comportam mais de forma antiética
do que os indivíduos das classes mais baixas. Parece que, quanto mais privilegiadas
são as pessoas neste sistema, maior será a tendência para mentir,
enganar, ficar com coisas destinadas aos outros,
impedir a passagem dos outros quando conduzem,
não parar nas passadeiras de peões,
e apoiar comportamento antiético,
do que as pessoas de classes mais baixas. Hmm!
Gostaria de contrapôr a este ponto
que há muitos anos nos EUA, foi feito um grande estudo
que constatou que as classes média e baixa
doariam o seu tempo e dinheiro a instituições de caridade
exponencialmente mais do que aqueles que são mais ricos.
Mais dinheiro (percentagem do rendimento) foi doado
e mais tempo foi doado,
no entanto os ricos têm mais dinheiro e geralmente têm mais tempo.
Interessante.
John Lennon uma vez disse:
"A nossa sociedade é governada por pessoas loucas com objectivos loucos.
Acho que estamos a ser governados por maníacos para fins maníacos,
e acho que estou sujeito a ser internado como louco por expressar isso. "
Eu, obviamente, teria de concordar por respeito, mas a realidade é que
aqueles que estão em posições de poder hoje só parecem loucos
quando os seus sistemas de crenças restritivos
são comparados com um padrão de referência mais viável.
No âmbito do quadro de referência que eles entendem,
eles certamente não são loucos.
Em vez disso, eles são uma manifestação
de um sistema de recompensa e reforço social ultrapassado
que continua a sustentar e a proteger a insanidade estrutural
a que, infelizmente, continuamos a chamar de normalidade.
Então, com isso em mente,
vamos agora considerar rapidamente como o nosso sistema económico-político
e os valores que o definem essencialmente emergiram.
É seguro dizer que a Revolução Neolítica
foi provavelmente a mudança social mais profunda na prática humana de que há registo.
É, em muitos aspectos, o amanhecer da aplicação da causalidade científica
a favor da utilidade humana, permitindo-nos controlar melhor o nosso meio ambiente,
para não falar de o compreender.
Passámos de um equilíbrio natural
com a regeneração dos recursos planetários,
para um onde podíamos cultivar e criar quase à vontade.
Consequentemente, isso permitiu o armazenamento de alimentos e ferramentas,
e, eventualmente, preparou o terreno para aquilo que conhecemos como o comércio,
dado que um produtor que tem milho
poderia chegar a um equilíbrio de procura com um outro produtor de trigo
e assim a troca teria início.
Assim, os nossos ancestrais nómadas foram-se, lentamente, instalando em regiões férteis
estabelecendo sistemas de cidade e estado,
daí surgindo a introdução dos direitos à terra,
lei, propriedade e toda a lógica social subjacente que hoje vemos claramente.
Então, no que diz respeito ao comércio, a troca directa
foi substituída pelo valor do produto a ser representado por metais preciosos
e materiais raros. Em seguida, alterou-se para certificados de papel,
depois, eventualmente, para a introdução de bancos, a revolução digital,
onde agora essencialmente essas estrutruras abstractas
e vazias albergam apenas dígitos nos ecrãs
e pedaços de papel que, na realidade, não significam nada.
Basicamente, [é] uma crença religiosa imposta pela cultura
que dá valor a estes símbolos.
A primeira coisa a salientar, uma das minhas maiores frustrações
quando falo com pessoas que lidam com a economia tradicional:
A introdução do dinheiro não foi apenas a introdução de
um "meio de troca".
Quantas pessoas já ouviram que "Ah, o dinheiro é apenas um meio de troca!"
O que significa isso? Como é isso possível?
A introdução do dinheiro foi a introdução de uma nova forma de propriedade abstracta
a qual tinha uma característica inerente,
desculpem-me, tinha características inerentes,
que nunca foram totalmente entendidas há muitos séculos atrás.
Adam Smith e John Locke, esses notáveis filósofos económicos,
que essencialmente formalizaram o actual sistema tal como o conhecemos,
provavelmente nunca imaginaram
que a indústria mais lucrativa e influente do planeta
acabaria por ser no campo da negociação de acções e investimentos,
onde o dinheiro se move não em nome de criatividade ou da produção directa
mas com o propósito da sistemática extracção de, simplesmente, mais dinheiro.
Da mesma forma, nós passámos de
uma classe de produtores, trocando o fruto do seu trabalho com outros produtores,
que na verdade tinha permitido a única forma de abstracção e de liberdade humana,
a um sistema onde aqueles, com concentrações elevadas de riqueza (dinheiro),
podem-se separar inteiramente do papel de produtor,
e, em vez disso, comprar o trabalho humano como mercadoria.
Sob a noção metafísica de investimento de capital,
são capazes de explorar aqueles que realmente inventam e produzem
para seu próprio, exclusivo poder e ganho pessoal,
mesmo que não produzam absolutamente nada.
Por outras palavras, passou-se de um sistema baseado no mérito "de produtor a produtor"
fortalecendo a simplicidade individual e minimalista,
para o surgimento do que eu chamo,
a classe de governação dedicada ao investimento em propriedade
(acerca da qual vou aprofundar mais tarde), que vemos no mundo actual:
aqueles "maníacos loucos" que John Lennon poeticamente descreveu.
O sociólogo Thorstein Veblen, uma pessoa notável,
que escreve desde 1917, fez esta pertinente observação:
"As teorias standard da ciência económica
assumiram o direito à propriedade e ao contrato como premissas axiomáticas
e termos derradeiros de análise.
E essas teorias são comummente elaboradas de forma
a adaptarem-se às circunstâncias da indústria de artesanato e de pequeno comércio".
Dito de outra forma, simples sistemas de troca.
"Essas teorias", continua, " parecem defensáveis em geral
quando aplicadas à situação económica desses tempos passados.
É apenas quando se tenta aplicar essas teorias standard
à situação mais recente,
a qual ultrapassou as condições do artesanato,
que elas parecem ser inválidas e falaciosas.
O sistema competitivo que essas teorias assumem
como condição necessária para a sua validade,
e em torno do qual elas se projectam como linhas defensivas,
iria, nessas condições antigas
de empresas de pequena escala e de contacto pessoal,
parecer ter sido tanto uma premissa passivamente assumida como válida
como um esquema de expediente de trocas e de relações económicas passivamente aceite."
Ele continua:
"Sob essa ordem de artesanato e pequeno comércio
que levou à standartização destes direitos de posse
de...forma acentuada
os quais lhes pertenciam segundo os costumes e leis modernas,
o homem comum tinha a efectiva hipótese de livre inciativa e de auto-orientação
na sua escolha, na procura de uma ocupação e um modo de vida;
na medida dos direitos de propriedade que possuía.
Todavia, a complexidade das coisas
no que toca à efectiva engrenagem da instituição da propriedade,
e aos antigos habituais direitos de propriedade
alterou-se de forma substancial.
O sistema competitivo deixou, em grande parte,
de operar como uma rotina de liberdade natural, de facto,
particularmente no que diz respeito às riquezas do homem comum.
E, como seria de esperar, a alteração nas concepções populares
não tem acompanhado o ritmo das circunstâncias em mudança.
Na transição para a tecnologia das máquinas
a fábrica tornou-se a unidade operacional
e o controlo deixou de pertencer ao indivíduo ou mesmo a uma fábrica isolada,
e passou para um grupo articulado de fábricas que trabalham em conjunto,
sob uma gestão de negócios colectiva, e ao mesmo tempo,
o trabalhador individual tem caído para uma posição de factor auxiliar,
quase a de um artigo de stock,
a ser carregado como um item de custo de produção,
sendo que, nesta altura, o direito à posse deixou de ser, efectivamente,
uma garantia de liberdade pessoal para o homem comum
e tornou-se, ou está a tornar-se, uma garantia de dependência."
Ele escreveu em 1917.
É fundamental compreender esta avaliação de Veblen, na medida em que sublinha
em que consiste o crescimento de uma premissa económica abstracta sobre a posse
com uma deslocação de poder da classe trabalhadora em geral
para a classe dos negócios de propriedade e investimento,
o que é na realidade uma perversão do conceito de produtor.
Já que estes papéis, mais uma vez, em nada contribuem técnica,
artística ou cientificamente para as bases da indústria.
A introdução do dinheiro como um bem é a fonte desta perversão.
Portanto, lembrem-se disso quando alguém diz "O dinheiro é só um meio de troca!"
Como seria de esperar,
graças ao poder que esta classe de propriedade e investimentos detém,
temos agora entidades governamentais
que operam não só como manifestação dos valores de competição e de propriedade
mas que também retiram a grande maioria dos seus constituintes governamentais
desse mesmo bolo de propriedade, negócios e riqueza
para não falar do modo de actuação em franca concertação
entre o estado e a instituições corporativas,
fundindo o Estado e a estrutura corporativa numa só entidade,
como podemos ver hoje claramente por todo o mundo.
Sobre esta questão da classe proprietária
e, daí, a sua inevitável metamorfose para a classe de governação.
Veblen afirma:
"Os agentes responsáveis e os seus directores administrativos,
tanto quanto possam ser razoavelmente chamados de "governo" ou "administração",
(Adoro a esperteza burguesa do Inglês antigo)
são invariável e caracteristicamente extraídos destas classes beneficiárias,
nobres, cavalheiros ou homens de negócios,
que vêm todos com o mesmo objectivo em mãos:
a finalidade de tudo é que o homem comum
não entre nesses recintos e não participe nesses conselhos
que são formados para guiar o destino das nações. "
Acrescenta ainda a respeito da orientação jurídico-legal
da qual estas classes beneficiárias, definidas pelos valores de propriedade /investimento,
possuem o controle:
"Há um forte e teimoso interesse material
vinculado à manutenção da fé pecuniária (que significa dinheiro)
[e] a classe que investe neste interesse material
está também, efectivamente, investida dos poderes coercivos da lei. "
O que significa que, basicamente, estão duplamente lixados.
Onde estamos agora?
Hoje, lamento dizer, temos pouco mais do que um sistema de escravidão camuflado,
que não só motiva pessoas e grupos a explorar directamente
para sua preservação e expansão,
[mas] a própria estrutura de funcionamento social, governo e lei
evoluiu para preservar a integridade
dos valores e da estrutura de poder elitista estabelecida.
Eu chamo a isto "classismo estrutural "
que deriva de uma velha expressão usada nos anos 60
por um activista chamado Stokely Carmichael chamada de "racismo institucional".
Classismo estrutural é, na realidade, uma instituição racista,
como irei descrever.
Só que agora a opressão é baseada no estatuto social monetário,
e não na cor da tua pele.
Alguns exemplos disto são as dívidas e os juros, ganhos de capital,
escalões de vencimento e rankings de crédito.
Muito rapidamente, a dívida e o sistema de juros é
o impulso mais poderoso do classismo estrutural,
já que o dinheiro é feito através de dívidas e os juros são cobrados como uma taxa,
...desculpem-me, e que os juros não existem, de todo, na provisão de dinheiro.
Uma vez que as classes média e baixa são as que
precisam de empréstimos com juros para pagar carros, casas e acesso à educação,
a esmagadora maioria das pessoas é colocada numa posição de escassez imposta,
com as constantes pressões das dívidas a reafirmarem
o seu estatuto social e a falta de mobilidade social,
sem falar que os juros cobrados por essas dívidas,
são frequentemente pagos à classe alta,
que podem investir o seu dinheiro livre em CDBs [certificados de depósito bancário]
ou algo semelhante, em instituições financeiras,
ganhando dinheiro dos juros pagos pelos pobres.
Não se consegue um viés estrutural muito maior do que este.
Os ganhos de capital,
que se referem ao lucro gerado pelo investimento no mercado de capitais
é uma das chaves da disparidade de vencimentos no Ocidente,
e consequentemente estagnação das classes.
O 1/10 superior,
0,1 porcento, 1/10 de um porcento,
ganha 50% de todos os ganhos de capital, na actualidade. E segundo a Forbes,
os ganhos de capital totalizam 60% dos rendimentos dos 400 da Forbes.
Isso é imenso!
Os 400 mais ricos da América fazem 60% do seu dinheiro
através de ganhos de capital provenientes do mercado bolsista.
Isso é ridículo! Dito de outra forma,
a arte de transformar dinheiro em mais dinheiro, no mercado bolsista,
este jogo de ricos que foi inventado por eles em favor dos seus próprios interesses,
é, na realidade, a mais poderosa força criadora de desigualdade e divisão por classes,
e está enraizada no desenho do sistema. A bolsa
deveria ter sido fechada há muito tempo
[Aplausos]
e os escalões de vencimento.
Os escalões de vencimento via pirâmide corporativista são espantosos e irracionais.
Os directores e gestores do sector dos serviços financeiros
ainda levam para casa centenas de milhões de dólares por ano.
Quando se comparam diferenças de vencimento ao longo da escala corporativa,
o multiplicador é realmente espantoso e sem fundamento no mérito.
Um estudo do Centro Canadiano para Alternativas Políticas
concluiu que os directores e gestores de topo do Canadá
ganham o salário anual médio de um trabalhador em 3 horas!!
Naturalmente que na América é muito pior.
[risos da plateia]
Como tópico final, o que vou falar, no que concerne ao classismo estrutural,
diz respeito ao sistema de crédito, que é basicamente universal.
Os que pertencem às classes média e baixa estão sempre abaixo do ponto de referência,
para o custo da sobrevivência, relativamente ao dinheiro que possuem.
Casas, educação, carros, nelas ninguém tem o dinheiro necessário
para pagar a pronto, portanto tem de se recorrer ao crédito;
e assim que aparece um erro de juízo,
ou que não haja dinheiro disponível para uma conta que vai vencer,
a probabilidade de o crédito de alguém ser afectado negativamente é cada vez maior.
(muito comum nas contas hospitalares, por exemplo
que é uma das principais causas de falência nos Estados Unidos)
e uma vez a reputação manchada, torna-se num ciclo vivioso autónomo.
Já vi isso acontecer com muitos amigos meus, assim que ficam um pouco restringidos,
não conseguem ficar à tona de água e torna-se uma espiral enorme,
e acabam por atingir o limite do seu crédito sem muitas opções
para conduzirem a sua vida financeira. É estruturalmente classificado.
Eu posso dar muitos mais exemplos disto, mas acho que já entenderam:
A estrutura deste sistema beneficia as classes de governação da propriedade/investimento,
garantindo continuamente o bem-estar financeiro da elite rica,
enquanto sistematicamente inibe o bem-estar das classes média e baixa
para mantê-los no seu devido lugar.
De volta ao meu ponto principal: O que é que esperavam?
A psicologia estruturalmente induzida inerente a um sistema baseado na competição,
onde uns ganham e outros perdem, logicamente leva a níveis de protecção
que transcendem o próprio mercado
e move-se de maneira a afectar a regulação ou governação da sociedade,
como um todo, como forma de estratégia de mercado
e preservação. Por que não? Afinal, é o mercado livre, certo?
Quem disse que as linhas têm de ser traçadas?
Se eu acreditar na competição e na filosofia de que alguns vão ganhar,
outros vão perder, eu busco o meu próprio interesse; é esse o jogo.
Então, por mim, não veria problema em tentar alterar a própria estrutura da sociedade
de forma a apoiar e reforçar a minha segurança, como modo de acção.
É uma progressão natural, portanto, as coisas que vemos sobre conspiração do governo,
não nos devemos surpreender em absoluto.
Para concluir esta secção, como um aparte,
gostaria de acrescentar que, se eu fosse de facto um elitista rico,
formado num sistema de valores no qual devo ser melhor do que os demais do mundo
para justificar os frutos daquilo que recebi, por qualquer motivo,
a grande riqueza e privilégios que vocês vêem,
nada me agradaria mais do que as massas sem dinheiro pensassem
que o mercado livre era a único caminho para a sua liberdade e independência.
É uma perfeita fraude estrutural,
pois, todo o sistema económico, pela própria essência da sua filosofia,
inerentemente suporta as classes mais altas e condena as mais baixas.
[Aplausos]
Obrigado.
Secção 2: Mercado versus Eficiência Técnica
Na secção anterior abordámos rapidamente
a forma como a economia de mercado sofreu uma evolução natural
onde os benefícios que costumava ter, num período mais simples da história humana,
foram profundamente ofuscados por uma filosofia desalinhada
inerente à sua premissa original.
Foi uma questão de tempo para que, por meios tecnológicos, outros desenvolvimentos,
o resultado viesse a ser uma opressão estruturada e camuflada
que apenas acrescenta à divisão social mais desequílibrio social
e infelizmente, desestabilização.
Agora eu gostaria de olhar para a prática fundacional
da economia de mercado num contexto mais ligado às ciências físicas
e considerar como essas características inerentes
estão desligadas do ambiente, dissociadas do mundo natural
tal como actualmente existe, tal como a ciência nos ensinou.
O contexto é "eficiência", e existem dois sistemas opostos em funcionamento.
O primeiro é denominado de "eficiência de mercado" e relaciona-se com
a operação fluída do sistema e da abstracção monetária de mercado,
enquanto que o segundo é a "eficiência técnica" que diz respeito
às leis naturais da física e à forma de nos alinharmos melhor com o ambiente
para garantirmos a nossa própria sustentabilidade.
Primeiro gostaria que nos recordássemos o que uma economia é suposta ser
por definição, da Grécia antiga. Refere-se à manutenção de um lar,
e ser eficaz nessa manutenção, diminuindo o desperdício.
Mantenham isso em mente.
A bem da comparação que eu vou fazer,
eu quero definir os meus termos com clareza,
e eu estou a baralhar isto um pouco:
Costumamos usar o termo Economia-Baseada-Em-Recursos, que se aplica bem.
Economia-Baseada-Em-Recursos (EBR) pode, às vezes, ser uma construção semântica
que as pessoas usam em contextos muito estranhos, porque pensam, por exemplo, que
"A economia monetária é baseada em recursos porque se usam recursos",
ou pensam que uma EBR seria uma economia baseada no ouro ou algo parecido,
por isso, pelo menos nesta altura, eu prefiro o termo , "Economia da Lei Natural",
já que se refere às leis naturais da ciência.
Isto seria essencialmente definido da seguinte forma
se fosse, de facto, praticada:
"As decisões são directamente baseadas em conhecimentos científicos
no que toca à optimização da saúde humana e gestão dos habitats.
A produção e distribuição é regulada pelas abordagens mais tecnicamente eficazes
e sustentávias que conhecemos." Muito simples.
A economia de mercado, tal e qual como se pratica hoje em dia, seria definida assim,
em concreto: "As decisões são baseadas em acções humanas independentes,
através do veículo da troca monetária
reguladas pelas pressões da procura e oferta.
A produção e distribuição são possibilitadas pela compra e venda do trabalho
e de matérias primas, com as motivações do grupo pessoal
(com interesse próprio competitivo) como o que define o desenvolvimento e a iniciação.
Aqui estão os 7 atributos económicos
que cada [sistema] económico partilha numa dada comparação contextual
sendo que vou falar de cada um deles separadamente.
Devo acrescentar que os asteriscos no fundo
têm a ver com questões relacionadas com o avanço da ciência e da tecnologia
e também das ciências sociais, que
são, naturalmente, parte de um sistema cientificamente orientado
onde se está a prestar atenção ao que sabemos acerca da saúde humana
e se adapta o sistema de forma a manter uma boa saúde pública
ou tecnologia avançada (percebem a ideia),
e isso irá tornar-se mais evidente à medida que avançarmos.
Ponto 1: Consumo
A economia de mercado é impulsionada pelo consumo. É esse o combustível.
É isso que te mantém empregado. É isso que te mantém alimentado.
Isso é, basicamente, o que mantém as luzes acesas.
Não que as pessoas estejam a consumir para o apoiar, por si só.
Nesta fase é o contrário:
Elas consumem para o manter, se é que isso faz algum sentido,
para manter o poder de compra e a estabilidade,
a estabilidade que vemos agora estar em perigo.
Se o consumo parasse ou reduzisse significativamente, como já está a acontecer,
todos os processos de suporte de vida seriam sufocados.
A economia mundial está baseada numa só coisa apenas:
volume de negócios através de vendas.
Como é que isto se compara com as exigências do mundo natural?
É obviamente o oposto: eficiência, conservação.
A Terra é um sistema virtualmente finito,
e a redução do desperdício e, por isso, a verdadeira eficiência económica é obrigatória.
O exemplo que dou: Se tivermos uma pequena ilha, um pequeno grupo de pessoas
com a regeneração natural de determinados produtos alimentares, etc,
vocês iriam respeitar esses limites reais, o equilíbrio dinâmico.
Porquê conceber uma economia para a vossa sociedade em que todos
têm a iniciativa de querer consumir o mais rápido possível?
A Terra é, de facto, uma pequena ilha na imensidão do oceano cósmico,
e é muito mais pequena do que pensamos.
Ponto 2: A obsolescência, algo em que as pessoas não pensam o suficiente.
A economia de mercado mantém duas formas de obsolescência:
intrínseca e planeada.
A intrínseca refere-se à necessidade de redução de custos das empresas,
de forma a permanecerem acessíveis e competitivas.
É o chamado custo-eficiência na economia tradicional.
O resultado imediato são produtos inferiores, no momento em que são feitos.
De imediato!
Obsolescência planeada: Muito pior.
Durante a Grande Depressão, a necessidade de escoamento para impulsionar a economia
fez surgir a ideia de reduzir deliberadamente a boa qualidade
em prol de um maior volume de negócios.
Foi dado um grande louvor económico às pessoas que se lembraram disso.
Podem verificar os registos históricos do passado. É incrivel! Foram atribuídos prémios.
Estas pessoas foram tidas em elevada consideração, por criarem uma economia
que vai, basicamente, desperdiçar cada vez mais.
Isso era aparentemente eficaz, e é de facto!
É uma eficácia de economia de mercado,
enquanto antítese do que uma Economia de Leis Naturais deveria ser.
Parte 3: Propriedade
Uma premissa fundamental da economia de mercado é a posse singular:
uma noção metafísica, clara e simples,
já que todas as ideias e bens físicos são transitórios
e desenvolvidos em série através de uma mentalidade de grupo,
e não existe forma de fazer uma associação permanente com a posse
a longo prazo.
[Economia da] Natureza: O que é que a nossa realidade científica em desenvolvimento diz
sobre a forma como usamos o mundo que nos rodeia?
A propriedade universal é obviamente ineficaz.
O acesso estratégico é ambientalmente mais responsável enquanto um modelo
e, claro, mais socialmente eficaz .
O melhor exemplo é um carro; apenas se utiliza numa pequena percentagem de tempo.
Por não nem sequer o possuir e partilhar esse veículo
com outras pessoas que também o utilizariam,
havendo um incentivo para manter o carro em boas condições
para que não avarie, devido à necessidade de o manter a funcionar.
Isso é para outra conversa, já que falaria disso
na segunda parte desta conversa, ao falar de um sistema híbrido
e de certos processos que podem ser utilizados
para exigir que as corporações apoiem de facto produtos verdadeiramente eficazes,
mas esta fora do âmbito da conversa desta noite.
Tenho toneladas de equipamento de filmagem empilhadas nos meus armários.
Eu não quero ser dono disso; ocupa muito espaço,
mas é muito economicamente ineficaz do ponto de vista monetário
eu alugar esse material sempre que precise dele porque
fica mais caro fazer isso, tendo em conta a frequência com que eu o utilizo.
Então, sou forçado a possuir esse material que raramente uso
Eu ficaria muito contente se houvesse um armazém
onde eu pudesse ir buscar estas coisas e depois devolvê-las. Seria fantástico,
e, obviamente, mais responsável económica e socialmente
já que mais pessoas teriam acesso a elas do que actualmente.
Parte 4: Crescimento
A economia de mercado não necessita apenas de consumo em geral, como mencionado,
mas requer, na realidade, um crescimento do consumo.
e, lamentavelmente, taxas crescentes desse crescimento.
Na actualidade, isto é sempre um tópico de conversa com o governo
que fala sobre o estímulo económico:
"Precisamos de mais crescimento" dizem eles.
Isto é totalmente ridículo do ponto de vista ecológico.
O que é que o mundo natural diz sobre o crescimento infinito? Obviamente,
exige uma economia de carga equilibrada:
uma economia que exige que o equilíbrio dinâmico seja reconhecido!
De outra forma, é apenas uma questão de tempo
até que a incompatibilidade dos dois sistemas se manifeste, que é
o que estamos actualmente a assistir até certo grau relativamente a alguns recursos,
e emerja uma escassez massiva e outros problemas.
Ponto 5: Competição
A premissa operacional da economia de mercado é a competição
na busca do interesse próprio, como aprofundámos anteriormente.
A realidade sociológica, científica
é que a colaboração humana é, na verdade, o cerne de toda a invenção
e os estudos psicológicos mostram agora distorções de longo prazo
em qualidades inaplicáveis da visão competitiva
como o Matt mencionou à pouco com a pesquisa de Alfie Kohn.
Conforme indicado na primeira parte desta palestra,
a própria competição, como estrutura de base filosófica,
está no centro de um enorme número de atrocidades e de desumanidade,
e ela simplesmente não é necessária como método,
apesar das asserções das pessoas sobre a natureza humana e afins.
É óbvio que podemos colaborar.
Debate-se: "Guerra, queremos competir". As pessoas vão à guerra, porque o fazem?
Elas estão em grande colaboração com o próprio exército.
Têm um inimigo comum contra quem agem devido aos factores de manipulação.
Estou certo de que havia boa camaradagem entre os 10 milhões do Exército Nazi.
Tenho a certeza que eram muito amigos, mas ao voltarem a sua atenção
contra outras pessoas, através das neuroses competitivas,
percebe-se a distorção que daí surge. É uma muito perigosa
identificação, e poderia ir mais além no que respeita ao patriotismo
e muitas outras coisas com relação a esta
falha psicológica subjacente ao treino competitivo.
Ponto 6: Trabalho Assalariado
A economia de mercado, como sabemos, baseia-se no trabalho assalariado.
A sobrevivência humana depende da capacidade de
se obter emprego e permitir vendas,
é fundacional, considerado intemporal, como todos sabemos.
Como o Federico destacou claramente, a mecanização está a cobrar o seu preço.
O desenvolvimento científico, a evolução da nossa capacidade de criar,
produz ferramentas que excedem largamente as nossas capacidades,
que são mais confiáveis do que nós; não têm a nossa falibilidade.
O advento da automação está a tornar o emprego mais escasso
no mínimo e eventualmente obsoleto a um nível fundacional.
É também mais produtiva e eficiente do que o trabalho humano.
É mais segura, o que torna socialmente irresponsável
da nossa parte, não mecanizar nesta altura, e colher os frutos da sua abundância,
segurança e de tudo o resto.
Último ponto, Ponto 7: Escassez e Desequilíbrio
O dinheiro move-se apenas com base na ineficiência, desequilíbrio, escassez.
Esse é o seu motivador, e quando perceberem isso,
quando perceberem a natureza deste estado anti-estável,
quando perceberem que a dinâmica é alimentada pela escassez
e a citação de Marshal Salant que o Matt mencionou há pouco, é
"O mecanismo condutor é a privação." Como poderíamos esperar
que pudesse haver equilíbrio no mundo?
A abundância e a igualdade simplesmente não podem surgir neste sistema.
É impossível! Será então que,
no campo da saúde humana, a nível da saúde pública,
isso é bom para nós? Obviamente, não. Temos de atender às necessidades humanas.
Grande parte dos crimes envolvem dinheiro. Não satisfazem as suas necessidades básicas.
Eles estão relacionados com todo o tipo de camadas complexas
de condições que derivam da escassez, de desenvolvimentos familiares
que criam a espiral, como mencionarei a seguir, a espiral da distorção
para o comportamento humano e más intenções e neuroses mentais.
Assim, é fundamental satisfazer as necessidades humanas!
Porque iriam querer uma sociedade que, cientificamente, não o pode fazer?
Do mesmo modo, a igualdade, é o ideal para a saúde pública.
A igualdade, se compararmos, por exemplo, os EUA
(extremamente estratificados, uma sociedade profundamente desequilibrada,
as excessivas taxas de homicídio)
com o Canadá, que tem alguma estratificação, mas nada comparado com os EUA.
Por que é que os EUA têm estas enormes taxas de homicídio
e o Canadá, na outra margem do riacho, tem apenas uma fracção delas?
Que significa isso? Há todo o tipo de problemas de saúde pública
que coincidem com o desequilíbrio na sociedade, é chamado de stress psicossocial,
e sugiro que se debruçem nisso. É literalmente doentio vivermos
numa sociedade estratificada, e pior fica quanto pior nos comportarmos.
Eu chamo a este conceito o"Espectro da Desordem Social",
seja o colapso da dívida, a poluição, desordens mentais,
consumo de recursos, destabilização geral, doença pública geral
guerra, desperdício, pobreza, escassez, adição a drogas,
obviamente desemprego, crime em geral.
Os sistemas de manutenção de vida que alimentam a boa saúde pública
estão basicamente em declínio como um todo devido à evolução deste sistema,
e eu podia extender-me muito, descrevendo certas experiências que tive na minha vida
a respeito de amigos que vieram de ambientes muito carenciados;
e eu pude observá-los, numa espécie de experiência proibida,
a manifestar-se nestas formas distorcidas muito neuróticas,
tudo por falta de compreensão, na nossa cultura, do que a causalidade faz.
Sugiro veementemente o trabalho de Gabor Maté
se estiverem interessados em saber como a sociedade como um todo e a sua condição
nos afectam desde pequenos e nos distorce sistematicamente desse ponto em diante,
incorporando-nos nela.
Aqui no lado esquerdo, que na verdade não conseguem ler,
está uma série de pontos que são problemas gerais da sociedade:
pobreza extrema, pobreza relativa, desigualdade, desemprego,
conflitos destabilizadores, colapso da dívida, poluição, desperdício,
escassez energética, escassez da água e recursos, também,
distúrbios de saúde pública em geral.
Quando se tem uma visão ampla do que é possível
e o nosso entendimento da saúde pública, que pode ser estatisticamente avaliado,
todos estes assuntos se tornam tecnicamente obsoletos. Eles não têm que existir.
Este é o nosso potencial; nós temos um enorme potencial!
Removendo a ineficácia ambiental e sociológica inerente ao mercado
e simplesmente aplicando conhecimentos científicos modernos
resolve ou reduz grandemente estes assuntos.
Este é o nosso potencial, mas uma vez que não o maximizamos,
e deixamos o sistema andar, deparamo-nos com o que eu considero ser
em rigor, um colapso e , há 3 pregos no caixão,
de acordo com a minha opinião. [1] Desemprego:
De novo, como o Federico referiu, não vão ver nunca mais
os níveis de desemprego para a população humana
que tivemos no passado.
A não ser que, a não ser que
haja uma decisão do governo de parar literalmente o desenvolvimento tecnológico,
que foi o que eles de facto tentaram na Grande Depressão
quando toda a gente culpava a mecanização pelo desemprego.
Eles literalmente aprovaram legislação que dizia
"Nós queremos parar todas as invenções e aplicações tecnológicas".
Os sindicatos queriam isto, o que, se pensarmos nisto, é espectacular.
é realmente fascinante que tenham pensado nisto.
Como os seus valores só olham para um lado!
Então, isso é algo quase intransponível
a menos que grandes decisões repulsivas e socialmente ineficientes
sejam feitas por parte do governo para reprimir tais questões.
[2] Custos energéticos: Vivemos numa economia de hidrocarbonetos
e está a ser feito mesmo muito pouco trabalho real
para levar a cabo a revolução verde, se quiserem chamar assim.
É muito lento, e a escassez de energia que é agora prevista
com a subida do preço dos combustiveis a que se tem assistido,
vamos atingir um pico. Desculpem,
vai haver um ponto de aceleração, guiado ou não pelo pânico.
Eventualmente vai ver-se sectores a parar de trabalhar por não o conseguirem suportar.
O que é que irá acontecer quando 3 ou 4 uniões de trabalhadores da costa oeste
decidirem que não conseguem suportar mais os seus envios marítimos
porque os preços do combustível são demasiado altos?
É fácil ver uma crise sistémica a emergir com a economia dos hidrocarbonetos,
não o posso enfatizar o suficiente; mas não quero perder muito tempo com isto.
Não existe nenhuma iniciativa governamental ou corporativa real a ser tomada
porque se está a ganhar muito dinheiro
(lá nas suas mentes, o seu incentivo de lucro) com a escassez que está a emergir.
Esse é um infeliz dilema de valores.
E depois temos [3] Fracasso da Dívida.
O fracasso da dívida é pura comédia, para mim, porque ele não existe!
Temos todas estas horríveis medidas de austeridade na Grécia,
Itália, Espanha. Os dominós continuam a cair ao longo da Europa.
Os EUA vão para a bancarrota; a única razão para ainda não terem ido é que
continuam a ser o império de facto e possuem grandes reservas
monetárias e o controlo do petróleo, e claro hegemonia militar,
mas são, praticamente, as únicas coisas que os mantém à tona.
A dívida não vai parar. Precisa de ser anulada imediatamente
e um conceito de tipo transicional: é necessário haver uma campanha massiva
para existir um jubileu completo da dívida (pessoal, empresarial, estatal),
e então podemos ter algum espaço para respirar e perceber o que se está a passar.
Bom, eu sei o que se está a passar, mas...
[Aplausos]
Vêem alguma dessa retórica
a acontecer nos discursos governamentais sobre o assunto?
Não, eles fazem de conta que é real, como uma lei física da natureza.
De todos estes assuntos, francamente, este é o que mais me insulta.
Lamento dizê-lo, mas devido a limitações de tempo,
gostaria que tivéssemos mais tempo para reflectir...A sério,
o meu foco original era uma visão proactiva da coisa, não atacar apenas os problemas
mas falar sobre mudança.
Deparamo-nos com um imperativo social crítico
onde cada um de nós tem uma responsabilidade para consigo e os outros.
Na parte seguinte desta conversa, vou fazer o meu melhor para falar sobre
um sistema económico híbrido com um pé no sistema de mercado
e outro num sistema de Economia Baseada em Recursos de 'lei natural'
e como estas coisas podem ser ligadas e enquadradas,
e como um novo nível de activismo, um novo nível de iniciativa pode ser adoptado por nós,
e também por pensadores criativos e activistas, para
começar a levar isto numa base de passo-a-passo antes que seja demasiado tarde.
É uma das maiores críticas que qualquer uma das organizações que
fala sobre os novos sistemas sociais pode receber: Como é que chegam lá?
Farei o meu melhor e já trabalhei bastante nisto,
e espero ter isto apresentado dentro de 2 meses aproximadamente,
e podem vê-lo no thezeitgeistmovement.com
e por aí adiante, mas
até lá, agradeço-vos a paciência e terem comparecido hoje.
[Aplausos]
Por favor, fiquem para as perguntas e respostas, obrigado!
[Continuam os aplausos]
Muito obrigado!
[Continuam os aplausos]
Obrigado!
[Continuam os aplausos]