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SILO. Apresentação de livros
Experiências Guiadas
El Ateneo, Madri, Espanha. 3 de novembro de 1989
Muito obrigado a El Ateneo.
Muito obrigado a Plaza y Janés.
E vamos ao tema…
No dia 2 de maio de 1916, Ortega
apresentava aqui em Madri, no El Ateneo, Bergson.
Nessa oportunidade, explicava que esta sociedade, El Ateneo,
era uma instituição de cultivo e de culto das ideias.
É seguindo esse ponto de vista que vamos falar aqui, no El Ateneo,
não de literatura,
como aparentemente propõe a natureza do livro que apresentamos,
não de contos ou narrações,
que constituem o material deste trabalho,
mas das ideias que originam esses contos e essas narrações.
Certamente, não estamos dizendo que quando se discute um tema literário
as ideias estão ausentes
e sim que, geralmente, o enfoque estético é o que se sobressai.
Às vezes, examina-se o aspecto formal da obra e, naturalmente, seu conteúdo.
O autor revê suas experiências
e nos aproxima de sua biografia, de sua sensibilidade e de sua percepção de mundo.
Em que sentido, então, falaremos de ideias?
Teremos que ter em conta que esta produção
é a aplicação prática
de uma teoria da consciência
na qual a imagem, enquanto fenômeno de representação,
tem especial relevância.
É certo que teremos que dizer algumas coisas antes,
sobretudo para quem não teve em mãos o livro que hoje comentamos,
mas essas coisas não afetarão, com certeza,
a transmissão dessa estrutura de ideias,
dessa teoria que mencionamos.
Vejamos, então, a notícia preliminar que pode se dar deste trabalho.
Que entediante, não?
Este livro
foi escrito por volta de 1980,
corrigido em 1988 e colocado à consideração de vocês há poucos dias.
Neste ponto, gostaria de ler o comentarista, que diz o seguinte:
“O livro está dividido em duas partes.
A primeira, chamada ‘Narrações’,
é um conjunto de doze contos
e constitui o corpo mais denso e complexo.
A segunda, sob o título de ‘Jogos de Imagens’,
consta de nove descrições mais simples,
mas também mais ágeis do que as da primeira parte.
Este material pode ser considerado a partir de diferentes pontos de vista.
O mais superficial nos mostra uma série de relatos breves com final feliz.
Eles têm o caráter leve dos rascunhos
que se realizam como prática e somente como ‘diversão’.
Segundo esta apreciação, trata-se de simples exercícios literários.
Outro enfoque... Outro enfoque
revela esta obra como uma série de práticas psicológicas
apoiadas em formas literárias.
E isto fica mais claro – continua o comentarista –
nas notas ampliatórias e nos comentários inseridos no final do livro.
Conhecemos as narrações de todo tipo, escritas em primeira pessoa.
Eu, em primeira pessoa...
Essa ‘primeira pessoa’, habitualmente, não é a do leitor,
mas a do autor.
Neste livro corrige-se tão antiga descortesia,
fazendo com que a ambientação de cada conto sirva de marco
para que o leitor preencha a cena consigo mesmo
e suas próprias ideias.
Colaborando com esses exercícios literários, aparece nos textos
um asterisco que marca pausas
e ajuda a introduzir, mentalmente,
as imagens que transformam um leitor passivo
em ator e coautor de cada descrição.
Essa originalidade permite, por sua vez,
que uma pessoa leia em voz alta,
por exemplo,
marcando as interrupções mencionadas e que outras, ouvindo,
imaginem seu próprio ‘nó’ literário.
O que nestes escritos é a tônica,
em outros mais convencionais destruiria toda sequência argumentativa.
Deve-se destacar que, em toda peça literária,
o leitor ou o espectador,
tratando-se de representações teatrais, cinematográficas ou televisivas,
pode se identificar mais ou menos plenamente com os personagens,
mas reconhecendo no momento, ou posteriormente,
diferenças entre o ator que aparece incluído na obra
e o observador que está fora da produção
e não é outro, senão ele mesmo.
Neste livro acontece o contrário.
O personagem é o observador,
agente e paciente de ações e emoções.
Sendo ou não de nosso agrado, estas Experiências Guiadas,
– diz o comentarista –
teremos que reconhecer, pelo menos,
que estamos na presença de uma nova iniciativa literária
e que isso, evidentemente, não acontece todo dia.”
Aqui termina a nota explicativa.
Bem, como tem se comentado, trata-se de pequenos contos,
em que um asterisco permite deter a sequência
a fim de colocar, nesse momento, a imagem que o leitor considere adequada.
Dessa maneira, continua-se o desenvolvimento,
mas já dinamizando o novo elemento introduzido.
Vejamos um caso que pode ser
o da primeira narrativa intitulada “A criança”.
“Estou em um parque de diversões.
É noite.
Vejo por toda parte brinquedos mecânicos cheios de luz e movimento,
mas não tem ninguém.
No entanto, descubro perto de mim uma criança de uns dez anos.
Está de costas.
Eu me aproximo
e, quando ela se vira para me ver,
reparo que sou eu mesmo quando criança.”
Asterisco!
Ou seja, interrupção para eu me colocar,
enquanto imagem,
como sugere o escrito.
A estória continua...
“Pergunto-lhe o que está fazendo ali
e me diz algo referido a uma injustiça que lhe fizeram.
Começa a chorar e a consolo, prometendo levá-la aos brinquedos.
Ela insiste na injustiça.
Então, para entendê-la,
começo a lembrar qual foi a injustiça que sofri nessa idade.”
Asterisco!
Como dito anteriormente, está explicada
a mecânica da leitura das Experiências Guiadas.
Por outro lado, existe um esquema de construção
ao qual todas elas se ajustam.
Primeiro, há uma entrada ao tema e uma ambientação geral.
Depois, um aumento da tensão dramática,
por assim dizer.
Em terceiro lugar, uma representação vital problemática.
Quarto, um desenlace como solução ao problema.
Quinto, uma diminuição da tensão geral.
E sexto,
uma saída não abrupta, não abrupta da experiência,
geralmente desandando algumas etapas já vistas anteriormente no relato.
Temos que acrescentar algumas outras considerações a respeito da construção
do cenário da situação,
do contexto em que acontece a experiência.
Se necessitamos colocar o leitor em um ponto
em que ele toma contato consigo mesmo,
devemos distorcer a estrutura do tempo e do espaço,
seguindo o ensinamento que, sobre isto, os próprios sonhos nos dão.
Devemos liberar a dinâmica de imagem
e tirar as racionalidades que possam impedir um desenvolvimento fluido.
Se podemos, além disso,
desestabilizar o registro corporal,
a posição do corpo no espaço,
estaremos em condições de fazer aparecerem perguntas referentes
a qualquer momento da vida do leitor
ou, inclusive, a momentos futuros como possibilidade de ação a realizar.
Vamos, então, a um exemplo que esclareça o que estamos comentando.
Para isso, escolhemos a experiência intitulada “A Ação Salvadora”.
“Deslocamo-nos velozmente por uma grande estrada.
A meu lado, dirige uma pessoa que jamais vi antes.
No banco de trás,
duas mulheres e um homem, também desconhecidos.
O automóvel corre, rodeado por outros veículos que se movem imprudentemente,
como se os motoristas estivessem bêbados ou enlouquecidos.
Não tenho certeza se está amanhecendo ou anoitecendo.
Pergunto a meu companheiro o que está acontecendo.
Ele olha para mim furtivamente
e responde em uma língua estranha:
‘rex voluntas!’
Ligo o rádio
que me devolve fortes descargas e ruídos de interferência elétrica.
No entanto, consigo escutar uma voz fraca e metálica
que me diz monotonamente:
‘rex voluntas...’.
O deslocamento dos veículos vai se tornando lento,
enquanto vejo ao lado da estrada
numerosos automóveis acidentados e um incêndio que se propaga entre eles.
Ao pararmos,
abandonamos o carro e corremos em direção ao campo
entre um mar de gente que avança apavorada.
Olho para trás
e vejo entre a fumaça e as chamas
muitos desafortunados que ficaram presos mortalmente,
mas sou obrigado a correr pela fuga das pessoas, que me leva aos empurrões.
Nesse delírio, tento, inutilmente,
chegar até uma mulher que protege sua criança
enquanto a multidão passa por cima,
muitos caindo no chão.
Enquanto se generaliza a desordem e a violência,
decido me deslocar em uma leve diagonal
que me permite separar do conjunto.
Aponto para um lugar mais alto.
Muitos desfalecentes se agarram às minhas roupas, rasgando-as,
mas constato que a densidade de pessoas vai diminuindo.
Um homem se desprende do conjunto e se aproxima correndo.
Está com as roupas destruídas e coberto de feridas.
Ao chegar, segura meu braço
e, gritando como um louco, aponta para baixo.
Não entendo sua língua,
mas acho que quer minha ajuda para salvar alguém.
Eu lhe digo para esperar um pouco
porque neste momento é impossível.
Sei que não me entende.
Seu desespero me despedaça.
O homem, então, tenta voltar
e, nesse momento, faço com que ele caia de bruços.
Ele fica no chão, gemendo amargamente.
De minha parte, compreendo que salvei sua vida e sua consciência,
porque ele tentou resgatar alguém, mas foi impedido.
Subo mais um pouco, chegando a um campo de cultivo.
A terra está fofa,
sulcada por recentes passadas de trator.
Escuto à distancia disparos de armas
e creio compreender o que está acontecendo.
Afasto-me rapidamente do lugar.
Depois de um tempo, paro.
Tudo está em silêncio.
Olho em direção à cidade
e vejo um sinistro esplendor.
Começo a sentir que o solo ondula sob meus pés
e um estrondo que chega das profundidades
me adverte sobre o iminente terremoto.
Em pouco tempo, perdi o equilíbrio.
Fico no chão, lateralmente encolhido, mas olhando para o céu,
sentindo um forte enjôo.
O tremor cessou.
Ali no céu
está uma enorme lua,
que parece coberta de sangue.
Faz um calor insuportável e respiro o ar de uma atmosfera cáustica.
Enquanto isso, continuo sem saber se amanhece ou anoitece.
Já sentado, escuto um retumbar crescente.
Em pouco tempo, cobrindo o céu,
passam centenas de aeronaves, como insetos mortais que se perdem
para um destino ignorado.
Descubro por perto um grande cachorro, que olhando para a lua, começa a uivar,
quase como um lobo.
Chamo-o.
O animal se aproxima timidamente.
Chega a meu lado.
Acaricio longamente seus pelos arrepiados.
Noto um intermitente tremor no seu corpo.
O cachorro se separou de mim e começa a se distanciar.
Levanto-me e o sigo.
Assim, percorremos um espaço
já pedregoso, até chegar a um riacho.
O animal sedento atira-se e começa a beber água com avidez,
mas no mesmo instante volta atrás e cai.
Aproximo-me, toco nele e verifico que está morto.
Sinto um novo tremor que ameaça me derrubar, mas passa.
Girando sobre meus calcanhares, percebo no céu, ao longe,
quatro formações de nuvens que avançam com um surdo retumbar de trovões.
A primeira é branca,
a segunda, vermelha,
a terceira, negra e a quarta, amarela.
E essas nuvens se assemelham a quatro cavaleiros armados
sobre cavalgaduras de tormenta,
percorrendo os céus e assolando toda a vida na Terra.
Corro, tentando escapar das nuvens.
Compreendo que, se a chuva me tocar, ficarei contaminado.
Continuo correndo, mas, de repente, ergue-se à minha frente uma figura colossal.
É um gigante que fecha o caminho,
agitando de maneira ameaçadora uma espada de fogo.
Grito que devo continuar, porque as nuvens radioativas se aproximam.
Ele responde que é um robô
colocado ali para impedir a passagem de pessoas destrutivas.
Acrescenta que está armado com raios
e assim adverte que não me aproxime.
Vejo que o colosso separa claramente dois espaços,
aquele do qual eu vim, pedregoso e mortiço,
desse outro cheio de vegetação e vida.
Então, eu grito: ‘Você tem que me deixar passar
porque eu fiz uma boa ação!’.
´O que é uma boa ação?´ – pergunta o robô.
´É uma ação que constrói,
que colabora com a vida´ – respondo.
´Pois bem´ – acrescenta - ´o que tem feito de bom?´
´Eu salvei um ser humano de uma morte certa e, além disso,
salvei sua consciência.´
Imediatamente, o gigante se afasta
e pulo para o terreno protegido, no momento em que caem as primeiras gotas de chuva.”
Até aqui, o relato.
Em uma nota se faz o seguinte comentário:
“O estranhamento geral do argumento foi conseguido, destacando-se
a indefinição do tempo, parênteses:
‘não tenho certeza se está amanhecendo ou anoitecendo’,
confrontando espaços, parênteses:
‘vejo que o colosso separa claramente dois espaços,
aquele do qual eu vim, pedregoso e mortiço,
desse outro cheio de vegetação e vida’,
cortando a possibilidade de conexão com outras pessoas,
ou induzindo a uma grande confusão babélica de línguas, parênteses:
´Pergunto a meu companheiro o que está acontecendo.
Olha para mim furtivamente e responde em uma língua estranha: ‘Rex voluntas!’.
Por último, deixando o protagonista à mercê de forças incontroláveis:
calor, terremotos, estranhos fenômenos astronômicos,
águas e atmosfera contaminadas, clima de guerra, gigante armado, etc."
O corpo do sujeito é desestabilizado várias vezes:
empurrões,
andar sobre a terra fofa, recentemente arada,
queda pela ação do terremoto.
Entende-se a mecânica?
Em muitas experiências,
repete-se o esquema do cenário comentado,
mas com imagens diferentes
e enfatizando o ponto particular que se quer tratar.
Por exemplo,
na experiência chamada “O Grande Erro”,
tudo gira ao redor de uma espécie de mal-entendido
encarado a partir da confusão de perspectivas.
Por sua vez, como se trata de um acontecimento
que tem que ser modificado no passado,
um acontecimento em nossa vida
que gostaríamos que tivesse acontecido de outra maneira,
devemos produzir alterações tempo-espaciais,
certamente,
que modifiquem a percepção dos fenômenos e, de fato,
acabem modificando a ótica,
a perspectiva a partir da qual vemos nosso passado.
Assim, é possível não apenas modificar os fatos que aconteceram,
mas também o ponto de vista sobre os mesmos
e, nesse caso,
a integração de tais conteúdos muda consideravelmente.
Vamos a uma parte deste conto.
“Estou de pé, frente a uma espécie de tribunal.
A sala, repleta de gente,
permanece em silêncio.
Por todos os lados vejo rostos severos.
Cortando a tremenda tensão acumulada na plateia,
o secretário,
ajeitando seus óculos,
pega um papel e anuncia solenemente:
‘Este Tribunal condena o acusado à pena de morte’.
Imediatamente, produz-se uma gritaria.
Uns aplaudem, outros assoviam.
Chego a ver uma mulher que cai desmaiada.
Depois, um funcionário consegue impor silêncio.
O secretário crava em mim seu olhar turvo,
ao mesmo tempo em que pergunta:
‘Tem algo a dizer?’.
Respondo que sim.
Então, todo mundo volta a seus lugares.
Imediatamente, peço um copo com água
e, depois de alguma agitação na sala,
alguém o traz.
Levo-o à boca e bebo um gole.
Completo a ação com um sonoro e demorado gargarejo.
Depois, digo: ‘pronto!’.
Alguém do tribunal me repreende asperamente:
‘Como assim, pronto?’.
Respondo-lhe que sim, pronto.
Em todo caso, para conformá-lo,
digo que a água do lugar é muito boa,
que quem diria,
e mais duas ou três gentilezas do estilo.
O secretário termina de ler o papel com estas palavras:
‘Por conseguinte,
a sentença será cumprida hoje mesmo,
deixando-o no deserto sem alimentos e sem água.
Sobretudo, sem água.
Tenho dito!’.
Contesto com força: ‘Como assim, tenho dito!?’.
O secretário, curvando as sobrancelhas, afirma:
‘O que tenho dito, tenho dito!’.
Pouco tempo depois,
encontro-me no meio do deserto
viajando em um veículo e escoltado por dois bombeiros.
Paramos e um deles disse: ‘Desça!’.
Então, eu desço.
O veículo gira e volta por onde veio.
Eu o vejo diminuir cada vez mais, à medida que se afasta entre as dunas.”
Bem, no conto, ocorrem, depois, alguns incidentes
e, finalmente, acontece isto:
“A tormenta passou, o sol se pôs.
No crepúsculo, vejo diante mim uma semiesfera esbranquiçada,
grande como um prédio de vários andares.
Penso que se trata de uma miragem.
No entanto, levanto-me, dirigindo-me até ela.
A pouca distância, reparo que a estrutura é de um material liso,
como plástico espelhado,
talvez preenchido com ar comprimido.
Um sujeito vestido com trajes beduíno me recebe.
Entramos por um tubo atapetado.
Uma porta se abre e sinto uma corrente de ar refrescante.
Estamos no interior da estrutura.
Observo que tudo está invertido.
Poderia se dizer que o teto é um piso plano do qual pendem diversos objetos:
mesas redondas elevadas com as pernas para cima,
águas que, caindo em jorros, curvam-se e voltam a subir,
e formas humanas sentadas no alto.
Ao perceber meu estranhamento, o beduíno me dá uns óculos e diz: ‘coloque!’.
Obedeço e a normalidade se restabelece.
Vejo à frente uma fonte que expele jorros verticais de água.
Há mesas e diversos objetos agradavelmente combinados em cor e forma.
O secretário se aproxima, engatinhando.
Diz que está terrivelmente enjoado.
Então, explico que está vendo a realidade às avessas
e que deve tirar os óculos.
Ele os tira e se recompõe, suspirando, enquanto diz:
‘Agora está tudo bem, mas acontece que enxergo mal’.
Depois, acrescenta que estava me procurando
para explicar que eu não sou a pessoa que devia ser julgada,
que foi uma lamentável confusão.
Imediatamente, sai por uma porta lateral.
Caminhando alguns passos, encontro um grupo de pessoas sentadas em círculo sobre almofadas.
São anciãos de ambos os sexos
com características raciais e vestimentas diferentes.
Todos eles possuem belos rostos.
Cada vez que um abre a boca,
brotam dela sons
como os de engrenagens longínquas,
de máquinas gigantes,
de relógios imensos.
Porém, também escuto a intermitência dos trovões,
o estalido das rochas,
o desprendimento das estalactites,
o rítmico rugir de vulcões,
o breve impacto da chuva gentil,
o surdo agitar de corações,
o motor, o músculo, a vida...
Tudo isso harmonizado e perfeito,
como em uma orquestra magistral.
O beduíno me dá fones de ouvido, dizendo: ‘coloque-os, são tradutores’.
Coloco-os e ouço claramente uma voz humana.
Compreendo que é a mesma sinfonia dos anciãos,
traduzida para meu torpe ouvido.
Agora, quando ele abre a boca, escuto:
‘Somos as horas,
somos os minutos,
somos os segundos,
somos as distintas formas do tempo.
Como houve um erro contigo, vamos te dar a oportunidade de recomeçar tua vida.
Por onde quer recomeçar?
Talvez em teu nascimento...
Talvez um instante antes do primeiro fracasso."
Asterisco! Etc., etc.
Devemos agregar agora algumas considerações a respeito do tipo de imagens usadas,
porque dá a impressão
que as descrições contam com um forte componente visual
e acontece que boa parte da população
trabalha habitualmente com um tipo de representação auditiva
ou cinestésica ou cenestésica ou, em todo caso, mista.
Sobre isso, gostaria de ler alguns parágrafos extraídos de uma de minhas produções mais recentes,
do livro “Psicologia da Imagem”.
Ali se diz o seguinte:
“Os psicólogos de todas as épocas
têm articulado longas listas em torno das sensações e percepções
e, atualmente, ao descobrir novos receptores nervosos,
começou-se a falar de termorreceptores, barorreceptores, detectores de acidez e alcalinidade interna, etc.
Acrescentaremos às sensações correspondentes aos sentidos externos
aquelas que correspondem a sentidos difusos, como as cinestésicas,
de movimento e posição corporal,
e as cenestésicas,
registro geral do intracorpo, de temperatura, de dor, etc.,
que ainda explicadas em termos de sentido tátil interno, não podem se reduzir a ele.”
Para nossas explicações, as anotações apresentadas são suficientes,
mas não pretendemos esgotar
os possíveis registros que correspondem aos sentidos internos
e às múltiplas combinações perceptuais entre uns e outros.
Importa, então, estabelecer um paralelo entre
representações e percepções
classificadas genericamente como “internas” e “externas”.
É um infortúnio que tenha se limitado tão frequentemente a representação
às imagens visuais e, além disso,
que a espacialidade
esteja referida quase sempre ao visual,
quando as percepções e representações auditivas
denotam também as fontes de estímulo
localizadas em algum lugar,
assim como acontece com as táteis, olfativas, gustativas e, certamente,
com as referentes à posição do corpo e aos fenômenos do intracorpo.
Desde 1943, tinha se observado em laboratório
que distintos indivíduos tendiam a formular,
ou melhor, a estabelecer tipos de imagens não visuais.
Isso levou Walter, em 1967,
a estabelecer uma classificação de tipos imaginativos de distintas predominâncias.
Independentemente do acerto dessa apresentação,
começou a ganhar espaço entre os psicólogos a ideia
de que o reconhecimento do próprio corpo no espaço
ou a lembrança de um objeto,
muitas vezes, não tinha por base a imagem visual.
Além disso,
começou a se considerar com mais seriedade
o caso de sujeitos perfeitamente normais,
que descreviam sua cegueira
quanto à representação visual.
Já não se tratava, a partir dessas comprovações,
de considerar as imagens visuais como núcleo do sistema de representação,
jogando outras formas imaginativas no lixo da desintegração eidética
ou no campo da literatura
em que idiotas e retardados dizem coisas
como um dos personagens de “O Som e a Fúria”, de Faulkner.
Diz coisas como esta:
"Eu não podia ver, mas minhas mãos a viam,
e podia ouvir que estava anoitecendo,
e minhas mãos viam o chinelo,
mas eu não podia vê-lo,
mas minhas mãos podiam ver o chinelo,
e eu estava de joelhos, ouvindo como anoitecia".
Continuando, então, com nosso estudo sobre as Experiências Guiadas, convenhamos
que, apesar de expostas com predominância visual,
qualquer pessoa pode adaptar a elas seu sistema de representação.
Por outro lado,
não faltam aquelas em que, claramente, trabalha-se sobre outro tipo de imagem.
É o caso de “O Animal”, experiência da qual passo a ler um parágrafo.
Sem imagens visuais...
"Estou em um lugar totalmente escuro.
Tateando com o pé, sinto o terreno quase vegetal.
Sei que em algum lugar há um abismo.
Percebo muito perto esse animal
que sempre me provocou a inconfundível sensação de asco e terror.
Talvez um animal, talvez muitos...
Mas é certo que algo se aproxima irremediavelmente.
Um zumbido em meus ouvidos, às vezes confundido com um vento distante,
contrasta com o silêncio definitivo.
Meus olhos bem abertos não veem,
meu coração se agita
e, se a respiração é tênue como um fio,
a garganta se aperta com um sabor amargo.
Algo se aproxima,
mas o que há atrás de mim, que me arrepia e esfria minhas costas como gelo?
Minhas pernas fraquejam
e, se alguma coisa me pegar ou roçar com seu hálito,
ou pular sobre mim por trás,
não terei defesa alguma.
Estou paralisado... Apenas espero.”
Vejamos outro caso,
mas agora de outros tipos de imagens
e de tradução de um sistema de representação para outro.
Para isso, pode nos ajudar uma parte da experiência chamada “O Festival”.
Sistemas de traduções de imagens
e de transformação de um sistema ou em outro sistema de representação.
“Deitado em uma cama, creio estar no quarto de um hospital.
Ouço apenas o gotejar de uma torneira mal fechada...
Tento mexer os membros e a cabeça, mas não respondem.
Com esforço, mantenho as pálpebras abertas.
O teto é branco e liso.
Cada gota de água que ouço cair
cintila em sua superfície
como um traço de luz.
Uma gota, um traço.
Depois outra.
Depois, muitas linhas.
Mais adiante, ondulações.
O teto vai se modificando, acompanhando o ritmo de meu coração.
Pode ser um efeito das artérias de meus olhos,
ao passarem os golpes de sangue.
O ritmo vai desenhando o rosto de uma pessoa jovem.”
E, mais adiante,
nessa mesma experiência,
ultrapassa-se a percepção visual
e esta é incluída em um sistema de representações mais complexas
traduzido em outras percepções e, portanto, em outras representações.
Diz assim...
“Presto atenção em uma flor
ligada a seu galho
por um caule fino de pele transparente
em cujo interior vai se aprofundando o verde reluzente.
Estendo a mão, passando com suavidade um dedo pelo caule liso e fresco,
interrompido apenas por pequeníssimas saliências.
Dessa maneira, subindo por entre folhas de esmeralda,
chego às pétalas que se abrem em uma explosão multicolorida.
Pétalas como cristais de catedral solene,
pétalas como rubis
e como fogo de brasas amanhecidas em fogueira...
E, nessa dança de matizes,
sinto que a flor vive como se fosse parte de mim.
E a flor, agitada por meu contato,
libera uma preguiçosa gota de orvalho, presa apenas por uma pétala final.
A gota vibra, depois se estica
e já no vazio se aplana para se arredondar novamente,
caindo em um tempo sem fim.
Caindo, caindo, no espaço sem limite...
Por último,
cai no chapéu de um cogumelo, rola por ele
como um pesado mercúrio para deslizar até suas bordas.
Ali, em um espasmo de liberdade,
atira-se sobre uma pequena poça em que levanta a tormentosa onda
que banha uma ilha de pedra-mármore.
À frente, acontece o festival
e eu sei que a música
me comunica com essa garota que olha seu vestido
e com o homem jovem que, acariciando um gato azul, está encostado na árvore.
Sei que vivi isso anteriormente
e que captei a rugosa silhueta da árvore
e as diferenças de volume dos corpos.
Nas borboletas aveludadas que voam ao meu redor,
reconheço a calidez dos lábios,
a fragilidade dos sonhos felizes.”
Etc., etc.
Porém, nas experiências,
as imagens não estão colocadas somente
diante do sujeito ou ao seu redor,
mas também em seu interior.
Se complica, se complica…
É conveniente reconhecer aqui
que, em determinados sonhos, em determinados sonhos,
aquele que dorme vê a si mesmo na cena entre outros objetos,
ou seja, seu olhar é “externo”.
Mas também acontece que, às vezes, o sonhador
vê a cena a partir de si mesmo,
quase como em vigília.
Seu olhar se torna interno.
Na representação cotidiana, agora mesmo,
vemos as coisas externas como “externas”,
isto é, nosso olhar está “atrás”,
está atrás de um limite cenestésico-tátil
dado pelo registro dos próprios olhos e do rosto e da cabeça.
Deste modo, posso fechar os olhos
e representar o que vi anteriormente.
No entanto, experimento isso como “fora”,
embora esteja vendo, não de fora, como na percepção,
mas na realidade “dentro” de meu espaço de representação.
De qualquer forma, meu olhar está separado do objeto:
vejo-o fora de mim, apesar de representá-lo, por assim dizer, “dentro de minha cabeça”.
Quando na experiência "A Criança"
vejo a mim mesmo quando pequeno,
vejo a mim mesmo quando pequeno,
vejo na realidade a criança
a partir de meu registro atual no qual me reconheço.
Isto é, vejo a criança fora de mim,
a partir de meu olhar interno atual.
Bem, a criança, que sou eu antes,
fala agora de uma injustiça que lhe fizeram
e, para saber do que se trata,
faço um esforço para lembrar,
eu atual, não a criança que vejo,
aquilo que me aconteceu quando era criança,
esse-que-sou-eu-antes.
Quando faço isso, meu olhar vai para “dentro” de mim,
para minhas próprias lembranças,
e a criança que vejo está fora da direção da minha lembrança.
De modo que, ao encontrar a mim mesmo em uma cena infantil,
de que maneira me reconheço verdadeiramente como eu mesmo?
Sem dúvida, com um olhar externo a mim,
mas interno com referência à exterioridade,
neste caso, da criança do parque de diversões.
Isto propõe questões interessantes,
mas para simplificar o tema, digamos que, em geral,
posso falar de representações colocadas como “fora”
e de outras colocadas como “dentro”,
lembrando que o “fora” e o “dentro”
estão sendo considerados simplesmente
a partir da diferença colocada pelo limite cenestésico-tátil de olhos, rosto e cabeça.
Compreendido tudo isso, vejamos alguns exemplos de diferenças
nas localizações dos olhares e das cenas.
Isso se tornou pesado…
Mas, bem…
Na experiência chamada “O Limpador de Chaminés” se diz:
“Depois de um tempo, o limpador de chaminés se levanta
e pega um objeto comprido, ligeiramente curvo.
Ele se coloca na minha frente e diz: ‘Abra a boca!’.
Eu obedeço.
Depois, sinto que ele introduz essa espécie de pinça comprida que chega até meu estômago.
Contudo, percebo que posso tolerá-la.
De repente, grita: ‘Peguei!’
e começa a retirar o objeto aos poucos.
A princípio, sinto que alguma coisa se desgruda de mim,
mas depois sinto que se produz em mim uma sensação prazerosa,
como se das entranhas e dos pulmões
fosse se desprendendo alguma coisa que estava malignamente aderida durante muito tempo."
Fecha aspas.
Está claro aqui que estamos trabalhando com registros cenestésicos,
imagens do intracorpo,
mas quando o imaginado “fora”,
da mesma forma que o percebido “fora” na vida cotidiana,
produz ações no intracorpo,
o tipo de modificação de cena e olhar
acompanha a mecânica que vimos no relato da criança,
mas o que foi imaginado como “fora”
não é como a criança,
considerada visualmente,
senão que “fora” coloco uma espécie de registro cenestésico,
não por sentir algo em meu interior
e agora esse sentir esteja fora de meu corpo,
mas enquanto o sentir em meu interior
é externo ao meu olhar,
ou a um novo registro cenestésico que se internaliza ainda mais.
Sem este mecanismo de mudança na posição e perspectiva do olhar e da cena,
não seriam possíveis diversos fenômenos da vida diária.
Como seria possível que um objeto externo,
que um objeto externo me produzisse repugnância
pelo simples fato de olhar para ele?
Como poderia “sentir” esse horror pelo corte sofrido na pele do outro?
Como poderia me solidarizar com a dor humana
e com o sofrimento e o prazer dos outros?
Examinemos alguns parágrafos da experiência conhecida como “O Par Ideal”.
“Caminhando por um espaço aberto
destinado a exposições industriais, vejo galpões e máquinas.
Há muitas crianças às quais foram destinados brinquedos de alta tecnologia.
Aproximo-me de um gigante feito de material sólido.
Está de pé.
Tem uma cabeça grande pintada em cores vivas.
Uma escada chega até sua boca.
Por ela sobem os pequenos
até a enorme cavidade e, quando um entra, esta se fecha suavemente.
Pouco tempo depois, a criança é expulsa pela parte traseira do gigante,
deslizando por um escorregador que termina na areia.
Vão entrando e saindo, um por um,
acompanhados pela música que brota do gigante:
‘Gargantua engole as crianças com muito cuidado, sem fazer-lhes mal,
hahaha, hahaha,
com muito cuidado sem fazer-lhes mal’.
Decido subir pela escada e, entrando na enorme boca,
encontro um recepcionista que me diz:
‘as crianças vão pelo escorregador, os adultos pelo elevador’.
O homem continua dando explicações, enquanto descemos por um tubo transparente.
Em um momento, digo a ele que já devíamos estar no chão.
Ele comenta que ainda estamos passando pelo esôfago,
já que o resto do corpo está sob a terra,
diferentemente do gigante infantil, que está inteiramente na superfície.
Sim, há dois Gargantuas em um – me informa –
o das crianças e o dos adultos.
Já passamos pelo diafragma, de maneira que logo chegaremos a um lugar muito simpático.
Vejamos, agora que a porta de nosso elevador se abre, aparece o estômago...
Quer descer aqui?
Como você vê, é um moderno restaurante, onde é servida comida de todos os lugares do mundo.”
A proposição de imagens "externas"
atuando sobre a representação interna
tem na experiência "O Mineiro" uma melhor expressão.
Assim, abre aspas: Grito com todas as minhas forças e o chão cede, arrastando-me em seu desmoronamento.
Um forte puxão na cintura
coincide com a súbita parada da queda.
Fico suspenso por uma corda como um absurdo pêndulo coberto de lama.
Minha queda, então, foi detida bem perto de um piso atapetado.
Vejo agora, no ambiente iluminado,
uma elegante sala na qual vejo uma espécie de laboratório
e enormes bibliotecas.
Porém, a urgência da situação
faz com que eu me ocupe em sair dela.
De maneira que, com a mão esquerda ajusto a corda tensa e, com a outra, solto a fivela
que a prende em minha cintura.
Depois, caio suavemente sobre o tapete.
‘Que modos, amigo! Que modos!...’
diz uma voz aguda.
Giro sobre meus pés e fico paralisado.
Na minha frente, um homenzinho de, talvez, sessenta centímetros de altura.
A não ser por suas orelhas ligeiramente pontiagudas,
poderia dizer que é bem proporcionado.
Está vestido com cores alegres,
mas com um inconfundível estilo de mineiro.
Sinto-me entre ridículo e desolado quando ele me oferece um coquetel.
De qualquer modo, reconforto-me bebendo sem pestanejar.
O homenzinho junta suas mãos
e as leva diante da boca em forma de corneta.
Em seguida, emite um som zombador.
Pergunto o que significa essa gozação e ele responde que graças a ela
minha digestão funcionará melhor no futuro.
O personagem continua explicando que a corda que apertou a minha cintura e abdômen na queda fez um bom trabalho.
Para terminar seu estranho comentário, ele pergunta
se tem algum significado para mim a frase:
‘você está nas entranhas da Terra’.
Respondo que é uma maneira figurada de dizer as coisas,
mas ele contesta que, neste caso, trata-se de uma grande verdade.
Então, acrescenta: 'você está em suas próprias entranhas'.
Quando alguma coisa vai mal nas vísceras, as pessoas pensam coisas esquisitas.
Por sua vez, os pensamentos negativos prejudicam as vísceras.
Desse modo, de agora em diante, você cuidará desse assunto.
Se não o fizer, começarei a andar
e você sentirá fortes cócegas
e todo tipo de mal-estar interno...
Tenho alguns colegas que se encarregam de outras partes, como os pulmões, o coração, etc.
Dito isso, o homenzinho começa a andar pelas paredes e pelo teto,
ao mesmo tempo em que registro
tensões na zona abdominal, no fígado e nos rins.
Em seguida, ele joga um jorro de água com uma mangueira de ouro, limpando-me cuidadosamente da lama.
Fico seco no instante.
Deito em um espaçoso sofá e começo a relaxar.
O homenzinho passa ritmicamente uma escovinha por meu abdômen e cintura,
e eu consigo um notável relaxamento nessas zonas.
Compreendo que aliviando o mal-estar do estômago, fígado ou rins,
mudam minhas ideias e sentimentos.
Percebo uma vibração.
Sinto que estou me elevando.
Estou no elevador de cargas, subindo para a superfície da Terra, para o mundo exterior."
Nesta experiência,
o homenzinho era um verdadeiro especialista da teoria da imagem cenestésica.
Naturalmente, não nos disse
como uma imagem pode se conectar com o intracorpo e atuar nele.
Anteriormente, vimos, com alguma dificuldade,
que a percepção de objetos externos
servia de base para a elaboração da imagem
e que esta nos permitia representar novamente o apresentado previamente aos sentidos.
Vimos que na representação produziam-se variações de posicionamento,
de perspectiva do "olhar" do observador
com relação a determinada cena
e, então, perguntávamo-nos
pela conexão
entre o percebido frente a um objeto desagradável
e nossas reações internas.
Agora, estamos discutindo
sobre as sensações do intracorpo
que servem de base para as representações também "internas".
O fato é que estamos cheios de perguntas sem respostas exaustivas
e temo que nosso desenvolvimento fique truncado.
De qualquer maneira, gostaria de agregar algumas considerações.
Enquanto se continue considerando a imagem
como uma simples cópia da percepção,
enquanto se continue acreditando que a consciência em geral
mantém uma atitude passiva perante o mundo,
respondendo a ele como reflexo,
não poderemos responder nem às perguntas anteriores
nem a outras, na verdade, fundamentais.
Para nós, a imagem
é uma forma ativa de a consciência se colocar, como estrutura, no mundo.
Ela pode atuar sobre o próprio corpo
e o corpo no mundo,
dada a intencionalidade que se dirige para fora de si
e não responde simplesmente a um para si
ou a um em si natural,
reflexo e mecânico.
A imagem atua em uma estrutura espaço-temporal
e em uma "espacialidade" que chamamos de "espaço de representação".
As diferentes e complexas funções que a imagem cumpre dependem, em geral,
da posição que assume em dita espacialidade.
A justificação plena disso que afirmamos
exige a compreensão de nossa teoria da consciência
e, por isso, remetemos a nosso trabalho sobre Psicologia da Imagem.
Porém, se através desses "entretenimentos literários",
como disse nosso comentarista,
se através dessas narrações ou contos,
pudemos ver
o aspecto aplicado de uma concepção muito extensa,
não faltamos com o prometido no começo de nossa explicação,
quando dissemos que iríamos nos ocupar deste escrito,
destas Experiências Guiadas,
não do ponto de vista literário,
mas a partir das ideias que dão lugar a essa expressão literária.
Nada mais, muito obrigado. Uma produção do Centro de Estudos Punta de Vacas - 2012